terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Noticia: Açúcar também é tóxico


Gente, coloco a noticia abaixo para adquirirmos mais conhecimento, e prestarmos mais atenção na alimentação. Quem me conhece, sabe que sou a favor de moderação, e não de neuras, ok? Meus filhos são alérgicos a corantes, portanto, não veem tantos alimentos industrializados em casa. Se eles querem, claro que querem, já experimentaram antes de sabermos do problema, mas não damos. Sucos prontos, pegamos os orgânicos, ou os que não tem o corante amarelo e vermelho. Mas não é por causa disso que tiramos tudo, mas eles comem bem menos vezes do que uma criança normal. Pais, ficar atento ao que oferecemos aos nossos filhos, também é cuidar e amar. Leiam a matéria:

Em excesso, ele pode trazer uma série de problemas para a saúde do seu filho no futuro

Ana Paula Pontes
 Shutterstock











Você controla a quantidade de doces que seu filho consome diariamente? Saiba que o açúcar está tão na mira dos pesquisadores que eles acreditam que o ideal seria que ele fosse regulado, como uma toxina. Um artigo publicado na revista Nature, chamado The Toxic Truth About Sugar (A Verdade Tóxica sobre o Açúcar), reforça que o açúcar e outros adoçantes podem provocar problemas cardíacos, aumento da pressão, colesterol, diabetes, insuficiência hepática. 

Mas fique tranquila. Aqui estamos falando do excesso. E mais, segundo Rubens Feferbaum, pediatra e nutrólogo do Hospital Infantil Sabará (SP), nos Estados Unidos o problema é maior porque a frutose, que potencializa problemas renais e cardiovasculares, é muito utilizada no país em diversos produtos, como refrigerantes. No Brasil, é a sacarose, mas os riscos também existem. 

Para Rubens, as bebidas açucaradas são grandes vilãs. Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisas do Hospital Infantil Sabará, com 800 pessoas entre 3 e 17 anos, revelou que as bebidas açucaradas, como sucos de caixinha (néctar), refrigerantes, refrescos em pó, entram muito cedo na dieta da criança e viram hábito na vida delas. “Descobrimos que cerca de 20% das necessidades calóricas diárias dos adolescentes vêm do açúcar dessas bebidas”, diz Rubens. Isso quer dizer que, se o seu filho tem o hábito de tomar um “suquinho” a toda hora, é caloria que ele está ingerindo o tempo todo, que vai ser somada com o que ele come ao longo do dia. Além disso, reforça o especialista, essas bebidas elevam a glicemia e insulina rapidamente, o que pode ocasionar em reações inflamatórias crônicas, levando a problemas como hipertensão, arteriosclerose. 

Por isso, vale o alerta: para matar a sede, água! “Muito se pergunta sobre o que as crianças comem, mas pouco se pergunta sobre o que elas bebem. Grande parte do sobrepeso e obesidade é pelo que se bebe”, afirma Rubens. Sabe aquele achocolatado na mamadeira ou um suquinho adoçado para acalmar a criança? Esqueça. 
Menos açúcar, mais alimentos saudáveis
Não existe idade ideal para introduzir o açúcar na dieta do seu filho. O melhor é postergar o quanto você puder. “Não há necessidade de adição de açúcares, desde que alimentos como grãos, cereais, frutas, legumes e tubérculos, que tem açúcares mais ou menos complexos em sua composição, façam parte da dieta”, diz Rubens. Isso porque, junto com proteínas e gorduras, são suficientes para as necessidades de gasto energético diário e de crescimento. É preciso equilíbrio. Sucos de laranja, por exemplo, não precisam ser adoçados. Deixe para colocar açúcar naqueles que realmente precisam, como os de limão.

Light e diet para crianças?

Se você acha que, para amenizar o consumo da quantidade de açúcar, a saída é oferecer produtos diet e light para o seu filho, atenção! 

Diet é um produto feito para crianças e adultos que têm restrição de determinado nutriente, que pode ser tanto o glúten, o sódio, o açúcar. Só que para adoçar o alimento, no caso dos sucos, por exemplo, é usado o adoçante – e ainda não há pesquisas que mostrem qual a quantidade segura que as crianças podem usar sem que isso tenha um impacto em sua saúde no futuro. Além disso, um chocolate diet pode ter ainda mais gordura do que o normal, desequilibrando a composição nutricional do seu filho. “Liberamos para aquelas que têm diabetes, por exemplo”, diz Maria Emília Suplicy, nutricionista do Hospital Pequeno Príncipe (SP). 

Já os produtos light, que têm redução de açúcar e/ou gordura e sal, também devem ficar restritos àquelas crianças que precisam de uma dieta com menos calorias. Vale lembrar que os produtos que precisam ser adocicados também têm em sua composição o adoçante, como os diets. Por isso, vale o alerta: “Por que utilizá-los quando a criança tem uma alimentação sadia e equilibrada?”, diz Rubens. #ficaadica!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

As mudanças físicas e emocionais no terceiro trimestre da gravidez

Para as gestantes que estão na reta final,  entenderem as mudanças físicas e emocionais, e perceberem que é tudo normal.  



Ao mesmo tempo que desejam que os meses passem rápido por causa do peso na barriga, das dores nas costas, das noites insones, dos pés inchados, as grávidas também não querem se desfazer da barriga, das atenções que essa condição determina. E isso também significa passar pelo parto, sempre uma fonte de preocupação para mães. Essa ambiguidade acaba atenuada pelo próprio bebê. No início do sétimo mês, embora ele esteja grande, ainda tem espaço para se movimentar. E como se mexe! É uma delícia senti-lo, mas a sensação pode tornar-se incômoda logo. A partir do oitavo mês, as grávidas costumam reclamar que o bebê coloca o pé na costela, provocando dor e falta de ar. "Nessa fase, a criança tem pouco espaço e, quando se estica, o útero encosta no fígado, causando uma dor que a mãe interpreta como se fosse na costela", diz a ginecologista Rosa Ruocco. Basta empurrar o bebê para o lado esquerdo que melhora. 

Os seios voltam a crescer. É provável que comecem a eliminar colostro, uma secreção meio branca ou meio amarelada, rica em anticorpos, que vai alimentar o bebê nos primeiros dias depois do parto. 

Com o crescimento do útero, o estômago fica mais achatado e abriga menos alimentos. Se a grávida come demais, pode vomitar. E, se ela deitar depois de comer, pode sentir um gosto azedo na boca. É o retorno do suco gástrico, o refluxo. Uma forma de driblar esse incômodo é se alimentar mais vezes ao dia, em pequenas quantidades. E evitar frituras, temperos fortes e bebidas gasosas, que predispõem à azia. 

Reta final 
Agora, as grávidas parecem maratonistas. A respiração fica mais curta e freqüente. A falta de ar é causada pela pressão do ventre desenvolvido sobre o diafragma. O crescimento do bebê também aperta a bexiga, podendo levar a perdas involuntárias de pequenas quantidades de urina ao tossir, correr, rir ou fazer algum esforço. A melhor prevenção é urinar com freqüência. Cãibras são comuns no período final da gestação e podem ser sintoma de falta de cálcio e potássio. Quando for atacada por cãibras, massageie a parte do corpo afetada e faça alongamento. 

Você pode ainda se queixar de dor na bacia e nas costelas porque os ossos dessa região passam por uma acomodação para o parto. "Eles se abrem um pouquinho. A movimentação é quase imperceptível, porém dolorida ", avisa Rosa. É possível também sentir dor nos ossos, na altura da vagina, porque o bebê vai descendo e se encaixando. "Esse movimento pressiona os ossos do baixo-ventre causando uma dor que se irradia pela região", explica a ginecologista. É o corpo já se preparando para expulsar o bebê. Fique atenta aos sintomas do trabalho de parto. Eles nem sempre são claros, resultando em ansiedade e aumentando o mistério sobre o fim da gestação. Segundo pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, fetos de ratos liberam uma proteína dos pulmões, desencadeando o trabalho de parto. A substância sinaliza que os ratinhos podem respirar fora do útero. Os cientistas acreditam que em seres humanos ocorra o mesmo. Mas não se arriscam a confirmar. Pesquisas em humanos envolvem risco de aborto. Um preço muito alto a pagar. 

Medos e ansiedades 
O último trimestre também pode ser um período de temores para muitas grávidas. Para outras, apenas de certa apreensão ou ansiedade com a proximidade do parto. Mães de segundo filho costumam ficar apreensivas com o futuro - dar conta das duas crianças - ou dirigem sua preocupação à reação que o primogênito poderá ter com a chegada do irmão. Certas gestantes enfrentam o receio do marido de machucar o bebê durante a relação sexual. "Ele acaba rejeitando o sexo, e ela pensa que é porque está gorda", diz a psicanalista Maria Cristina. Seja qual for sua preocupação, leve-a para o médico. Mesmo que ele não tenha todas as respostas, você vai se sentir aliviada por conversar.


Fonte

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Noticia: Bebê que come papinha dada com colher fica mais gordo


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Deixar a criança comer alimentos sólidos com as próprias mãos leva à preferência por cardápio saudável, diz estudo feito na Inglaterra


RICARDO BONALUME
NETODE SÃO PAULO

Mamães, seu bebê é mais esperto do que você pensa quando se trata de aprender a comer comidas sólidas. Aliás, ele é até mais esperto do que você mesma na hora de ser desamamentado.

O bebê que escolhe sua própria comida com as mãos tem menos chance de virar uma criança obesa do que aquele que ficou recebendo papinha de colher da mãe, revela uma pesquisa britânica.

O estudo foi publicado na revista científica "BMJ Open" por Ellen Townsend e Nicola Pitchford, da Universidade de Nottingham, Reino Unido. A "BMJ Open" é uma revista de acesso público do grupo que edita a prestigiosa "BMJ" ("British Medical Journal").

Foram estudadas 155 crianças entre vinte meses e seis anos e meio de idade; seus pais responderam a um questionário sobre os hábitos de alimentação dos petizes.

Desse grupo, 92 eram bebês cujos pais deixavam a seu critério a alimentação.

O bebê tinha uma escolha de alimentos na sua frente e pegava o que queria comer. Isso costuma acontecer aos seis meses de idade. A princípio, o bebê apenas lambe a comida, antes de decidir por mastigá-la.

Os outros 63 bebês não tinham escolha. Era a mãe que enfiava a comida pastosa, as papinhas de vários tipos de alimento, nas suas bocas, com colher, o método do "olha o aviãozinho".

PREFERÊNCIAS

Os bebês que se alimentavam sozinhos, revelou o estudo, comiam mais carboidratos e alimentos saudáveis que os seus colegas que recebiam comida de colher.

Eles também gostavam mais de proteínas e de alimentos integrais do que as crianças que comiam papinha amassada.

Já a turma da colher curtia mais alimentos doces -apesar de as mães oferecerem a eles mais opções de alimentos como carboidratos, frutas, vegetais e proteínas do que a turma que pegava a comida sozinha.

Não deu outra: a turma da colher teve maior índice de crianças obesas do que a que pegava a comida com as próprias mãos.

"Apresentar os carboidratos às crianças em seu formato completo de alimento, como torradas, em vez de em forma de purê, pode ampliar a percepção de características tais como a textura, que é mascarada quando o alimento está na forma de papinha", escreveram os autores.

Segundo eles, pesquisas anteriores já mostraram que a apresentação da comida influencia significativamente as preferências alimentares.

Eles também afirmam que os carboidratos podem ter tido destaque na preferência dos bebês por serem mais fáceis de mastigar do que alimentos como a carne.

"Nossos resultados sugerem que a introdução de alimentos guiada pelo bebê promove preferências por comida saudável no começo da infância que podem proteger contra a obesidade. Essa descoberta é importante dados os problemas sérios com obesidade infantil que afetam muitas sociedades modernas", escreveram os pesquisadores.

MÃE NERVOSA

A "ansiedade" da mãe em ter um filho em boas condições de saúde pode levar a exageros na alimentação do bebê, segundo Ary Lopes Cardoso, chefe da Unidade de Nutrologia do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP.

"A mãe quer ver o filho gordinho. As crianças ficam obesas pela proteção excessiva."

A orientação que ele e outros profissionais de saúde dão às mães é semelhante à que o novo estudo sugere: a criança tem que mostrar a vontade de comer e ser alimentada adequadamente, sem exageros motivados pela ansiedade.

Fonte: Folha de São Paulo - Saude

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/24397-bebe-que-come-papinha-dada-com-colher-fica-mais-gordo.html

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A volta pra casa- por Deny Doula


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A volta para casa, após o nascimento do bebê nem sempre é aquele mar de rosas com o qual tanto sonhamos.
As fantasias de um bebê tranqüilo, sorridente, de uma mulher cheirosa, bem humorada, de unhas feitas caem por água abaixo logo nos primeiros dias, dando lugar à uma sensação de impotência e de fracasso.
Com a suspensão repentina de alguns hormônios da gravidez, a instabilidade emocional reaparece, acompanhada de falta de concentração, cansaço, medo, sentimentos de incapacidade e conseqüentemente de culpa por não estar conseguindo cumprir o papel de mãe perfeita que a sociedade nos cobra.
A mulher muitas vezes vive a maternidade por 24 horas, esquecendo de si mesma, da família e dos amigos. Não encontra tempo para mais nada que não seja cuidar do bebê. Sem perceber, acaba virando escrava da maternidade. Os problemas conjugais vêm à tona, os amigos se afastam, a vida social ..(o que é isso?) acabou de vez, e por aí vai...É nessa hora que aparece um terrível arrependimento pela opção de se ter um bebê.
Mas será que é tão difícil conciliar a maternidade com trabalho, casamento, beleza, vida social, etc?
Não! Isso é mais fácil do que se imagina. Basta ter paciência e planejamento.
Os primeiros dias realmente são mais difíceis. Mãe e bebê estão em adaptação mútua e também à nova vida. Por isso, é importante que a mulher respeite e também se dê esse tempo de adaptação, procurando conhecer seu bebê, seus gostos, suas necessidades e limitações.
Não exigir demais de si e jamais ultrapassar o seu limite.
Não hesitar em pedir ajuda quando precisar. Afinal de contas, ninguém é de ferro. O ideal é que o parceiro a ajude. Isso ajuda a reforçar o vínculo familiar.
Valorizar essa ajuda do parceiro. Muitos homens gostam de se sentir importantes no cuidado com os bebês.
Conversar muito com seu parceiro. O diálogo é a melhor forma para se expor os sentimentos e mostrar as insatisfações. Isso ajuda a relaxar e fortalece o relacionamento.
Quando estiver em um ambiente social, não fale só do bebê. Procure ter assuntos variados.
Procure se gostar. Cuide-se, relaxe.
Faça caminhada ou qualquer outro exercício físico. Faz bem para o corpo e para a mente.
Estabeleça uma rotina para seu bebê. Banho, mamadas, passeio, soninho, de preferência sempre na mesma hora, pois assim ficará mais fácil de você se organizar para uma ida às compras, um encontro com amigas, ou namorar um pouco e deixar seu bebê com alguém de sua confiança. O fato de você estar amamentando, não impede que você concilie tudo isso. A regra continua a mesma.
Faça programas em que seu bebê possa participar e que não o deixem estressado. Evite lugares com alto índice de aglomeração e barulho. Dê preferência aos passeios ao ar livre. 
Lembre-se que o núcleo familiar está se adaptando à nova vida. Adaptações requerem algumas renúncias, mas jamais se anule como mulher, amiga, esposa, profissional, ou mãe. Tenha paciência e disciplina que você consegue!



Retirado Daqui

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Chá para o parto- Chá da Naolí

Essa receita de chá pode ser tomado durante o parto para aquecer, estimular, relaxar e energizar o corpo da mãe. Após as 40 semanas, ele também serve para estimular o início do trabalho de parto.
Para quem não sabe, Naoli Vinaver é parteira mexicana que atualmente mora aqui em Florianópolis/SC. Eu tive o prazer de conhecê-la pessoalmente e de participar de um curso que ela deu de 4 dias, sobre gestação,parto e pós-parto. Falamos de muitaaaa coisa, e uma delas foram os chás. Essa é uma receita mais simples e fácil de fazer. Cris Doula
Ferva 1 litro de água e adicione os seguintes ingredientes, deixando tudo abafar por 15 minutos:

• 03/02 paus de canela.
• Um bom pedaço de chocolate, o mais puro possível.
• 5-10 bolas de pimenta negra inteiras
• 3 folhas de abacate, secas ou frescas.
• 1-2 raminhos de alecrim, de preferência fresco, mas pode ser seco.
• açúcar mascavo a gosto ou mel para a taça antes de beber.
Ingredientes opcionais para melhorar o efeito das contrações:
• fatias de gengibre fresco.
• 1-2 colheres de chá de pó de pimentão vermelho.
• orégano, manjericão e tomilho em quantidades de meia colher de chá.
Postado por Rê Olah alterado por mim.
Fonte: Clique! 
Retirado do site Cris Doula

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Em ritmo de carnaval!!!



Marchinha do mamazão

Por Ana Luisa Doula e Ligia Moreiras Sena (inspirado nas marchinhas da Parto do Princípio)

Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar
Não da chupeta, não dá chupeta
Não dá chupeta pro bebê poder falar!
Dorme, filhinho, do meu coração
Mamãe tá aqui do lado, não precisa choro não
Eu tenho um bebê que quando quer mama
E depois do mamazinho já fechou sua pestana

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sete razões para não marcar o seu parto



Compreendo a opção pela cesárea; entendo de onde vem o receio de parir um bebê, sei da falta de informação e de apoio (do médico, da família, da sociedade) ao parto normal e me conformei com a visão vigente de que a via cirúrgica é uma alternativa aceitável. O que não entendo e não vou aceitar nunca é a banalização das cirurgias agendadas sem indicação, às vezes com 36 semanas, como no caso de uma amiga virtual de Facebook, que revelou seu desespero ao saber que sua cunhada, por sugestão do obstetra, havia agendado sua cesária para antes das 37 semanas. Essa criança provavelmente nascerá prematura, precisará passar tempo na UTI neonatal, terá dificuldades iniciando a amamentação, receberá complemento… Enfim, sua vida não terá um começo fácil. O mais triste é que tudo poderia ter sido evitado se seus pais tivessem esperado sua hora de nascer.
Abaixo, ofereço sete motivos para você esperar os primeiros sinais de que o seu bebê esteja pronto para vir ao mundo ao invés de cair no conto do vigário (ou seja, do “lobo cesarista”) e marcar uma cesárea “de emergência” para daqui a uma semana (isso não é emergência – é conveniência, tá?).
1. Saúde
A saúde sempre vem em primeiro lugar, não é mesmo? Toda mãe deseja, antes de mais nada, que o filho seja saudável. Todo obstetra se orgulha em dizer que preza pela saúde do bebê (muitos até usam isso como desculpa para desencorajar o parto normal, o que é uma ignorância e uma covardia sem tamanho, mas isso é outra história). A literatura médica é categórica: cesáreas eletivas feitas antes de completar 39 ou 40 semanas aumentam significativamente (entre 300 e 500%) o risco de problemas de saúde no bebê, especialmente respiratórios (que podem persistir durante toda a infância), mas também de icterícia (que dá ao recém-nascido um aspecto amarelado e está relacionado ao acúmulo de bilirrubina no sangue) e dificuldades para amamentar. Para todo bebê que nasceu “sem sequelas” numa cesárea de 37 semanas (que não é considerado prematuro, mas que poderia ter ido até 40, 41 ou 42 semanas – ou seja, é sim pré-termo), há vários que precisaram de ficar “em observação” por dificuldades respiratórias ou precisaram receber complemento no berçário ou que precisaram de fototerapia por icterícia e achamos isso “normal” porque, infelizmente, a prematuridade tardia (entre 34 e  36 semanas +6 dias) e o a termo precoce (entre 37 e 39 semanas) se tornaram comuns na nossa sociedade. Porém as evidências demonstram algo inconveniente: os males de saúde aumentaram depois que nós começamos a adiantar o nascimento dos nossos filhos. O que me leva, necessariamente, ao próximo ponto.
2. Ética
Clamamos por um mundo com muito mais ética. Demandamos isso dos políticos e dos empresários, mas, por alguma razão, simplesmente acreditamos piamente na ética do nosso médico. De certo modo, faz sentido. Afinal, o médico é alguém que escolheu preservar e proteger a vida e, teoricamente, por uma causa nobre. Fez o milenar juramento hipocrático, onde promete “não causar dano ou mal a alguém”. A verdade, pelo menos na obstetrícia, não é bem assim. A prematuridade iatrogênica (causada pelo procedimento médico e não natural – ou seja, por partos agendados) está aumentando assustadoramente. É por causa dela que os índices de prematuridade são muito maiores nas regiões sul e sudeste (curiosamente, aonde tem mais cesáreas). Infelizmente, a lei do mercado se sobrepôs ao juramento de não fazer mal e muitos médicos (não todos, mas muitos) –  para maximizarem seus rendimentos e para não precisarem acordar de madrugada nem deixarem de viajar no feriado – agendam partos na 37a semana, mesmo conhecendo as estatísticas acima. Há uma falta de punição para esse tipo de comportamento e, portanto, cada vez mais profissionais agem desta maneira condenável. Se você acredita na ética e no que é correto, você pode ajudar o seu médico a não desrespeitar o juramento que fez e não concordar em marcar uma cesárea antes da data. E lembre-se: mesmo que 37 semanas não seja considerado prematuro, a não ser que você tenha feito tratamento para engravidar e saiba exatamente o dia em que ovulou e/ou engravidou, a idade gestacional do seu filho é meramente uma estimativa. Uma gestação a termo é 40-42 semanas (somente depois de 42 semanas é que o bebê é considerado pós-termo).
3. Respeito
Como relatei no post O nascimento, do ponto de vista do sujeito, o bebê não é um mero produto do parto, mas um agente ativo. É ele quem envia os sinais para o cérebro da mãe, assim iniciando o trabalho de parto. O anúncio (ao lado) da ONG americana March of Dimes, instituição empenhada em melhorar a saúde materna e infantil, mostra claramente como algumas semanas fazem uma diferença enorme no desenvolvimento do cérebro fetal. Portanto, fica claro que agendar um parto é desrespeitoso à fisiologia do bebê. Sem contar que, muitas vezes, na hora da cirurgia o bebê está dormindo, totalmente despreparado para “ser nascido”, e, assim, o nascimento se torna um choque e, ao meu ver, uma agressão. Você quer que o primeiro contato do seu filho amado com o mundo fora de você seja assim, um susto e, possivelmente, um trauma? Não é melhor respeitar o tempo dele e deixar que os abraços (contrações) do seu útero o preparem para nascer, mesmo que seja via abdominal?
4. Amor
Você já ouviu falar na ocitocina? Também conhecido como “o hormônio do amor”, a ocitocina é uma das substâncias responsáveis pela sensação de conexão, confiança e empatia. O orgasmo depende da secreção desse hormônio e a amamentação também, mas a maior concentração sanguínea do hormônio do amor na vida de uma mulher ocorre durante o trabalho de parto. Não é incrível? Estima-se que essa é a razão pela qual mulheres que parem naturalmente alegam sentir uma ligação profunda e imediata com o filho (um amor instantâneo) enquanto muitas mulheres que não tiveram esse privilégio admitem que a amor visceral pelo filho foi construído. Calma – não estou dizendo que quem tem parto normal ama mais o filho, por favor! O amor é muito mais do que simplesmente hormônios – é social, espiritual e um esforço diário – mas passar pelo trabalho de parto e sentir pelo menos uma fração dessas substâncias prazerosas e incríveis circulando pelo corpo deve ser o máximo. E pode tornar o conturbado período pós-parto um pouco mais ameno.
5. Paciência
A paciência é uma virtude que está se perdendo. Hoje em dia tudo é urgente, é “pra agora”, e a pressa é quase universal. Até quando estamos entre compromissos, no trânsito ou no metrô, sentimos uma pressão por estar “produzindo” – checando emails no smartphone, lendo jornal, resolvendo um problema no telefone… (In)Felizmente, um bebê chega para mudar tudo isso. Crianças requerem paciência. Elas têm o próprio ritmo e tempo, e testam nossa paciência constantemente, seja com suas constantes necessidades (mamadas, fraldas, choros) ou no processo natural de aprendizado (já reparou como precisam repetir tudo infinitas vezes?). Portanto, ter a paciência para esperar a hora de seu filho nascer, conforme manda a natureza e a fisiologia, pode ser uma boa forma de se acostumar com sua nova realidade como mãe – uma realidade onde a paciência será imprescindível para a sua felicidade e sanidade.
6. Espírito de aventura
Eu adoro ouvir a história de como nasci. Minha mãe acordou de madrugada toda molhada, sentindo somente “umas cólicas” e achando que tivesse feito xixi na cama. Precisou ser convencida pela sogra de que estava em trabalho de parto e que a bolsa havia rompido. Chegou no hosptial com 8 cm de dilatação e pariu algumas horas depois. Deve ter sido uma aventura e tanto! Pessoalmente, acho triste que a grande maioria das crianças sendo nascidas hoje teve essa primeira aventura “roubada” – e suas mães também! As mães não vão deixar uma plateia inteira na expectativa, com cara de “quero mais”, ao contarem como sentiram as primeiras contrações, a dúvida de estarem ou não em trabalho de parto, a saída do tampão, o frio na barriga ao perceberem que chegou a hora, os telefonemas de madrugada, o taxista/marido nervoso… Elementos de uma verdadeira história de ação! Quando a geração de hoje perguntar  como foi seu nascimento, vai ouvir que o parto foi marcado para o dia tal na hora tal e que ponto final. Pode me chamar de romântica, mas eu encaro a vida como uma grande aventura e da mesma forma que não escolhemos o dia da nossa morte, acho que ao escolherem para nós o dia do nascimento, roubamos um pouco da magia de viver. Deixe o seu filho embarcar nessa vida com o espírito de aventura que ele precisará para aproveitar ao máximo sua temporada aqui na terra.
7. Paz
Tem gente que diz que quando nasce um mãe, nasce junto a mãe culpada, sempre se perguntando se está fazendo o certo, cheia de ansiedades sobre a saúde e bem estar do filhote, com mil e uma perguntas para fazer ao pediatra, à sua mãe, às amigas (íntimas e virtuais)… Tudo isso é normal. A insegurança, as dúvidas e os questionamentos fazem parte do processo. Mas o nível pode ser tolerável ou patológico. Quando você adentra a maternidade impondo conveniências alheias ao processo, negando a seu filho o direito de determinar a hora certa para ele, você já começa “brincando com fogo”, mexendo num processo natural e aumentando o risco de ter problemas mais na frente. Você quer acrescentar mais essa culpa? Não é simplesmente mais fácil respeitar a infinita sabedora desse processo milenar e aguardar, paciente e respeitosamente, o dia e a hora que o destino lhe reservou para dar a luz?
Como você pode ver, numa gravidez normal, de um bebê saudável, o melhor mesmo é esperar a hora “P” chegar. Seu médico pode alegar várias coisas – placenta grau 3, feto macrossómico (grande), cordão enrolado, pressão alta (sem pré-eclampsia), cesárea prévia: nada disso é indicação de cesárea, muito menos de cesárea agendada. Exceto em casos de pré-eclampsia, placenta prévia, placenta abrupta e outras (poucas) ocorrências emergenciais, qualquer cesárea pode ser feita durante o trabalho de parto, com melhores resultados para a saúde do bebê.  Enfim, esperar o trabalho de parto é muito mais do que “simplesemente” mais seguro. É sinônimo das virtudes acima: saúde, ética, respeito, amor, paciência, espírito de aventura e paz.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Vídeo- Em posição de escolher

De cocoras, de quadro, sentada, de lado, estas são ótimas posições para parir, não deitada! Mulheres, vocês tem o direito de escolher!! DIREITO!Parece besteira, mas não é!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Relato de Parto da Mariana pela Doula


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Mariana e eu nos conhecemos a mais ou menos 6 anos. Fomos colegas na prefeitura e ambas cursávamos Nutrição na época. Quando Mari anunciou a gravidez, fiquei muito feliz! Pois ela foi uma da pessoas que mais me deu força na gestação do Bernardo (não planejada), e desde então sempre mantivemos contato.
Com 34 semanas, se não me engano, Mariana entrou em contato comigo, para falar da escolha pelo parto normal, e que foi graças as informações que disponibilizo no blog, que ela desistiu da cesárea agendada. Conversamos sobre a GO dela, dos desejos que ela tinha em relação ao parto, e disse que a Dra. se mostrou bem atenciosa ao seu desejo. Combinamos então, de nos encontramos para falarmos um pouco mais sobre o meu trabalho. No dia que nos encontramos, conversamos a tarde toda, e ela me disse que era “fraca” para lidar com a dor, e que tinha medo de não conseguir supera-la. Tranquilizei - a, olhamos alguns videos e documentarios, e ficamos de nos falar. Ela iria falar com o marido, e comunicar a GO que tinha uma doula.
Quando nos encontramos de novo, Mariana contou que a GO adorou saber que ela tinha uma doula, e mandou pedir para que ajudasse o Samuel a descer, isso por volta das 36 semanas. Ele já estava encaixado. Disse também que a médica sairia de férias dia 12/ 02, e deu opções se a Mari quisesse que o parto acontecesse com ela, que poderia induzir, já que estava com 2 dedos, ou fazer cesárea. Mas Mari não topou. Nesse dia deixei a bola suiça com ela, mostrei alguns exercícios, e conversamos sobre o plano de parto. Também notei o quão cansada Mari estava, mas também, a mulher não para um segundo!!! Sempre trabalhando!
Fomos em busca de outros GO’s que atendecem o plano dela, para ela não precisar pagar por fora. Mas todos que encontravamos iriam sair ou sairam de férias. Nesta semana, na ultima consulta (acho que foi terça), a GO indicou seu colega obstetra para a Mari. Fiquei receosa, pois não ouvi coisas boas deste GO. Mari só sabia que teria o Samuel do jeito que ela se preparou, nada mais, mas dava uma insegurança pensar em ficar sem suporte.
Haviamos combinado de nos encontrar mais uma vez, pois o tampão estava saindo, e combinariamos mais algumas coisas, pensei e fazer faria uma massagem, a relaxaria bastante e talvez conseguiria conversar com o pai do Samuel (ele tb não para!). Mas não conseguiamos.
Dia 10/02, aniversário do meu afilhado, eu não estava muito bem, e resolvi descansar depois do almoço, pois senti que a Mariana (com quase 40 semanas) me chamaria para dar noticias! Dito e feito. Mariana me ligou as 16 hs preocupada com o pouco sangue que estava saindo. Tentei tranquiliza-la e disse que era normal perder um pouco de sangue, mas se quisesse falar com o GO para se tranquilizar, que o fizesse. Liguei para ela depois, ela disse que o médico aconselhou ela a ir no hospital fazer uma avaliação, mas que não iria, porque eu já tinha dito a ela que era normal, e que ficou tranquila assim. Disse para ela me ligar se notasse alguma evolução, e as contrações.
Alguns minutos depois ela me ligou dizendo que estava com muita vontade de fazer coco, e que as colicas vinham a cada 5 minutos. Perguntei se ela queria que fosse até ela (moramos bem perto), e ela disse que não, mas foi um não com duvida, e disse que logo estaria com ela. Aconselhei a  ir para o chuveiro e tentar relaxar com a água.  Peguei minha roupa, coloquei mais alguns coisas que faltavam na minha malinha de doula, tomei um banho e fui. Cheguei na casa dela pelas 16: 30 hs, e a acompanhei no banho, a água realmente estava deixando ela mais relaxada. Começamos a controlar as contrações. Achei muito rapido a evolução, pois as contrações estavam com intervalo de 3 minutos, com duração de 1 minuto, pouco mais.  Não sei dizer quanto tempo ficamos no chuveiro, mas foi bastante.

Mari caminhando
Perguntei a Mari se ela queria sair do chuveiro, para eu massagear a lombar e os pés, ela concordou. Mari suportava muito bem as dores, e dizia que doia na hora, mas que depois era como se tivesse tirado a dor com a mão. Ela foi ótima, ficou firme, e acalmava a familia que estava nervosa e pediam que fosse ao hospital, mas ela dizia que não estava na hora.
Depois de mais um tempo chamou o marido, para ele se arrumar e colocarem as coisas no carro. Todo o tempo Mari rebolava, ia para bola e, eu fazendo massagem na lombar, e nos ombros. Teve um momento que as contrações se expaçaram, mas logo voltavam ao ritmo de antes, intervalo de 2-3 minutos, com duração de 1 minuto.

indo para o hospital
Saimos para o Hospital Moinhos de Vento pelas 20 hs. Mariana quis ir na frente, e atras fomos  eu e a mãe dela. Quando vinha uma contração eu massageava um ponto de do-in, entre as sombrancelhas, que relaxa bastante. Chegamos em 20 minutos, fomos a maternidade mas só pode entrar o Alex, pai do Samuel, que estava bem nervoso, rs.
Ficamos nós duas, vó e doula sem noticias por 1 hora, quando resolveram nos deixar passar para a sala de espera (enorme por sinal), e de lá poderiamos ver o Samuel depois. Creio que já era 21:30 neste momento. Resolvi ligar para o Alex e perguntar como a Mari estava, e aflito me respondeu que ela havia entrado na sala de avaliação, mas que não tinham deixado ele entrar ainda. Depois de alguns interminaveis minutos, liguei novamente e a mesma resposta.
Lá pelas 22:20 Alex me liga e diz para eu descer um andar e ir ver a Mari, finalmente  o médico havia autorizado. Cheguei lá coloquei os pró- pés, e fui para a salinha. Estavam com ela o Alex e o Dr. , que disse que ela ja estava com 9 dedos de dilatação. Pediu que quando viesse uma contração que ela ajudasse, e pelo que entendi, ele estava tirando um rebordo, que estava dificultando a passagem. Logo vieram os puxos um atrás do outro. O Dr. foi buscar o anestesista, e Mariana não sabia se queria ou não. Estava cansada, mas seu semblante era sereno. Mari disse que o médico queria colocar ocitocina, mas ela não quis, e ele acatou. Aconselhei a Mari a ficar em pé, e se acocorar durante as contrações, para ver se o Samuel descia um pouco mais. Ele logo iria coroar.
Logo chega o médico com o anestesista, que se apresentou e pediu para eles, Mari e Alex, irem a sala de parto. Perguntei a enfermeira se podia ir junto e ela disse que não (normas absurdas do hospital). Sai e fiquei na salinha de fora. Liguei para a vó do Samuel, e disse para ela ficar comigo, que Mariana já estava pronta e era questão de pouco tempo para o bebê nascer. Em seguida chegaram os pais do Alex e aguardaram conosco.
Pelas 23:20 hs, Alex ligou e deu a noticia que tanto esperavamos. Samuel havia nascido!! Corremos para o andar de cima para conhece-lo. O pai todo babão, trouxe o embrulinho lindo de viver. Lindo, um anjo! Samuel ficou ali no berçário, recebendo as intervenções de rotina, e o banho. Alex não desgrudava, conversava e beijava o amado filho. Depois de 1 hora o anjinho foi para a mãe.

Samuel recém nascido
Soubemos depois que não havia quarto disponível, e que não poderíamos vê-los onde estavam. Os pais do Alex foram para casa. Tempo depois Alex decidiu ir para casa, nos levar e comer algo. Não pude ver Samuel e Mari ainda, mas assim que forem para casa, vou afofar o pitoco da doula, e abraçar e conversar com minha amiga.

Mais tarde, Mari me ligou para contar como foi, e disse que o médico, nao colocou ocitocina, nem fez episio, mas que ela precisou de uns pontinhos. Que deixou o cordao pulsar alguns segundos e o pai o cortou. Que recebeu a analgesia, mas que nem era preciso, pois logo em seguida Samuel estava nascendo. Disse com muita satisfação, que recebeu um ótimo atendimento e que foi respeitada pelo médico e pela equipe. Me agradeceu pelo apoio, e me disse que havia doido, mas depois que o Samuel nasceu, se sentiu em plenitude. E que ele estava mamando muito bem. Ela também comentou, que o médico dela insistiu para enfermeira me deixar entrar na sala de parto, mas a enfermeira disse que não podia fazê-lo, devido as normas do hospital. Aff!


Como fiquei feliz em ouvir isso! Não tem preço poder auxiliar uma mulher a passar com tranquilidade o nascimento de seu filho, e o seu desabrochar como mãe.
Agradeço demais a Mariana e ao Alex, por terem me dado a oportunidade de acompanhar esse momento unico na vida de um casal. Mari, minha amiga, foste ótima, tens uma força incrivel e em momento algum se deu por vencida.  Alex, obrigada por tudo, também foste ótimo, e deu muito apoio a Mariana.


Samuel mamando, dia 13/02




Doula Feliz!


Doula feliz, feliz!  


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Ato médico aprovado, a vergonha para os médicos éticos- por Claudia Rodrigues

Aprovado na última quarta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça do Congresso do Senado Federal, o texto do relator Antônio Carlos Valadares estabelece uma hierarquia entre a medicina e as outras profissões da área da saúde, condicionando à autorização do médico o acesso aos serviços de saúde.
Biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, acupunturistas, nutricionistas, fisioterapeutas, odontólogos, fonoaudiólogos, optometristas, terapeutas ocupacionais, biólogos e outros profissionais da saúde não podem mais exercer cargos de chefia e direção em núcleos multidisciplinares de saúde, mas apenas de direção administrativa de serviços. A própria filosofia e prática multidisciplinar, que já vem engatinhando no SUS, em tentativas sempre derrubadas pelas políticas médicas corporativistas, entra num retrocesso sem parâmetros na história.
O Conselho Federal de Medicina, que articula desde 2002 a aprovação do Ato Médico, acredita que a necessidade de regulamentação da profissão é fundamental já que há dois mil anos, quando foi fundada, não existiam outros profissionais de saúde e, assim, todos os diagnósticos e prevenções estavam sob controle dos médicos. Os primeiros textos do Ato Médico reivindicavam que a aplicação de simples injeções fosse exclusividade dos médicos, por exemplo. A regulamentação da profissão é um direito dos médicos, mas as reivindicações estapafúrdias deixam claro que é apenas uma briga de mercado, uma tentativa de bloqueio corporativista contra o crescimento das outras profissões e não a favor da medicina.
O cerco aos profissionais de saúde não-médicos foi longe, e mesmo depois de tantos remendos, ainda apresenta problemas. No artigo 4º da PL aprovada, o diagnóstico nosológico se transforma em exclusividade dos médicos e atrapalha diretamente o exercício de outros profissionais de saúde, como os psicólogos, que agora não podem mais diagnosticar sinais e sintomas das doenças.
Fisioterapeutas que atendem pacientes com problemas respiratórios ficarão literalmente segurando o balcão na mão até a chegada do médico: a “definição da estratégia ventilatória inicial” passa a ser uma exclusividade médica.
As enfermeiras brasileiras continuam de bandeja na mão diante da aprovação do Ato Médico, que propõe um modelo falido de atendimento à saúde, centrado no atendimento clínico, medicamentoso, intervencionista e hospitalocêntrico, ou seja, tudo aquilo que enriquece médicos e corporações privadas de saúde. A prestação de serviços desse modus operandi aos cidadãos é o que temos visto diariamente estampando capas de jornais. Os médicos estão sobrecarregados, há sobra de clientes pobres, a briga é por clientes de alto padrão e os argumentos caem como luva para uma sociedade que foi aculturada à mitomania médica.
Aprovado o Ato Médico e posto em prática, vamos ter falta de médicos no SUS e excesso de médicos em clínicas privadas de fonoaudiologia, fisioterapia, casas de parto, brincando de chefes sabe-se lá com que ideias de poder. A desvalorização dos outros profissionais de saúde, que vieram crescendo na área privada mais rapidamente do que na pública, vai supervalorizar a figura do médico no atendimento público. Um grande golpe em que a classe médica será a única beneficiada.
A competência médica não está em cheque, nunca esteve, os médicos sempre tiveram e sempre terão o seu lugar na sociedade; o choque é entre a visão corporativista, fechada, que não dialoga com a saúde de maneira multidisciplinar e as novas formações, muitas delas nem tão novas, que não vêem a saúde apenas como ausência de doença, mas sob conceitos mais amplos. O que faz falta atualmente nos hospitais públicos é a presença maior de outros profissionais de saúde, eles serviriam para, no mínimo, desafogar as filas, mas obviamente não é invertendo a lógica que se encontrará a solução do caminho do meio.
Os psicólogos e nutricionistas, por exemplo, não estão reivindicando receitar medicamentos, mas defendendo o direito de muitos cidadãos de curarem seus transtornos emocionais sem entupir-se de medicamentos e aumentar as filas das cirurgias desnecessárias. As categorias atingidas não estão reivindicando poder sobre a saúde das pessoas e muito menos sobre suas doenças, seus pesares, mas é exatamente isso que o Ato Médico significa: um maior poder dos médicos, como se já não fosse grande o bastante, sobre nossa saúde e principalmente nossas doenças, quando nos tornamos extremamente vulneráveis.
Tenho conversado com vários amigos médicos e nenhum deles é a favor do Ato Médico, todos eles trabalham em conjunto com outros profissionais de saúde, encaminham pacientes para psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e nenhum deles acha graça da síndrome da sexta-feira à noite, quando os médicos plantonistas recebem nos hospitais pessoas que não têm doença alguma, apenas carência, dor de solidão.
Meus amigos médicos éticos pensam que é preciso melhorar o acesso a outras categorias, ampliar vagas nos hospitais e maternidades para outras categorias e não o contrário. Eles sabem que muitos de seus colegas se chateiam com as carências da sexta-feira à noite e são capazes de receitar remédios para dormir, irresponsavelmente, apenas para não encaminhar a um outro profissional melhor habilitado. De qualquer maneira não há nos hospitais plantonistas de outras áreas e, com a aprovação do Ato Médico, a tendência do quadro não é melhorar.
O momento não é bom para centralizar a saúde ainda mais nas mãos dos médicos. Como temos visto aqui nessa coluna, as parteiras e enfermeiras obstetras têm feito muita falta dentro dos hospitais para diminuir o vergonhoso número de cesarianas no país. O Ato Médico vai contra o desenvolvimento de uma medicina humanizada, que é necessariamente rica em multidisciplinaridade. Por vaidade da corporação e reserva de mercado as mulheres não podem contar com uma assistência digna no trabalho de parto, sendo rotineiramente encaminhadas, com as desculpas mais estapafúrdias e sem base científica, diretamente para a cirurgia de extração de bebês, mais rápida e mais rentável e também mais arriscada para a saúde da dupla mãe-bebê.
Por estudarem demais as tecnologias, os procedimentos, as químicas dos remédios e menos a fisiologia do corpo humano e sua estreita relação com hormônios e sintomas comportamentais, os pediatras são os maiores incentivadores de desmames precoces. A maior parte dos bebês nascidos no Brasil já sai do hospital com uma receita de leite artificial. Não é costume desse profissionais, médicos pediatras, encaminhar as parturientes para os bancos de leite, locais em que elas teriam acesso a informações de qualidade, técnicas de pega, atendimento ou encaminhamento à atenção física e psicológica adequada por outros profissionais de saúde.
O Ato médico é, sem dúvida e em primeiro lugar, uma ação corporativista e de reserva de mercado, mas é também uma dor narcísica, uma impossibilidade emocional da categoria de colocar em prática um relacionamento igualitário com outros pares da saúde e em prol do ser humano, em benefício da vida. O Ato Médico é uma traição ao juramento da profissão, por isso envergonham-se dele todos os médicos éticos.
Cláudia Rodrigues, jornalista, terapeuta reichiana, autora de Bebês de Mamães mais que Perfeitas, 2008. Centauro Editora. Blog: Buenaleche.
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