quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Relato da cesárea necessária de Ana Paula pela doula




Conheci a Ana Paula através de um pedido de ajuda à ela, pela minha doulanda Sheila, no facebook. Entrei em contato com ela, e ela foi me contando a história do seu primeiro parto e de como queria apoio de uma doula. Disse que poderia atendê-la sem problemas.
Combinamos o primeiro encontro e nele conversamos muito sobre o que ela passou no parto da sua filha, e do que gostaria que fosse diferente. Depois tivemos mais 2 encontros com muita conversa, massagem, pintura na barriga, risadas e muito carinho. No último encontro combínamos dela me chamar com contrações de 15 em 15 minutos, para eu conseguir chegar a tempo na cidade dela, Imbé.

Na última semana antes do nascimento, Ana tinha contrações todos os dias mas sem intervalos regulares, que a deixavam sem dormir a noite. Conversávamos todos os dias pelo facebook, para tirar algumas dúvidas e mantermos contato. No dia 27/08, com 41 semanas, pelas 16 hs, Ana manda uma mensagem pelo celular dizendo que as contrações estavam vindo a cada 7 minutos, bem doloridas. Peguei minhas coisas, avisei meu marido e sai pelas 16:40 hs, eram 1 hora e 20 minutos de viagem, chovia muuuito.

Cheguei pelas 18 e 15 hs. Fui recebida pelo marido de Ana, Clayton, que estava muito feliz que Pietro estava chegando. Ana arrecem havia saido do chuveiro, disse que a água morna  aliviava muito as dores. Depois disso ela quis se deitar e tentar descansar. Colocamos uma bolsa de água quente no ventre afim de aliviar as contrações, e estava funcionando bem. Ali ficamos grande parte do tempo, Ana agarrada na minha mão e na do Clayton, e a cada contração Ana respirava com calma, profundamente, apertava nossas mãos e assim superava cada uma delas.

Depois de algum tempo assim, Ana quis tentar caminhar ficar em pé, mas as contrações estavam apertando, vindo a cada cada 3 minutos, durando 1 minuto. Ana se agarrava hora em mim, hora no Clayton e hora em nós dois. Depois de tentar encontrar uma posição para ficar sem succeso, ela decidiu se deitar de lado na cama outra vez. Neste momento as contrações apertaram ainda mais, e vinha a cada minuto e meio, durando quase 1 minuto. Ficamos novamente naquele circulo de apoio, mãos dadas, Ana queria fraquejar mas a encorajávamos mais e mais.

Depois de 2 horas com contrações a cada minuto e meio, pela 12 hs, um pouco mais, Ana quis ir ao Hospital de Tramandaí, mas estava com medo de estar muito cedo, de não deixarem a mim e ao marido entrar, afinal havia falado com o responsável do hospital alguns dias antes.
Chegamos lá, Ana entrou e nós ficamos esperando durantes 30 minutos no lado de fora, até que a enfermeira autorizou minha entrada, e disse que eu poderia ficar no pré parto, parto e pós parto, e o pai no parto e pós parto. Coloquei a roupinha do hospital, e fui ajudar a Ana no banho, pois fizeram o enema (lavagem intestinal). Ela estava palida, cansada e disse com tristeza que estava com 5 cm de dilatação. Falei para ela não pensar no passado e viver este parto, se entregar e tentar relaxar ao máximo.

Fomos para o quarto onde estava mais uma parturiente com sorinho colocado. Era nitido que Ana não estava gostando de ficar ali naquele quarto, exposta, sem intimidade. Mas eu pedia que ela se concentrasse. E as contrações continuavam a vir a cada 2-1 minutos, ela não conseguia mais ouvir direito, e como o pessoal fazia perguntas, pra quê??!!! Afff! Não deixavam ela se concentrar, era um entra e sai, luz acesa... No começo ela ficou sentada, depois resolveu se deitar. As horas foram passando e Ana com coragem vencendo cada contração. As técnicas de enfermagem vinham checar os batimentos de Pietro a cada meia hora. Pelas 3:30 hs Ana recebeu sorinho, sem hormônio, para não “desidratar”, foi dado uma gase molhada para poder “saciar” a sede dela e ganhou buscopan como havia pedido...

Ana começou a dizer que as contrações estavam estranhas, doiam de forma diferente.  Tentei fazê-la se levantar, mas ela não conseguia, sentia dores nas pernas, tinha medo de cair, mudamos de lado, comecei a movimentar o quadril dela, “chutando” que o bebe estivesse mal posicionado, ou algo assim. Mas as dores estranhas continuaram. Pelas 4 hs ouviram os batimentos do Pietro que desceram a 92 bpm, até menos, na contração e não regularizaram em seguida. A técnica de enfermagem avisou o médico que pediu para Ana mudar de posição ou se sentar, para ver se melhorava os batimentos. Ela não conseguiu sentar mas mudou a posição. Os batimentos melhoravamm por alguns poucos minutos e baixavam novamente. O médico avaliou a dilatação, que estava completa, mas o bebê estava alto. Ana disse que não sentia vontade de empurrar.

O médico sugeriu que Ana ficasse em pé novamente, ela não conseguia e insistiu que a dor estava estranha, não parecia algo normal. A equipe esperou mais ou menos uma hora para ver se o bebê descia, e se os batimentos do bebê regularizavam. Mas não aconteceu, era cada vez mais frequente os batimentos baixarem e não voltarem rápido ao normal. Nesse momento o médico avisa para a Ana que ia ser cesárea, avisando a equipe que era uma cesárea de emergêcia. E veio explicar que o bebê estava em sofrimento, não estava descendo e parecia ser um bebezão.

O Centro cirúrgico foi arrumado o mais rápido possível, me deixaram ficar com ela, Ana recebeu anestesia e nesse meio tempo chamaram Clayton para ver o nascimento. Às 5:15 do dia 28/08 Pietro nasceu, com deliciosos 4.540 gramas e medindo 52 cm,  demorou um pouquinho para chorar e foi para neonatologista receber alguns cuidados. Depois ouvimos um choro alto que tranquilizou  a mamãe e o papai dele.

Pietro veio conhecer a mamãe, que beijou demais esse filho e ele ficou quietinho ouvindo a mamãe. Ana foi para a sala de recuperação e Pietro veio logo depois para mamar, mas quis ficar quietinho, dormindo no colo da mamãe.



Quero agradecer a Ana e ao Clayton por me convidarem a presenciar o nascimento do lindo Pietro.

Ana Paula, foste mais além do que muitas mulhares podem imaginar, és forte, guerreira e no final tudo acabou bem. Parabéns querida!

Clayton, o que dizer de um marido tão prestativo, parceiro e carinhoso com a esposa. Foste a fonte de força da Ana, e colaborou integralmente para a vinda de teu filho!

E deixo aqui um agradecimento a coordenação do Hospital de Tramandaí que permitiu a entrada da doula, tanto no pré parto, no CC já que foi preciso e no pós parto.

Analu  – mãe e doula

A famosa "manha" - por Raquel de Andrade

Texto muito interessante que encontrei no site do Grupo Para Noites Sem Choro. Leiam com atenção e sem preconceito, tentem entender o ponto de vista do bebê. Segue o texto...

google imagem
"Sinceramente, "manha" não existe. Pelo menos durante os 2 primeiros anos de vida. Pelo menos não essa "manha" que as pessoas usam como álibi para se isentar de acudir o bebê que permanece chorando, pau da vida. Me desculpe se, porventura, minha opinião difere da sua, mas, por amor, vamos pensar juntas... 
Convenhamos, um bebê de meses não tem capacidade de fazer essa tal "manha"! Se ele chora é porque algo vai mal, e o choro é a única forma de comunicação que ele tem.
Imagine-se num país estranho, cujo idioma você não fala uma palavra. Aí você tenta se comunicar usando um pouco de mímica ou outro artifício qualquer e... ninguém faz a menor força para tentar entendê-la. Puxa, isso é indignante! É o maior egoísmo e falta de solidariedade.
O bebê não sabe falar. O choro é a única linguagem que ele conhece. Ele só pode apelar para ela. Cabe aos adultos tentar entender o que se passa e acudir o pequeno.
Bom, se o neném está chorando, você faz o "check-list" dos possíveis motivos:
está com fome? Não, mamou há pouco; está com a fralda molhada ou suja? Não, já troquei; está com frio ou calor? Não; a roupa está incomodando? Não, está uma beleza de confortável; está com cólica? Não, não é choro de cólica; está com alguma dor? Não aparentemente;
Aí vem alguém e diz:
Áh, então é "manha"... deixa chorar pra aprender...
Bom, aí o neném põe a boca no mundo, berra à beça, se esvai em lágrimas, e ninguém faz nada... Todos se isentam, pois já verificaram as razões materiais para o choro e se certificaram que nada está errado (não está com fome, não está molhado, não é cólica...).
Nada errado para eles, pois se o bebê está chorando é porque tem algo errado com certeza - mesmo que seja meramente um desconforto passageiro.
Gente, sabe-se lá o que um bebê traz em sua mente como sensações e sentimentos? Sabe-se lá que memória ele tem? Você nunca sentiu medo por estar sozinha? Mesmo um medinho passageiro, que você resolveu em segundos através de sua capacidade de raciocínio?
Pois é! Vai ver o bebê está sentindo um medo parecido. Acontece que um jovem bebê não tem a menor capacidade de raciocínio, ele é emoção pura, em estado bruto! Não se pode exigir de um bebê que ele use sua razão - isso é uma coisa que vai acontecer aos poucos, através de muito aprendizado e de muito estímulo.
Esse bebê que está "fazendo manha" pode estar se sentindo inseguro. Pode estar com medo. Pode estar tendo uma sensação ruim, de vazio. Pode estar carente de contato físico - de colo - por alguns momentos. Sei lá... pode estar tendo um monte de sensações que não conseguimos imaginar, e precisa de amparo, de atenção, de segurança, de colo.
É um absurdo essas pessoas que esgotam as explicações materiais e concluem, com a maior cara de pau: "é manha, deixa chorar pra aprender". Gente, isso é a maior desumanidade! É cruel. O bebê fica aterrorizado, indignado, frustrado. Ele vai acabar por se calar sim. Vai cansar e vai calar. Mas até lá, minha amiga, esse bebê vai ter passado maus momentos!
Vai ter tido uma péssima experiência de desamparo e rejeição ("que mundo horrível, ninguém me quer"). Vai ter experimentado uma frustração grande ("sou incapaz, não consigo o que quero"). Vai ter acumulado, em todo o seu corpinho, as tensões deste mau momento (músculos retesados). Vai ter armazenado em seu cérebrozinho - tão puro e sem maldade - um stress totalmente desnecessário. Ele vai guardar esta experiência, pode crer.
Você quer isso pro seu filho? Papai, você quer isso? Coloque-se no lugar do pequeno? Você gostaria de passar por isso?
Agora me diga: o que ele aprendeu de bom com isso? Nada! Ele não precisa aprender as regras da vida desta maneira, pela via da dor. Ele pode aprender pela via do entendimento. Talvez dê mais trabalho, mas é muito melhor para todos.
Se o bebê está fazendo a tal "manha", ampare-o. Dê colo a ele. Ofereça o seio mesmo que ele não esteja com fome. Cante baixinho. Faça carinho. Converse com ele com a voz serena e firme, transmitindo confiança e amor. Não pense que ele não entende. Ele entende sim!! Com certeza! Pode não entender o sentido das palavras, mas seu cérebro percebe as vibrações de sua voz, e é assim que a comunicação se dá.
Boto a minha mão no fogo se esse bebê não se acalmar - mesmo que demore - e não crescer mais confiante e seguro. Uma criança tratada com humanidade vai ser muito mais amiga, obediente... vai ser uma criança mais fácil. Aquela tratada com egoísmo poderá se revoltar, ou então poderá ser uma "santa" mas escondendo que neuroses e que infelicidade em sua alma!
Quando o bebê cresce um pouco e já tem uma certa capacidade de raciocínio, mesmo assim ele não deve ser "abandonado" aos prantos. Nessa hora, ele deve ser reconfortado e devem lhe explicar que não precisa chorar, que está tudo bem, que mamãe e papais voltam, etc. Pode ser que ele continue chorando um pouco, mas ele vai se acalmar rápido - ele vai ter elementos para lidar com a situação, sua mente terá recursos para se tranqüilizar e ter confiança.
As pessoas podem apresentar inúmero argumentos. O mais compreensível é o da mãe cansada, exausta, que não tem apoio do marido e da família para lidar com o bebê. Mas mesmo assim eu finco pé... não se pode recusar atendimento a um bebê assim. Um bebê é responsabilidade de todos - não só da mãe!
Em resposta final a todos os argumentos que possam surgir, eu prefiro seguir a orientação de Jesus Cristo. Ele disse: "confortai os que choram". Então, pelo sim pelo não, "manha" ou não "manha", eu fico com Jesus: acudo a criança. Depois a gente vê como é que fica.
Uma última palavra às mães zelosas e amorosas, e aos pais e avós idem: também não vá se culpar se o neném tiver chorado um pouco, se você estiver meio sem paciência, cansada, etc. Isso acontece. Se você, em geral, não nega atenção ao pequeno, tudo bem. Essa reflexão toda é mais para aquelas pessoas que ainda não formaram sua opinião, e para aquelas que acreditam na tal "manha"...
"
Autora: Raquel de Andrade Dantas Figueirôa
Texto extraido do site:http://www.infonet.com.br/meubebe/obebe05.htm

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Meu bebê briga com o peito


Texto excelente da Simone de Carvalho, que vai esclarecer porquê alguns bebe brigam tantop na hora de mamar. Calma, calma, é normal, uma fase. Leiam o texto:


Sobre os bebês aparentemente impacientes e brigões com o seio materno


Tenho lido muitos relatos esses dias de mães que se queixam dos seus bebês que parecem "brigar" com o seio. Os relatos são mais ou menos assim:

"Começa mamando, solta o peito, fica irritado, chora, parece empurrar o seio, se distrai, olha para a mãe...Volta a mamar, pára, olha para a mãe, dá uma risadinha, e solta novamente..."

Por que isso acontece?

O primeiro trimestre da vida de um bebê é rodeado por vários desafios: Em reconhecer a mãe, em praticar o processo de sucção, e em se conhecer como ser único. Sua percepção é limitada, onde uma vez que soltam do seio, não conseguem voltar para ele, se perdem. No final desse trimestre, passam a compreender algo que não seja apenas a sua mãe: o ambiente que vive, as pessoas que estão ao seu redor, sons, ruídos, movimentos...E, tudo isso leva à distração. Bebês são curiosos e atentos e estão despertos para captar todo esse mundo ao seu redor.

A concentração da amamentação começa a ser um desafio, onde antes, o seu foco de visão era o seio e o olhar da sua mãe. Mas, de repente, ele percebe que sua mãe não é a única pessoa em sua vida. E, a medida que crescem, tornam-se excelentes sugadores e passam a voltar sua atenção para o externo desta relação.

Essa é a primeira crise, que muitos pediatras chamam da Crise dos 3 Meses. E esse processo de "crises" continua... A próxima, é por volta dos oito meses, onde muitas mães afirmam que o seu bebê quer largar a amamentação, que rejeita o peito. Mas é apenas um desinteresse temporário, uma fase.

As mães acabam se desesperando neste processo, e geralmente se frustrando. Acreditam que não produzem leite suficiente, que o seu leite é fraco e até que o bebê realmente não gosta de mamar. E claro, essa pausa de sucção por parte do bebê, ou o "mamar pouco" reduz a produção de leite e ai, todos esses conceitos passam a ganhar mais força.

A Livre Demanda entra então neste processo como fator determinante para que a saga da amamentação continue. Quanto mais o bebê mamar, mas leite você irá produzir, e, com distração ou não, amamentar é extremamente prazeroso para o bebê, não importa a idade.

Essa distração pode ser "combatida" com um ambiente propício, e claro, se possível aconchegante e calmo (a noite é um momento excelente para isso). Uma voz suave materna é de grande ajuda. Somando a distração do dia, e distração também na fase da introdução dos sólidos, aos seis meses, geralmente se reduz as mamadas diurnas por conta da nova rotina e também, as mães ficam frustradas mais um vez, porque esse processo é lento e gradual e muitas relatam que seus bebês comeram meia colher de comida.

Mais uma vez, a Livre Demanda entra como salvadora neste momento, e, se um bebê tem o hábito de mamar a noite toda, ele acaba suprindo essa complementação em sua alimentação. E a mãe consegue descansar e dormir também, principalmente nas mamadas noturnas. Pense nisso! E fique tranquila que não desencadeia otites e nem cáries (mas, cuide da higiene bucal do seu bebê rigorosamente!).

Amamentar no sling pode ser também uma boa opção. Dependendo da posição que o bebê está dentro dele (deitado) a concentração á mamada se intensifica. O sling é um ninho muito aconchegante. A posição futebol (invertida) induz o bebê e olhar diretamente para você e sua cabecinha ficar apoiada em uma de suas mãos. Aproveite este momento para ter toda a atenção dele: faça carinho, converse, cante. Isso prenderá a atenção dele para você.

Todo este processo é natural e percebem como os bebês precisam ser treinados e orientados o tempo todo? Temos o grande privilégio como mães de direcionar e vivenciar cada fase desse ser que nos foi dado de presente e debaixo da nossa grande responsabilidade de cuidado, mas com uma alma pura e um espírito livre.

Fica muito mais fácil compreender a complexidade do desenvolvimento humano, entendendo cada uma dessas fases como processos de evolução e crescimento e assim, deixaremos de focar em processos de "crises". Não são crises, são evoluções sadias e necessárias.

Por Simone de Carvalho em Aleitamento Materno Solidário

domingo, 19 de agosto de 2012

Como lidar com os comentários contra a Amamentação Prolongada


Adorei este texto! Estou passando pela fase dos olhares tortos, pessoas desviando do caminho porque me veem amamentando minha filha de 2 anos e 7 meses. Realmente fico muito triste com isso e me sinto mal pelas pessoas verem algo errado em um ato tão normal...AMAMENTAR. Ah sei, ela não é mais um bebê, e meu leite virou aguá, certo? Errado! Os psicólogos que me corrijam se eu estiver errada, mas psicologicamente, ela é um bebe até os 3 anos!! Meu leite virou água?? Óh uma informação 'basiquinha' para quem acha isso!


O texto a seguir é de Simone de Carvalho da Aleitamento Materno Solidário
Meu anjinho mamando!

"É muito comum em nossa sociedade ocidental capitalista o conceito social de que uma mãe amamentar seu bebê exclusivamente e por um longo período é sinônimo de consentimento passivo da mãe, motivo de repúdio e preconceito.

É como se essa mãe fizesse parte de uma comunidade alternativa, á margem da realidade social. Muitas vezes é interpretada como ativista radical, naturalista e compactuante de uma visão já passada, antiga e careta. Pois a modernidade não combina com a amamentação.
O problema é que as pessoas estão ocupadas demais e focadas em reunir seus esforços, tempo e talento apenas em adquirir bens materiais, e nada além disso. Não é só a maternidade que vive os seus dias de extinção, mas também os comportamentos sociais de reflexão e crítica e principalmente o tempo preciso de filosofar e discutir sobre os comportamentos sociais e interpretar por de fato eles acontecem e o porque de suas consequências.

Eu cada vez mais chego á conclusão de que as pessoas sabem menos, discutem menos, refletem menos. Parece uma grande manifestação de aceitação passiva do senso comum. Ele é mais fácil: eu o aceito e não o questiono. Não perco meu tempo refletindo e questionando uma coisa banal e natural como o aleitamento materno.
O que fazemos aqui enquanto grupo virtual que reflete, discute e promove a amamentação pode ser visto por muitos como: mais uma manifestação libertária, própria dos anos 70, onde a máquina internet se consolidou para democratizar impositivamente os pensamentos e ideias de um determinado grupo que se opunha ao Estado, como o de mães que lutam pela importância da amamentação como o nosso.

Seremos então uma minoria neste mar social de padrões pré-estabelecidos e cada vez mais cegos e alienados da real importância do tempo crucial de gestar, nutrir, vincular e formar uma estrutural emocional fundamental para a formação de uma sociedade equilibrada, feliz e saudável?

O discurso de muitas mães da geração passada se baseiam em argumentos rasos de que: eu não fiz nada disso e estão todos fortes e saudáveis por ai. Todos sobreviveram. Todos foram amamentados com fórmulas artificiais e isso contribui para as mães ingressarem no mercado de trabalho, pois, sem uma substituição materna (leia-se chupetas e mamdeiras) a mulher não se "libertaria" da maternidade. Este pensamento sempre foi machista acima de tudo, e incorporamos o machismo á nossa feminilidade de forma natural e passiva.
A humanidade então passou a determinar que a sua espécie teria de se adequar aos novos comportamentos da Revolução Industrial, pois isso era realmente um sinônimo de modernidade. E este conceito, cravado e fundado até hoje em nosso meio, rejeitou e rejeita a importância do tempo de dedicação, cuidado e vínculo com um bebê.

Como mães conscientes que somos, lactivadoras e lutadoras incondicional da amamentação exclusiva, cabe á nós uma importante missão: a de empoderar a sociedade. Isso não é pretensão, pois somos um pequeno grupo diante desse "mar social", mas acredito que a força e o ideal de um grupo plenamente comprometido poderá de fato mudar o mundo.

"Seja a mudança que você quer ver no mundo" DALAI LAMA

Quais são as minhas motivações:

1) Sendo uma mãe empoderada, cada vez mais tenho acesso á informações fundamentais e pesquisas sobre os inúmeros benefícios do Leite Materno;
2) Eu passo a ser uma multiplicadora dessas informações e passo a ser ouvida e reconhecida pelas pessoas ao meu redor;
3) Pois aquilo que falo, que tenho conhecimento e que comprovo é de fato algo a ser considerado e seguido;
4) Cada vez mais meus filhos comprovam a minha ação: são crianças mais saudáveis, mais inteligentes e  mais equilibradas;
5) A maternidade consciente é então sinônimo de um profundo preparo e esforço para que eu promova o equilíbrio, a saúde e a felicidade da minha família;
6) Só eu mãe sou capaz de produzir o leite materno, que é insbustituível em seus nutrientes e benefícios;
7) Sou capaz de transformar e empoderar as mães ao meu redor, pois, os meus conhecimentos e experiências de fato são respostas satisfatórias e solucionávies para as mães que enfrentam problemas com a amamentação;
8) Eu passo a comprovar que todo o entorno cultural e os saberes familiares que as mães se encontram acabam por não satisfazer e responder efetivamente os problemas enfrentados na amamentação;
9) Eu passo então a ser uma referência, um ponto de apoio e uma figura fundamental para que mães e bebês ao meu redor possam desfrutar de uma maternidade plena;
10) Por fim, eu passo a ser uma figura fundamental na promoção da importância tão urgente de se exercitar uma maternidade consciente no nosso tempo.

Por Simone de Carvalho

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Vídeo: A Hora do Mamaço- 2012

Este vídeo foi uma iniciativa maravilhosa da AMS -Aleitamento Materno Solidário em comemoração a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM). São fotos de ma~es e seus bebês em vários lugares no mundo, em amamentação simultânea, no mesmo horário! Sofia aparece mamando nos 07 minutos e 53 segundos, e são 2 anos e 7 meses de amamentação continuada, que só trás benefícios para minha filha e para mim. Com muita alegria e orgulho participamos deste evento!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

AMAMENTAR É ÓTIMO, MAS ÀS VEZES NÃO É FÁCIL NÃO

Encontrei este texto muito informativo, que tenta explicar porque muitas mães tem dificuldades em amamentar no comecinho. Digo as gestantes que devem sempre ler e se informar também sobre a amamentação, e que se a dificuldade for grande que busquem um conselheiro em amamentação mais próximo delas. Em Gravataí atento as mães que tem esta dificuldade (entre em contato aqui), além de orientar minhas doulandas. Em Porto Alegre indico a Mamãe e Bebê com a consultora Rosane Baldissera. Não deixem de pedir ajuda de um profissional antes de desistirem, ou seguirem conselhos errôneos de familiares! Lembrem-se, cada bebê é diferente, existem bebês que vão querer mamar a cada hora, ou a cada 3 horas, é importante que se verifique se não há algo incomodando o bebê antes de dar-lhe o peito!
Segue o texto...
Sofia mamando- 4 meses

 "Estamos na Semana Mundial de Amamentação. Isto mostra que a amamentação
é um tema tão importante que a ele é dedicado não apenas um dia, mas toda uma
semana. As campanhas na mídia nos mostram que amamentar é excelente para a saúde
do bebê, além de ser bom para o bolso dos pais por não custar nada. É também bom
para a saúde da mãe pois previne contra doenças como o câncer, ajuda a perder excesso
de peso.

 Porque então tantas mulheres não conseguem amamentar, mesmo sabendo das
vantagens da amamentação? A resposta é complexa, cada caso é único, mas vamos
tentar pensar algumas pistas e para entender a questão precisamos saber que a
amamentação depende de dois hormônios: a prolactina e a ocitocina. O organismo
materno fabrica prolactina pela estimulação da mama na sucção do bebê ou na retirada
com bomba ou ordenha manual.  Assim, quanto mais o bebê mama ou quanto mais é
retirado o leite, mais é fabricado.  A ocitocina é fabricada pela hipófise, uma glândula
localizada no cérebro e que funciona tanto melhor quanto mais tranquila e confiante se
encontra a mulher. Se não há uma boa produção destes dois hormônios, a amamentação
não funciona.

 Colocar o bebê para sugar já tem sua ciência e é nisso que a amamentação às
vezes enrasca: se o bebê não pega a mama da forma correta, facilmente o bico do peito
vai ter fissuras (rachaduras) que são dolorosas e fazem a mãe desistir.  E qual a forma 
correta do bebê abocanhar a mama? Ele deve ser segurado de frente para a mamãe,
barriga do bebê encostada na barriga da mamãe e deve abocanhar quase toda a aréola,
isto é, a parte mais escura da mama.  Se ele faz isto, o bico do peito fica no céu da boca
do bebê, seus lábios ficam virados para fora e ele  fica com o narizinho e o queijo
encostados na mama. A mãe não deve pensar que ele não está respirando: se ele está
sugando é porque está respirando, em geral pela outra narina que a mãe não está vendo.
Se o bebê não estivesse respirando não sugaria e tiraria a boca do peito a toda hora.
Portanto, a mãe não deve ficar com o dedo indicador puxando a mama no sentido
contrário pois se fizer isto desencaixa a pega correta, tira o bico do peito do céu da boca
do bebê  e  ele  começa a morder o bico, o que fará a tal rachadura dolorosa. Se a pega
está correta, o peito não dói.  Se está doendo é porque o bebê não está pegando de forma
correta.

 Bem, a pega correta é importante, mas, às vezes o bebê está pegando de forma
correta e o leite não está saindo porque não está havendo produção de ocitocina que
depende da calma, da tranqüilidade, do desejo de amamentar, da confiança de que é
capaz de fazê-lo. E aí é que está a dificuldade! Onde está a calma no pós-parto? Pós parto é um   período difícil:diferentemente da gravidez, tempo em que as mudanças são
lentas, as do pós-parto são bruscas. A barriga esvazia-se, não voltando, contudo, ao que
era antes da gravidez e sim ficando ainda aumentada e flácida. Pode haver uma cicatriz
de um parto cirúrgico ou de um parto vaginal com corte ou laceração do períneo. Há
grandes mudanças hormonais. A mulher está perdendo, pela vagina, os lóquios, uma
secreção sanguinolenta, parecida com a menstruação. O sono está interrompido pela
amamentação, e há o cansaço natural das tarefas dos cuidados com o bebê e a casa.
Pode haver excesso de visitas que cansam a mulher. Portanto, procure estabelecer com
os amigos e parentes horários para visitas e escolha horários nos quais o pai do bebê
possa estar para atender às visitas, se você  precisar atender ao bebê. Procure ter com
você alguém que lhe ajude nos serviços domésticos como lavar, passar, cozinhar para
que você possa estar  mais descansada para o bebê. Escolha, se possível, alguém com
quem você tenha um bom relacionamento e que respeite seu jeito de fazer as coisas,
principalmente seu jeito de cuidar de seu bebê e que a incentive e não critique. 

 E principalmente, a mãe ainda não aprendeu a compreender os diferentes choros
do bebê e acha que sempre que ele chora é porque está com fome. E pensar isto tira sua
segurança na sua capacidade de amamentar.

Quando o profissional de saúde diz a você que o bebê deve ser amamentado em
livre demanda você pode perguntar “O que é livre demanda?” Muitas vezes o
profissional responde: sempre que o bebê tiver fome ou sempre que o bebê quiser. E
você daí deduz que é sempre que o bebê chorar. Ou talvez até o profissional tenha dito
que você deve amamentar sempre que o bebê chorar. Na realidade, livre demanda
significa não ter horários rígidos para mamada, mas não significa dar o peito a cada vez
que o bebê chorar.

 Queridas mamães: o bebê chora por diversas razões  que não são fome. A
digestão do leite materno se faz mais ou menos em duas horas. Por isso, se  faz menos de
duas horas que ele acabou de mamar, você tem que verificar outras  razões para o choro
antes de dar de novo o peito. 

   Comece pelas razões mais simples de verificar
1 - calor: o bebê fica suado no rosto, no pescoço e fica vermelhinho e até um pouco
quente, parecendo que tem um pouco de febre. Neste caso, coloque uma roupinha mais
leve, ou dê-lhe um banho morno. 
2 - frio: suas mãozinhas, pés e nariz ficam frios. Agasalhe-o. 
3 - cólica: ele chora um choro que começa e para um pouco e logo recomeça, e, em
geral encolhe e estica as pernas e empina a barriga. Para cólica o melhor é calor local,
seja pelo contato barriga a barriga, seja colocando uma fraldinha morna sobre a barriga
do bebê. Também é muito bom fazer massagens no sentido dos ponteiros do relógio na
barriga do bebê.
4 - fraldas sujas: troque a fralda. 
5 – vontade de ser embalado: não se espante e não pense que se você embalar o bebê ele
vai ficar manhoso. Até os dois ou três meses o bebê precisa que você o embale,
suavemente pois durante nove meses ele esteve em meio líquido, em seu útero e era
constantemente embalado, mesmo quando você estava imóvel, só o seu respirar já fazia
o diafragma empurrar o útero e embalar o bebê. Depois dos três meses, você deve ir
parando de embalá-lo no colo e começar a estimulá-lo a rolar em uma superfície
forrada, pode ser o chão forrado com um edredon. 
6 – dor de ouvido: o bebê muitas vezes leva a mão ao ouvido. Se você suspeitar de dor
de ouvido, leve-o ao pediatra, não procure tratar com receitas caseiras.
7 – verifique se não tem nada na roupa incomodando  o bebê. Retire as etiquetas da
roupa pois costumam arranhar a pele do bebê.  
8 – se o bebê estiver dormindo e começar a resmungar, não o pegue logo para dar de
mamar: às vezes quando passa de uma fase para outra do sono, o bebê choraminga  e
depois cala-se e volta a dormir. Espere para ver se ele vai realmente acordar e chorar de
fome.
 Se você verificou todas as causas e não encontrou nenhuma dessas e já fazem
cerca de duas horas que ele acabou de mamar, pode oferecer-lhe o peito.  
Queridas mamães: amamentar não é fácil, precisa de ajuda e apoio. Assim, se apesar das
dicas você estiver tendo dificuldades na amamentação, procure auxílio. Pode nos
telefonar: 21-22656344 (Vitória) ou 21-22370309 (Aline). Alguns Postos de Saúde e
algumas maternidades do SUS têm grupos de apoio à amamentação. No Rio de Janeiro 
o Instituto Fernandes Figueira tem excelente atendimento inclusive sábados e domingos.
O endereço é Av. Rui Barbosa, 16.  e o telefone é 21-25541700. Há um excelente site
de amamentação: www.aleitamento.com Existe também o grupo de auto ajuda Amigas
do Peito e você pode encontrar onde funciona o grupo mais perto de você consultando o
 E tem também o Disque Amamentação: 21-22857779

 Se apesar de todas as ajudas você não conseguiu amamentar o tempo que
queria, não se sinta culpada: você tentou. Se for dar a mamadeira ou leite no copinho,
sempre que puder seja você mesma a dá-lo e faça-o com o bebê aconchegado a você 
para que ele sinta seu carinho e amor que são a coisa mais importante para ele se
desenvolver bem, saudável e feliz. " 


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Relato do parto da Letícia pela doula




Conheci Letícia pelo Facebook há alguns meses, e deves enquando ela me fazia algumas perguntas, tirava dúvidas. Até que um dia ela me chama e pergunta como era o meu acompanhamento, valor, encontros, enfim...combinamos de nos conhecer no encontro do GAAP Luz da Vida, no qual sou a coordenadora. Lá conheci ela e o marido, conversamos pouco, mas já nos afinamos. Ficamos de nos ver na casa dela.

Dai em diante foram vários encontros para sanar dúvidas, relaxar e nos conhecer, nos aproximar cada vez mais. Com 36 semanas Leticia sentiu alguns desconfortos, contrações, e pensamos que não tardaria a vinda de Alice. Nos enganamos, e a medida que as semanas passavam começou a aparecer a ansiedade e medo na Leticia, medo de demorar mais, dos desconfortos continuarem e acabar que não conseguisse o parto que queria.

Passamos as ultimas semanas conversando pelo facebook praticamente todos os dias. Receitei um floral para alcamá-la, fazia massagens e pedia que mentaliza-se se permitir viver o parto, se abrindo para a filha. Com 39 semanas começamos com chá de canela, estimulos nos pontos de do-in, para tentar resgatar o que havia adormecido. Na penultima consulta que Leticia teve com a Dra. Ana Claudia Codesso, ela voltou mais calma e conformada que teria que esperar o momento de Alice.

Continuamos conversando pelo face, e  nos vimos mais uma vez no dia 30/07, fiz massagem nos pés e estimulei mais uma vez os pontos de do-in. No dia 1º de agosto recebo uma mensagem às 8:30 da manhã dizendo que as contrações apareceram, mas desregulares, e que ela me manteria informada. Combinamos de eu ir direto para o Divina, já que estaria no Santa Casa pois minha mãe iria sofrer cirurgia, e não valeria a pena ir a Alvorada para logo sairmos.

As 16:30 Robson, papai de Alice, avisa que estão saindo para o Divina. Tratei de pegar um taxi e ir para o encontro deles. Eu cheguei pelas 17 hs e eles pelas 17:30 hs. Demourou algum tempo para me deixarem entrar e ficar com Letícia. Ela me disse que estava com 3 cm ainda, e que já estava doendo muito, mas que estava calma por estar no hospital,  que eu havia chegado e que Dra. Ana estava a caminho.





Começamos a nos mexer, Leticia pulava na bola, rebolava, caminhava. Logo chegou a médica e foi ouvir os batimentos de Alice que estavam ótimos. Luz desligada, ligamos a lâmpada verde (cromoterapia!), bola, massagem e depois de um tempo ela foi para o chuveiro. Ficou ali não sei por quanto tempo, saiu, abraçava o marido, que deu todo apoio para esposa neste momento,  ai ela começou a se entregar... a vocalizar...



O cansaço estava demais paa ela, afinal já estavamos entrando no dia 02/08 (9ª Lua exata após a concepção de Alice), e as contrações apertaram. Letícia queria se entregar... pediu analgesia, até cesárea , mas Robson foi muito atencioso e incentivava a esposa, dizendo que ela era capaz sim! Depois de conversar com a médica, Letícia recebeu uma medicação para aliviar um pouco a dor, e finalmente conseguiu adormecer entre as contrações.



Não sei a hora exata, creio que foi pelas 5hs (um pouco mais) da manhã a dilatação estava completa. Letícia começou a fazer força junto com as contrações. A incentivávamos para dar mais força, afinal era uma bebe grandinha, rs. A força dessa mulher empurrando ao mundo a sua filha foi impressionante de ver! Alice nasceu às 6:40 da manhã do dia 02/08/2012, pesando deliciosos 3980 gramas e medindo 48 cm! Apgar 9 e 10. Linda e bochechuda! Tenho que dizer que ver a emoção de Letícia e Robson quando viram sua filha foi muito lindo e quase desabei a chorar, rs.



Família linda!

Alice ficou com a mamãe por um bom tempo, não quis mamar, só ficar admirando seus pais. Letícia sofreu uma laceração superficial, levou 2-3 pontinhos. Depois a Dra. Ana mostrou a placenta que saiu fácil. Papai foi com Alice para os procedimentos do hospital. Lê foi para a recuperação e eu fiquei com a vovó da Alice na sala de espera.

Depois que Letícia estava instalada com Alice no quarto, orientei quanto ao aleitamento materno, posição e pega no seio. Alice só dormia, querida, nada de mamazinho. Me despidi da mais nova família e das tias corujas,  cansada mas super feliz por Letícia ter conseguido parir da forma como ela sonhou.


Letícia e Robson parabéns pela vinda da Alice, ela é um graça!!

Letícia que força que tu tem mulher!! Foste maravilhosa, superou o cansaço e a dor como poucas pessoas o fariam.

Robson foste essencial para que Letícia superasse as adversidades!

Agradeço demais por me darem a oportunidade de fazer parte deste momento maravilhoso!

Um grande abraço!

Ana Luisa Muñoz Rosa
Mãe e Doula


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Relato do parto da Thays pela doula




Thays achou meu blog na internet e me ligou para ver se pudíamos nos encontrar. Falei para ela do encontro do GAPP no qual sou coordenadora, e marcamos de nos conhecer nele.  Thays tinha um rosto familiar para mim, e estava muito decidida! Conversamos e ela já fechou acompanhamento comigo naquele dia. Combinamos então de eu ir na casa dela conhecer o marido, papai da Giulia, Clayton. Uma pessoa super simpática e calma, e colega terapeuta, rs.

Em cada encontro conversávamos muito.  Cada encontro tinha alguma coisa,  um cursinho básico, vivência do trabalho de parto, massagem, pintura na barriga e mais conversa. Eu só reforçava o que eles sabiam, e eles sabiam o que queriam.

Um dia antes da DPP, que era dia 26/07, tive um precentimento de ir ver como estava a Thays. Cheguei lá e ela estava tranquila, não sentia nada de diferente. Pelas 8 hs da manhã, do dia seguinte, vejo uma mensagem no celular dizendo que havia sentido a primeira cólica as 6:30 da manhã. Liguei para ela que disse que as cólicas (contrações) estavam vindo meio desregulares. Pedi que me ligasse assim que mudasse de padrão e ficassem frequentes. No inicio pensei que demoraria a me chamar, mas logo depois tratei de me arrumar, e arrumar as crianças que iam ficar com a vó e a babá.

Pelas  9:50 Thays me ligou e pediu para ir rápido, que as contrações haviam apertado e que já estavam a cada 5 minutos. Avisei meu marido, que iria me levar até a casa dela. Cheguei na  casa dela umas 10:30 hs, e ouvia uma leoa em ação. Clayton abriu a porta com aquele olhar calmo de sempre. Thays urrava como uma mamãe leoa trazendo seu filhote ao mundo, era lindo de ver! Eu incentiva, claro, assim aliviava um pouco a dor. Creio que ficamos uns 30 minutos em casa, com masssagem, bolsa de água quente, bola, cromoterapia, até que Thays decidiu ir para o Hospital Divina Providência. Fomos nós duas atrás, ela de quatro para aliviar a pressão que sentia. No caminho tentei entrar em contato com a médica, mas sem sucesso.


Chegamos ao hospital beirando 12 hs, o trânsito estava intenso. Thays foi recebida pela enfermaria e foi fazer avaliação. Clayton e eu esperamos do lado de fora, sei lá por quantos intermináveis minutos. Não sabíamos de nada, até que me chamaram e permitiram minha entrada. Cheguei na sala de pré parto/parto e lá estava a Thays semi deitada na cama , gritando para o desespero da equipe, rs. Chegou no hospital com 7 cm, e foi chamado o plantonista. Ele entrou logo em seguida atrás de mim, disse que era amigo da médica da Thays. Fiquei aliviada pois achei que a médica havia mandado um colega. Grande engano. O médico perguntou quem eu era, Thays e eu respondemos juntas: “a doula”. Claro que ele arregalou os olhos e bem debochado disse: “Aaaah...é a doula!”, com cara de quem não gostou.

Não havia reconhecido o plantonista antes, mas era o Dr. Fofonka, que não respeita a mulher, além de debochar dos profissionais humanizados, como eu. Falo o nome do médico aqui, porque é um absurdo o jeito como esse “ser” se comporta e trata as clientes, e alerto, gestantes fujam dele! Ao menos que queiram bomba de hormônio nas veias, episiotomia e fórceps, além de piadinhas ridiculas, claro. Ele a avaliou novamente e estava com dilatação completa. Claro que a moveu para o Centro Cirurgico né?!

Outra vez tive que esperar para ver se permitiam minha entrada no CC.  Fui autorizada e entrei após colocar a roupinha bonita do hospital. Papai da Giulia estava a postos com a filmadora e eu com a máquina fotográfica. O médico havia colocado as perneiras, mesmo Thays não querendo, ficando meio sentada. Dr. Fofonka começou a dirigir a força que ela deveria fazer, dizendo que havia que puxar os estribos, sem gritar, etc. Nisso o médico pede a lâmina, para a episiotomia, mas Thays foi taxativa e disse que não queria corte. O médico alegou que se precisasse cortaria, mas Clayton reafirmou a vontade da esposa. Com alguns minutos de força o médico resolve enfiar o fórceps, mesmo Thays dizendo que não, e tirou Giulia, colocando - a no colo da mãe.  Ela nasceu às 12:40 da tarde, pesando 2730 gramas e medindo 45 cm (6hs de trabalho de parto e parto!!). Linda, com um par de cílios de dar inveja! Rs. Vimos que ela estava suja de sangue, ai percebemos que a episio tinha sido feita, mesmo sem consentimento.




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Família linda!

Giulia ficou um pouco com a mãe, enquanto eram costurados os pontos. Depois foi para a avaliação, aspiração, e tals (no berçario recebeu as duas injeções). Voltou para o colo da mãe e Thays a colocou para mamar, mas Giulia só queria ver e ouvir, e deu um belo de um sorriso para a mamãe, linda demais! A enfermeira levou Giulia para o banho, papai foi atrás, e eu fiquei com a Thays. Levaram na para a sala de recuperação mas não pude ficar com ela, e fui esperar no lado de fora. Papai acompanhou todo o banho, tirou fotos, filmou, corujando um monte a filhota.

Fiquei no hospital até mãe e filha irem para o quarto, o que aconteceu pelas 18 hs. Orientei quanto a amamentação, reforcei alguns pontos que Thays já sabia, e tirei muita fotos, rsrs. Depois de corujar bastante a Giulia fui embora feliz demais por ter visto mais um anjinho nascer!

Lindas!!! 

Vó Ana babando!!

Papai corujando, rs!

Thays e Clayton, muito obrigada por me convidarem a participar deste momento único. Foi lindo e emocionante.
Thays foste perfeita, e não fez fiasco não!! Fez o que queria fazer, o que teu corpo precisava que fosse feito.
Clayton foste ótimo, apoiando tua esposa em todos os momentos, tentando manter a calma, mesmo nas adversidades.
A Giulia é um anjo que veio para alegrar os corações de quem a rodeia! Parabéns a família.

Um grande abraço e um beijo para vocês!

Ana Luisa Rosa- mãe e doula

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