Algumas indicações de cesariana
REAIS
1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa;
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa) - durante o trabalho de parto (antes pode ser tentada a versão);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto (em algumas diretrizes, somente se for a primoinfecção herpética).
PODEM ACONTECER, PORÉM FREQUENTEMENTE SÃO DIAGNOSTICADAS DE FORMA EQUIVOCADA
1) Desproporção cefalopélvica (DCP): o diagnóstico só é possível intraparto e não pode ser antecipado durante a gravidez. Em 1934 um obstetra (Barbour) já dizia que "o melhor pelvímetro é a cabeça fetal", e é avaliando a progressão da cabeça fetal através do canal de parto na presença de contrações eficientes que pode ser aventada a suspeita de DCP;
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "frequência cardíaca fetal não-tranquilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia): recentemente tanto autores como diretrizes concordam que os critérios devem ser mais elásticos. O próprio uso de ocitocina e a amniotomia não têm efetividade comprovada quando comparados com a conduta expectante;
Pela grande variação do que é fisiológico, considera-se que não é necessário intervir para apressar um parto, independente de sua duração, quando mãe e bebê estão bem.
Nota: o uso do partograma de Friedman é altamente questionável. A curva de evolução do trabalho de parto tem grande variação, recomendando-se atualmente a curva de Zhang (2010), com percentis. Outras curvas em outras populações estão sendo estudadas.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO
1) Apresentação pélvica (recomenda-se oferecer versão cefálica externa depois de 36 semanas mas se não for bem sucedida ou não for aceita pela gestante, discutir riscos e benefícios: o parto pélvico só deve ser tentado com equipe experiente e se for essa a decisão da gestante);
2) Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – variando de 0,5% - 1% - deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia); as diretrizes mais recentes não discriminam entre uma ou duas cesáreas para quem quer tentar um VBAC (Vaginal Birth After Cesarean = Parto Vaginal Após Cesárea);
3) hiv/aids (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.
Algumas desculpas utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea (em ordem alfabética)
1. Abdominoplastia prévia
2. Aceleração dos batimentos fetais
3. Adolescência
4. Ameaça de chuva/temporal na cidade
5. Anemia falciforme
6. Ameaça de parto prematuro (?)
7. Anemia ferropriva
8. Anemia de qualquer tipo (entendam, gestantes, a cesariana vai agravar a anemia, uma vez que a perda sanguínea é cerca de 500ml no parto normal e 1.000ml na cesariana)
9. Anencefalia
10. Anticoagulação (uso de warfarin que já deveria estar suspenso a termo, uso de heparina de baixo peso molecular, uso de heparina convencional)
11. Artéria umbilical única
12. Asma
13. Assalto ou outras formas de violência (gestante ou familiar foi vítima de assalto, então o bebê pode ficar estressado)
14. Acidente Vascular Cerebral (AVC) prévio
15. Bacia "muito estreita"
16. Baixa estatura materna
17. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
18. Bebê alto, não encaixado antes do início do trabalho de parto
19. Bebê profundamente encaixado
20. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
21. Bebê "grande demais" (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
22. Bebê "pequeno demais"
23. Bebê engolindo o líquido amniótico
24. Bebê flagrado apertando o cordão durante a ultrassonografia, o que aparentemente levou a bradicardia
25. Bilhete ou telefonema do prefeito/secretário de saúde de município próximo – Bilhete de qualquer político
26. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
27. Calcificação da sínfise púbica (alegando-se que ocorreria em TODAS as mulheres com mais de 35 anos, impedindo o parto normal)
28. Candidíase
29. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
30. Cegueira materna
31. Ceratocone
32. Cesárea anterior
33. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
34. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
35. Cirurgia gastrointestinal prévia
36. Colestase gravídica
37. Coleta de sangue do cordão umbilical para congelamento e preservação de células-tronco
38. Colo grosso, colo posterior, colo duro, colo alto e (paradoxalmente) colo curto
39. Colostomia (sim, porque é melhor fazer uma incisão abdominal perto do estoma com fezes do que um parto normal bem distante da área...)
40. Conização prévia do colo uterino
41. Condilomas (verrugas genitais) que não provocam obstrução do canal de parto.
42. Constipação (prisão de ventre)
43. Cordão curto (impossível a mensuração antes do nascimento)
44. Cálculo renal (nefrolitíase)
45. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas (incluindo aniversário do obstetra)
46. Datas significativas como 11/11/11 ou 12/12/12 (ainda bem que a partir de 2013 precisaremos esperar o próximo século mas ainda inventam outras...)
47. Diabetes mellitus clínico ou gestacional
48. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto e antes da dilatação de 8 a 10 cm
49. Disfunção da sínfise púbica
50. Dorso à direita, dorso posterior, ou dorso em qualquer outro lugar
51. Edema de membros inferiores/edema generalizado
52. Eletrocauterização prévia do colo uterino
53. Endometriose em qualquer grau e localização
54. Enxaqueca materna
55. Epilepsia e uso de qualquer droga antiepiléptica
56. Escoliose
57. Espondilite anquilosante – Qualquer espondiloartropatia
58. Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
59. Exérese prévia de pólipos intestinais por colonoscopia
60. Falta de dilatação antes do trabalho de parto
61. Falta de vagas nos hospitais se a gestante não marcar a cesárea
62. Feto com “unhas compridas”
63. Feto morto
64. Fibromialgia
65. Fratura de cóccix em algum momento da vida
66. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
67. Gestação gemelar com os dois conceptos, ou o primeiro, em apresentação cefálica
68. Gestante saudável demais, correndo o risco de ter um parto fácil e muito rápido, podendo parir antes de chegar ao hospital, com risco de morte do bebê
69. Gravidez não desejada
70. Gravidez prolongada
71. Grumos no líquido amniótico
72. Hemorroidas
73. Hepatite B e Hepatite C
74. Hérnia de disco, operada ou não, em qualquer segmento da coluna vertebral
75. Hérnia inguinal, hérnia incisional e hérnia umbilical
76. Hiperprolactinemia
77. Hipertireoidismo
78. Hipotireoidismo
79. História de cesárea na família
80. História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez
81. História de depressão pós-parto
82. História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior
83. História de trombose venosa profunda
84. História familiar de fibrose cística do pâncreas
85. HPV com ou sem NIC
86. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos. Há pouco tempo a fisioterapeuta que faz parte de nossa equipe foi considerada "idosa"por um plantonista de certa maternidade que não me convém indicar...
87. Incisura nas artérias uterinas (pesquisada inutilmente, uma vez que não se deve realizar oplervelocimetria em uma gravidez normal)
88. Incontinência urinária de esforço ou estar fazendo muito xixi no final da gravidez
89. Infecção urinária
90. Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês “superdesejados” teriam melhor prognóstico com a cesárea) – motivo pelo qual esses bebês aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal
91. Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem)
92. Insuficiência Renal Aguda ou Crônica
93. Jogo do Atlético x Cruzeiro (mas pode substituir por Flamengo x Fluminense, Grêmio x Internacional ou qualquer clássico de sua cidade), afetando o tráfego urbano
94. Laparotomia prévia
95. Lesão medular (habitualmente acarretando paralisia: tetraplegia, paraplegia, hemiplegia, diplegia, dependendo do nível da lesão): essas mulheres em geral são cadeirantes e podem ter partos sem dor, mas o diagnóstico não é indicação de cesárea!
96. Líquido amniótico em excesso
97. Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
98. Magreza da mãe
99.Malformação cardíaca fetal
100. Mecônio no líquido amniótico (só indica cesariana se houver associação com padrões anômalos de frequência cardíaca fetal, sugerindo sofrimento fetal)
101. Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio)
102. Miscigenação racial (pelo “elevado risco” de desproporção céfalo-pélvica)
103. Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)
104. Nó verdadeiro de cordão (impossível o diagnóstico antenatal, sorry)
105. Obesidade materna
106. Paciente “não tem perfil para parto normal”
107. Paciente “não ajuda para o parto normal” (momento vidente ON: “no fundo ela quer cesárea”)
108. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas)
109. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
110. Perineoplastia anterior
111. Pé (do feto) nas costelas
112. Pé torto congênito
113. Placenta grau III ou II ou I ou qualquer outra classificação placentária
114. Placentas baixas não oclusivas do colo do útero
115. Plaquetopenia
116. Pólipos uterinos
117. Possível falta de vaga em maternidade para um parto normal, caso a gestante não marque a cesárea
118. Pouco líquido no exame ultrassonográfico (sem indicação no final da gravidez em gestantes normais)
119. Praticar musculação ou ser atleta
120. Pressão alta
121. Pressão baixa
122. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia, ceratocone e descolamento da retina
123. Profissão professora
124. Prolapso de valva mitral
125. Prótese total de quadril
126. Prurido gestacional
127. Qualquer malformação fetal incompatível com a vida
128. Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez
129. Queloide ou tendência a queloide podendo complicar uma episiotomia (e a cesárea não? E para que fazer episiotomia?)
130. Reação vasovagal
131. Sedentarismo
132. Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via histeroscópica
133. Ser bailarina
134. Sono fetal (bebê que dorme durante o trabalho de parto)
135. Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico
136. Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia
137. Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
138. Tabagismo
139. Trabalho de parto prematuro
140. Trânsito urbano muito intenso
141. Tricomoníase
142. Trombofilias
143. Trombose venosa profunda
144. Varizes uterinas
145. Varizes em membros inferiores
146. Varizes na vulva
147. Uso de antidepressivos ou antipsicóticos
148. Uso de aspirina e outros antiagregantes plaquetários (ex.: clopidogrel)
149. Útero bicorno
150. Útero retrovertido
151. Vaginose bacteriana
152. Varizes na vulva e/ou vagina
153. Violência urbana, impedindo obstetra (famoso) de sair de casa à noite ou alegada como pretexto para que as gestantes também não sigam o perigoso percurso até a maternidade
REAIS
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia parcial ou total (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa) - durante o trabalho de parto (antes pode ser tentada a versão);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto (em algumas diretrizes, somente se for a primoinfecção herpética).
1) Desproporção cefalopélvica (DCP): o diagnóstico só é possível intraparto e não pode ser antecipado durante a gravidez. Em 1934 um obstetra (Barbour) já dizia que "o melhor pelvímetro é a cabeça fetal", e é avaliando a progressão da cabeça fetal através do canal de parto na presença de contrações eficientes que pode ser aventada a suspeita de DCP;
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "frequência cardíaca fetal não-tranquilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia): recentemente tanto autores como diretrizes concordam que os critérios devem ser mais elásticos. O próprio uso de ocitocina e a amniotomia não têm efetividade comprovada quando comparados com a conduta expectante;
Pela grande variação do que é fisiológico, considera-se que não é necessário intervir para apressar um parto, independente de sua duração, quando mãe e bebê estão bem.
Nota: o uso do partograma de Friedman é altamente questionável. A curva de evolução do trabalho de parto tem grande variação, recomendando-se atualmente a curva de Zhang (2010), com percentis. Outras curvas em outras populações estão sendo estudadas.
SITUAÇÕES ESPECIAIS EM QUE A CONDUTA DEVE SER INDIVIDUALIZADA, CONSIDERANDO-SE AS PECULIARIDADES DE CADA CASO E AS EXPECTATIVAS DA GESTANTE, APÓS INFORMAÇÃO
1) Apresentação pélvica (recomenda-se oferecer versão cefálica externa depois de 36 semanas mas se não for bem sucedida ou não for aceita pela gestante, discutir riscos e benefícios: o parto pélvico só deve ser tentado com equipe experiente e se for essa a decisão da gestante);
3) hiv/aids (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.
Algumas desculpas utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea (em ordem alfabética)
1. Abdominoplastia prévia
|
2. Aceleração dos batimentos fetais
|
3. Adolescência
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4. Ameaça de chuva/temporal na cidade
|
5. Anemia falciforme
|
6. Ameaça de parto prematuro (?)
|
7. Anemia ferropriva
|
8. Anemia de qualquer tipo (entendam, gestantes, a cesariana vai agravar a anemia, uma vez que a perda sanguínea é cerca de 500ml no parto normal e 1.000ml na cesariana)
|
9. Anencefalia
|
10. Anticoagulação (uso de warfarin que já deveria estar suspenso a termo, uso de heparina de baixo peso molecular, uso de heparina convencional)
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11. Artéria umbilical única
|
12. Asma
|
13. Assalto ou outras formas de violência (gestante ou familiar foi vítima de assalto, então o bebê pode ficar estressado)
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14. Acidente Vascular Cerebral (AVC) prévio
|
15. Bacia "muito estreita"
|
16. Baixa estatura materna
|
17. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
|
18. Bebê alto, não encaixado antes do início do trabalho de parto
|
19. Bebê profundamente encaixado
|
20. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
|
21. Bebê "grande demais" (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
|
22. Bebê "pequeno demais"
|
23. Bebê engolindo o líquido amniótico
|
24. Bebê flagrado apertando o cordão durante a ultrassonografia, o que aparentemente levou a bradicardia
|
25. Bilhete ou telefonema do prefeito/secretário de saúde de município próximo – Bilhete de qualquer político
|
26. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
|
27. Calcificação da sínfise púbica (alegando-se que ocorreria em TODAS as mulheres com mais de 35 anos, impedindo o parto normal)
|
28. Candidíase
|
29. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
|
30. Cegueira materna
|
31. Ceratocone
|
32. Cesárea anterior
|
33. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
|
34. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
|
35. Cirurgia gastrointestinal prévia
|
36. Colestase gravídica
|
37. Coleta de sangue do cordão umbilical para congelamento e preservação de células-tronco
|
38. Colo grosso, colo posterior, colo duro, colo alto e (paradoxalmente) colo curto
|
39. Colostomia (sim, porque é melhor fazer uma incisão abdominal perto do estoma com fezes do que um parto normal bem distante da área...)
|
40. Conização prévia do colo uterino
|
41. Condilomas (verrugas genitais) que não provocam obstrução do canal de parto.
|
42. Constipação (prisão de ventre)
|
43. Cordão curto (impossível a mensuração antes do nascimento)
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44. Cálculo renal (nefrolitíase)
|
45. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas (incluindo aniversário do obstetra)
|
46. Datas significativas como 11/11/11 ou 12/12/12 (ainda bem que a partir de 2013 precisaremos esperar o próximo século mas ainda inventam outras...)
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47. Diabetes mellitus clínico ou gestacional
|
48. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto e antes da dilatação de 8 a 10 cm
|
49. Disfunção da sínfise púbica
|
50. Dorso à direita, dorso posterior, ou dorso em qualquer outro lugar
|
51. Edema de membros inferiores/edema generalizado
|
52. Eletrocauterização prévia do colo uterino
|
53. Endometriose em qualquer grau e localização
|
54. Enxaqueca materna
|
55. Epilepsia e uso de qualquer droga antiepiléptica
|
56. Escoliose
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57. Espondilite anquilosante – Qualquer espondiloartropatia
|
58. Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
|
59. Exérese prévia de pólipos intestinais por colonoscopia
|
60. Falta de dilatação antes do trabalho de parto
|
61. Falta de vagas nos hospitais se a gestante não marcar a cesárea
|
62. Feto com “unhas compridas”
|
63. Feto morto
|
64. Fibromialgia
|
65. Fratura de cóccix em algum momento da vida
|
66. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
|
67. Gestação gemelar com os dois conceptos, ou o primeiro, em apresentação cefálica
|
68. Gestante saudável demais, correndo o risco de ter um parto fácil e muito rápido, podendo parir antes de chegar ao hospital, com risco de morte do bebê
|
69. Gravidez não desejada
|
70. Gravidez prolongada
|
71. Grumos no líquido amniótico
|
72. Hemorroidas
|
73. Hepatite B e Hepatite C
|
74. Hérnia de disco, operada ou não, em qualquer segmento da coluna vertebral
|
75. Hérnia inguinal, hérnia incisional e hérnia umbilical
|
76. Hiperprolactinemia
|
77. Hipertireoidismo
|
78. Hipotireoidismo
|
79. História de cesárea na família
|
80. História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez
|
81. História de depressão pós-parto
|
82. História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior
|
83. História de trombose venosa profunda
|
84. História familiar de fibrose cística do pâncreas
|
85. HPV com ou sem NIC
|
86. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos. Há pouco tempo a fisioterapeuta que faz parte de nossa equipe foi considerada "idosa"por um plantonista de certa maternidade que não me convém indicar...
|
87. Incisura nas artérias uterinas (pesquisada inutilmente, uma vez que não se deve realizar oplervelocimetria em uma gravidez normal)
|
88. Incontinência urinária de esforço ou estar fazendo muito xixi no final da gravidez
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89. Infecção urinária
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90. Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês “superdesejados” teriam melhor prognóstico com a cesárea) – motivo pelo qual esses bebês aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal
|
91. Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem)
|
92. Insuficiência Renal Aguda ou Crônica
|
93. Jogo do Atlético x Cruzeiro (mas pode substituir por Flamengo x Fluminense, Grêmio x Internacional ou qualquer clássico de sua cidade), afetando o tráfego urbano
|
94. Laparotomia prévia
|
95. Lesão medular (habitualmente acarretando paralisia: tetraplegia, paraplegia, hemiplegia, diplegia, dependendo do nível da lesão): essas mulheres em geral são cadeirantes e podem ter partos sem dor, mas o diagnóstico não é indicação de cesárea!
|
96. Líquido amniótico em excesso
|
97. Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
|
98. Magreza da mãe
|
99.Malformação cardíaca fetal
|
100. Mecônio no líquido amniótico (só indica cesariana se houver associação com padrões anômalos de frequência cardíaca fetal, sugerindo sofrimento fetal)
|
101. Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio)
|
102. Miscigenação racial (pelo “elevado risco” de desproporção céfalo-pélvica)
|
103. Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)
|
104. Nó verdadeiro de cordão (impossível o diagnóstico antenatal, sorry)
|
105. Obesidade materna
|
106. Paciente “não tem perfil para parto normal”
|
107. Paciente “não ajuda para o parto normal” (momento vidente ON: “no fundo ela quer cesárea”)
|
108. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas)
|
109. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
|
110. Perineoplastia anterior
|
111. Pé (do feto) nas costelas
|
112. Pé torto congênito
|
113. Placenta grau III ou II ou I ou qualquer outra classificação placentária
|
114. Placentas baixas não oclusivas do colo do útero
|
115. Plaquetopenia
|
116. Pólipos uterinos
|
117. Possível falta de vaga em maternidade para um parto normal, caso a gestante não marque a cesárea
|
118. Pouco líquido no exame ultrassonográfico (sem indicação no final da gravidez em gestantes normais)
|
119. Praticar musculação ou ser atleta
|
120. Pressão alta
|
121. Pressão baixa
|
122. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia, ceratocone e descolamento da retina
|
123. Profissão professora
|
124. Prolapso de valva mitral
|
125. Prótese total de quadril
|
126. Prurido gestacional
|
127. Qualquer malformação fetal incompatível com a vida
|
128. Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez
|
129. Queloide ou tendência a queloide podendo complicar uma episiotomia (e a cesárea não? E para que fazer episiotomia?)
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130. Reação vasovagal
|
131. Sedentarismo
|
132. Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via histeroscópica
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133. Ser bailarina
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134. Sono fetal (bebê que dorme durante o trabalho de parto)
|
135. Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico
|
136. Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia
|
137. Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
|
138. Tabagismo
|
139. Trabalho de parto prematuro
|
140. Trânsito urbano muito intenso
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141. Tricomoníase
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142. Trombofilias
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143. Trombose venosa profunda
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144. Varizes uterinas
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145. Varizes em membros inferiores
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146. Varizes na vulva
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147. Uso de antidepressivos ou antipsicóticos
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148. Uso de aspirina e outros antiagregantes plaquetários (ex.: clopidogrel)
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149. Útero bicorno
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150. Útero retrovertido
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151. Vaginose bacteriana
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152. Varizes na vulva e/ou vagina
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153. Violência urbana, impedindo obstetra (famoso) de sair de casa à noite ou alegada como pretexto para que as gestantes também não sigam o perigoso percurso até a maternidade
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Contribuição da Dra. Melania Amorim,MD, PhD.