sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Pai não é visita – orientações para pais grávidos- por Angela Rios

Estava procurando informações que falassem da participação dos pais na gestação e no parto de suas esposas, para depois montar um texto. Eis que me deparo com o texto do site "Eu Quero Parto Normal", e a medida que fui lendo me dei conta que tinha tudo o que queria apontar no texto que iria escrever, e mais um pouco ainda. Decidi compartilhar o texto e pedir para todos os homens que estão gestando...PARTICIPEM  a fundo na gestação de seus bebês, leiam, estudem, decidam junto com suas companheiras, o benefício da participação de vocês na vinda destas crianças é ESSENCIAL! Vocês são PAIS agora e tem toda alegria e toda a preocupação que a paternidade trás! Sejam calmos e solidários com suas mulheres, tentem compreender os altos e baixos, que faz parte de toda mudança física, fisiológica e emocional que elas estão passando. Suas companheiras são Rainhas da Criação, e precisam dos companheiros que lhes transmitem segurança ao lado delas! Vocês irão trazer a segurança que elas precisam em todos os momentos, na gestação, no parto e na criação de seus filhos! Meninos e meninas, leiam o texto e vejam o vídeo com depoimentos de pais!
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Por: Angela Rios
M810/0233É direito de toda mulher ter a presença de um acompanhante no parto. Esse direito é garantido por uma Lei Federal, (Lei é 11.108), datada de 07 de abril de 2005, também chamada de Lei do Acompanhante. A lei garante que a mulher tenha um acompanhante de livre escolha desde que ela entra na maternidade até a hora de sua saída.
A participação do pai no parto não é obrigatória. É um direito que pode ou não ser exercido, se for esta a preferência da parturiente e seu companheiro. Não há uma fórmula ou um padrão de comportamento determinado para que o pai esteja presente durante o trabalho de parto ou parto, porém este texto pretende esclarecer dúvidas e dar algumas orientações de como os pais podem exercer seu papel fundamental desde a gravidez até a amamentação.
As evidências científicas mostram que o apoio emocional no parto é uma medida simples que pode melhorar muito a experiência do parto, sendo associado com menor risco de solicitação de analgésicos, menos risco de cesárea ou de partos por fórceps, menor risco para a saúde do bebê, maior satisfação com o parto, menor risco de lesão do períneo, menor risco de desmame precoce e de dificuldades de maternagem no pós-parto, entre outros.
Hoje em dia, apesar das recomendações da OMS e Ministério da Saúde, muitos serviços de saúde ou profissionais dificultam ou recusam a presença do pai no parto. O acompanhante muitas vezes é visto como um problema, por que os serviços não estão preparados para recebê-lo. São comuns as justificativas de que não há espaço adequado ou a presença de mais um sujeito no ambiente do parto aumentaria os custos ou o risco de infecção, e também argumentos de que os acompanhantes podem ficar agressivos, que não entendem os procedimentos ou que atrapalham o trabalho dos profissionais.
Nenhum desses argumentos justifica-se, considerando que os hospitais deveriam adequar seus espaços e suas rotinas para incluir a presença do acompanhante desde 2005, quando foi publicada a Lei do Acompanhante. Além disso, os serviços que introduziram acompanhantes na rotina não demonstraram aumento do risco de infecções, de custos ou de casos de agressividade, além de aumentar consideravelmente a satisfação dos usuários. Se o hospital ou o médico se recusar a respeitar seu direito, consulte um advogado, e mostre que você deseja, além do respeito ao seu direito garantido por lei, melhorar o atendimento e a qualidade do serviço de saúde.

Como lidar com a dor do parto?

É comum o relato de homens sentirem-se angustiados e preocupados em evitar que a mulher sinta dor. Nesse sentido, a opção pela cesariana ou pela anestesia parece o melhor caminho. É importante entender o processo do trabalho de parto e expandir o conceito de dor quando se trata do parto. Você pode contribuir muito para que a dor torne-se mais suportável, com sua presença, suporte emocional e físico e a valorização dos esforços dela. É provável que vocês tornem-se ainda mais ligados ao passarem por esse processo. Além disso, a dor do trabalho de parto é gradativa, cíclica e acaba ao final do processo, “nasceu, passou”. Ao contrário, a recuperação de uma cirurgia como a cesariana pode ser bastante dolorosa e a mulher vai precisar de sua ajuda no pós-operatório para atividades simples como levantar-se da cama e pegar o bebê.

E se ela não quiser que eu esteja no parto?

Tente entender os motivos dela, uma conversa franca será muito importante. Porém, para algumas mulheres a presença de um homem neste momento não é desejada e você deve respeitar sua decisão, afinal o corpo é dela. Seu apoio e compreensão continuará sendo fundamental durante a gravidez e após o nascimento.

Medo de desmaiar:

Estar em uma situação desafiadora e totalmente nova sempre gera insegurança. Apesar de ser um mito comum o de que “o pai pode desmaiar”, serviços que permitem a presença do pai no parto relatam que é muito raro esse tipo de problema. Mas você pode ir se preparando para o momento, assim como a sua companheira.
• Converse com ela sobre seus anseios e dúvidas, e é importante respeitar seus limites. Se não quiser estar presente, deixe claro e procure auxiliá-la de outras formas. Se decidir ficar, permaneça apenas enquanto estiver se sentindo a vontade.
• Assista a vídeos de parto, será válido conhecer as etapas do parto normal e da cesárea previamente.
• Converse com outros pais, principalmente os que passaram por essa experiência
• Visite a maternidade com antecedência, para familiarizar-se com o espaço, as instalações e os cheiros.

Sobre a vagina:

Ainda existe em nossa sociedade o tabu de que a vagina inevitavelmente irá se romper e “estragar” com a passagem do bebê para o parto normal. Esta inclusive é a justificativa para um dos procedimentos mais comuns e violentos associados com o parto normal: a episiotomia. A episiotomia é um corte na vagina feito na hora da passagem do bebê, com o objetivo de “alargar” a passagem, após o parto é realizada a sutura deste corte. Não há base científica para a realização deste procedimento, uma vez que ele aumenta o risco de lesões e infecções genitais e piora a vida sexual, muitas vezes impedindo a penetração.
Ao final da gravidez a vulva aumenta de tamanho e a visualização da vagina de uma mulher em trabalho de parto pode impressionar ou intimidar alguns homens. Converse com sua companheira e, se for o caso, evite a visualização desta região. Para isso, basta você se posicionar ao lado dela durante o exame de toque e durante o parto.
Para manter uma boa vida sexual e preservar a anatomia sexual feminina, além de evitar procedimentos no parto como a episiotomia, também é importante que a mulher faça exercícios perineais. Esses exercícios consistem em “apertar” o musculo da vagina e devem ser feitos por todas as mulheres, independente se terão seus filhos por parto normal ou cesariana. Eles permitem melhor consciência sobre seus órgãos sexuais, melhoram a sua capacidade de ter orgasmo e previnem a incontinência urinária.

Dicas para a participação ativa do pai durante a gravidez:

Participe do pré-natal: Acompanhe sua companheira em todas as consultas e exames possíveis. Não perca a oportunidade de ouvir o coração de seu filho ou de vê-lo na ultrassonografia, estas experiências vão tornar a paternidade mais presente durante a gravidez. Participe de reuniões de grupos de gestantes e cursos de preparação para o parto. Não tenha receio de esclarecer suas dúvidas e posicionar-se como um pai presente e participativo.
Mantenha a vida sexual: Não há contra-indicação em manter relações sexuais durante a gravidez, a não ser que expressamente orientado pelo médico, em situações de risco. É comum que ocorra uma diminuição do seu apetite sexual sexual ou dela. Não se afaste, mesmo que não haja relação sexual, pode haver momentos de extrema sensualidade muito satisfatórios e enriquecedores, propiciando novas descobertas e aumentando os laços de confiança e intimidade que serão fundamentais para sua participação no parto.

Contrações regulares de 5 em 5 minutos. O trabalho de parto começou. E agora?

Mantenha a calma! Cancele os compromissos, organize a casa, releia o plano de parto e avise a equipe. Esteja presente durante todo o tempo. Claro que você pode sair para ir ao banheiro ou tomar um ar lá fora, mas volte logo, não deixe sua companheira sozinha. Apenas sua presença, seu toque, seu colo já será de grande ajuda. Conte com a doula para esclarecer dúvidas e orientar suas atitudes.
Monitore as contrações: Anote o horário do início do trabalho de parto. Será muito útil saber a frequência das contrações para determinar a hora da internação. Leve-a sozinho para a maternidade. Você se sentirá mais a vontade e ela também. Avise a família somente quando o bebê estiver quase nascendo, evitando os palpites e a ansiedade da família, sem impedir que participe da alegria do nascimento.
Seja carinhoso: Diga palavras carinhosas de amor e admiração, fale baixinho em seu ouvido. Abuse da intimidade que vocês têm para os carinhos, os abraços e beijos. Seja motivador e elogie os progressos, evite criticar ou mostrar-se impaciente com a demora do processo.
Ajude-a se movimentar: durante o trabalho de parto ela deverá caminhar e mudar de posição várias vezes. Pelo tamanho da barriga, inchaço e cansaço, muitas vezes os movimentos será mais lentos e difíceis. Ofereça apoio e força para que ela esteja ativa, mas também para que ela descanse em seu colo. Veja alguns exemplos de movimentos e exercícios:
movimentese
Faça massagens: durante as contrações, massagens da região mais baixa das costas ajudam a aliviar a dor. Faça movimentos circulares, ajuste a velocidade e a intensidade de acordo com o desejo dela. Entre as contrações descanse você também, ou massageie os ombros, nuca, braços, com o objetivo de aliviar a tensão muscular. A doula poderá ensinar outros exercícios e movimentos favoráveis ao trabalho de parto.
 massagem
Ofereça alimentos e líquidos: é importante garantir que a mulher não se desidrate durante o trabalho de parto. Esteja atento para manter um suco ou água sempre à mão, alimentos fáceis de digerir como frutas secas ou frescas, gelatina e balas também são uma boa alternativa, pois garantem suporte calórico em um período de grande gasto de energia.
Fotografar e filmar: Preocupe-se em carregar a máquina fotográfica e faça o registro deste momento de vocês. Cuidado com a exposição de partes íntimas, combine antes o que será indiscreto ou desconfortável para ela.
Participe na hora do nascimento: Nos textos e vídeos sobre parto humanizado, é comum a participação do pai ao cortar o cordão umbilical, pegar no colo e dar banho. Porém, muitos homens não se sentem seguros para isso. Vale também a mesma dica: converse, planeje, reflita e respeite seus limites. Pense que será muito especial sua participação neste momento tão simbólico, que ficará guardado para sempre na sua memória.
Após o parto: Esteja disponível para ajudar nas madrugadas, ajude-a a cochilar durante o dia, mantenha a casa organizada e silenciosa, limite as visitas à mãe a ao bebê. Essas atitudes trarão conforto físico, disposição e bom-humor para ela no pós-parto. Programe-se para estar com ela e o bebê nas primeiras semanas, se possível aproveite a licença-paternidade e as férias. O primeiro mês é especialmente cansativo e um pai dedicado faz uma enorme diferença.
Ajude na amamentação: Você ajudará muito durante a amamentação se trouxer água e alimentos para a mamãe e permitir que ela durma sempre que possível. A privação de sono dificulta a produção de leite e provoca dores e irritação. Não leve para casa latas de leite, mamadeiras, chupetas, bicos de silicone, cigarros e bebidas alcoólicas.
Saiba mais:
Assistam a esse vídeo. Muito bacana ver como os pais vivenciam o processo de gestação.
Relato dos pais na gestação e no parto:
Buscar informação sempre ajuda. Textos muito interessantes sobre a paternidade ativa podem ser encontrados na internet e em livros. Seguem algumas indicações de leitura:
Livro: Parto normal ou cesárea? O que toda mulher deve saber (e todo homem também) / Simone Grilo Diniz e Ana Cristina Duarte. – Rio de Janeiro: Editora Unesp, 2004. Disponível para venda pelo site:www.maternidadeativa.com.br
Livro: Parto com Amor. Em casa, com parteira, na água, no hospital: Histórias de nove mulheres que vivenciaram o parto humanizado / Luciana Benatti e Marcelo Min. – São Paulo: Panda Books, 2011. Disponível para venda pelo site: www.maternidadeativa.com.br

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Grupo Luz da Vida: Parto domiciliar da Ana e do Roberto

 Parto domiciliar da Ana e do Roberto:  Participe da minha vaquinha!   http://www.vakinha.com.br/VaquinhaP.aspx?e=214001

 Na foto com 14 semanas 


Com muita alegria compartilho a minha gestação com vocês que me acompanham no blog! E desde já peço o auxilio de todos, para termos um Parto Domiciliar belíssimo, seguro, com muito carinho e amor! Gratidão!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Texto enviado para a ex GO fofíssima de Letícia.


Segue e-mail da minha doulada Letícia de Oliveira que teve um parto natural no hospital Divina Providência. Ela largou a GO cesarista já nos 45 minutos do segundo tempo. Leiam o texto escrito por ela para a ex GO. O relato de parto dela pode ser acessado aqui.
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Dra. Ellen,
A senhora, provavelmente, não se lembra de mim, mas eu deixei seu consultório para não mais voltar com 9 meses de gestação, pois tinha uma cesária marcada para 40 semanas e eu tinha deixado clara a minha vontade de ter um parto normal. Segundo suas informações, era o tempo limite para esperar e não fazia sentido ter um bebê com 4kg ou mais de parto normal. Em um dos exames de toque reclamei de sentir um incômodo e a senhora também me disse que eu não aguentaria um parto normal. Escrevo para contar que minha filha nasceu de 41 semanas e 1 dia, de parto natural, com 4kg, sem indução, sem fórceps, sem episio, num trabalho de parto de 12 horas, sem analgesia, nem anestesia. Fico aqui pensando o momento que eu poderia ter perdido... Enfim, eu creio que a senhora não dará a mínima importância para esse meu e mail, que tanto faz o que aconteceu comigo, mas eu fiz o que meu coração pede para fazer a mais de 1 ano. Aproveito para lhe indicar o filme "O Renascimento do Parto" que está em cartaz nos cinemas, acho que é um filme para todo mundo que NASCEU.
Obrigado pelo tempo dispensado para ler esse e mail.
Letícia
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Você gestante que não esta contente com seu obstetra, não tenha medo de procurar outro profissional mais atencioso, mais humano, mesmo muito no final da gestação, sei que pode parecer complicado, mas é só dar o primeiro passo que o resto se encaminha! Eu mesma Ana Luisa, troquei de GO com quase 40 semanas, e minha filha nasceu com 41 semanas 2 dias de parto normal.
Assistam o filme Renascimento do Parto! 
Acreditem em vocês! Empoderem se dos seus partos!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Porque não se deve dar banho no recém nascido ??

Encontrei este texto muito bacana e resolvi compartilhar. Por que não é necessário dar banho no neném logo após o nascimento? Leiam e entendam.

google imagem
Porque os bebês nascem com uma proteção natural – O VÉRNIX!!
Vérnix é um material gorduroso branco encontrado sobre a pele do bebê logo após o nascimento, que se forma pelo acúmulo de secreção das glândulas sebáceas e inclui células epiteliais e lanugem, atua como um creme evanescente que penetra nos poros ou é eliminado pelo contacto com as roupas.
Quando damos banho a um bebé-recém nascido estamos a tirar-lhe o MELHOR CREME do mundo, o vérnix que:
1. Atua como uma barreira contra a perda de água - Devido ao seu alto teor de água, o vérnix, atua como um agente de hidratação. A comparação com vários produtos para cuidados da pele mostrou que o vérnix tem uma maior capacidade de retenção de água, tem propriedades hidratantes e aumenta a plasticidade da pele do bebé. É o melhor creme para as necessidades da pele do recém-nascido!
2. É uma defesa natural contra possíveis infecções - Um estudo bioquímico observou que o vérnix atuar como uma barreira mecânica contra infecções bacterianas, e inibe o crescimento de bactérias, protegendo a pele do bebé.
3. Ajuda na Formação do manto ácido - No nascimento, o pH da superfície da pele é praticamente neutro (6,5). Aos poucos vai-se tornando mais ácidos. O pH da pele atinge 5,5, um nível ligeiramente ácido necessária para a defesa da pele, inibindo assim o crescimento de bactérias patogénicas. A acidificação também mantém a integridade da barreira epidérmica.
O desenvolvimento do manto ácido leva 2-8 semanas, dependendo da idade gestacional do bebé, mas pode demorar mais em áreas que estão sempre cobertas, como a zona da fralda. Sabemos que deixar o vérnix na pele dos recém-nascido ajuda à formação do manto ácido.
As diretrizes da Organização Mundial da Saúde para os cuidados com o recém nascido, vão no sentido de que o vérnix não deve ser removido da pele e o banho deve ser adiada por, pelo menos, seis horas após o nascimento.
4. Contém melanina – que protege contra a radiação ultravioleta da luz solar.
5. Possui propriedades de cura – Foi observado que o vérnix contribui para a regeneração da pele. As suas propriedades de cura estão a ser estudadas para o tratamento de pacientes adultos com úlceras nos membros inferiores ou em feridas perineais após o parto. Também tem sido usado em pele com dermatite atópica, contra infecções bacterianas e no tratamento de pacientes com queimaduras.
Portanto, o vérnix não é apenas importante para o recém-nascido, mas é um biomaterial natural de interesse para a ciência cosmética e outras disciplinas. A indústria cosmética e farmacêutica tem procurado criar preparações sintéticas que tentam reproduzir as propriedades deste “creme milagroso”
Os nossos filhos têm a sorte de ter nascido com este creme … Será que faz sentido privá-los do melhor produto para sua pele … que, é gratuito?
Fonte: Catarina Pardal

sábado, 10 de agosto de 2013

Relato do parto desassistido de Mariana e do nascimento da Melissa pela doula

Chá de fraldas da Melissa
Mariana e eu somos amigas a muito tempo, e nos aproximamos mais na gestação do seu primeiro filho Samuel, quando ela me procurou e disse que eu seria sua doula e que estava desistindo da cesárea . Samuel nasceu de parto natural no Hospital Moinhos de Vento ( leia aqui o relato).

Não demorou muito para Mari encomendar o próximo neném que era uma menina. Ela me contou que ficava triste porque eu não poderia acompanhá-la no parto, pois eu também estava grávida e com o mesmo tempo de gestação dela. Mas a vida nos leva por caminhos difíceis e tortuosos, que muitas vezes não compreendemos, mas que nos ensinam. Perdi meu bebê em novembro de 2012...

Passado meu tempo de luto voltei a ativa, tinha que fazer o que me fazia bem, doular! Depois Mari e eu conversamos e fechamos o acompanhamento. Nesta gestação não conseguimos nos encontrar muito, mas sempre conversávamos pelo facebook. E ela sempre confiou integralmente nas orientações que eu passava.

No dia 29/05 pela manhã Mariana me avisa que estava saindo um líquido sem cor, mas não era sempre. Orientei que controlasse a quantidade, que avisasse o médico, e o mesmo pediu que ela fosse o HMV fazer um exame. Mari me contou as orientações do médico e esclareço que se for bolsa rota teríamos tempo para esperar as contrações. Então ela decidiu aguardar.

Pelas 21 hs Mari me liga avisando que pelas 20:30 haviam começado as contrações e que no momento estavam vindo a cada 15 minutos. Não me preocupei muito na hora e coloquei meus filhos pra dormir. Esperava uma evolução rápida, mas não tão rápida. Passado uns 30 minutos o papai Alex me liga avisando que as contrações estavam vindo a cada 5 minutos e diminuindo o intervalo.
 
Comecei a me arrumar, consolar filha, dar mama e não estava muito  preocupada, pois morávamos muito perto uma da outra e logo eu chegaria lá. Passado mais alguns minutos Mariana me liga com a voz totalmente diferente dizendo que a filha dela estava nascendo, que estava com vontade de fazer força. Sai correndo, logo cheguei na casa dela e ela estava no carro e o marido colocando as coisas no porta malas. Entrei no carro e saímos para o HMV.

No caminho Mariana decide vir atrás comigo e se recosta no banco. Papai Alex voava, nervoso demais. Quando estávamos na freeway Mariana sentiu mais um puxo, aquela altura me convenci de que faltava pouco para a Melissa nascer, mas tentei acalmar a Mariana e principalmente o pai que dirigia e disse que provavelmente era pressão do colo se abrindo e da neném descendo. Não pensei em momento algum que não daria tempo de chegar ao hospital, pensei que ela chegaria na sala de parto parindo. Mas Mari pediu para eu dar uma olhada e ver se não tinha sinal de bebê aparecendo, e não havia indicação de um bebê nascendo.

Logo estávamos entrando no estacionamento do hospital e Mariana sentiu mais dois puxos enquanto tentávamos subir ao 7º andar. Alex foi obrigado a parar no 4º para remover os bloqueios e continuarmos. Neste momento Mari diz pra mim: “Ana ela ta nascendo!” e vejo a cabecinha coroando, e digo para ela deixar a neném nascer agora. Aviso ao pai que deve chamar ajuda pois sua filha estava nascendo, depois disso me foco no momento e com uma toalhinha  que carregava na bolsa, gentilmente aparei a cabecinha que saiu com facilidade (Mariana não fez força em momento algum), espero o giro e logo saem os ombrinhos e o resto do corpinho. Deus, que emoção! Entrego Melissa para a mãe que estava emocionada por ter parido sem auxilio algum. Depois vimos que Melissa tinha o cordão enrolado no braço, na barriga e juntas fomos retirando as voltas. Pego uma canga e tapo a neném que nasceu alerta e logo ficou rosada. Neste momento consigo bater fotos com o celular e filmar os primeiros instantes de vida da Melissa. Uma moça da segurança veio e ficou muito emocionada, logo em seguida chega o papai Alex que era pura emoção e nervosismo, beijava mulher e filha, sem acreditar no que aconteceu.

Mãe e filha se reconhecendo
Depois de alguns minutos seguimos nosso caminho até o 7º andar, e lá fomos avisados que uma equipe havia descido para nos encontrar. Mariana saiu do carro caminhando, entrou no hospital onde haviam pessoas espantadas com a cena (rs), mas antes que chegássemos no elevador a equipe nos alcança. Era um enfermeiro, uma técnica e uma Neonatologista, que estavam apavorados com o que viam. Neste momento começa o desrespeito total com a mãe e com a criança, até entendo que estavam nervosos e que não viviam aquele cenário sempre, mas poderiam ter tido mais tato ao tratar uma mulher recém parida. Praticamente forçaram a Mariana a sentar na cadeira de rodas, e ela logo disse que queria ser examinada pelo médico dela, que ela e a filha estavam bem. A neonatologista pedia calma a mãe e Mariana dizia que ela estava calma, que quem não estava era médica (Mariana é fodástica, rs). A neonatologista corta o cordão no elevador, mesmo a mãe pedindo que não o fizessem ainda, e a médica queria a todo custo pegar a neném do colo da mãe que dizia NÃO claramente. O pai e eu assistíamos sem poder fazer muito, ele tentava argumentar, mas eu não podia entrar em confronto, infelizmente. A fúria da neonatologista era clara, algo totalmente desnecessário.
Quando chegamos no CO o pai ficou cuidando da internação, e eu aguardando na salinha de espera. Em poucos minutos sai o enfermeiro, aliviado, dizendo que elas estavam bem (claro que eu já sabia) e pediu para ver a hora da primeira foto que tirei. Logo em seguida passa o Dr. Arlindo correndo e entra no CO. Depois de toda burocracia Alex entra para acompanhar mulher e filha. Meia hora depois saiu o Dr. Arlindo, ele me olha e diz que elas estavam bem, eu dei um sorriso de “eu já sabia”. Melissa nasceu às 23:20 do dia 29/05/2013 pesando 3280 gramas e medindo 49 cm. Foram quase 2 horas desde a primeira contração até o nascimento! Foi uma avalanche, a Mel chegou chegando, num parto automobilístico como disse o papai Alex. Mari precisou de 2 pontinhos numa laceração que teve, mas nada mais.

A doula ficou toda boba com seu momento de parteira. Depois subi no berçário para levar as roupinhas, ver banho e etc, e encontro toda família deles lá, todos surpresos com o acontecimento e gratos por eu estar junto deles naquele momento. Depois de um tempo Alex tenta me colocar lá dentro para ver as meninas,  mas o segurança não autoriza minha entrada. Então decidi voltar mais tarde para vê-las.

Quando fui visita-las no outro dia, Mariana me conta que o hospital todo estava impressionado com a mulher que deu à luz sua filha no carro, e que ela estava acompanhada da doula que a auxiliou. Muitos não sabiam o que era doula, e rimos muito de tudo isso. Graças à Deus deu tudo certo. Não me alonguei muito na visita, pois Melissa estava mamando muito bem e era um gostosura só!


Como explicar em palavras o Milagre da Vida? Não existem palavras para descrever um momento mágico daqueles...o tempo simplesmente parou, e eu era um nada, uma mera espectadora do poder da Vida. Amor, amor, amor... <3

Mariana e Alex grata por me deixar acompanhá-los mais uma vez e ganhando esta benção que foi receber a Melissa.  Este momento esta marcado no meu coração para sempre!



Ana Luisa
Mãe do Bê e da Fifi

Doula e Nutricionista
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