segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Parto Inusitado.mp4

Jornal Hoje - Bebês gêmeos nascem com 49 horas de diferença em Florianópolis

Jornal Hoje - Bebês gêmeos nascem com 49 horas de diferença em Florianópolis

Texto para refletir!!

gestação de 36 semanas

"O começo da vida sempre foi e ainda é um rito de passagem. Qual é o sentido dos ritos modernos do nascimento? Mulheres passivas e assustadas, desenraizadas da centenária sabedoria feminina do dar à luz (e amamentar), nas mãos de médicos assépticos, distantes, educados, sorridentes e frios. Bebês impedidos de entrarem nesse mundo seguindo seu tempo e ritmos (cesáreas eletivas sem trabalho de parto, indução de parto), e manipulados como objetos, delicados, mas sempre objetos. Mulheres e bebês começam respectivamente a maternidade e a vida pela amputação de sua força e coragem. São impedidos de afirmarem-se como sujeitos autônomos, individuais, únicos e competentes. O que se encaixa perfeitamente numa perspectiva de vida de seguidores e não de autores. A separação dos partos por tipos é relativamente recente e só aconteceu como conseqüência do nosso sistema obstétrico. A partir da década de 70, na pós-segunda guerra e dentro do movimento revolucionário que se iniciou com o movimento hippie, alguns médicos e mulheres passaram a questionar o excesso de intervenções e melhores condições para dar a luz, propondo o resgate do parto como um evento fisiológico, familiar e afetivo. A partir daí surgiram as demais possíveis classificações das “formas de nascer”, tais como: Parto Leboyer, Parto de Cócoras, Parto na água, Parto sem dor e o Parto Humanizado. A discussão sobre como nascer, é algo que divide opiniões, contudo, é importante avaliar as condições que envolvem este momento, atentando para as reais necessidades que envolvem a relação entre a mãe e o bebê. Quando apreciamos a raridade do nosso nascimento humano precioso e a oportunidade que ele nos oferece, começamos a entender que não devemos desperdiçá-lo, mas, sim, devemos preencher seu propósito mais profundo — revelar a essência da nossa existência, a verdadeira natureza da mente."

Pio Barbosa Neto

* Este texto me foi enviado por uma conhecida. Quem tiver o link ou, souber a sua origem, por favor me informe que colocarei os devidos créditos.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

mae dagua TV I (portuguesa) Parto na Agua

Aleitamento e medicação

O aleitamento materno está associado a benefícios de ordem nutricional, imunológica, afetiva, econômica e social. Por isso, torna-se fundamental a identificação dos fatores que levam ao desmame precoce, a fim de proporcionar o maior tempo possível de aleitamento às crianças. 

Diversos estudos comprovam que, dentre os fatores responsáveis pelo abandono precoce da amamentação, encontra-se o uso de medicamentos pelas nutrizes. Tal fato tem sido atribuído à carência de informações sobre a segurança de várias drogas para uso durante a lactação, ao desconhecimento dos profissionais de saúde acerca do tema e às informações não científicas contidas nas bulas dos medicamentos. Além disso, publicações muitas vezes conflitantes dificultam a tomada de decisão pelo profissional de saúde. 

No intuito de orientar os profissionais de saúde sobre o uso de medicamentos durante a lactação vários estudos são publicados. A literatura mais completa e recente foi publicada em 2004 por Thomas Hale no livro Medications and Mothers` Milk. Neste livro o autor classifica as drogas conforme sua segurança nos seguintes grupos: drogas mais seguras, drogas seguras, drogas moderadamente seguras, drogas potencialmente perigosas e drogas contra-indicadas para uso durante a lactação. 

As Tabelas 1 a 4 especificam as drogas adaptadas da classificação de Thomas Hale. Por fins práticos optamos por unificar os grupos das drogas mais seguras e seguras. A não inclusão de algumas drogas nas tabelas não significa que elas não sejam encontradas no leite materno ou que não possam produzir efeitos no lactente; apenas indica que, até a publicação do livro não haviam sido encontradas referências das mesmas na literatura. 


Tabela 1 – Drogas seguras durante a amamentação
* após o pós-parto imediato
** períodos curtos
*** após 1 mês de vida 


Tabela 2 – Drogas moderadamente seguras durante a amamentação
* Uso durante período neonatal


Tabela 3 – Drogas possivelmente perigosas durante a amamentação
* Uso crônico
** Uso no período neonatal
*** Uso em altas doses
****Uso no mamilo


Tabela 4 – Drogas contra-indicadas durante a amamentação

A Tabela 5 contém, resumidamente, algumas considerações e recomendações atualizadas sobre uso de fármacos durante a lactação, baseada em diversos estudos recentes acerca do tema. São descritas as principais classes de medicamentos, ressaltando os mais indicados e aqueles que devem ser evitados ou usados com cuidado durante a amamentação. 

Tabela 5 - Recomendações sobre uso de fármacos durante a amamentação


* Usar por períodos curtos. Observar sonolência
† Permitido uso em doses baixas (100mg/dia) 
‡ Evitar uso no pós-parto imediato
§ Risco de alteração da flora intestinal e hipersensibilização
|| Evitar em crianças com hiperbilirrubinemia e deficiência de desidrogenase glicose-6-fosfato
Monitorizar lactente para icterícia
** Uso somente após 6 semanas do parto


Implantes mamários de silicone

Em virtude do uso cada vez mais freqüente de implante de próteses de silicone para aumento ou correção de mama, algumas informações podem ser úteis. Segundo a literatura, o silicone utilizado para aumento do volume das mamas foi implantado em cerca de um milhão de mulheres norte-americanas até o ano de 2001. No entanto, apenas um estudo relatou disfunção esofagiana em 11 crianças amamentadas cujas mães receberam implantes. Outros estudos não confirmam esses achados. Assim, a AAP classifica o implante de silicone como compatível com a amamentação. 

Fármacos que alteram o volume do leite materno

Existem medicamentos que podem alterar o volume do leite materno, no sentido de aumentar ou diminuir sua produção. Fármacos com efeito potencial de aumentar o volume de leite pela nutriz são chamados galactogogos. Não há evidências de que esses agentes estimulem a produção de leite em mulheres com níveis elevados de prolactina ou com tecido mamário inadequado à lactação. Contudo, em muitas mães de crianças pré-termo elas são eficientes. Apesar de numerosos fármacos apresentarem efeito potencial para aumentar o volume de leite ou induzir a lactação (TAB.6), na prática clínica são utilizadas apenas a metoclopramida e a domperidona. É importante ressaltar que os estímulos mais valiosos para o aumento do volume de leite materno são a sucção do complexo aréolo-mamilar pelo lactente e a ordenha das mamas. 

Vários são as drogas com relato de supressão da produção láctea. A maioria destas drogas age como antagonistas dopaminérgicos, suprimindo a liberação de prolactina. A tabela 6 mostra as drogas desse grupo. Devido ao crescimento do lactente estar diretamente relacionado à produção e ingestão do leite materno, o uso de qualquer uma dessas drogas pode representar risco potencial de déficit ponderal, principalmente durante o puerpério imediato, época mais sensível para a supressão da lactação. Deve-se, portanto, retardar ao máximo a sua introdução. 


Tabela 6 – Drogas que podem alterar o volume de leite materno


Princípios para uso de drogas durante a lactação

Alguns aspectos práticos para tomada de decisões na prescrição de drogas às mães durante a lactação são os seguintes: 

- Avaliar necessidade da terapia medicamentosa. Neste caso, a consulta entre o pediatra e o obstetra ou clínico é muito útil. A droga prescrita deve ter um benefício reconhecido na condição para a qual está sendo indicada. 

- Preferir drogas já estudadas e sabidamente seguras para a criança, que sejam pouco excretadas no leite materno. Por exemplo, prescrever paracetamol em vez de ácido acetilsalicílico, penicilinas em vez de quinolonas. 

- Preferir drogas que já são liberadas para uso em recém-nascidos e lactentes. 

- Preferir terapia tópica ou local, à oral e parenteral, quando possível e indicado. 

- Preferir medicamentos com monodroga, evitando combinações de fármacos. Exemplo: usar somente paracetamol ao invés de apresentações contendo paracetamol, AAS e cafeína. 

- Escolher medicamentos que passam minimamente para o leite. Por exemplo, os antidepressivos sertralina e paroxetina possuem níveis lácteos bem mais baixos que a fluoxetina. 

- Escolher medicamentos pouco permeáveis à barreira hematoencefálica porque eles, em geral, atingem níveis pouco elevados no leite. 

- Escolher medicamentos com elevado peso molecular, pois essa característica reduz a transferência para o leite. Por exemplo, heparina. 

- Programar o horário de administração da droga à mãe, evitando que o período de concentração máxima do medicamento no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação. Em geral, a exposição do lactente à droga pode ser diminuída se a mesma for utilizada pela mãe imediatamente antes ou após a amamentação. 

- Considerar a possibilidade de dosar a droga na corrente sangüínea do lactente quando houver risco para a criança, como nos tratamentos maternos prolongados, a exemplo do uso de antiepiléticos. 

- Orientar a mãe para observar a criança com relação aos possíveis efeitos colaterais, tais como alteração do padrão alimentar, hábitos de sono, agitação, tônus muscular e distúrbios gastrintestinais. 

- Evitar drogas de ação prolongada pela maior dificuldade de serem excretadas pelo lactente. Exemplo: preferir midazolam ao invés de diazepam. 

- Orientar a mãe para retirar o seu leite com antecedência e estocar em congelador (por no máximo 15 dias) para alimentar o bebê no caso de interrupção temporária da amamentação e sugerir ordenhas periódicas para manter a lactação. 

- A indicação criteriosa do tratamento materno e a seleção cuidadosa dos medicamentos geralmente permitem que a amamentação continue sem interrupção e com segurança. 

Considerações finais

O princípio fundamental da prescrição de medicamentos para mães em lactação baseia-se principalmente no conceito de risco e benefício. As vantagens do aleitamento materno para a criança são enormes, enquanto os riscos da grande maioria dos medicamentos são mínimos, sendo a maioria das informações sobre drogas na lactação baseada em doses fixas e em estudos de curta duração. A amamentação ao seio somente deverá ser interrompida ou desencorajada se existir evidência substancial de que a droga usada pela mãe poderá ser nociva para a criança, ou quando não houver informações a respeito e a droga não puder ser substituída por outra que seja inócua para o bebê.

Roberto Gomes Chaves*, Joel Alves Lamounier**

* Mestre em Ciências da Saúde / Saúde da criança e do adolescente pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor auxiliar de farmacologia, Faculdade de Fisioterapia, Universidade de Itaúna, MG.
** Doutor em Saúde Pública pela UCLA/Los Angeles. Professor adjunto, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 

Parto e via de nascimento

O nascimento do bebê
Dr. Jean Carl Silva
Ginecologista e Obstetra

“O parto proporciona emoção plena do exercício da maternidade à mulher” (REFERÊNCIA)
Parto normal


O trabalho de parto varia de grávida para grávida, geralmente, começa a partir da 37ª semana de gestação, nessa época, o feto mede cerca de 50 cm de comprimento e pesa em média entre 3 e 3,5 kg. O início do trabalho de parto as vezes é de difícil identificação. Os indícios de que a grávida está chegando ao trabalho de parto são:
  • Perda de uma geléia com um pouco de sangue, o tampão mucoso, que pode ocorrer no dia, ou dias antes do parto.
  • Sensação de endurecimento da barriga, são as contrações abdominais, normalmente ocorrem 2 a 3 contrações a cada 10 minutos, durando de 30 a 45 segundos, cada. Geralmente se iniciam de forma indolor e com freqüência irregular, mas com o tempo se tornam dolorosas e regulares.
  • Ruptura da bolsa - perda de líquido em grande quantidade, normalmente sem cheiro ou cor. Nem sempre há o rompimento da bolsa antes da chegada à maternidade, a mesma se rompe com a evolução do trabalho de parto.
Ao surgimento de um ou mais desses sinais, a mulher deverá avisar o seu obstetra, e/ou procurar um pronto atendimento. Prodromos de trabalho de parto são contrações levemente dolorosas e irregulares que podem ou não evoluir para o trabalho de parto, a observação por um período maior, ou uma caminhada de 2 horas, pode determinar se irá ou evoluir para trabalho de parto, com contrações mais dolorosas e seguidas ou se as contrações irão desaparecer.

O trabalho de parto normal se inicia com contrações de 2 à 3 em 10 minutos e dilatação de 3 ou mais centímetros. A gestante em trabalho de parto é internada, é realizada a tricotomia, ou raspagem dos pelos na região onde se fará a epísiotomia ou a cesariana, se necessária.  O trabalho de parto pode ser dividido em quatro períodos ou estágios bem definidos:
1º período – Dilatação

Este período inicia-se com as contrações do útero, com freqüência e intensidade que aumentam com o avanço do processo. O tempo médio do parto na sua fase ativa é de cerca de um centímetro por hora, até completar os 10 centímetros.

Neste período a saúde fetal é acompanhada pela ausculta do coração fetal, no pré-parto. O suporte emocional a gestante neste período é fundamental, reduzindo a dor, facilitando o parto normal.

A analgesia de parto pode ser instalada já no início do processo, alem de medidas posturais. A correção das contrações, aumentando sua freqüência e duração pode ser necessária, sendo utilizado o “soro”.
2º período – Nascimento

Com a dilatação completa o bebê estará passando pelo canal vaginal, e as contrações continuarão fortes e freqüentes, uma vontade de fazer força, chamada de “puxos”, irá iniciar. A pressão da cabeça do bebê sobre a vagina irá dar a sensação de evacuação eminente.

Neste momento a gestante é levada para a mesa de parto, a posição mais utilizada é a verticalizada ao máximo, com as pernas dobradas e flexionadas o máximo possível, aumentando assim o tamanho da bacia. O período de expulsão pode durar de alguns minutos até 20 ou 30 minutos dependendo da situação.

A respiração da gestante neste período é de extrema importância, respirando entre as contrações, e respirando 3 vezes e mantendo o pulmão cheio para fazer a força necessária para o nascimento do bebê.

A espísiotomia é realizada somente quando necessário, é feita anestesia local e cortada para a passagem do bebê, que é aspirado e colocado no colo da mãe, onde é cortado o cordão umbilical, secado, aquecido e colocado para mamar. Este é um momento inesquecível da vida de um casal.
3º período – Desprendimento da placenta

Com uma sensação sememlhante ao nascimento, porém em escala bem inferior, ocorre a saída da placenta, que pode demorar até 30 min.
4º período - Primeira hora.
Nesta primeira hora depois do parto observa-se principalmente a contração uterina e o sangramento vaginal. A paciente para a recuperação e permanece lá por 4 à 6 horas, sendo depois levada para o quarto.
Alívio para as contrações
Quando o trabalho de parto começa a incomodar, a grávida precisa de posições variadas que tragam alívio e conforto.
Dicas úteis
  • As posições de conforto devem ser iniciadas assim que as contrações incomodarem.
  • Água morna é uma grande amiga da grávida porque alivia a dor e relaxa. Em casa, coloque toalhas dobradas sobre o chão do box, caso queira se ajoelhar ou sentar.
  • Sempre que a contração vier, mantenha a respiração calma.
  • As posições que provocam mais incômodo do que alívio devem ser evitadas. Posição boa é aquela que conforta.
  • Dá para relaxar até mesmo no centro obstétrico. Se for possível, improvise com a maca, lençóis, travesseiros.
Cesariana
Dr. Jean Carl Silva
Ginecologista e Obstetra

``Ao contrário da maioria das especialidades médicas, a obstetrícia trata de acompanhar a fisiologia. Intervenções médicas pretendem prevenir ou corrigir processos patológicos, e não aperfeiçoar a fisiologia. ” Professor Treffers, 1993.
Os motivos para optar por uma cesariana devem ser, essencialmente, clínicos. A razão mais freqüente é a desproporção do tamanho do bebê em relação à bacia da mulher, algumas vezes detectada quando o parto progride normalmente.
Na cesariana a anestesia será a peridural ou a raquianestesia (em alguns casos a geral é necessária). A gestante tomará soro e uma sonda será introduzida através da uretra na bexiga, para esvaziá-la.

Você não poderá acompanhar a cirurgia, já que um pano será colocado na parte superior do seu corpo, impedindo sua visão.Um corte horizontal será feito acima dos pêlos púbicos, ao alcançar o bebê, o cirurgião irá tirá-lo realizando uma pressão no fundo do útero, a placenta será removida em seguida. O corte será fechado em camadas, o procedimento todo, leva em torno de uma hora.
É importante saber que como uma cirurgia, a recuperação em uma cesariana é lenta, e requer a internação por alguns dias. A paciente da cesariana tem um pouco mais de dor no pós-parto e será difícil rir, ficar em pé ...


O que é o período premonitório do parto (pródromo de trabalho de parto)?

O trabalho de parto é antecedido por um período preparatório denominado de pré-parto, período prodrômico (ou pródromo de trabalho de parto) ou período premonitório. Nesta etapa vários sinais estão presentes, demonstrando que o trabalho de parto e o nascimento do bebê se aproximam.
O período premonitório do parto ou período pré-parto é caracterizado pela presença de contrações, por vezes dolorosas, que ocorrem em intervalos e intensidade irregulares, não apresentando ritmo. Essas contrações não são efetivas para dilatar o colo uterino e constituem o chamado “falso trabalho de parto”, onde, embora haja contrações, não há alteração do colo do útero (ou seja, não há a dilatação do mesmo com progressão para o nascimento do bebê).


Nesta fase há a descida do fundo uterino (a barriga materna fica mais baixa), decorrente do encaixamento da cabeça do bebê na pelve materna. Essa descida da cabeça do bebê acarreta no aumento de dores lombares e dores nas articulações dos ossos do quadril da gestante. As vezes a única manifestação é uma sensação de “peso” na região supra-púbica (na região da bexiga).
Há ainda nesta fase, uma secreção exacerbada de muco pelas glândulas presentes no colo uterino, sendo eliminada uma secreção mucosa pela vagina, acompanhada ou não de sangue em pequena quantidade. Este sinal é chamado de perda de tampão mucoso.
O colo uterino fica mais amolecido e progressivamente mais curto ao toque vaginal (processo chamado de amadurecimento do colo).
Próximo ao final da gestação, as contrações se tornam mais freqüentes e intensas e a regularidade associada à dilatação do colo uterino caracterizam o trabalho de parto que se inicia.
Não é possível dizer o exato momento em que há a transição do período pré-parto para o trabalho de parto, pois o período premonitório do parto pode anteceder o parto em dias; e esta transição ocorre normalmente de forma gradual e quase insensível.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mais sobre alergia à proteína do leite de vaca e intolerância a lactose



Por que a alergia ao leite é maior na infância?

A alergia surge basicamente devido a dois fatores: predisposição genética (do pai ou da mãe) e introdução de alimentos potencialmente alergênicos antes dos seis meses de vida.
Quando nascem, os bebês têm um sistema imunológico imaturo e dependem muito dos anticorpos do leite da mãe. O sistema digestivo não está preparado para substâncias que não venham do leite da mãe. O fator principal que causa a alergia é a introdução precoce na alimentação de substâncias que causam alergias.

Quais são os sintomas da alergia ao leite ?
Diagnosticar alergia às proteínas dos alimentos requer muitas análises por parte dos médicos. A alergia pode ocorrer em mais de um alimento e os sintomas são os mais diversos. Isto torna difícil distinguir se os sintomas são devidos à alergia ao alimento ou a outros problemas.

Os sintomas da alergia podem ser classificados em seis tipos:
Geralmente, mais de um sistema do corpo estão envolvidos nas reações alérgicas. Os sintomas gastrointestinais são os mais comuns. Como pode ser observado, as reações realmente são muito diversas, dependendo de cada caso. Os sintomas da alergia podem surgir imediatamente ou até várias horas ou dias após a ingestão do alimento.
Tipo 1 – Os sintomas iniciam dentro de 45 minutos da ingestão de pequenas quantidades do alimento, causando principalmente problemas na pele, eczema e urticária. Pode também apresentar problemas respiratórios (nariz escorrendo, chiado etc.) ou gastrointestinais (vômito e diarréia). Estas crianças normalmente têm concentração de IgE elevada.
Tipo 2 – Os sintomas iniciam diversas horas após a ingestão, Apresentando, principalmente,sintomas de vômito e diarréia.
Tipo 3 – Os sintomas aparecem depois de 20 horas, ou até mesmo dias, após a ingestão,incluindo diarréia, com ou sem reações respiratórias ou na pele.

A alergia que se manifesta rapidamente tende a ser facilmente diagnosticada e é detectada no teste da pele. Por outro lado, a alergia que se manifesta muito depois da ingestão não é facilmente diagnosticada e tende a produzir doenças crônicas que. às vezes, não são relacionadas facilmente com sua causa.
O diagnóstico preciso, feito por um profissional, é essencial para que a causa seja determinada.

Qual é o tratamento para a alergia ao leite?
Quando uma criança apresenta sintomas de alergia a proteínas do leite, pode-se tomar diversas decisões, dependendo da gravidade do caso. Em crianças com poucos meses de vida, é muito difícil tomar decisões mais arriscadas (como experimentar outros alimentos), devido ao grande risco de problemas mais graves. Se a criança estiver apresentando alergia ao leite materno é possível, sob supervisão médica, retirar todos os alimentos que contêm leite (leite, queijos, iogurte, etc.) da alimentação da mãe. Isto em razão de alguns segmentos de proteínas que tem sítios alergênicos ativos poderem estar passando para o leite materno. Neste caso, deve-se complementar a alimentação da mãe com produtos ricos em cálcio, em proteínas de boa qualidade, em vitaminas etc., para evitar outros problemas. Durante a gestação, não é necessário que a mãe faça restrição da dieta devido a possíveis problemas alérgicos futuros.
Quando a alergia for diagnosticada, o alimento que a está causando deve ser eliminado da alimentação da criança. É importante observar que, em alguns casos, a própria mãe pode estar consumindo as proteínas com sítios alergênicos, e passando-os para o próprio leite. Neste caso, deve-se eliminar estes produtos da alimentação da mãe. Esta é uma decisão muito séria e não deve ser tomada sem que haja uma certeza da causa do problema, pois o leite é um excelente alimento para as mães em lactação.
Se o leite de vaca na alimentação da mãe for o problema, a mãe deve ler os rótulos dos alimentos, pois mesmo uma pequena quantidade de proteínas do leite pode causar problemas. Produtos como margarina, biscoitos, produtos de confeitarias, carne processada (salame, cachorro quente) etc., podem conter leite. Se não houver melhoras, outras causas do problema devem ser investigadas pelo pediatra.
É importante que todos os sintomas e os alimentos consumidos sejam registrados em um livro próprio, incluindo a hora da ingestão e do aparecimento dos sintomas, para auxiliar os médicos na identificação dos alimentos envolvidos na alergia.
Se a retirada dos alimentos à base de leite da alimentação da mãe que está amamentando não resolver o problema, deve-se então tomar outras providências. Se a criança for muito nova, deve-se passar para um formulado onde todas as proteínas foram extensivamente hidrolisadas. Existem diversos produtos no mercado, incluindo o Alfare (Nestlé), Pregestimil (Mead Johnson), e Nutramigen (Mead Johnson), que são considerados hipoalergênicos (baixa probabilidade de provocar alergias), e podem ser encontrados em muitas farmácias. Entretanto, eles têm custo elevado e gosto desagradável. Mas têm grande probabilidade de resolver o problema de alergia na maioria dos casos.

A alergia ao leite pode ser prevenida ou postergada?

Em crianças com mais de cerca de 2 anos, se o pediatra recomendar,
pode-se experimentar alguns alimentos por alguns dias, observando os sintomas com muito cuidado para evitar problemas mais graves. Se os sintomas aparecerem, deve-se interromper imediatamente a alimentação com estes produtos. A ordem que normalmente é usada é a seguinte:
- Primeiro, trocar o leite de vaca por leite de cabra, pois o leite de cabra apresenta uns dois ou três sítios alergênicos diferentes do leite de vaca. Se, por sorte, a reação alérgica for contra um destes sítios o problema está resolvido. As chances de sucesso são de cerca de 10%.
- Se o leite de cabra não resolver, tentar, então, o leite de soja. Este apresenta diferenças quando comparado ao leite de cabra e as chances da alergia acabar são maiores, estando em torno de 50 %. Neste caso, deve-se usar leite de soja enriquecido ou complementar a alimentação com sais minerais e vitaminas. O leite de soja pode ser uma opção para ser usada em crianças com reações alérgicas mediadas pela IgE, mas não pelas outras reações alérgicas.
- Caso o leite de soja não resolva o problema, pode-se tentar formulados de proteínas parcialmente hidrolisadas (Nan-HA, por exemplo), devido ao seu menor custo em relação aos formulados com proteínas extensivamente hidrolisadas. A alergenicidade do formulado com proteína parcialmente hidrolisada varia e, em muitos casos, as reações alérgicas podem não ser evitadas. Desta forma, os formulados com proteínas parcialmente hidrolisadas não deve ser experimentado em crianças de alto risco, com idade até de 12 meses, apresentando alergia à proteínas do leite. Alguns formulados com proteínas parcialmente hidrolisadas contêm lactose, devendo ser evitados por crianças com intolerância à lactose. Deve-se tomar muito cuidado com formulados com proteínas parcialmente hidrolisadas, pois vários casos de choque anafilático já ocorreram nos EUA com esse produto.
- Quando todos os produtos anteriores apresentarem problemas, pode-se usar os formulados com proteínas extensivamente hidrolisadas, pois eles apresentam poucos problemas de alergia, e têm sido usados com sucesso na maioria dos casos de alergia a proteínas.
- Finalmente, pode-se usar um formulado contendo um complexo de aminoácidos, que é recomendado para os casos extremos de alergia (Neocate).

Quais são os perigos de remover o leite de vaca da dieta?
A eliminação do leite e outros produtos de laticínios da dieta pode resultar em nutrição inadequada, a menos que substitutos apropriados sejam utilizados. Cerca de 70 % do cálcio da alimentação humana vêm do leite e de derivados. Além disso, o leite também contribui com proteínas de ótima qualidade, diversas vitaminas e energia.
As crianças geralmente deixam de ser alérgicas ao leite até cerca de seis anos. Neste caso, os produtos de laticínios devem ser tentativamente reintroduzidos na dieta a cada 6-12 meses, sob supervisão médica, para reduzir ao mínimo possível as restrições alimentares.

O leite pasteurizado homogeneizado é mais alergênico do que o leite cru?
Parece que não. As crianças com alergia às proteínas do leite de vaca mediadas por IgE apresentam a mesma reação ao leite cru e ao leite pasteurizado, homogeneizado ou não.

A alergia às proteínas pode desaparecer?
A maioria das crianças deixa de ser alérgicas ao leite: cerca de 60 % aos quatro anos e cerca de 80 % aos seis anos. Alguns pacientes podem ter as reações alérgicas por toda a vida. Se o leite for excluído da dieta por dois a três anos, a criança então tem cerca de 80 % de chances de tolerar leite em pequenas quantidades.
As crianças que ficam alérgicas após os três anos de vida têm a tendência de se manter alérgicas por mais tempo. Estudo tem sugerido que, aproximadamente, um terço das crianças e adultos perde a condição de alérgicos após evitarem os produtos de laticínios que causam a alergia por dois ou três anos. Entretanto, os pacientes com hipersensibilidade a amendoim, nozes, peixes e crustáceos raramente perdem sua condição de alérgicos. Além disso, estes quatro alimentos é que causam a maioria das reações alérgicas que podem causar a morte por choque anafilático.
O tempo necessário para a alergia desaparecer depende da severidade da reação inicial. As crianças que apresentaram sintomas de reações sistêmicas geralmente deixam de ser alérgicas depois daquelas que apresentavam sintomas de urticária em volta da boca.

Como a alergia pode ser diagnosticada?
A alergia pode ser diagnosticada por intermédio de diversos testes, incluindo os seguintes:
1. Teste de supressão: Suspensão do leite de vaca da alimentação e observação do desaparecimento dos sintomas. Se após a reintrodução do leite ocorrer o reaparecimento dos sintomas, o problema é de alergia.
2. Teste de provocação cutânea: Consiste em colocar pequenas gotas de leite diluído em água no antebraço ou nas costas e fazer um pequeno arranhão com uma agulha (esterilizada) na pele através da gota, verificando a reação ocorrida. Este procedimento deve ser realizado por um médico especializado. A reação de inchaço e de brilho depois de 15 minutos indica que o paciente é alérgico ao leite. Este método tem sido usado para testar se alguns alimentos (leite de vaca, leite de cabra) e formulados (proteínas de soja, hidrolisado de proteínas, hidrolisado de caseína) apresentam reações alérgicas na pele. O controle negativo é feito com solução salina e o controle positivo é feito com histamina. O tamanho da reação com a histamina normalmente é de 5 mm.
Este teste é mais barato do que o teste do sangue e pode ser feito no gabinete do médico. Entretanto, o teste da pele pode apresentar resultados errôneos quando realizado em crianças com menos de 18 meses.
3. Teste de sangue (RAST, ou RadioAllergoSorbent): Uma pequena amostra de sangue é retirada e enviada para um laboratório especializado. Porém, este teste não é perfeito, pois pode apresentar resultados falsos positivos e falsos negativos. Entretanto ele não causa riscos maiores para a criança e seria apropriado para crianças com história na família de reações alérgicas que podem causar choque anafilático.
Somente as reações ao leite que ocorrem após poucos minutos podem ser diagnosticadas com a da análise de sangue ou teste na pele, porque estes testes detectam a IgE que está envolvida na reação imediata. Cerca de 60% das reações ao leite são do tipo de reação tardia e, talvez, não apresentem resultados positivos nas análises de sangue ou pele.

Quais são os alimentos que podem causar alergia com mais freqüência?
O leite, ovo, crustáceos, peixes, nozes, trigo, frutas cítricas e amendoim são os alimentos que causam a maioria dos problemas de alergia. A alergia ao leite pode começar em qualquer idade, mas é mais comum em crianças com problemas de alergia na família. Felizmente, a alergia na maioria das crianças tende a diminuir ou desaparecer dos quatro aos seis anos.

Quais são os tipos de alimentos que uma criança comprovadamente alérgica pode consumir?
Antes de começar a oferecer à criança alérgica qualquer alimento diferente, é recomendável, por razões de segurança, que seja testada a antigenicidade do alimento. Pode-se utilizar um dos testes utilizados para determinar se o alimento pode causar alergias. Um formulado é chamado de “hipoalergênico” quando não causa sintomas alérgicos em pelo menos 90% de crianças comprovadamente alérgicas às proteínas do leite. Normalmente os seguintes tipos de fórmulas hipoalergênicas são utilizados:
1) Fórmulas com caseína e proteínas do soro hidrolisadas;
2) Fórmulas com outras proteínas hidrolisadas (carne e soja);
3) Fórmula com proteína de soja;
4) Fórmulas com carne de frango triturada;
5) Fórmula completa com aminoácidos misturados.
As fórmulas baseadas em caseína extensivamente hidrolisadas têm sido utilizadas por mais de 40 anos. Nestes formulados, a fonte de nitrogênio está presente na forma de peptídeos e aminoácidos livres. Eles apresentam baixas reações clínicas de alergia, têm sabor desagradável e são caros.

Os formulados com proteínas do soro extensivamente hidrolisadas são relativamente mais novos, sua fonte de nitrogênio são peptídeos e são mais palatáveis do que as formulas com caseína hidrolisada.
Os formulados com proteínas parcialmente hidrolisadas podem ser menos alergênicos do que o leite de vaca (menor percentual de alergia em uma mesma população), mas contêm polipeptídeos que podem causar sintomas de alergia em cerca de 50% das crianças que apresentam alergia às proteínas do leite.
Portanto, elas não são recomendadas para essas crianças.

Quais são os sintomas da intolerância à lactose?
Os sintomas mais comuns da intolerância à lactose são náusea, dores abdominais, diarréia ácida e abundante, gases e desconforto. A severidade dos sintomas depende da quantidade ingerida e da quantidade de lactose que cada pessoa pode tolerar. Apesar de os problemas não serem perigosos, eles podem ser bastante desconfortáveis.

Quais são os tipos de intolerância à lactose?
Existem dois tipos básicos de intolerância à lactose: a genética e a adquirida. A intolerância genética é maior em determinadas raças de seres humanos. Assim, são intolerantes genéticos à lactose cerca de 90% dos asiáticos (chineses, japoneses, filipinos, coreanos etc.), 75% dos negros, árabes, judeus, gregos cipriotas, esquimós, índios e cerca de 15 % dos europeus. A intolerância genética, entretanto, só aparece após alguns anos de vida, dois a três anos, por exemplo, apesar de haver raras exceções. Crianças de qualquer raça com menos de um ano, normalmente, são tolerantes à lactose. A intolerância aparece depois.

A intolerância adquirida ocorre quando houver fatores que possam causar doenças digestivas que promovem inchaço
das vilosidades do intestino, que escondem a lactase e não deixam que ela exerça a sua função de hidrolisar a lactose. Neste caso, os mesmos sintomas de diarréia abundante e gasosa também ocorrerão. O inchaço das vilosidades pode ocorrer devido, por exemplo, à ingestão de alimentos contaminados (intoxicação, por exemplo), diarréia infecciosa, doença celíaca e parasitas, que poderão causar irritação do intestino. As crianças, cujos intestinos são ainda delicados, são especialmente vulneráveis à intolerância adquirida.
Entretanto, quando o problema inicial for resolvido (irritação das vilosidades), a pessoa deixa de ser intolerante à lactose, pois a enzima poderá continuar a exercer normalmente a sua função. Nos casos de intolerância adquirida, o leite e outros alimentos que tenham lactose devem ser removidos da alimentação até a normalização do intestino. Afortunadamente, todos os bebes voltam a ser tolerantes à lactose após a cura do problema original.
A intolerância adquirida à lactose é, portanto, reersível, enquanto que a intolerância genética é irreversível.
Outro tipo de intolerância é aquele decorrente de cirurgias, quando, por exemplo, uma parte do intestino é removida. Neste caso, a quantidade de lactase no intestino pode se tornar insuficiente para hidrolisar a lactose, mesmo se, anteriormente à operação, a pessoa era tolerante à lactose.

Como se pode diagnosticar a intolerância à lactose?
A intolerância à lactose pode ser diagnosticada por diversos testes, incluindo:
1. O teste de tolerância, que consiste em fornecer lactose pura ao paciente e a concentração de glicose no sangue é monitorada por duas horas. Se a pessoa for tolerante à lactose a concentração de glicose no sangue aumenta, e se for intolerante ela aumenta muito pouco ou não aumenta. Este teste não é usado em crianças muito novas, pois a grande carga de lactose pode causar diarréia e desidratação, acarretando problemas sérios.
2. A monitoração da quantidade de hidrogênio nos gases exalados pela respiração, após a ingestão da lactose. O hidrogênio é produzido pela fermentação da lactose pelas bactérias quando ela chega ao intestino grosso, onde não deveria chegar. O hidrogênio é absorvido pelo intestino, transportado pela corrente sangüínea até os pulmões e, então, exalado pelo ar que sai. Se o paciente consumir leite, por exemplo, e se a concentração de hidrogênio do ar exalado aumentar, isto indica que a lactose não foi propriamente digerida. Este teste não é usado em crianças muito novas, pois a grande carga de lactose pode causar diarréia e desidratação. Alguns medicamentos e alimentos, além de cigarro, podem interferir neste teste.
3. O teste da acidez das fezes é realizado para se determinar se a lactose chegou ao intestino grosso, o que produz ácido lático e outros ácidos que acidificam as fezes. Este teste é útil em crianças muito novas e pode fornecer alguma idéia se a criança é intolerante à lactose.

Quanto tempo leva para aparecerem os sintomas da intolerância à lactose?
Os sintomas podem levar de alguns minutos até muitas horas para aparecer. A peristaltase, ou seja, o movimento muscular que empurra o alimento ao longo do estômago pode influenciar o tempo para o aparecimento dos sintomas.

Como tratar a intolerância à lactose?
Felizmente, a intolerância à lactose é muito fácil de ser contornada. Nenhum tratamento existe para aumentar a capacidade de produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados pela dieta. Crianças muito novas que são intolerantes não devem comer alimentos com lactose. Mas a maioria dos jovens e dos adultos não precisa evitar a lactose completamente.
As pessoas diferem nas quantidades de lactose que podem ingerir: alguns podem tomar um copo de leite sem problemas, mas não podem tomar dois copos. Outros podem consumir queijos curados, mas não podem consumir queijos frescos. O controle da dieta para as pessoas intolerantes depende de se experimentar os limites que cada um suporta, usando a tentativa e erro.
Para aquelas pessoas que reagem a pouca quantidade de lactose, é possível encontrar no mercado leite cuja lactose foi hidrolisada na indústria, antes de ser comercializado. Já existe no mercado brasileiro leite UHT hidrolisado, ou com baixo teor de lactose, sendo produzido por diversas empresas. Este tipo de leite é semelhante ao leite UHT, com sabor normal, contendo todos os nutrientes do leite, apesar de ser um pouco mais doce. Já existe também o leite hidrolisado em pó. O leite hidrolisado pode ser usado para fazer iogurte, bolos, pudins etc. e não causará problemas de intolerância.
Um desenvolvimento recente são pastilhas mastigáveis contendo lactase, que ajudam as pessoas a digerir alimentos sólidos contendo lactose. Três a seis tabletes são ingeridos antes da ingestão do produto contendo lactose.

O que é a lactose “escondida”?
A lactose pode ser ingrediente de diversos alimentos, e as pessoas que apresentam tolerância muito baixa à lactose podem apresentar os sintomas, mesmo quando ingerirem quantidades muito baixa. Deve-se ler com atenção os rótulos dos alimentos, incluindo os ingredientes. Preste atenção em subprodutos do leite, incluindo, soro, leite em pó etc.

Eu tenho intolerância à lactose, eu deveria desistir dos produtos de laticínios?
Certamente não. Além de não ser necessário, não é uma boa idéia. Adultos e crianças precisam dos nutrientes do leite para se manter saudáveis. Existem diversos meios de você se alimentar de produtos de laticínios sem apresentar os desconfortos da intolerância. Tente descobrir seu próprio nível de intolerância à lactose. Experimente beber pequenas quantidades de leite de uma vez e, então, beba mais vezes durante o dia. Beba o leite com outros alimentos e não com o estômago vazio. O leite integral é melhor tolerado porque ele é digerido mais lentamente do que o leite desnatado. Produtos como o iogurte e queijos curados podem ser melhor tolerados. Experimente o leite hidrolisado.


Texto:
Sebastião Cesar Cardoso Brandão, Engenheiro Químico, Ph.D. Laticínios
Colaboração:
Milede Abdo Lacerda Matedi, Médica Pediatra
Maria das Graças Lacerda Oliveira Cardoso, Econ. Dom., Especialista em Saúde Pública

Amamentação sem Mistério - Trailer

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A placenta e suas funções

A PLACENTA




A placenta é um orgão fundamental no desenvolvimento do embrião, ela nasce junto com ele, depois que o ovo fecundado se implanta na parede uterina. Mas, só se desenvolve completamente na 16ª semana. Ela fixa-se na parede do útero como uma esponja e tem duas faces:

- Face materna ( corion ): Agarrada à parede uterina.

- Face fetal ( amnio): Voltada para o feto, ligada a ele pelo cordão umbilical.

Na placenta há uma espécie de concentração de vasos sanguíneos que pertencem à mãe e ao feto, porém eles nunca se misturam.

A placenta promove trocas fisiológicas entre a mãe e o feto. Sua principal função é fornecer nutrição  ( glicose, proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais ) e oxigênio ao feto, atuando como pulmão, rim, intestino, hipófise e parcialmente como fígado e adrenal.
Outra função muito importante da placenta é proteger o feto, pois dela saem membranas que formam o saco amniótico ou bolsa das águas, que contem líquido amniótico e envolvem o feto, e produzir hormônios para manter a gravidez como a progesterona e a gonadotrofina coriônica ( HCG ) que se apresenta no sangue e na urina indicando a gravidez.
Na placenta há uma espécie de concentração de vasos sanguíneos que pertencem à mãe e ao feto, porém eles nunca se misturam.
A placenta pode estar mal localizada ( Placenta Prévia ), ou soltar-se antes do tempo (Descolamento Prematuro de Placenta ).

DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA - DPP

É o desprendimento precoce de parte ou de toda a placenta que se encontra em posição normal na cavidade uterina. A separação ocorre na área da decídua basal após 20 semanas de gestação e antes do parto.

ETIOLOGIA

Aproximadamente 1/3 dos bebês nascidos de mulheres com DPP morrem. Mais de 50% dessas mortes resultam do nascimento prematuro ou hipóxia.
A causa do DPP é desconhecida. Porém, as mulheres com hipertensão arterial, doenças cardíacas, diabetes, toxemia gravídica ou doença reumatóide, que sofrem traumas e que fazem uso de cocaína tem uma maior probabilidade de ter um DPP.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


A separação pode ser parcial ou total. O sangramento pode ser externo ( pela vagina ) ou ficar retido ( hemorragia retroplacentária ) ou ocorrer as duas situações simultaneamente.

Os sintomas dependem do grau de descolamento da placenta e da quantidade de perda sanguínea. Em geral temos:
- Sangramento vaginal ( 70% a 80% ), algia abdominal contínua e à palpação.
- Sensibilidade uterina e contração.

Obs.: A gestante pode não apresentar esses sintomas e estar com DPP silencioso.

O sangramento pode resultar em hipovolemia materna ( choque, oligúria, anúria ).
O sangramento miometrial extensivo danifica a musculatura uterina. O sangue acumula-se entre a placenta deslocada e a parede uterina, provocando o útero de couvelaire. O útero apresenta-se avermelhado, arroxeado, equimosado e sem contratilidade.

DIAGNÓSTICO

Geralmente é confirmado através da ultra-sonografia. Se houver história de traumatismo pode ser necessário laparotomia.


CLASSIFICAÇÃO

O DPP é dividido em 3 graus. Essa divisão é feita segundo a gravidade.

Grau I ou leve: Apresenta sangramento vaginal, com sensibilidade uterina e leve tetania. Mas não há sofrimento fetal. Aproximadamente 10% a 20% da área superficial está descolada.
Grau II ou moderado: Apresenta sangramento vaginal, sensibilidade uterina e tetania. Há sofrimento fetal e a gestante entra em choque. Aproximadamente 20% a %0% da área de superfície da placenta esta descolada.
Grau III ou grave: A tetania uterina é intensa. A gestante está em choque e o feto está morto. Acima de 50% da área de superfície da placenta está descolada.

TRATAMENTO

§ Repouso ao leito, exceto quando o sangramento é potencialmente letal, quando o feto apresenta sofrimento ou quando a gestação está próxima do termo;

§ Monitorização da freqüência cardíaca fetal;
§ Transfusão sanguínea e reposição do volume de líquido;
§ Antibióticos ( pela susceptibilidade a infecções causada pela perda sanguínea );
§ Uso de corticosteróide para acelerar a maturidade pulmonar fetal;
§ Reposição de sangue e do volume de líquido;
§ Parto cesáreo (quando o sangramento persiste ou piora );
§ Apoio emocional.


AÇÕES DE ENFERMAGEM

§ Exame físico;

§ Verificação constante de sinais vitais;
§ Cateterismo vesical de demora;
§ Pulsão venosa em veias calibrosas;
§ Mensuração do fundo uterino;
§ Observação constante.

PLACENTA PRÉVIA - PP

Placenta Prévia é a implantação da placenta na parte inferior do útero, podendo localizar-se acima do colo do útero ou próximo dele.
É uma complicação do segundo trimestre de gravidez, mas que pode ocorrer desde o começo da gravidez. Nesse caso a mulher apresenta sangramento periódico que pode estar associado à posição do corpo e ao esforço que faz.

INCIDÊNCIA

A PP ocorre em 1 de cada 200 partos. Fatores como multiparidade, idade materna ou cicatrizes uterinas aumentam a incidência de PP. Qualquer movimentação no orifício interno do útero pode provocar descolamento da placenta e sangramento, porque ela possui um tecido extremamente vascularizado.

TIPOS DE PLACENTA PRÉVIA


Central ( também chamada de Total ou completa ): Quando recobre toda a área do orifício interno.
Parcial: Quando recobre parte do orifício.
Marginal: Quando a margem placentária atinge a borda do orifício interno, sem ultrapassá-lo. É causa comum de sangramento nos últimos meses de gestação.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


Sangramento vaginal indolor devido à separação das partes da placenta que estão próximas do orifício interno do útero ou cobrindo-o.

DIAGNÓSTICO
Através da ultra-sonografia o médico irá diferenciar a PP de um DPP.

TRATAMENTO
Repouso absoluto ( sangramento leve e parto não iminente);
Transfusão sanguínea, ( quando o sangramento é intenso );
Cesariana ( para evitar anóxia fetal );
Antibióticos ( se necessário );
Antiespasmódicos, para evitar a contração uterina;
Deambulação, quando o sangramento cessar.

COMPLICAÇÕES

Sangramento intenso;
Descolamento precoce quando em trabalho de parto causando anóxia fetal ( se não for realizada a cesariana ).

AÇÕES DE ENFERMAGEM


§ Exame físico;
§ Verificação de sinais vitais;
§ Pulsão venosa;
§ Observar sinais de choque;
§ Apoio emocional;
§ Observação constante.

Referência Bibliográficas:


1. Lowdermilk, Deitra Leonarde; Perry Shannon E.; Bobok, Irene M. O Cuidado em Enfermagem Materna. 5ª Ed., Porto Alegre – Art-Med Editora, 2002.


2. GATTORNO, Escola de Formação Técnica Profissional Rosa. Manual Curricular para Formação do Técnico em Enfermagem, Módulo II, 2ª Ed., 261-268, 2005.

Fonte: http://www.sintomasdagravidez.com/conteudo/placenta-e-suas-fun-es
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