sexta-feira, 27 de março de 2015

Relato de parto normal da Cíntia- nascimento do João Pedro



Minha gravidez do JP sempre foi muito tranquila, descobrimos por volta de 7 semanas, desde então comecei a ler e me informar sobre tudo que rodeia o mundo da maternidade. Já havia lido sobre parto humanizado, mas somente quando me vi grávida que resolvi pesquisar mais, e fui percebendo que é bem difícil aqui no RS encontrar bons profissionais que atuem nessa área.
Iniciei meu acompanhamento com uma GO e tive que trocar porque a minha DPP compreendia o período de férias dela. Fui fazendo meu pré-natal com uma segunda GO, porém não me sentia confortável, certa vez comentei com ela sobre o que eu havia lido de não haver corte do períneo, o bebê vir direto para o meu colo, não ser aspirado e etc, basicamente ela riu da minha cara e disse que isso era um modismo que a criança nasce cheia de secreção e precisa daquilo.
Continuei o acompanhamento mas ciente que não seria ela a minha GO escolhida, pois acabaria caindo numa "desnecesarea". A essa altura já havia lido sobre doulas e decidi que precisava de uma para me acompanhar e me auxiliar até mesmo na busca de um GO que não fosse cesarista. Googleando por ai, encontrei uma doula da minha cidade, e resolvi fazer contato, foi quando conheci minha querida Analu, marcamos para conversar e a grata surpresa é que ela morava super perto da minha casa.
Avisei então via email a GO que havia encontrado uma doula para me acompanhar, o que ela respondeu com um seco "ok". Tive certeza que estava com a profissional errada. Junto com a ajuda da Analu iniciava  minha busca pelo GO que fosse realizar meu parto, tentei com alguns profissionais que foram as indicadas, mas as agendas estavam lotadas. Tentei consultar com a GO que era da minha mãe, mas ela não atendia mais gestantes, já estava pensando em continuar o acompanhamento com a GO cesarista que por sinal já tinha pedido para agendar  o parto no moinhos, e na hora acabar indo para o o Dom João Becker, hospital da minha cidade, que estava montando um novo CO humanizado e ser atendida pelo plantonista mesmo. Até que uma noite depois de muito rezar e chorar, pensando que meus desejos não seriam respeitados resolvi apelar e abordar de uma maneira nada convencional uma das GOs que antes me haviam sido indicadas.  Na cara dura implorei por uma consulta, já que a agenda dela é lotada. Deus ouviu minhas preces, e conheci a outra mulher que seria essencial no meu parto, a dra. Karla Simons, ela me agendou uma consulta, sabia que agora sim conseguiria fazer meu parto de forma respeitosa.
Nessa época meu ritmo de trabalho estava intenso, o site para qual trabalho estava virando para Amazon, e fiquei várias noites sem dormir, trabalhando na virada, sobre muito stress e eu já por volta das 30 semanas. Na minha primeira consulta com a Karla, tive uma supresa estava com 1 cm de dilatação e ela me pediu repouso. Por duas semanas fiquei afastada do trabalho e mesmo após as duas semanas, meu gestor achou melhor que eu continuasse trabalhando somente remota. De certa forma isso acabou quebrando o ritmo intenso em que eu vinha e acabei não fazendo exercícios aos quais havia me proposto a fazer, como pilates e ioga.
Conforme ia chegando perto das 40 semanas a ansiedade ia aumentando, as pessoas que tinham mais ou menos o tempo que eu de gestação já tinham ganho de cesárea, e eu estava morrendo de medo dele não chegar nas 42 e ter que induzir.
Completei as 40 semanas dia 06 de março, um dia antes minha doula esteve aqui e nos despedimos do barrigão com uma bela pintura e um delicioso escalda pés. Parecia que as horas e os dias não passavam e eu queria me manter ocupada, mas não achava jeito. Sábado fui fazer as unhas dos pés que eu já não conseguia fazer a muito tempo, e deixei as das mãos para eu mesma fazer no domingo. Quando o maridão chegou pedi para sairmos para dar uma caminhada e espairecer um pouco. Fomos ao shopping comi um frango frito com bastante pimenta. Combinamos de domingo sair passar o dia em algum lugar legal porque ficar em casa à espera do JP estava me deixando doida. Dormi assim que chegamos devia ser umas 23:00, as 01:00 do dia 08 domingo, acordei sem sono, depois de muito revirar-me na cama fui no banheiro e o tampão que já vinha saindo aos poucos a algumas semanas saiu com sangue. Nesse momento tive certeza estava começando. Voltei a deitar e comecei a ter contrações elas estavam em intervalos curtos hora de 5 hora de 3 mas não muito doloridas, avisei o marido que levantou e me chamou para um banho, curtimos o barrigão no banho, e depois fui arrumar as coisinhas do bebê, porque sabia que assim que as contrações estivessem bem fortes não conseguiria fazer. Fomos dormir por volta das 4:00, entao mandei mensagem para minha doula que por acaso estava acordada em meio a mamada do seu bebê e respondeu. Combinamos de pela manhã ela vir para cá se as contrações continuassem. Deitei e o sono não vinha, a ansiedade era muito grande e cada vez que estava quase pegando no sono vinha uma contração, rezei, contei carneirinhos e nada!!! Até que as 8:00 não aguentei mais ficar deitada sem dormir e levantamos, avisei a dra. Karla que estávamos em preparação e que achava que ele chegaria hoje. As 09:00 a Ana chegou fomos para a bola e as contrações estavam controladas, tomamos chimarrão, comemos, usamos óleos, só não dava para caminhar o sol estava muito forte. As 15:00 a pelas minhas expressões de dor a Ana sugeriu que fôssemos para o hospital e assim fomos. Chegando ao hospital tive uma contração no saguão, logo um segurança ofereceu a cadeira de rodas, fala sério!!!!!? Havia combinado com a Karla que ao chegar lá a plantonista me examinaria e entraria em contato com ela. Quando a plantonista me examinou veio o balde de água fria estava somente com 3 cm de dilatação. Mesmo assim fui para a sala de parto, a minha GO já havia me falado que não havia chuveiro e que eu teria que ir para outra sala para usar o chuveiro, mas optei pelo mãe de Deus porque poderia ficar com a minha doula e o meu esposo durante o TP. Fui logo tirando a roupa colocando o roupão e fui fazer o antibiótico devido ao streptococus positivo. Pedimos a bola para as enfermeiras. Ficamos ali um tempo na bola e assim que a minha GO chegou fizemos um exame e estava com 6cm. Da bola fui para o chuveiro  e o meu marido maravilhoso ficou lá comigo, enquanto as contrações vinham e eu vocalizava e o Dinho me acalmava. Lá pelas onze novo exame de toque e eu estava com 8cm. Nesse ponto o cansaço e a exaustão de uma noite não dormida começaram a pesar. Não era a dor que trazia o problema era a vontade incontrolável de tirar uma soneca, que não era conseguida devido as contrações nesse ponto comecei a pedir, a implorar por analgesia, embora meu plano de parto deixasse bem claro que eu não iria fazer. Meu marido, minha doula e minha GO tentaram me engambelar a todo custo, sugeriam posições, inclusive posições em que eu pudesse tirar uma soneca nos intervalos, trouxeram a banqueta, fui pro chuveiro, recebi massagem com óleo da Ana, mas nada aplacava minha imensa vontade de descansar. Minha única vontade era dormir e eu sentia que aquilo estava me travando e eu não conseguia mais relaxar durante as contrações. Implorei analgesia, comecei a pensar de onde veio essa ideia louca de querer parto normal, ainda mais natural, podia ter continuado com a go cesarista e aquilo já teria acabado. Duas horas depois a Karla fez um novo exame de toque e como eu havia imaginado não estava dilatando mais. A Karla então cedeu ao meu apelo, e chamaram o anestesista, ah!!! O bom anestesista! Lá pelas 01:00 do dia 09 tomei a peridural e a dor cessou. Óbvio eu sabia que uma intervenção levaria a outra, que eu teria que receber um pouco de oxitocina, que não saberia como fazer as forças certas e etc, mas eu não queria nem saber, só queria dormir. Assim que a anestesia fez efeito dormi. Foi um soninho tão bom!! Assim que acordei começamos de novo: bola, banqueta, posições na cama... A bolsa rompeu, fui para 9 e 10, mas tinha um rebordo e o bebê estava alto, fiz muita força, fiz número dois alguma vezes, estava muito difícil o bebê descer e eu não sabia onde fazer a força. Estávamos todos cansados, eu principalmente. Meu bebê começou a coroar, força, muita força, troca de posição, mas estava muito difícil sem conseguir fazer a força certa, tivemos que fazer episiotomia porque não aguentava mais, uma intervenção leva a outra, e as 05:14 depois de mais de 24 hrs em TP, meu João Pedro chegou ao mundo, escorregou quentinho e veio direto para o meu colo lindo, calmo, tranquilo. Falei para ele: "chora filho, chora filho" e ele chorou um chorinho lindo, lindo. Tão gostoso! Meu maridão que ficou o tempo todo ao meu lado, cortou o cordão e acompanhou para fazer a pesagem, e demais procedimentos. Nasceu com 3580 kg e 50,5 cm. Ele não foi aspirado, nem recebeu colírio. Assim ele voltou ao meu colo minha Doula foi me ajudar a dar de mama. Estava pegando meu peito e sugando mas senti o mundo girar e sabia que podia desmaiar, pedi para pegarem ele pois fiquei com medo de deixar-lo cair. Logo depois na recuperação quando fiquei melhor coloquei ele no peito e ele sugou!!! Mamou e mamou!!! Não tenho palavras para agradecer a Ana e a Karla! Duas mulheres abençoadas que acima de tudo respeitam a mulher e suas vontades. Todo esse episódio de pedir anestesia e tudo mais me ensinou muito, principalmente a ver que nem tudo está no nosso controle, me ensinou a ter humildade!
A dra Karla, só posso dizer que gostaria que existissem mais profissionais como ela, será que consegues te multiplicar? É tão difícil encontrar profissionais que se importam somente com a mulher e não com seus próprios interesses, te recomendaria 1001 vezes.
A Ana, me ensinou muitas coisas, principalmente a acreditar em mim, sempre apontando caminhos, trazendo soluções, fostes essencial para mim Ana!! Se não tivesse te conhecido provavelmente seria tudo bem diferente. Eu não teria ido atrás da Karla, não teria insistido em me empoderar. És uma mulher iluminada!!!! Gratidão amada!
E o que dizer do meu marido "doulo"? Se eu já te amava antes te amo ainda mais! Meu amor renasceu de uma forma nova depois dessa experiência linda pela qual passamos juntos! Obrigado pela mão, pelo apoio, pelo amor, zelo incondicional, quem dera todas as mulheres tivessem um maridão como eu tenho! Te amo muito, obrigado por estar ao meu lado e por ser um pedacinho daquele lindo pedacinho de nós! Me deste o maior presente! Te amo infinitamente!

Por último e mais importante a Deus! Que fez as coisas a seu tempo, sempre conforme a vontade dele é sempre tão perfeito!!!!




sexta-feira, 20 de março de 2015

Meu bebê mama a todo momento!!

Esta frase é uma das que eu mais escuto no pós parto de várias mulheres, seguida da frase clássica "acho que não tenho leite ou meu leite é fraco!". A imagem a seguir vai de encontro com todas as informações que estou passando abaixo. Quero esclarecer alguns pontos importantes sobre a amamentação de recém nascidos:

1) O primeiro ponto é: bebê chora para se comunicar!! Não, não é porque você não tem leite ou porque seu leite é fraco (isso não existe). Ele pode estar chorando por estar  com a fralda suja, com calor, com frio, com cólicas, com saudades da mãe, porque esta se adequando a vida fora do útero, etc.

2) O leite materno é padrão OURO na alimentação do bebê. Ou seja, igual e melhor que ele não existe!

3) O  colostro, um líquido mais amarelado, é o suficiente para o bebê nos primeiros dias, antes da descida do leite. O bebê não esta passando fome!!

4) O seu leite é feito especificamente para seu bebê

5) O leite materno é de fácil digestão, muito diferente de um leite de vaca ou de uma fórmula infantil. 

6) Sabendo se disso, a frequência com que o bebê vai mamar não é certa, e pode variar muito de criança para criança. Um bebê deve esvaziar bem a mama para pegar leite anterior rico em proteínas, anticorpos e água (por isso bebês NÃO precisam de água) e o leite posterior rico em gorduras. Mesmo um bebê mamando todo o leite, ele pode mamar com frequência ou não. Pode demorar 3-4 horas para vir a mamar novamente, ou pode mamar a cada hora ou menos.


Observem bem o tamanho do estomago de um recém nascido para um bebê de 1 mês. 

Esclarecidos todos estes pontos acima, gostaria muito que as mamães e familiares se acalmassem e confiassem um pouco mais na fisiologia da amamentação. Ah, mais uma coisa, a quantidade de leite produzida pela mãe vai depender da frequência, do estimulo do bebê ao mamar. Ou seja, bebê que mama quando quiser (livre demanda), garante produção adequada de leite para sua necessidade!

A produção de leite pode baixar se a mãe estiver estressada, e não for apoiada nesse momento. Amamentar não é fácil no começo e a mulher deve receber todo suporte possível para estabelecer um aleitamento satisfatório, tranquilo e prazeroso.

Qualquer duvida me mande um e-mail e agende uma consulta. Vou até você!

Ana Luisa Muñoz Rosa

Doula e Consultora em Aleitamento Materno

terça-feira, 17 de março de 2015

Introdução alimentar e sua importância: 14 dicas pra ela ser realizada de forma correta

Queridos leitores! 

Como já expliquei ali no ladinho direito, este blog trás texto de minha autoria, mas também textos interessantíssimos de outros profissionais na área da saúde da mulher, amamentação e alimentação infantil.
Hoje o texto é da Paola, do Blog Maternidade Colorida! Orientações simples para as mães começarem a introduzir alimentos, aos poucos, para seus bebês! Espero que gostem!

Imagem Shutterstock
Imagem Shutterstock
Seu bebê completou 6 meses e chegou a hora tão esperada: a introdução alimentar! Muito além de fazê-los aceitar os novos sabores, ela é responsável por outros desenvolvimentos e estímulos nos pequenos, por isso, é importante investir corretamente nesta fase. No post de hoje, o assunto é: Introdução alimentar e sua importância e trago 14 dicas pra ela ser realizada de forma correta!
A cada 8 de 10 mães que atendo, as dúvidas são praticamente as mesmas: como oferecer, o que oferecer, quando oferecer e a maior de todas – quanto meu filho tem que comer!
Muitas mães se sentem se frustam, pois tem a errada ideia de que com 6 meses e 10 dias seu bebê irá comer tudo e de tudo, mas calma, quem te orientou?
Se o correto é oferecer no mínimo 4 vezes o mesmo alimento para o bebê, ficar 1 semana só com as frutas, na segunda semana ser fruta e papa principal 1X ao dia, depois 1 semana com 2 X fruta/dia e a papa principal pra só depois oferecer 2X fruta e 2X papa principal, como o bebê em 10 dias estará comendo tudo?
Minhas queridas, como sempre falo: paciência, amor, calma, foco e mais paciência com amor! Não é de um dia pro outro que o bebê vai aceitar tudo o que você oferece para ele.
Quando temos calma, confiamos nas orientações que recebemos, respeitamos as fases, momentos de nossos bebês, tudo caminha para o sucesso!
A introdução alimentar tem 6 meses pra acontecer, ou seja, dos 6 meses até completar 1 ano, é a fase de introdução alimentar e nela, é preciso oferecer pouco a pouco os novos sabores e novas consistências, pra daí a criança estar pronta pra comer a “comida da família”.
Não é correto a criança completar 1 ano e só comer sopa, purê ou algo do tipo. Não, não é correto e isso atrapalha o desenvolvimento buco-maxilar, a fala e o interesse pela comida!
É importante de uma vez por todas entendermos que alimentar não é só promover o ganho de peso nos bebês, alimentar é nutrir, é oferecer variedade no cardápio, é ter paciência, respirar fundo e tentar mais uma vez!
Quando a introdução alimentar acontece de forma calma, tranquila, com amor e sem a ansiedade materna ou dos familiares em ver o prato limpo ao fim da refeição, os bebês sentem-se tranquilos e confiantes em provar, experimentar o novo!
Imagem Shutterstock
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Mas como deve ser a introdução alimentar?
  1. Tenha paciência e entenda/aceite o tempo de seu bebê
  2. Organize-se e elabore um cardápio variado e com oferta correta de nutrientes
  3. Desprenda-se da quantidade que ele come
  4. Preocupe-se com a qualidade do que ele come
  5. Deixe-o pegar os alimentos, invista no método BLW, nem que seja pra “mesclar” com o método “tradicional”
  6. Nunca penere, bata, centrifugue, liquidifique a papa principal de seu bebê
  7. Ofereça desde sempre amassado no garfo e mês a mês evolua a consistência da papa
  8. Não ofereça sucos ou água de coco. Fique só no leite materno ou fórmula e água para já criar o hábito
  9. Não ofereça bolachas, biscoitos, pães. Até 1 ano, a alimentação do bebê é só com frutas, verduras, legumes, cereais naturais, carnes, ovo … ou seja, tudo que é natural!
  10. Faça papas saborosas! Tempere com itens naturais e faça a comidinhas dos pequenos com sabor!
  11. Combine os sabores de forma que fique agradável, mescle sabor mais amargo com os mais neutros, por exemplo.
  12. Monte uma rotina alimentar e crie o ambiente correto: lugar de comer é lugar de comer, lugar de brincar é lugar de brincar! Não use nunca o tablet ou televisão pra fazer seu bebê comer!
  13. Bebê com sono, irritado, chorando não vai comer, ou seja, entenda a melhor hora de oferecer a alimentação.
  14. Está difícil? Ele não come? Ele fecha a boca? Faz muita sujeira? Respira, conta até 10, dê colo, amor, carinho, busque sua paciência e tranquilidade aonde ela estiver, espere tudo se acalmar e tente de novo!
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