segunda-feira, 22 de abril de 2013

Mães, Médicos e Parto Pélvicos- por Ana Cristina Duarte (obstetriz)


Compartilhei este texto da obstetriz, devido o atendimento de uma médica exemplar no Hospital onde acompanhei um parto ontem. Parece que a mãe que tinha cesárea marcada com seu médico, devido o bebê estar pélvico, chegou com dilatação completa no hospital e o médico não estava presente para a cirurgia no momento, o que acabou resultando num parto pélvico tranquilo e fácil! Então gente, creio que falta mais estudo, menos neuras! Parir é Natural!



Olha, vou contar para vocês um pouco sobre partos pélvicos, o que conversei ontem com uma linda gestante cujo bebê resolveu ficar sentado até o final da gestação. Ela agora está na difícil tarefa de ter que escolher o que fazer.

Houve um tempo, até uns 50 anos atrás, que pélvico era um tipo de parto. Simples assim. Os médicos sabiam, as parteiras sabiam, e pronto. As nossas bisavós tiveram ou tinham uma irmã ou amiga que teve parto pélvico, sem maiores delongas. 

Até que surgiu a cesárea, cada vez mais segura, cada vez mais comum. Nos cursos de medicina os médicos foram perdendo contato com o pélvico e na ausência do professor, operavam. Muitos cursos de medicina pararam de ensinar parto pélvico. 

Em 2000 uma mulher do Canadá publicou um artigo enorme dizendo que o parto pélvico tinha mais risco para o bebê do que a cesárea. Esse artigo destruiu de vez as chances de um médico aprender a fazer parto pélvico e as mulheres de terem esse direito. 

Cinco anos depois, já tinham saído mais dois artigos, um provando que o anterior foi tremendamente mal feito e não tinha o valor acadêmico que lhe foi atribuído e outro acompanhando essas mesmas crianças que nasceram no trabalho anterior e mostrando que a médio prazo a via de parto não fazia diferença para as crianças. Mas que a médio prazo continuava sendo pior para as mulheres a cesariana. 

Agora já estão em andamento trabalhos nos EUA, Alemanha, Israel, França e Austrália mostrando que o parto pélvico é tão seguro quanto a cesárea, respeitadas algumas condições (bebê de termo, com menos que 4kg). 

Qual é a questão no Brasil? A questão principal é a do risco profissional. Para os que não sabem fazer parto pélvico, o cara tem pavor de acontecer alguma coisa. Para os que sabem, o problema é o risco jurídico. Diante da cultura da cesariana no Brasil, qualquer coisa que aconteça num parto pélvico, mesmo que seja alguma coisa nada a ver com o parto, algo que a criança já tinha, até um problema congênito, por exemplo, o médico vai ser acusado de ter causado aquele dano.

Às vezes não é nem o paciente que move processo, mas sim outros médicos. Num parto pélvico recente que acompanhei num hospital, o bebê nasceu e foi atendido por um pediatra da casa (não deu tempo de chamar um dos nosso). O pediatra enlouqueceu por terem deixado o bebê pélvico nascer de parto normal e disse pro médico e para os pais que tinham fraturado as duas pernas do bebê. O bebê não teve fratura alguma, raio X veio lindo, o médico não se conformou, mandou fazer de novo o raio X, que veio lindo novamente, e só assim ele parou de infernizar a pobre mãe e o pobre médico. 

E tem muito médico por aí que acha um absurdo parto normal ou natural, quanto mais um parto pélvico. Que loucura, que perigo! 

Até mesmo em partos normais a gente vê isso. Qualquer problema que o bebê tenha, se nasceu de parto normal, a culpa foi do parto. Paradoxalmente são os bebês nascidos de cesariana que têm mais problemas. Mas ninguém se preocupa com esses, nesse caso o bebê é que era doentinho. Mesmo que seja um pulmão molhado com 10 dias de UTI. Não são só médicos que estão tão mal-educados quanto à questão do nascimento. Toda a sociedade está! Muitos maridos, famílias, amigas, enchendo a cabeça das mulheres que terão ou que tiveram um parto pélvico normal. 

Atender, dentro desse cenário, um parto pélvico, é um serviço para heróis. O risco que esses médicos e parteiras correm não é do parto. É o da sociedade em que vivemos. 

É o papel de cada uma de nós aqui, como mães, profissionais e educadoras (toda mãe é uma educadora), mostrar para a sociedade, em palavras meigas e sutis, que as pessoas enlouqueceram! Que as pessoas não estão entendendo a questão do nascimento. 

Ninguém pensa nos riscos que uma mulher corre a longo prazo após uma ou mais cesarianas. Ninguém quer saber das placentas acretas, prévias, rupturas, infertilidade. Ninguém cumprimenta uma mulher que teve um parto pélvico. As pessoas a chamam de louca! 

E cabe a cada uma de nós ajudar a mudar esse cenário. 

Deixo aqui meu abraço a cada mãe que teve a coragem de ter um parto pélvico e um abraço ainda mais forte em cada mãe que não conseguiu vencer essa gigantesca onda contrária, quase tsunâmica. E um abraço ainda mais forte e profunda solidariedade a quem quis tentar, mas teve seu direito negado. 

Todos vocês são absolutamente dignas de toda a nossa admiração. 

Um abraço longo e demorado a cada profissional de saúde que tem a coragem de permtir a uma mulher parir um bebê que resolveu vir com o bumbum primeiro.

Ana Cris
Artigo de 2000 que destruiu a arte do parto pélvico em todo o planeta (Valeu Hannah, amei, fofa):http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(00)02840-3/abstract

Artigo feito 5 anos após criticando o de 2000 (valeu, pessoal!)

Analisando as crianças 2 anos após o parto e mostrando que no final não havia diferença:

Revisão sobre Versão Cefálica Externa (manobra para virar o bebê ainda dentro da barriga, possibilitando um parto cefálico)

Alguns vídeos que eu gosto sobre parto pélvico:

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Alfarroba: O chocolate bom para o bebê!


Achei muito interessante este post do blog Alimentação e Saúde Infantil. Um chocolate saudável que podemos introduzir na alimentação dos nossos bebês! No texto tem receitas (links) do próprio blog, entrem e peguem todas as dicas para tornar a alimentação dos seus filhos saudável e saborosa!



Alfarroba: O chocolate bom para o bebê!

Alfarroba é uma espécie de “chocolate” que só faz bem, desde que consumido conforme as recomendações de Paracelsus*. 
É naturalmente doce, e rica em vitaminas A, D e do complexo B, boa dose de cálcio, potássio, zinco, cobre, manganês e fibras, além de apenas 1/3 das calorias do chocolate tradicional.
A cocção de sua polpa serve para aliviar dores por gastrite ou úlcera, azia, diarreia ou refluxo gastroesofágico.
Suas fibras, aliadas á pectina, impedem que o conteúdo estomacal ácido retorne pela garganta, ocasionando em vômitos.
Pectina é uma espécie de gel solúvel em água, que protege o organismo de infecções bacterianas. Auxilia a digestão, ajuda a limpar e aliviar irritações estomacais, e do esôfago, e em tratamentos da diarreia. 
A alfarroba também tem lignanas, fitoestrógenos indicados na menopausa, que protegem contra o câncer.
São antivirais, antifúngicas, antibacterianas e anti-inflamatórias.
E cadê ela?
Típica das regiões mediterrâneas, é ainda pouco acessível por essas bandas. Entretanto, possui história de longa data.
Tudo começou há milhares de anos, na Mesopotâmia (atual Iraque), onde suas vagens eram utilizadas no preparo de sucos e doces.
Dali, foi para todo o Oriente Médio e norte da África, especialmente o Egito, onde, assim como na Grécia, servia de medicamento para infecções e distúrbios gástricos, tosse e problemas na garganta.
Os egípcios a utilizavam em casos de indigestão, diarreia ou azia, devido suas propriedades adstringentes, emolientes e purgantes no organismo humano. Aproveitavam ainda para fazer cola com sua goma e atar suas múmias.
Antes mesmo de o açúcar da cana ser “descoberto” pelo homem branco, a alfarroba já era utilizada como adoçante em larga escala.
E, assim como o açúcar da cana, foi moeda de troca em tempos passados.
Os espanhóis levaram as primeiras mudas para a América do Sul. Os ingleses a cultivavam na América do Norte, desde meados de 1800.
Em toda a Europa, as vagens da alfarrobeira são famosas por seu sabor naturalmente doce, e capacidade de deter a diarreia infantil.
Boa para os bebês…
... e também para os cães e gatos!!
Chocolate é feito de açúcar e cacau, que é rico em teobromina, uma substância similar á cafeína
A teobromina afeta o sistema nervoso dos animais, provocando vômitos, diarreia, reações alérgicas, taquicardia, tremores, convulsões, coma e até morte.

Os cães também possuem baixa produção de lactase, uma enzina importante para a digestão do leite de vaca. Por isso, podem apresentar sintomas como inchaço, vômitos e diarreias.
A alfarroba não depende da lactose do leite de vaca, utilizada para mascarar o sabor amargo do cacau.
E, por seu sabor adocicado, não são necessários outros açúcares ou adoçantes no preparo de seu chocolate.
FONTES:
Farinha de alfarroba para o tratamento de diarreia em bebês prematuros -PubMed - National Center for Biotechnology Information
* Paracelso : “A diferença entre o veneno e o remédio está na dose”.
RECEITAS COM ALFARROBA

Cobertura de alfarroba
250 g de gordura de coco
300 ml de açúcar em pó
Baunilha em fava
150 ml de alfarroba em pó
Derreta a gordura de coco em temperatura média á baixa.
Adicione os outros ingredientes, misturando bem.
Cubra bolos, muffins, cupcakes, biscoitos, etc.
Receita > purevege.com
Trufas de alfarroba com hortelã
2 xícaras de alfarroba em pó
3/4 xícara de óleo de coco
2 colheres de sopa de óleo de hortelã
2 xícaras (I datas encharcadas de molho em água de coco)
1/4 xícara de mel certificado
1/2 xícara de farinha de coco
Pitada de sal marinho
Passe todos os ingredientes em um processador de alimentos, ou liquidificador de alta velocidade.
Forme bolas, e role no pó de alfarroba.
Deixe na geladeira,  por cerca de 01 hora.
Polvilhe com coco ralado ou alfarroba em pó.
Receita >> rawfoodrecipes.com
Veja aqui>: Receitas de Ovos de Páscoa e Creme de alfarroba

FONTE

domingo, 7 de abril de 2013

Harvard retira laticínios da dieta saudável


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Harvard School of Public Health enviou uma mensagem forte e directa ao USDA (Departamento da Agricultura dos Estados Unidos) e aos alegados especialistas do mundo inteiro com o lançamento do seu guia Healthy Eating Plate (Dieta Saudável) em resposta ao novo guia de saúde e nutricionismo da USDA que veio substituir a pirâmide dos alimentos.

Os especialistas de nutrição e investigadores de Harvard que o guia alimentar da universidade está baseado numa nutrição sã investigada ao pormenor e mais importante ainda, livre da pressão de lobbies e grupos industriais. A maior evidência disso é a total ausência de lacticínios no seu novo guia para uma dieta saudável devido ao facto de «um consumo alto destes alimentos [lacticínios] aumentar significativamente o cancro da próstata e dos ovários».
Os investigadores da Harvard referiram ainda que os altos níveis de gordura saturada na maioria dos lacticínios e os componentes químicos da sua produção os tornam um alimento a evitar devendo ser substituídos por  legumes verdes (nomeadamente couve, repolho, bróculos, etc), soja enriquecida e grãos de várias espécies para se obter o cálcio necessário e de qualidade.

Recentemente tivemos um polémico artigo sobre a necessidade de evitar o leite que movimentou a opinião pública dividindo-a entre puristas de ambos os lados e leitores que pretendem receber informação que lhes é negada. Esta intervenção importante de Harvard vem confirmar o artigo e trazer a opinião iluminada de uma das mais respeitadas universidades investigadoras do mundo.

Os nossos parabéns pela coragem de Harvard em provar que se deve aumentar o consumo de vegetais e frutas em detrimento de alimentos manipulados pelas grandes corporações que nos querem fazer acreditar que são essenciais à vida. Não se trata de propaganda vegan até porque o mesmo estudo guia de nutrição salientam a necessidade de ingestão de proteínas da carne branca e de peixe, feijão e nozes.
Trata-se de vencer a pressão dos lobbies das grandes empresas que controlam há demasiados anos o destino da saúde american e mundial através de instituições alegadamente isentas como a USDA, mostrando-lhes o que de facto é a saúde.
Fonte: Harvard (links no texto)
Retirado daqui

Vídeo: Parto - As aventuras de um Pai!

Vídeo muito legal, feito por um pai que fala sobre parto, de como foi sua experiência, de como se informou, e como ele e sua esposa fizeram uma escolha consciente!


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