sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Os gases, por Carlos González




Tanto os bebês como os adultos podem ter gases no estômago ou no intestino (sobretudo no intestino grosso). Mas são duas questões completamente diferentes. 

O gás encontrado no estômago é ar, ar normal e corrente que o indivíduo engoliu (é o que os médicos chamam aerofagia, engolir ar). Os bebês podem engolir ar ao se alimentar, ou ao chorar, também quando chupam dedo ou chupeta. 

O gás que está no intestino é diferente, basta cheirá-lo para percebera. Contém nitrogênio do ar deglutido (o oxigênio foi absorvido pelo tubo digestivo) e gases que são produzidos no próprio intestino pela digestão de certos alimentos e que dão seu odor característico.

Quando um bebê engole muito ar, seria possível que soltasse muito “pum”, porém é mais fácil que o excesso saia por cima, com arrotos. Um excesso de gases no intestino é mais provável que seja proveniente da digestão que do ar deglutido. Quando o bebê não mama corretamente, porque está com a pega errada ou tem outra dificuldade, é possível que tome muita lactose e pouca gordura e a sobrecarga de lactose pode produzir um excesso de gases.
Além disso, por estar com a pega errada, é provável que engula ar enquanto mama. Mas nem a pega incorreta é a principal causa dos gases, nem os gases são o principal sintoma da pega incorreta.

Os gases em excesso no intestino só podem ser eliminados sob a forma de “pum” . Por sorte, não podem fazer o caminho inverso e sair pela boca.

É mais fácil eliminar o ar do estômago (quer dizer, arrotar) em posição vertical que em posição horizontal. Como nossos antepassados estavam sempre no colo de suas mães, em posição mais ou menos vertical, não deviam ter muito problema. No século passado o uso das mamadeiras e dos berços ficou generalizado. Com a mamadeira, o bebê pode engolir muito ar, e no berço é difícil soltá-lo; por isso parecia importante colocar o bebê para arrotar antes de colocá-lo no berço.

Contudo, não parece que os gases incomodam os bebês, salvo em casos extremos. Muita gente pensa que a principal causa do choro em bebês pequenos seja os gases; e muitos dos medicamentos que ao longo do tempo se tem recomendado para a cólica do lactente se supunha que ajudavam a expulsá-los (esse é o significado da palavra carminativo), ou para evitar a formação de bolhas (nunca entendi o porquê, mas sim, algumas gotas para cólicas são antiespumantes).

Nem todos estão de acordo com a causa das cólicas (mais adiante explicarei minha teoria favorita), mas parece que não restam mais  defensores sérios da teoria dos gases. Há muitos anos, quando não se sabia que o excesso de raio x era maléfico e se faziam radiografias por qualquer bobagem, alguém teve a idéia de fazer radiografias dos bebês que choravam (o gás é visto perfeitamente como uma grande mancha negra na radiografia). Comprovou-se que os bebês têm poucos gases quando começam a chorar, porém muitos gases quando levam um tempo chorando. O que ocorre é que engolem ar ao chorar, e como não podem chorar e arrotar ao mesmo tempo, vão acumulando gases até que param de chorar. A mãe costuma explicar assim: “Pobrezinho, estava chorando muito porque estava cheio de gases. Peguei, dei uns tapinhas, ele, conseguiu arrotar e melhorou”. Na realidade, a interpretação correta seria: “Pobrezinho, chorava porque estava com saudade de mim. Quando peguei ele no colo e fiz carinho, ele se tranquilizou e deu um arroto enorme com todo o ar que tinha engolido enquanto chorava”.

Acho que isso explica a importância do arroto no século passado. Quando a mãe tentava colocar o bebê no berço logo após acabar de mamar, o bebê chorava desesperado. Em vez disso, se ficasse com ele no colo e o embalasse um pouco antes de colocá-lo no berço, era mais fácil que o bebê se traquilizasse e dormisse. Durante esse tempo que estava nos braços, claro, o bebê arrotava. E como ninguém queria reconhecer que o colo da mãe era bom para o bebê (como vai ser bom? O colo da mãe é mau, estraga, o bebê não tem que ficar no colo, ou ficará manhoso!), preferiram pensar que era o arroto, e não a presença da mãe, que havia feito o milagre.

A verdade é que muitas mães modernas têm a ideia de que o arroto é importantíssimo, fundamental para a saúde e bem estar do seu filho. Tem que arrotar custe o que custar. Mas os bebês amamentados, se mamaram corretamente, não engolem quase nada de ar (os lábios se fecham hermeticamente sobre o peito, razão pelo qual o ar não entra; e dentro do peito não tem ar, ao contrário da mamadeira). Muitas vezes, os bebês de peito não arrotam depois de mamar. Por outro lado, quando estão com a pega errada, é possível que engulam ar, fazendo um barulho como de beijinhos, porque fica uma frestinha entre os lábios e o peito.
Uma vez uma mãe me explicou que seu filho custa a arrotar, que tem de ficar uma hora dando tapinhas nas costas, que ele chora, inclusivo,de tão mal que fica, até que por fim pode eliminar os gases. Pobre criatura, o que acontece é que não tem gases para eliminar; chora de tantos tapinhas e voltas que dão com ele, e ao final elimina o ar que engoliu enquanto chorava.
Não fique obsessiva com o arroto. Depois de mamar, é uma boa ideia deixar o bebê por um tempo no colo. Isso ele vai gostar. Se nesse tempo eliminar os gases, está bem. E se não, pode ser que não tenha gases. Não lhe dê tapinhas nas costas, não lhe dê camomila, nem erva-doce, nem água, nem nenhum remédio para gases (nem natural nem artificial, nem alopático nem fitoterápico, nem comprado, nem o que tenha em casa).

Do livro Um regalo para toda la vida, de Carlos González

Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas

No orkut:  http://www.orkut.com/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1122463&tid=5333085158198805945

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Saiba quais são os piores alimentos que ingerimos!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

7 adoráveis maneiras de fazer o bebê dormir!!


Eu já fiz e faço tudo isso! Principalmente a "batidinha" na bunda, o secador e o carinho no rosto, passando os dedos no meio da testa, nos olhos. Adorei ver nesse vídeo! Óh a dica mamães!!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Não quero dormir sozinho - texto de Laura Gutman


Este texto foi traduzido pela maravilhosa Simone de Carvalho, da AMS (Aleitamento Materno Solidário). Convido a todos os leitores que se coloquem por um momento no lugar da criança, e tentem entender as necessidades dos pequenos. Segue o texto...

google imagem
É claro que as crianças não querem dormir sozinhas! Não querem, nem precisam. Os bebês que não estão em contato com o corpo de suas mães, experimentam um universo sombrio e vazio que está bem longe do bem-estar que os trouxe a partir do período em que viveram no amor do ventre de suas mães.  Recém-nascidos não estão prontos para um salto para o nada: um lugar sem nenhum movimento, nenhum cheiro, nenhum som, nenhuma sensação de vida. Esta separação do corpo da mãe provoca mais sofrimento do que podemos imaginar e define um contrassenso na relação mãe-filho.

Tudo bem se nós trazemos as crianças para a cama. Nós todos seremos felizes. Você só precisa estar atenta para se certificar de que a criança vai dormir com um sorriso, que a noite é suave e não há nada que possa ser contraproducente, quando não há bem-estar. Infelizmente, as mães jovens estão conscientes da nossa capacidade de compreender os desejos de nossos filhos que estão inconfundivelmente claros. 

Circula socialmente a ideia que satisfazer a necessidade de um bebê os transformam em "mimadas", mas, paradoxalmente, e novamente obter o resultado oposto ao esperado, pois, à medida que dormimos corpo a corpo com nossos bebês, também os tocamos e os apertamos... Eles irão reclamar mais e mais. Considere que o "tempo" para as crianças é visto como um fato doloroso e comovente se a mãe não comparece, ao contrário das experiências no útero, onde cada necessidade foi atendida imediatamente. 

Agora, a espera, dói. Se as crianças têm de esperar muito tempo para encontrar conforto nos braços de sua mãe, se agarram aos peitos vigorosamente, mordendo, ferindo ou chorando, só para terem acesso ao corpo materno. O medo é a principal companhia, porque sabem que a ausência da mãe voltará a qualquer momento para atormentá-los. As crianças têm direito de exigir o contato físico, porque são totalmente dependentes dos cuidados maternos. 

Precisamos ter a consciência do seu estado de fragilidade e sabendo o que todos os bebês saudáveis necessitam ao nascer: exigem cuidados básicos adequados para a sua sobrevivência.

A noite é longa e escura, e nenhuma criança deveria passar por isso sozinha. Por quanto tempo? Até que a criança não necessite mais.

Por Laura Gutman      
Tradução: Simone de Carvalho

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

COMO AUMENTAR A PRODUÇÃO DE LEITE MATERNO



Antes de conversarmos sobre as dicas para aumentar a produção de leite, toda a mamãe precisa saber da fisiologia da lactação, ou seja, como se dá a produção e manutenção do leite materno.

Durante a gestação as mamas já começam a ser preparadas para a produção de leite, através da ação dos hormônios progesterona e estrogênio as mamas ficam maiores, mais sensíveis e têm seus vasos sanguíneos dilatados.

Após o nascimento do bebê, a produção e ejeção de leite materno são mediadas pelos hormônios prolactina e ocitocina, respectivamente. Nos primeiros dias após o parto, esses hormônios estão em alta concentração no sangue mesmo sem o bebê sugar o seio. É claro que se o bebê mamar adequadamente ao seio desde a primeira hora após o nascimento, a produção e a descida do leite será muito mais rápida.

Passando os primeiros dias, se o bebê não estiver sugando ao seio ou não sugar adequadamente, a produção de leite materno vai diminuir muito, pois o que faz a mãe produzir leite neste período é o estímulo que o bebê faz, ou seja, a sucção do bebê estimula a produção de leite materno.

É importante salientar que nenhuma dica funciona sozinha, todas devem acontecer ao mesmo tempo!

Então, aí vai a primeira dica:
Quanto mais o bebê mama, mais leite a mamãe produz. A mãe deve deixar o bebê mamar, no mínimo, 8 vezes dentro de 24 horas. Alguns bebês mamam de 3 em 3 horas, outros de 2 em 2 horas, isso vai depender de cada bebê. O importante é dar de mamar várias vezes ao dia e não limitar o tempo das mamadas, deixando que o bebê mame em um seio de cada vez, até esvaziar bem a mama, para que ele receba o leite do final da mamada, que é rico em gordura e faz o bebê ganhar peso. Nunca se deve deixar o bebê dormindo mais do que 3 horas, ele deve ser acordado para mamar, principalmente os bebês mais novinhos, dormem muito.
Se o bebê não estiver mamando adequadamente ou alguma dificuldade estiver acontecendo com a amamentação, a mamãe deve solicitar ajuda de um profissional capacitado em aleitamento materno (consultora em amamentação), para que o problema seja solucionado.

Segunda dica, não menos importante que a primeira:
A mãe deve estar muito tranqüila para produzir leite em quantidade suficiente. Por que a ocitocina, hormônio que provoca a contração das células musculares no interior da mama, é produzida na glândula hipófise posterior. Ela está localizada numa área do cérebro conhecida como hipotálamo, que também regula as emoções. Ou seja, se a mãe não estiver bem emocionalmente, a produção de ocitocina será inibida. Qualquer estresse por parte da mãe, cansaço, dormir pouco, preocupações, interferem negativamente na produção e ejeção do leite. E isso é cientificamente comprovado! A mãe começa a produzir o leite materno pela cabeça! Uma mãe livre de estresse, que descansa bem, normalmente é uma mãe que produz bastante leite. Durante a amamentação, a mãe deve escolher um lugar tranqüilo e fazer alguma coisa que a deixe calma, como olhar televisão ou escutar música. O apoio do pai ou de pessoas amigas também é super importante para deixar a mamãe segura e calma para amamentar.

Terceira dica:
Alimentar-se bem e ingerir muitos líquidos. Uma alimentação saudável e em horários regulares assim como a ingestão de mais de dois litros de líquidos por dia faz com que a mãe produza bastante leite. A mãe precisa de bastante líquido pra produzir leite em quantidade suficiente ao seu bebê.

Quarta dica:
Faça massagens com movimentos circulares em todo o seio antes de amamentar, e utilize compressas quentes, pois faz com que aumente a circulação sanguínea nas mamas. Mas atenção para estas recomendações, isso só deve ser feito quando for contatado que realmente a produção de leite estiver reduzida, pois caso contrário, pode provocar um ingurgitamento mamário (leite empedrado). Procurar um profissional para auxiliar e indicar corretamente o tratamento é super importante para evitar problemas.

Quinta dica:
Alguns medicamentos fazem aumentar a produção de leite materno, associados às demais recomendações. Eles devem ser prescritos exclusivamente pelo médico, nunca se deve ingerir medicamentos por conta própria, pois as substâncias contidas nos medicamentos são passadas para o leite materno e podem ser prejudiciais ao bebê.

Sexta dica:
Mesmo se todas essas dicas não funcionarem, ainda pode ser feita a técnica da relactação. Consiste em utilizar uma sonda conectada a um recipiente contendo leite. Uma das extremidades da sonda é colada no seio da mãe, o bebê suga o seio juntamente com a sonda, assim ele estimula a produção de leite materno. Essa técnica é também utilizada para as mães adotivas que desejam amamentar.

Manter-se confiante e segura é a melhor receita para as mamães que querem amamentar, além disso, procurar ajuda de um profissional especializado é muito importante para o sucesso da amamentação!


Nutricionista Rosane Baldissera
Consultora em Amamentação – Porto Alegre/RS
Fones: (51) 95329195 ou 91684658
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

MundoBrasileiro