segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Relato de parto domiciliar da Analu e nascimento do Joaquim

Colocar as primeiras palavras sobre um evento que mudou minha vida totalmente, é emocionante demais. Colocar cada palavra aqui vai ser um misto de alegria e saudade, mas também lembranças tristes e de superação. Vou começar pelo comecinho, quando vi as 2 listras no teste de farmácia e minha vida deu uma guinada de 180 graus. Fiquei radiante ao ver o positivo pois estava saindo de um luto, uma perda de 7 meses. Na verdade engravidei na época que estaria parindo meu outro filho, a emoção bateu forte. Logo fizemos uma ecografia e la estava o embriãozinho de +/- 6 semanas, e tudo estava indo bem. Não sei bem em que momento me perdi... cai em depressão profunda (ai já começavam os ensinamentos que eu tinha que aprender, profundos e transformadores), foram dias tristes, de muito sofrimento e aprendizado, mas por causa do amor da minha família e apoio de amigos, fui conseguindo sair aos poucos dessa. Logo tudo se normalizou, a felicidade e amor imperavam em minha casa.Os manos eram só alegria e entusiasmo, loucos para conhecer o irmão!

Assim que foi possível voltei a praticar Yoga e assim foi quase toda a gestação. A prática me acalmava, me dava equilíbrio e tranquilidade, e me fez adquirir um pouco mais de autoconhecimento. Fui fundamental na minha gestação.


Depois de muito pensar, avaliar as opções que tínhamos, tomamos nossa decisão quanto a equipe. Começamos o pré natal com o obstetra Ricardo Jones e com a enfermeira Neusa Jones, ambos se mostraram muito atenciosos e logo falamos de nossa intensão de realizar o parto em casa. Dados os valores, saímos de lá decididos a levantar este dinheiro. Minha doula já estava eleita desde a gestação anterior, seria minha amiga querida Juliana Pena, a qual temos uma relação muito sincera, verdadeira. 

Cheguei em casa depois da consulta pensando em várias formas de juntar a grana. Comecei a tentar vender meus produtos mais e mais. Tive a ideia da vakinha com doações espontâneas a causa, fiz 2 rifas, tive ajuda de amigas com mais rifas e promoções. Embora com muitas pessoas ajudando, e eu economizando daqui e dali, não teria conseguido a grana sem a ajuda de pessoas mais que especiais e que AGRADEÇO ETERNAMENTE! Vocês moram no meu coração! TODOS que nos auxiliaram de alguma forma são muito especiais para mim!

Em novembro decidi fazer o Chá de Bençãos do Joaquim. Convidei minhas "douladas" queridas e amigas com seus companheiros, além de é claro, minha doula. A energia do dia era maravilhosa, me senti mimada, paparicada e amada por todos. Depois Juliana, minha doula fez um ritualzinho, onde cada pessoa abençoava a mim e ao Kim. Foi emocionante demais. Depois todas as mulheres fizeram um circulo em minha volta, depositando toda energia ancestral. Realmente foi um dia maravilhoso!

Circulo de mulheres

Depois do comecinho difícil, o final foi um pouco angustiante e triste devido meu marido ter ido trabalhar em outra cidade por 3 meses (mesmo ele viajando para casa todos os dias, mal nos falávamos e o estresse era grande, pouco conseguíamos nos conectar), além das reformas que apareceram de última hora e que deveriam ser feitas. E tinha o calor aqui do Sul de 50 graus que tornavam os dias cansativos e desgastantes. Mas vamos lá! Tínhamos que seguir e me obriguei a me acalmar e concentrar na chegada do pequeno, no meio de toda a bagunça. E assim coloquei uma rotina de ouvir musicas que me tocavam a alma, dançar muito, rebolar na bola, ler partos, ver partos, meditar, me recolher em mim mesma, me ouvir... Meu marido e eu fizemos uma aula de Yoga juntos para resgatar nossa intimidade, nossa conexão e foi uma delicia.

Yoga




Nas consultas com Ric e Zeza tudo corria bem e se encaminhava tranquilamente! Com 36 semanas, na Lua Cheia, senti muitas contrações, cheguei a pensar que Joaquim viria ali (até a avisei minha doula e meu obstetra), e meus planos de parir em casa iriam por terra (parto domiciliar a partir de 38 semanas disse meu obstetra, senão seria no hospital), mas não passou de um ensaio do pequeno e tudo se acalmou depois. Quando estava com 39 semanas comecei a sentir contrações novamente. Elas vinham a cada 2 – 1 hora, e as vezes menos. Mas eu tinha colocado na minha cabeça que até resolver tudo, reforma, marido e calor, eu não iria parir. Queria estar segura e tranquila. E assim foi, depois que a reforma acabou, meu marido não precisava mais ir a outra cidade, e o calor tava dando uma trégua (continuava quente, mas já dava pra ficar na rua) as contrações começaram a vir a cada 1 hora, baixando para 30 minutos.

Fazendo um bolinho delicia!

Bê extravasando a ansiedade

Nós!

Fiquei assim por 10 dias, em pródromos, me preparando. Dia 17 de fevereiro, começou a sair o tampão, comemorei!! Fui fazer um bolo com minha filha Sofia, enquanto Bê comemorava no xbox, rs, e depois tirei fotinhos da barriga me despedindo. No dia 18 recebo a notícia da minha doula de que uma amiga minha, Andrea (que também tinha como equipe Zeza, Ric e Ju) estava em trabalho de parto! Eu vibrei de alegria por ela, tínhamos DPPs perto e tínhamos medo de entrar juntas em trabalho de parto, mas o Universo trabalha por meios incríveis, é sábio!

O tampão...

Dia 19 pela manhã saiu o resto do tampão, e eu fiquei aguardando, ansiosa, notícias da Andrea, como ela estava, se já havia parido. Meu cachorro Marley ficou grudado em mim o tempo todo, sabendo o que viria. E neste mesmo dia, na hora do nosso cafezão noturno, as contrações que já estavam a cada 30 minutos, diminuíram de intervalo e ficaram mais doloridas. Então, Ju me avisou por mensagem que Andréa havia parido e que estava indo para casa descansar, e que se mudasse algo que eu a avisasse. Parecia que era só isso que faltava para Joaquim decidir vir de uma vez. Sincronia perfeita! 

Cada contração vinha dolorida e o intervalo estava entre 20- 15 minutos, as vezes menos. Fiquei com pena de avisar minha doula que arressem havia chegado em casa, mas meu marido pensou que fosse melhor e avisou. E eu fui tomar um banho demorado e barulhento, vocalizando e me agachando muito. Meus filhos, Bernardo e Sofia, não conseguiam dormir devido os mantras da mamãe, rs, mas depois de um tempinho caíram no sono. Não consigo colocar horários aqui, mas creio que já era perto das 23 hs. Meu marido foi organizando as coisas, arrumando o quarto, inflando a banheira e esquentando a água. Ele estava entusiasmado, e se eu tinha dúvidas que o parto ia engrenar dessa vez, ele tinha certeza!

Meu altar!

Meu cantinho pronto!



 Me lembro de estar no chuveiro quando minha doula chegou. E depois de um tempo sai do chuveiro e fui para o quarto, que estava lindo com rosas vermelhas e a meia luz, a banheira já inflada e meu marido enchendo ela. Me perdi no tempo, me perdi em mim mesma... Cada contração era uma alegria! Poder viver o trabalho de parto na minha casa me deixava em paz, segura! Fui, me soltei, me despi, me entreguei aquele momento como nunca imaginei que conseguiria fazer.  Meu quarto vibrava AMOR e PAZ. Senti a presença de todas mulheres, minhas ancestrais ali, foi mágico, poderoso! Chamava meu filho em vários momentos, me lembro do meu marido em alguns momentos comigo, de mãos dadas, em outros minha doula me massageando, me oferecendo florais, me dando conforto, me lembrando que eu estava muito bem ... 

Apoio, carinho...

Mãos maravilhosas e água relaxante...


Me lembro em um momento que comecei a sentir vontade de fazer cocô, uma pressão e pensei “esta próximo!” ...Viveria mil vezes, mil vezes este momento, tudo igual, sem mudar nada ... Não sei quando, Ricardo e Zeza foram avisados, e ouvi que eles estavam chegando. Pela primeira vez temi, pensei “ e se eu não estivesse tão avançada, e se estivesse no começo ainda, e se eu travasse?”. Neste momento senti que as contrações aumentaram de intensidade, estavam diferentes, mas não tinha me dado conta do porquê.

Ric e Zeza chegam ... 9 cm!                                 

Fui para a banheira, sai da banheira, e nada estava bom. Claro que passou pela cabeça que uma analgesia naquele momento seria uma boa, rs, mas sabia que logo acabaria. Bateu o momento desespero “o que faço? Pra onde corro? Que posição?” e então Ric e Zeza chegam. Falei qualquer coisa do tipo "Ai Zeza, não consigo" ou "não estou aguentando" e ela me encoraja dizendo palavras de apoio. Ric pede para eu deitar , escuta o coraçãozinho do Joaquim (batia vigorosamente) e então ocorre o primeiro e único exame de toque.... 9 cm!!! Um rebordinho só! Por isso a sensação de perdida, por isso as contrações mudaram. Eu estava no expulsivo! Zeza  junto com a Juliana me apoiavam e encorajavam. Soube que Ric estava lá, porque ele as vezes falava algo, se não nem ia me lembrar dele ali, rs (O Homem de Vidro). Mas ele já estava filmando e fotografando tudinho! Fui para a bola, depois sentei na banqueta de parto, e ali percebi que Joaquim estava descendo. As contrações eram muito intensas, mas eu vocalizava, não tinha como não faze-lo. Decidi ir para a piscina e lá fiquei.


Joaquim estava descendo...

Água, ótimo para diminuir o desconforto!

Cada contração era mais um pouco perto do meu filho. Nisso já estávamos com o Sol raiando, trazendo boas novas. Meus filhos acordaram, foram me ver e ficaram quietinhos na sala assistindo TV, aguardando o maninho chegar. E depois de mais ou menos 1 hora, coloco a mão e sinto os cabelos do Kim... Não acreditei, ele realmente estava chegando. Meu marido já estava na piscina me segurando por trás. Juliana ao meu lado segurando minha mão! Aquela mão...como me marcou, como me fortaleceu a energia da Ju naquele momento. Me lembro que em um momento ela soltou minha mão e eu imediatamente a chamei de volta, era como se uma conexão tivesse se desfeito, como se eu recebesse energia através das mãos da minha doula. Foi muito interessante sentir isso. E tenho certeza que nossas ancestrais estavam através dela me dando a energia que tanto precisava!

As contrações que vinham agora eram poderosas, fortes, doloridas, e eu era só um instrumento de passagem do meu bebê, força eu nem fazia, era somente o poder das contrações ali. Senti a cabeça coroando, aos poucos abrindo passagem, a ardência era grande, até que a cabeça saiu... Nem acreditei! Momentos depois mais uma contração poderosa, e pensei “será que eu serei boa mãe para esta criança?” e ai sai o corpinho do Kim com força para a água, direto para as mãos da minha parteira querida. Agarrei minha cria não acreditando que ele estava ali, nos meus braços, dando um chorinho gostoso. A emoção era grande, Bê e Fifi vieram conhecer o maninho, deslumbrados! Escuto meu marido e doula chorando, emocionados. Papai fazia uns carinhos no filhote. E ali na água ficamos um tempinho nos namorando, nos reconhecendo... Meu corpo todo vibrava, era como se eu estivesse em um mundo paralelo, perfeito, ideal! A dúvida se dissipou da minha mente, era para ser assim, para estarmos todos ali, eu era a MÃE daquela criança. Nós teríamos nossas batalhas para enfrentar, mas seria assim, juntos, com Fé e força.

Bebê coroando...
Em meus braços... Meu presentinho!

Perfeito!

Maninhos babando
Depois fui para a cama e a placenta nasceu logo em seguida. Joaquim ficou ainda um tempinho ligado a ela para depois o papai cortar o cordão, que  estava limpinho! Todo sangue estava com seu dono. Agradeci a árvore da vida por ter nutrido meu filho por 41 semanas e 1 dia. Zeza teve que dar uns pontinhos na laceração que tive. Fiquei um pouco chateada, mas depois aceitei. Depois tivemos a deliciosa surpresa, o mocinho havia nascido com 4140 gramas e 53 cm, enorme!!! Kim quis mamar depois de um tempinho e mamou bastante. Então avisamos a vovó Maria que veio correndo ver o neto recém nascido, estava babando e feliz por tudo ter dado certo.

Papai desligando Kim da placenta

Árvore da Vida

Mamando

Vovó corujando
Com tudo calmo Ric e Zeza se despediram e foram atender outro parto. A fome bateu e pedi para Ju fazer uma batida nutritiva para mim, que estava muito gostosa. Joaquim caiu no sono gostoso. Mais tarde Ju também se despede e ficamos nós 5 lá, juntinhos, o amor estava no ar embriagando a todos. Quando me senti capaz fui tomar um banho revigorante e fiquei pensando em tudo que tinha acontecido. Era real, o sonho aconteceu!

Equipe maravilhosa, fundamental!

Juliana, nossa doula amada!

Até hoje, 7 meses depois, me lembro da atmosfera da minha casa, do que senti, do que vivi! Sou grata ao Universo por ter tido a oportunidade de viver um parto pleno, respeitoso e amoroso. Desejo tudo o que vivi a todas as mulheres. Parir é lindo, transformador, embriagante. E tudo que estou vivendo hoje é fruto deste momento, e me foi dada a oportunidade de fazer transformações internas profundas, para me tornar um Ser pleno, mais feliz e mais capaz.

Nossos 3 anjos!
  
AMOR!!!!

Gratidão Roberto por estar ao meu lado, sempre tendo da minha capacidade ancestral de parir, e por me dar tanta segurança neste momento. TE AMO demais!!

Gratidão a minha mãe por me incentivar e apoiar nas dificuldades, e por acreditar na minha minha capacidade e na capacidade de todas as mulheres de parir.

Gratidão aos meus filhotes por estarem comigo na chegada do irmão e me darem tanto amor.

Gratidão a minha doula querida que sempre acreditou que minha capacidade de parir era nata e que meu filho nasceria sim em casa, do jeito que eu sonhava! Gratidão por ser esta ponte de ligação com minhas ancestrais! Te amo minha irmã!

Gratidão a Zeza pelas suas mãos e energia e Ric por ser de vidro me deixando a vontade, vocês foram essenciais para que tudo terminasse com segurança.

Gratidão à todos vocês que me ajudaram a concretizar este sonho, seja com as doações ou com as palavras de apoio e incentivo.

Quem quiser assistir a esta história, deixo o vídeo que construí com fotos tiradas pelo meu marido, pela minha doula, e com fotos e vídeo do meu obstetra de "vidro" Ricardo Jones!


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Esse Bebê Não Vai Nascer, Não? - Dez Dicas Para o Final da Gestação - por Adèle Doula

O final da gestação é naturalmente um período de muita ansiedade para o casal. A chegada do bebê significa uma mudança radical na vida de ambos e esse momento é esperado com entusiasmo e uma pontinha de medo. Quando a data prevista se aproxima, é comum ouvirmos as gestantes perguntando coisas do tipo: "como eu posso saber quanto tempo falta?""como eu posso ajudar o parto a começar logo?" Então, hoje, resolvi trazer algumas dicas para ajudar os casais nesta reta final.

Espero que gostem!

Dica n°1: Não se apegue à data

A DPP (data prevista para o parto) é uma aproximação. Não existe maneira de saber exatamente a data da concepção (mesmo quando se sabe a data da relação sexual, pode haver uma diferença de horas ou até dias entre a relação e a concepção). O Ultrassom pode ajudar, quando feito precocemente (antes de 8 semanas). Nesse período, o feto ainda tem uma cauda, que vai diminuindo até desaparecer, e é ela que permite situar a gestação em uma data. Depois que a cauda desaparece, o feto já tem formato de bebê e passa a crescer e desenvolver seus órgãos internos, e então as diferenças individuais podem interferir no cálculo da DPP. Tem bebês que são maiores e outros menores, uns crescem mais rápido, outros engordam mais... questão de biotipo mesmo. Alguns bebês amadurecem mais rápido, enquanto outros podem precisar de mais alguns dias, ou até semanas na barriga! É por causa de todas essas variáveis que a DPP é um intervalo de tempo, e não uma data específica. Segundo o Colégio Americano de Obestetras e Ginecologistas, é assim que se classificariam os bebês nascidos no intervalo conhecido como "a termo" (entre 37 e 42 semanas):


FONTE



Dica n°2: Não é possível saber se o bebê já está pronto para nascer

Infelizmente (ou felizmente?), o trabalho de parto ainda é um evento que detém muitos mistérios. O que desencadeia o trabalho de parto ainda não foi totalmente explicado. As teorias mais recentes apontam que é o bebê quem determina o incício do trabalho de parto. A partir do amadurecimento de seus pulmões e de suas glândulas supra-renais, o feto passa a liberar hormônios na corrente sanguinea da mãe, que são os responsáveis pelo início do trabalho de parto. Assim, o trabalho de parto é um indicador de que o bebê atingiu a plena maturidade pulmonar. Não é possível observar pelo ultrassom essa maturidade pulmonar, nem através de nenhum outro meio. O trabalho de parto é o único verdadeiro indicador de que o bebê já está pronto para nascer.


Dica n°3: O início do trabalho de parto não tem como ser previsto


Prever o início do trabalho de parto é impossível, simplesmente porque existe uma quantidade imensa de sinais que variam muitíssimo de mulher para mulher. Algumas mulheres têm dias e dias de contrações de treinamento e cólicas, têm alarmes falsos, dores na virilha, sentem o bebê encaixando, sentem o intestino soltar alguns dias antes do parto, perdem o tampão, sonham com o parto, outras não têm absolutamente nenhum sinal antes do parto, e engrenam diretamente no TP. Algumas mulheres apresentam afinamento do colo uterino, ou têm alguns centímetros de dilatação antes do parto. Outras não têm absolutamente nenhuma alteração do colo uterino antes do parto. Por isso que não adianta nada fazer toque toda semana para ver "como está o colo", porque independente de como esteja, grosso, fino, posterior, com 1 ou 2 cm de dilatação, isso não dá nenhuma informação quanto ao tempo que falta para engrenar o trabalho de parto (trabalho de parto engrenado = contrações rítmicas).


Dica n°4: Lidando com as cobranças

Uma das queixas mais comuns das gestantes no finalzinho da gestação são as cobranças para que o bebê nasça logo. Familiares, amigos, colegas de trabalho, têm a péssima tendência a ficar ligando e mandando mensagens (às vezes todos os dias, várias vezes ao dia) para perguntar se a gestante está sentindo algo, se tem certeza que vai esperar, se não está colocando o bebê em risco, etc. Essas cobranças fazem muito mal às gestantes, que já se sentem naturalmente ansiosas com o parto, e muitas vezes são oriundas da preocupação e falta de informação das pessoas que cercam a gestante. É importante ter uma rede de apoio, presencial e/ou virtual, e contar com o apoio presencial de pessoas que não fazem este tipo de cobrança, pelo contrário, que compreendem e encorajam a decisão da mulher de esperar pelo parto, como uma Doula, por exemplo. É também muito importante compartilhar com a família, sempre que possível, os motivos que levaram o casal a optar por esperar o parto natural. É interessante em alguns casos fazer um encontro com a Doula e/ou a equipe contratada para acompanhar o parto e a família, para falar sobre as diferentes maneiras de apoiar a gestante nessa hora, minimizando a sua ansiedade ao invés de aumentá-la. Outra maneira de incluir e informar os familiares e amigos é convidando-os a participar de encontros de gestantes, onde poderão conversar com casais que já passaram pela experiência, assim como tirar suas dúvidas com Doulas e outros profissionais do parto. Em alguns casos, infelizmente, o casal não encontra apoio na família e nos amigos. Nesses casos, o melhor é não entrar em discussões que possam gerar um estresse desnecessário na reta final da gestação e treinar a famosa "cara de alface".


Dica n°5: Mantendo a privacidade

O parto é um evento íntimo do casal, que envolve muita entrega e requer um ambiente protegido, onde a mulher-mamífera se sinta confortada, amparada e segura. Por isso, na maioria dos casos, os casais buscam que este momento aconteça com o máximo de privacidade, e com o menor número possível de pessoas. Isso às vezes pode gerar tensões na família e com os amigos, pois algumas pessoas vêem o parto com um evento familiar ou como uma celebração, e não entendem a necessidade de solidão de certos casais. Para evitar estresses desnecessários, alguns casais mentem a data prevista para o parto, apresentando a data de 42 semanas como se fosse a DPP (40 semanas). Outros iniciam um processo progressivo de introspecção, se afastam das redes sociais, respondem menos a telefonemas e mensagens, já deixam amigos e familiares avisados de que a partir de agora precisam de mais tempo para si mesmos e para dedicar integralmente à espera de seu bebê. Já vi até casos extremos de casais que mentiram sobre o local onde teriam seus bebês, caso a família não aguentasse esperar e decidisse aparecer por lá. Para um casal que deseja um parto natural e não conta com o apoio dos amigos e familiares, quanto mais ele se resguardar de divulgar informações sobre seus planos, melhor!


Dica n°6: Despedindo da barriga

Às vezes as mulheres ficam tão ansiosas com o final da gestação, que se esquecem de curtir o barrigão. Sim, eu sei, no final a gestação é cheia de desconfortos, achar posição para dormir não é fácil, e geralmente nesse momento a gestante já não aguenta mais estar grávida (9 meses é muito tempo). Mas é importante lembrar de uma coisa: 2, 3 semanas passam rápido, e podem passar-se anos antes da mulher poder sentir novamente dentro dela um bebezinho se mexendo. Quando converso com as mulheres após alguns anos do nascimento de seus bebês, elas sempre dizem que sentem muita saudade desses últimos momentos da gestação. Por isso, as últimas semanas da gestação não são um momento para se entregar à ansiedade, e sim um momento para aproveitar intensamente cada segundo. E documentar. É um momento muito bacana para tirar fotos e fazer vídeos da barriga se mexendo, da gestante dançando e rindo, dela contando como se sente, etc. para que mais tarde esses momentos possam ser recordados.


Dica n°7: Um clima de ocitocina

A ocitocina é o principal hormônio do trabalho de parto. Ela também é carinhosamente chamada de "hormônio do amor" pois faz parte integrante de nossas relações sociais, sendo liberada em momentos de entrega e confiança, como conversas agradáveis, abraços, carinhos, mostras de confiança edurante a relação sexual. A ocitocina é um hormônio que tem um efeito muito contagioso, ela promove as interações sociais e a sensação de apaixonamento. As últimas semanas antes do parto são um momento ideal para começar a criar um clima "ocitocinado" em casa. É um período muito bom para o casal passar momentos juntos, namorar, conversar, sair para passear, etc. É inclusive um bom momento para fazer amor. O sexo nas últimas semanas antes da gestação pode ajudar a preparar o corpo para o parto, pois o esperma contém prostaglandinas, que ajudam o colo do útero a amolecer e dilatar, e o orgasmo produz contrações uterinas, que podem ajudar o trabalho de parto a engrenar.

Dica n°8: Conectando-se com o bebê

Durante a gestação, mãe e filho estabelecem uma relação simbiótica muito intensa. A mãe sente o filho dentro dela, adivinha ele, compartilha de seus sentimentos a partir da troca sanguínea. É uma conexão muito íntima, e é uma relação que vai mudar radicalmente uma vez que o bebê estiver do lado de fora. Uma vez cortado o cordão, ambos estarão separados, e deverão se comunicar de outras formas, novas formas. Será um mundo de descobertas, e eles irão se descobrindo mutuamente. Mas é bacana aproveitar as últimas semanas da gestação para conversar muito com o bebê e explorar ao máximo a relação simbiótica que está por terminar. Explicar para o bebê o que vai acontecer no parto, como vai ser, ajuda a tranquilizar a mãe. Buscar meditar ou fazer rituais para o recebimento do bebê, como chás de bênçãos por exemplo, também ajuda a acalmar a mãe e permite reforçar ainda mais este vínculo.


Dica n°9: Mas tem como induzir o parto?

Existem maneiras de tentar ajudar o parto a engrenar e evoluir mais rápido, mas a verdade é que nenhuma indução, nem as medicamentosas, funcionam quando o bebê ainda não está pronto. Alguns dos métodos mais utilizados são os 3 Hots (banho quente, comida picante e sexo), o chá da Naolí (receita aqui), e as atividades físicas, como caminhar, nadar e dançar. Geralmente é indicado começar a utilizar estas técnicas quando o corpo começa a dar os primeiros sinais de trabalho de parto (pródromos: contrações fracas e irregulares, cólicas como cólicas menstruais, perda de tampão) ou então quando a gestante passa de 41 semanas de gestação. Também é possível usar acupuntura e moxabustão, porém estas técnicas precisam de um profissional habilitado para aplicá-las.


Dica n°10: Abdicando do controle

O fato é que não existem maneiras de prever quando acontecerá o parto, nem como ele vai evoluir. O parto não está nas mãos da mulher. Para parir, ela vai precisar aceitar isso e se entregar ao parto. Ela terá que abdicar do controle, e isso é um grande desafio. Acredito que seja o maior desafio da maternidade para muitas mulheres. Após o nascimento do bebê, muitas coisas não poderão mais ser controladas. O parto é uma aprendizagem para a maternidade, é o momento onde a mulher precisa conectar-se consigo mesma e aceitar que ela não está no controle, e se entregar. Se entregar para o "ser mãe". Sem relógios, sem barreiras, sem limites...

 




 







As lindas fotos acima são do parto de Corrina, que você pode ler na íntegra aqui.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Papinhas e Comidinhas Vegetarianas

Encontrei este texto com várias receitinhas vegetarianas e achei bacana compartilhar. Eu acrescento informação ou faço algumas considerações que acho pertinentes neste texto e que irão estar em cor diferente. Segue o texto:

Foto particular

A criança bebe apenas leite por praticamente seis meses. Por isso, é preciso introduzir as papinhas aos poucos. O método varia entre os pediatras - alguns preferem começar com papinhas salgadas feitas com apenas um legume, enquanto outros já sugerem uma sopinha mais elaborada (exato, as orientações são variadas. Acredita se também que o melhor é não introduzir o suco de cara, por causa do volume e da quantidade baixa de nutrientes, podendo atrapalhar a amamentação se a quantidade e a frequência for grande. Acredita se também, que a batata doce é um ótimo alimento para começar a introdução alimentar, antes mesmo das frutas por conter um gosto adocicado e ter um bom valor nutritivo). Mas, no geral, eles recomendam a seguinte sequência:

1 - Escolha um dia e ofereça um suco de laranja-lima no meio da manhã, entre uma mamada e outra - e não perca por nada o rostinho de espanto que o bebê vai fazer ao experimentar o novo sabor.

2 - Comece a oferecer as papinhas de frutas depois de três, quatro dias. Escolha um horário entre as mamadas na parte da tarde, e observe se o organismo da criança reage bem.

3 - Depois de uma semana, organize o horário das mamadas (mãe que tem horário disponível, trabalha em casa ou se dedica aos cuidados do bebê, pode continuar amamentando o sempre que ele quiser) para oferecer a papinha salgada na hora do almoço. Continue com o suco e a papinha de frutas no lanche.

4 - Quando o bebê já estiver habituado é hora de dar a papinha salgada na hora do jantar também. E papinha de frutas como sobremesa nas duas refeições.

Os horários ficam assim:

Ao acordar: leite materno ou de fórmula
Meio da manhã: suco de frutas
Almoço: papinha salgada e fruta
Lanche da tarde: papinha de fruta e/ou leite
Jantar: papinha salgada e fruta
Ceia: leite materno ou de fórmula

Esses horários são apenas uma referência. Cada criança tem seu próprio ritmo.

Queridas, nada de achar que no primeiro mês de alimentação o bebe vai estar comendo de tudo e tudo. O bebê tem seu ritmo sim, e existem bebes que só se habituam a comer depois do 1 aninho. Como eu sei? Meus 2 primeiros filhos foram assim! Não queriam comer ou comiam pouco, faziam careta, mas na maioria das vezes eu ficava tranquila, o leite materno até então fornece tudo que eles precisam para crescer com saúde!
Os bebês com fórmula, geralmente, no que vejo, se adaptam e aceitam mais rápido outros alimentos.
Fonte: Revista Crescer

Abaixo, confira algumas receitas de papinhas e comidinhas selecionadas especialmente pra você, mamãe vegetariana.

Mas lembre-se, consulte sempre um pediatra!

Papinhas

Primeira Papinha
Papinha do Dia-a-Dia
Papinha de Beterraba, Salsa e Mandioquinha
Papinha de Cenoura com Arroz
Papinha de Alface com Batata
Papinha de Cenoura, Batata e Chuchu
Papinha de Espinafre, Abóbora e Cará
Papinha de Cenoura, Salsão, Batata e Escarola
Papinha de Inhame
Papinha de Legumes

Comidinhas e Lanches

Purês Coloridos
Cabelinho de Anjo
Arroz, Feijão e Abóbora
Arroz de Beterraba
Bolinho de Arroz Cozido
Ervilhas ao Leite
Legumes ao Forno
Nhoque de Espinafre
Croquete de Arroz
Delícia de Couve-Flor
Barco de Legumes
Batata, Cenoura, Inhame, Couve e Gema de Ovo
Macarrão com Ervilhas
Macarrão Arco-Íris
Pastéis Dourados
Purê de Acelga, Mandioquinha e Cenoura
Purê de Batata, Cenoura e Lentilha com Ovo Mexido e Espinafre
Purê de Inhame, Abóbora, Couve e Ervilha
Purê de Legumes com Arroz e Caldo de Feijão
Purê de Legumes com Cabelinho de Anjo
Torta de Grão-de-Bico
Sanduíche Borboleta
Lanche Veggie

Caldos e Sopas

Sopa de Aveia
Sopa de Feijão
Sopa de Abóbora com Espinafre
Sopa de Batata com Espinafre
Sopa de Lentilhas
Caldo de Mandioquinha
Caldo de Feijão Carioquinha

Mingaus

Mingau de Aveia com Banana
Mingau de Fubá
Mingau de Maisena
Mingau de Chocolate (o chocolate deve ser evitado o máximo possível na alimentação da criança, devendo ser oferecido, ao meu ver, pela primeira vez, somente a partir dos 2 anos e com muita moderação)

Sobremesas

Banana Amassada
Banana com Manga
Caqui com Pêra
Maçã Raspada
Mamão com Iogurte (Deve se introduzir leite e derivados somente após 1 ano, se a família tiver o hábito. Se não, não a necessidade de fazer uso destes alimentos)
Papinha de Morango
Papinha de Morango
Papinha de Pêra
Papinha de Maçã e Ameixa

Sucos

Suco de Laranja Lima
Suco de Laranja e Beterraba
Suco de Mamão Papaia
Suco de Manga e Abacaxi

Acesse o especial Crianças Vegetarianas e veja artigos, dicas, entrevistas, etc.

FONTE
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

MundoBrasileiro