quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sua Majestade: O leite de Vaca!

Interessantíssimo texto de Laura Gutman! Leiam!






O leite é uma secreção glandular presentes em todos os mamíferos. Na natureza existem cerca de 5000 espécies, e os seres humanos são apenas uma delas. O leite é utilizado para alimentar o bebê até que seja capaz de se alimentar de forma independente. Nenhuma outra espécie continua com o consumo de leite após as mamadas.

À medida que crescem, os mamíferos perder as enzimas que digerem o leite, simplesmente porque não vai precisar mais. Mas os seres humanos ignoram essa lei natural.

Considere que cada leite é específico , ou seja, que é especialmente formulado para cada espécie e varia consideravelmente de um para outro. Tanto o leite de vaca, como baleias, ovelha, de elefante, a morsa ou o cão é diferente, e diferem, obviamente, do humano. Leite de vaca é usado para alimentar bezerros, um animal grande, com quatro estômagos, que pesam 300 quilos.

O leite humano por sua vez favorece o desenvolvimento da inteligência.
É importante saber que a "fórmula" como o chamamos, hoje, é o leite de vaca modificado para se adequar às necessidades do bebê humano. Mas é uma invenção química, como muitas mães acreditam.

Qual é o efeito nocivo mais fácil de detectar no corpo humano? O muco . O principal culpado é a caseína, uma proteína abundante no leite de vaca.

O muco é reação saudável do corpo de uma proteína que não pode incorporar.

Portanto, como nós incorporamos o leite ou produtos lácteos, nosso corpo secreta muco. Os resultados: resfriado comum,dor de garganta, rinite, sinusite, bronquite, otite, pneumonia e infecções respiratórias em todas as crianças que vivem na infância.

Apesar desta realidade esmagadora, os adultos não parecem acreditar que o leite, leite abençoado e maravilhoso, está voltando-se contra nós. Preferimos ficar com nossas crenças, em vez de acatar a sabedoria inata do corpo de nossos filhos.

Todas as nossas crianças estão cheias de muco e não estão dispostos a relacioná-la com a ingestão de leite! 

Parece que o medo da mudança é mais forte do que o acesso à verdade.

Laura Gutman

Por Simone de Carvalho- AMS


E então gente o que acham?? Sou fã da moderação!! E vocês? 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Elogie seu filho do jeito certo!

Recentemente um grupo de crianças pequenas passou por um teste muito interessante[1]. Psicólogos propuseram uma tarefa de média dificuldade, mas que as crianças executariam sem grandes problemas. Todas conseguiram terminar a tarefa depois de certo tempo. Em seguida, foram divididas em dois grupos.

O grupo A foi elogiado quanto à inteligência. “Uau, como você é inteligente!”, “Que esperta que você é!”, “Menino, que orgulho de ver o quanto você é genial!” ... e outros elogios à capacidade de cada criança.

O grupo B foi elogiado quanto ao esforço. “Menina, gostei de ver o quanto você se dedicou na tarefa!”, “Menino, que legal ter visto seu esforço!”, “Uau, que persistência você mostrou. Tentou, tentou, até conseguir, muito bem!” ... e outros elogios relacionados ao trabalho realizado e não à criança em si.

Depois dessa fase, uma nova tarefa de dificuldade equivalente à primeira foi proposta aos dois grupos de crianças. Elas não eram obrigadas a cumprir a tarefa, podiam escolher se queriam ou não, sem qualquer tipo de consequência.

As respostas das crianças surpreenderam. A grande maioria das crianças do grupo A simplesmente recusou a segunda tarefa. As crianças não queriam nem tentar. Por outro lado, quase todas as crianças do grupo B aceitaram tentar. Não recusaram a nova tarefa.

A explicação é simples e nos ajuda a compreender como elogiar nossos filhos e nossos alunos. O ser humano foge de experiências que possam ser desagradáveis. As crianças “inteligentes” não querem o sentimento de frustração de não conseguir realizar uma tarefa, pois isso pode modificar a imagem que os adultos têm delas. “Se eu não conseguir, eles não vão mais dizer que sou inteligente”. As “esforçadas” não ficam com medo de tentar, pois mesmo que não consigam é o esforço que será elogiado. Nós sabemos de muitos casos de jovens considerados inteligentes não passarem no vestibular, enquanto aqueles jovens “médios” obterem a vitória. Os inteligentes confiaram demais em sua capacidade e deixaram de se preparar adequadamente. Os outros sabiam que se não tivessem um excelente preparo não seriam aprovados e, justamente por isso, estudaram mais, resolveram mais exercícios, leram e se aprofundaram melhor em cada uma das disciplinas.

No entanto, isso não é tudo. Além dos conteúdos escolares, nossos filhos precisam aprender valores, princípios e ética. Precisam respeitar as diferenças, lutar contra o preconceito, adquirir hábitos saudáveis e construir amizades sólidas. Não se consegue nada disso por meio de elogios frágeis, focados no ego de cada um. É preciso que sejam incentivados constantemente a agir assim. Isso se faz com elogios, feedbacks e incentivos ao comportamento esperado.

Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou, você tem um bom coração”, “parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram... você é solidária”, “isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo”. Elogios desse tipo estão fundamentados em ações reais e reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é “tática” paterna, é incentivo real.

Por outro lado, elogiar superficialidades é uma tendência atual. “Que linda você é amor”, “acho você muito esperto meu filho”, “Como você é charmoso”, “que cabelo lindo”, “seus olhos são tão bonitos”. Elogios como esses não estão baseados em fatos, nem em comportamentos, nem em atitudes. São apenas impressões e interpretações dos adultos. Em breve, crianças como essas estarão fazendo chantagens emocionais, birras, manhas e “charminhos”. Quando adultos, não terão desenvolvido resistência à frustração e a fragilidade emocional estará presente.

Homens e mulheres de personalidade forte e saudável são como carvalhos que crescem nas encostas de montanhas. Os ventos não os derrubam, pois cresceram na presença deles. São frondosos, copas grandes e o verde de suas folhas mostra vigor, pois se alimentaram da terra fértil.

Que nossos filhos recebam o vento e a terra adubada por nossa postura firme e carinhosa. 


MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante.
Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros nowww.kapok.com.br.

Retirado de:  http://avalarini.blogspot.com/2011/05/elogie-seu-filho-do-jeito-certo.html

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nutrição emocional


eu e meus filhotes
Lindo texto traduzido pela  Grasielly Mariano, consultora em aleitamento materno, uma profissional ótima, que me inspira muito!! Grupo do facebook Aleitamento Materno Solidário!


Se durante a primeira infância nossas experiências não foram protegidas, assistidas, e nós tivemos que fazer enormes esforços para se adaptar à essa situação, é provável que quando adultos nós travaremos competições com as nossas crianças devido à fome emocional.
O resultado: Crianças e adultos lutando uns com os outros para chamar atenção, reclamações de que as crianças são “terríveis”, que são muito solicitantes, que estamos doentes e cansados de suas “enfermidades” ou que eles não respeitam os mais velhos. Nós ficamos horrorizados quando eles não vão às aulas, usam drogas, não comem, saem sem permissão ou fazem sexo sem proteção. 
Quando uma criança não recebe nutrição emocional em quantidade suficiente na infância ele ou ela continuará a ser “solicitante”. A única coisa que mudará é a forma através da qual manifestará seu pedido. Eles devem ser adultos agora, mas sua sede e fome por amor não diminuiu. 
Uma criança solicitante, com muitas necessidades, se tornará um adulto desesperado, com muitos anseios por qualquer coisa. Além disso, não importa quanta comida ele coma, que droga o acalma, quão agressivo ele é, quantas pílulas para dormir ele ingere...Ele não terá o cuidado maternal. É um enorme erro buscar nas substâncias o amor que não recebeu quando criança.
Claro que queremos amar e educar nossas crianças. O que acontece é que o amor deve sobrevir de maneira pessoal e coletiva. Mas amar nossas crianças, todos os dias e todas as noites, exige que compreendamos profundamente de onde viemos....Para entender as contradições que sentimos quando nossos pequenos pedem atenção, presença, conexão, aconchego. Se nos sentimos muito solicitados, é preciso iniciar um processo de autoconhecimento, com a finalidade de nos conscientizar acerca de nossas cicatrizes básicas deixadas  por conta da “falta de carinho e palavras”. Tais necessidades da infância não foram satisfeitas no passado. É através do reconhecimento e da consciência deste episódio que teremos condições de decidir o que fazer hoje, o que dizer, como alimentaremos nossa criança que tem sido machucada e ainda está com “fome de amor”. Só assim nossas crianças não herdarão essa tal fome.

Trecho do texto: Emotional Nutrition de Laura Gutman
Tradução: Grasielly Mariano

domingo, 28 de agosto de 2011

Amamentação durante a gestação.


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Texto traduzido pelo grupo do facebook Aleitamento Materno Solidário. Leiam este artigo e tirem as dúvidas...amamentar ou não durante a gestação?

Traduzido de um artigo de Hilary Dervin Flower, MA – Midwifery Today – Winter 2003

É um assunto pouco discutido, mas uma preocupação bastante comum.A mãe tem toda razão de evitar desmamar um filho mais velho durante a gravidez. O filho que está sendo amamentado ganha com o leite materno, o qual dá reforços à nutrição e ao sistema imunológico da criança. Desmamar antes dos dois anos de idade pose aumentar o risco daquela criança adoecer. 
Preocupações:
*Medo de entrar em trabalho de parto precocemente ou de ter um aborto espontâneo.
*A amamentação vai roubar os nutrientes do feto.
*É demais para o corpo da mãe, ela ficaria cansada.
Amamentação e contrações:
A estimulação do mamilo estimula a liberação de ocitocina (hormônio). A ocitocina é importante na amamentação porque controla a ejeção do leite. A ocitocina também estimula o útero a contrair. A estimulação do mamilo pode intensificar o trabalho de parto se o mesmo já estiver acontecendo. A amamentação depois do parto ajuda o útero (com contrações) a voltar ao tamanho que tinha antes da gravidez.
A amamentação NÃO inicia o trabalho de parto antes da hora certa!
O útero tem receptores sensíveis à ocitocina (células que detectam a presença da ocitocina e causam uma contração). Normalmente, durante as primeiras 38 semanas da gravidez o útero tem poucos destes receptores, os quais aumentam em número aos poucos depois disto até chegarem a 300 vezes mais quando o trabalho de parto já houver iniciado. Isto protege a gravidez.
Também há outros fatores que protegem a gravidez. Para que os receptores possam responder à ocitocina, eles precisam de um tipo de proteína especifica. A progesterona (outro hormônio) bloqueia a conexão entre a ocitocina e os receptores.
A ocitocina sozinha não é capaz de iniciar o trabalho de parto. O útero está na fase de carregar o bebê, bem protegido contra um trabalho de parto precoce.
Várias mulheres entrevistadas e que fizeram parte de pesquisas notaram que sentiam contrações quando o filho estava mamando, mas que as contrações paravam logo depois (dentro de 10 – 15 minutos) da sessão.
É sempre uma decisão da mulher. Numa gravidez saudável não é arriscado amamentar. Numa gravidez de risco a decisão pode ser mais complicada, mas ainda é possível. Existem mulheres que amamentaram durante uma gravidez de alto risco, até mesmo durante uma ameaça de trabalho de parto prematuro, e deram à luz filhos sadios à termo (entre 38 a 42 semanas). Outras acharam melhor desmamar por causa da sua situação. Todas as mulheres devem conhecer os sinais de trabalho de parto precoce. Se perceberem contrações preocupantes devem parar a sessão de amamentação e ver se as contrações cessam. (Seu médico ou parteira também pode querer avaliar o efeito da amamentação sobre o útero – contrações, batimentos cardíacos do bebê, ou colo uterino).
Comendo por três
Uma mulher é capaz de comer o suficiente para o seu feto, sua produção de leite e ela mesma?
Uma dieta básica com alimentos variados e calorias suficientes vai cobrir a maioria das necessidades de mulheres que estão amamentando ou grávidas.
Mulheres já com algum nível de desnutrição podem ter dificuldades, mas uma mulher bem nutrida tem pouca razão para se preocupar.
Reservas de gordura são esvaziadas durante a amamentação exclusiva. Quando o bebê começa a comer outras coisas e continua mamando, as reservas de gordura da mãe voltam aos poucos. Quanto mais tempo ela amamenta, maior quantidade de gordura ela recupera (**nota – é saudável e natural para a mulher ter estas reservas – para manter a gravidez e a amamentação**). Mas se ela engravidar logo depois, ela não vai recuperar estas reservas, e se ela estiver desnutrida e resolver amamentar durante a gravidez, as reservas vão diminuir mais ainda.
Outra preocupação relacionada à amamentação durante a gravidez é com a saúde dos ossos da mulher. Pesquisas mais recentes mostram que a mulher recupera a densidade mineral dos ossos quando o bebê começa a comer outras coisas, e aos 12 meses de idade da criança a densidade mineral dos ossos da mãe deve ter voltado ao normal.
E as necessidades do feto? Pesquisas mostram que as mães que ganharam peso suficiente durante a gravidez tiveram bebês de peso normal (2,52 a 4,93kg). Se a mulher estiver desnutrida (ou sem condições de aumentar sua ingestão alimentar) ela pode ter dificuldades de ganhar peso suficiente na gravidez ou seu bebê pode nascer com peso abaixo do normal. A recomendação de saúde pública, considerando que o desmame precoce pode prejudicar a saúde do bebê, é de dar um maior intervalo entre os filhos.
A produção de leite normalmente diminui no meio da gravidez. As duas perguntas mais importantes são: “Ela está mantendo seu apetite?” e “Ela está ganhando peso dentro do padrão esperado?” Ela precisa ganhar o mesmo peso que ganharia se não estivesse amamentando (meio quilo por semana depois de 20 semanas de gravidez). É preciso avaliar como aumentar o consumo da mãe – se ela estiver com dificuldades. Também é necessário avaliar a hidratação materna. A cor da urina indica: amarela clara – bem hidratada; amarela escura – desidratação.
A sensação de bem-estar da mãe diz tudo. O que o corpo da mãe está dizendo a ela?

A mulher deve estar empoderada e escutar a sabedoria do seu corpo enquanto ela cuida do seu filho e da sua gravidez.
Os hormônios da gravidez podem causar desconforto para a mãe durante a amamentação. Dói! Não sempre, mas para a maioria das mulheres a amamentação provoca alguma dor, a qual poderá ser mais forte numa fase da gravidez do que em outra. Ela também pode se sentir agitada, querendo tirar a criança do peito. A mãe que sente-se comprometida com a continuidade da amamentação pode precisar de apoio durante sua adaptação a estes desconfortos.
É fundamental ajudar cada mulher a processar suas necessidades e escolhas, e apoiá-la em sua decisão de desmamar ou de diminuir o número de mamadas do mais velho.
Hilary Flower – autora do livro Aventuras na Amamentação Tandem: Amamentação durante a gravidez e depois (Adventures in Tandem Nursing: Breastfeeding During Pregnancy and Beyond – 2003).

sábado, 27 de agosto de 2011

Mais sobre cama compartilhada!

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Muitos são os questionamentos feitos sobre este método, o de dividir a cama com seu bebê. Já disseram para mim: "Ah, você tem sorte porque acorda sempre!", "Este método não é seguro" , " A criança vai ficar dependente da mãe, não vai largar"e outras coisas. Digo que sorte não é a definição correta! E eu tenho consciência de que tinha que tomar providências com a segurança! Sim, existe itens a serem verificados para você garantir a segurança ao utilizar este método, que trás muitos benefícios à família! Filhos SÃO DEPENDENTES do pai e da mãe, não importa o que digam, os estudos estão ai para mostrar que o bebê se sente SEGURO perto da mãe. Então não entendo a insistência com esta falsa afirmativa, e que na minha opinião é uma maldade afastar a criança, e deixá-la solta em qualquer lugar que seja! Meu filho saiu da nossa cama com 2 anos e pouco, sem traumas, porque não forçamos nem impomos nada. Simplesmente demos a ele a chance de perceber como é bacana dormir na própria cama. PRONTO, foi o suficiente para ele ir dormir no quarto dele. Minha filha de 20 meses, vê o irmão dormindo na cama dele e já dá sinal de que quer a dela..se vamos forçar o processo?? PRA QUE FORÇAR!!
Mas alerto que este método não é para todas as famílias. O natural é a mãe acordar sim, é instinto! E o bebê deve ficar ao lado da mãe, não entre os pais, pois o pai não acorda! Mas vou deixar um texto da Dra. Andréia Mortensen, que explica vários pontos deste método, que para mim e minha família só trouxe benefícios!


NORMAS GERAIS DE SEGURANÇA PARA A CAMA COMPARTILHADA

 

Através de meu livro, SOLUÇÃO PARA NOITES SEM CHORO, é evidente que todos os nossos quatro bebês foram muito bem-vindos em nossa cama familiar. Eu e meu marido Robert temos permitido que nossas crianças dividam nossa cama e nossos filhos, da mesma forma, têm apreciado dividir a cama com os irmãos. Importância crucial, no entanto, é o fato de termos seguido religiosamente todas as recomendações de segurança conhecidas para compartilhar o sono com nossos bebês.
A segurança para trazer um bebê para uma cama de adulto tem sido assunto de muito debate na sociedade moderna, especialmente recentemente. Em 1999 a Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor nos Estados Unidos (CONSUMER PRODUCT SAFETY COMISSION – CPSC), anunciou uma recomendação contra a prática da cama compartilhada com um bebê de idade inferior a dois anos. Todavia, pesquisas de opinião pública demonstram que aproximadamente 70% dos pais efetivamente dividem o sono com seus bebês durante parte da noite ou durante toda a noite. A maioria dos pais que escolhem compartilhar a cama está avidamente comprometida com a prática e encontram muitos benefícios nela.
A recomendação da CPSC é controvertida e têm agitado debates acalorados entre pais, médicos e especialistas em desenvolvimento da infância sobre a acuidade e propriedade desta recomendação; muitos especialistas acreditam que a questão demanda mais pesquisa. Enquanto isso é muito importante você pesquisar todos os pontos de vista e fazer a decisão correta para sua família. E lembre-se: mesmo que você decida-se contra dormir com sua criança você poderá aguardar para dividir o sono com o bebê mais velho, se assim se ajustar a sua família.
A lista de segurança a seguir, bem como muitas referências à cama compartilhada feitas em meu livro e no site da internet, são fornecidas por estes pais que pesquisaram este assunto e têm feito uma escolha instruída a favor da cama compartilhada com seus bebês. Aonde quer que você escolha para seu bebê dormir as sonecas do dia ou o sono da noite, por favor, preste muita atenção às recomendações de segurança e precaução a seguir:
- Sua cama deve ser absolutamente segura para seu bebê. A melhor escolha é colocar o colchão no chão, com a certeza de não existir nenhum vão onde seu bebê possa ficar preso. Tenha certeza de ter um colchão plano, firme e liso. Não permita que seu bebê durma em uma superfície macia, tal como cama d´água, sofá, colchões com a parte superior almofadada, poltronas em formato de “pufe” do tipo que se moldam ao corpo, ou qualquer outro móvel com estrutura flexível que possa ceder.
- Tenha certeza de ter lençóis sob medida, que permaneçam seguramente ajustados e não se soltem em caso de puxados.
- Se sua cama for elevada do chão utilize uma grade de segurança de estrutura entrelaçada para prevenir seu bebê de rolar para fora da cama e seja especialmente cuidadosa acerca de não existir nenhum espaço entre o colchão e a guarda da cabeceira da cama ou a guarda dos pés da cama.
OBSERVAÇÃO: Algumas grades de segurança projetadas para crianças mais velhas não são seguras para bebês porque possuem espaços em sua estrutura que possibilitam a passagem de pequenos corpos ou que estes fiquem presos nelas.
- Se sua cama é posicionada contra uma parede ou outro móvel verifique-a toda noite para ter certeza de que não existe nenhum espaço entre o colchão e a parede ou o móvel aonde o bebê possa ficar preso.
- A criança deve ser colocada entre a mãe e a parede ou a grade de proteção. O pai, irmãos, avós e babás não possuem a mesma consciência instintiva da localização do bebê como sua mãe. Mães: prestem atenção a sua sensibilidade pessoal ao bebê. O seu pequeno deve ser capaz de acordá-la através de um barulho ou movimento mínimo – normalmente até mesmo uma fungada ou ronco é suficiente. Se você descobrir que dorme tão profundamente que somente acorda quando seu bebê emite um choro alto, considere seriamente mudar o bebê para fora de sua cama, talvez para um berço próximo ou ao lado de sua cama.
- Utilize um colchão bem grande para fornecer amplitude de espaço e conforto para todos.
- Considere a possibilidade de uma arrumação de “cama acoplada”, aonde o berço ou segunda cama posiciona-se diretamente ao lado da cama principal.
- Tenha certeza de que o quarto aonde seu bebê dorme e todos os outros quartos a que ele possa ter acesso é a prova de crianças. (Imagine seu bebê engatinhando para fora da cama enquanto você dorme, para explorar a casa. Mesmo que ele não tenha feito isso - AINDA - você pode ter certeza de que eventualmente ele irá fazê-lo).
- Não durma com seu bebê se você tiver bebido álcool, se tiver usado qualquer droga ou medicação, se você em especial costuma dormir profundamente ou se está sofrendo privação de seu sono e acha difícil acordar-se.
- Não durma com seu bebê se você for uma pessoa grande, uma vez que um pai acima do peso constitui-se em risco provado para bebê, na situação da cama compartilhada. Não posso especificar uma tabela de correlação peso/bebê. Se o bebê rolar em sua direção, se existir inclinação ou depressão grande no colchão ou se você suspeita de qualquer outra situação de perigo, aja com segurança e acomode o bebê em um berço ou cama menor ao lado de sua cama.
- Remova todas as almofadas e cobertores durante os primeiros meses. Utilize extrema precaução quando introduzir almofadas ou cobertores, a medida que sei bebê fique maior. Vista o bebê e vocês de forma aquecida para dormir. (Uma dica para mamães que amamentam: como camiseta de baixo e para manter-se mais aquecida, vista uma camiseta comum ou de gola role antiga cortada pelo meio em direção à linha do decote). Tenha em mente que o calor do corpo aumenta o aquecimento durante a noite. Tenha certeza que seu bebê não ficará superaquecido.
- Não vista roupas de dormir com cordões ou fitas compridas. Não use jóia e se seu cabelo for longo, prenda-o para cima.
- Não utilize perfumes ou loções de aromas fortes que possam afetar os sentidos delicados de seu bebê.
- Não permita animais de estimação dormindo na cama com seu bebê.
- Nunca deixe seu bebê sozinho em uma cama de adulto a não ser que esta cama seja perfeitamente segura para ele, tal como um colchão firme no chão de um quarto a prova de criança, e somente quando você estiver por perto ou atenta, escutando o bebê através de um monitor (babá-eletrônica) confiável.
- Até a edição deste livro nenhum aparelho foi criado para uso comprovadamente seguro na proteção do bebê em uma cama de adulto. No entanto, uma quantidade de novas invenções está começando a surgir em catálogos e lojas de artigos para bebês, em resposta ao grande número de pais que desejam dormir de forma segura com seus bebês. Você pode querer verificar alguns produtos tais como redes, calços, berços, prendedores de lençóis etc.

Fonte http://www.pantley.com/elizabeth/books/0071381392.php?nid=169&isbn=0071381392

Texto enviado por Andréia Mortensen
Traduzido por Liana Lara


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ser protagonista - por Adriana Tanese Nogueira


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Muito bom o texto, os questionamentos a nós mesmas!! Leiam, reflitam!

O que é ser protagonista na hora do parto?
O que é ser protagonista da própria vida? É poder escolher. Ter liberdade para escolher. Usando quais critérios?
Aqueles que vêm do que se pensa, sabe, acredita e sente.


Por isso é importante estimular as mulheres:
- a buscarem informações de qualidade (cientificamente embasadas e sensatas)
- a tomarem consciência do sentido e do valor simbólico do parto
- a valorizarem suas necessidades físicas, emocionais e afetivas

Na era da informação, tem de tudo, lê-se de tudo, ouve-se de tudo.
Não é suficiente, porém, ter um título para ser um bom profissional.

Que tipo de saber precisamos na gestação e no parto?
Precisamos de um tipo de saber que não esteja vinculado somente ao conhecimento acadêmico ou à prática estabelecida e habitual. É necessário o bom senso e o conhecimento comprometido com o humano e que valorize o saber vivencial (de todos os agentes).

A função de discernimento que pode ter uma parturiente se manifesta plenamente quando ela se coloca estas perguntas:
- Sinto-me confortável com esses profissionais?
- Sinto-me bem nesse ambiente?
- Estou na melhor posição? Sinto-me confortável?
- Sinto-me livre para fazer o que desejo?
- Sinto-me respeitada?
- Dei meu consenso às intervenções que estão sendo feitas?
- Sinto-me amparada e apoiada? Sinto-me segura?

Colocar-se estas perguntas é um sinal de amor próprio e autovalorização.
Ser protagonista é sentir-se livre e ter coragem para dizer o que se sente, quer e necessita.
Uma relação profissional humanizada é aquela que é receptiva ao saber inerente àquela mulher, às suas necessidades, anseios, preferências e modo de ser.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Evidências científicas sobre as práticas utilizadas no PN



Confira evidências científicas sobre as práticas utilizadas no parto normal

O Ministério da Saúde, com a participação da Febrasgo e da ABENFO publicou uma classificação das práticas durante o parto normal com as melhores evidências disponíveis. A ANS recomenda que essa classificação seja usada como referência, sujeita a revisões críticas periódicas, considerando o acompanhamento de novas evidências.
(fonte: Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher – Ministério da Saúde, Febrasgo e ABENFO – Brasília, DF, 2001)
Práticas no parto normal demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas

» Planejamento individual determinando onde e por quem o parto será realizado.

» Avaliação de risco durante o pré-natal, reavaliado a cada contato e no momento do trabalho de parto.

» Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto.

» Oferecimento de líquido por via oral durante o trabalho de parto.

» Respeito à escolha da mulher sobre o local do parto.

» Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for seguro.

» Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto.

» Apoio emocional pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto.

» Respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto.

» Fornecimento às mulheres de todas as informações e explicações que desejarem.

» Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagens e técnicas de relaxamento, durante o trabalho de parto.

» Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente e vigilância das contrações uterinas por palpação abdominal.

» Uso de materiais descartáveis e descontaminação adequada de reutilizáveis.

» Uso de luvas no exame vaginal, no parto e no manuseio da placenta.

» Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto.

» Estímulo a posições não supinas durante o trabalho de parto.

» Monitoramento cuidadoso do progresso do trabalho de parto, uso do partograma.

» Administração profilática de ocitocina no terceiro estágio do parto em mulheres com risco de hemorragia pós-parto.

» Condições estéreis ao cortar o cordão.

» Prevenção da hipotermia do bebe.

» Prevenção da hemorragia neonatal com o uso do vitamina K.

» Prevenção da oftalmia gonocócica com o uso de nitrato de prata ou tetraciclina.

» Contato cutâneo direto, precoce entre mãe e filho e apoio ao início da amamentação na primeira hora após o parto.

» Alojamento conjunto.

» Suprimir a lactação em mães portadoras de HIV.

» Exame rotineiro da placenta e membranas ovulares.

» Uso rotineiro de ocitocina, tração controlada do cordão, ou sua combinação, durante o terceiro estágio do parto.
Práticas no parto normal claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas

» Uso rotineiro do enema.

» Uso rotineiro da tricotomia.

» Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto.

» Cateterização venosa profilática de rotina.

» Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.

» Exame retal.

» Uso de pelvimetria por raios X.

» Administração de ocitócicos antes do parto de um modo que não se permita controlar seus efeitos.

» Uso rotineiro da posição de litotomia.

» Esforços de puxos prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o segundo estágio do trabalho de parto.

» Massagem e distensão do períneo durante o segundo estágio do trabalho de parto.

» Uso de comprimidos orais de ergometrina no terceiro estágio do trabalho de parto com o objetivo de evitar hemorragia.

» Uso rotineiro de ergometrina por via parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto.

» Lavagem uterina rotineira após o parto.

» Revisão (exploração manual) rotineira do útero após o parto.

» Uso liberal ou rotineiro da episiotomia.

» Toques vaginais freqüentes e por mais de um examinador.

» Manobra de Kristeller ou similar, com pressões inadequadamente aplicadas ao fundo uterino no período expulsivo.

» Prática liberal de cesariana.

» Aspiração nasofaríngea de rotina em recém-nascidos normais

» Manutenção artificial de ar frio na sala de parto durante o nascimento.

Práticas no parto normal em que não existem evidências para apoiar sua recomendação e devem ser utilizadas com cautela até que novas pesquisas esclareçam a questão
» Métodos não farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto, ervas, imersão em água e estimulação de nervos.

» Pressão no fundo uterino durante o período expulsivo.

» Manobras relacionadas à proteção ao períneo e do polo cefálico no momento do parto.

» Manipulação ativa do feto no momento do parto.

» Clampeamento precoce do cordão umbilical.

» Estimulação do mamilo para aumentar a contratilidade uterina durante o terceiro estágio do parto.

Práticas no parto normal freqüentemente utilizadas de modo inadequado
» Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto.

» Controle da dor por agentes sistêmicos.

» Controle do dor por analgesia peridural.

» Monitoramento eletrônico fetal.

» Uso de máscara e aventais estéreis durante a assistência ao trabalho de parto.

» Exames vaginais repetidos ou freqüentes, especialmente por mais de um prestador de serviço.

» Correção do dinâmica uterina com a utilização de ocitocina.

» Amniotomia precoce de rotina no primeiro estágio do parto.

» Transferência rotineira do parturiente para outra sala no início do segundo estágio do trabalho de parto.

» Caracterização do bexiga.

» Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa, antes que a própria mulher sinta o puxo.

» Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, se as condições da mãe e do feto forem boas e se houver progressão do trabalho de parto.

» Parto operatório.

» Exploração manual do útero após o parto.
*Fonte: ANS


Retirado do site: http://www.renataolah.com.br

O que acham?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

38 semanas...e nada de trabalho de parto... (Por Priscila Rezende)


Toda mulher que esperou para entrar em trabalho de parto naturalmente, respeitando o tempo do bebê e do próprio corpo, costuma dizer que uma gestação dura nove meses e uma eternidade. De vido à falta de informação, quando a gestante é considerada "a termo"m por volta da 36ª semana, começa a ouvir frases como "à partir de agora seu bebê está pronto para nascer", e então o casal passa a aguardar ansiosamente a chegada do bebê, dia após dia, observando todos os sinais. Algumas mulheres já iniciam a o período de licença maternidade, lavam e passam as roupinhas do bebê, fazem, com todo o carinho, a malinha da maternidade.
Porém, é bastante comum que a mulher entre em trabalho de parto apenas por volta da 40ª semana de gravidez sem que isso acarrete nenhuma complicação na saúde da gestante ou do bebê. A idade gestacional é apenas uma estimativa e não podemos ter certeza da data da concepção para dizermos que um bebê está "passando da hora", como se diz muito por aí.
Mas vamos falar sobre o que acontece com o corpo da mulher na reta final da gravidez.
Um dos sinais visivelmente perceptíveis de que o corpo da mulher está se preparando para que ela entre em trabalho de parto é a barriga ficar mais baixa, surge um espaço entre o seio e a barriga, o umbigo aponta pra baixo.
No final da gravidez, a fase de fazer xixi toda hora também retorna, porque a bexiga diminui de tamanho para que o utero possa aumentar e dar mais espaço para o bebê, que a essa altura já estará bem gordinho. O lado bom é que fica mais fácil respirar, porque o bebê está mais longe das costelas. Em algumas gestações, o bebê encaixa na pelve materna antes do trabalho de parto.
Algumas mulheres sentem contrações de treinamento, indolores, desde o quinto mês de gestação. As contrações uterinas são percebidas quando a mulher está deitada ou sentada e sua barriga fica bem dura durante alguns segundos e depois amolece novamente. Porém, algumas mulheres relatam sentirem a barriga dura o dia todo, mas o que acontece é que, quando a mulher está em pé, a musculatura abdominal também se contrai para sustentar melhor o peso do bebê sem que isso seja uma contração uterina. Na reta final, essas contrações de treinamento passam a ser classificadas como prodromos, o famoso "falso trabalho de parto", porque elas se tornam frequentes, chegam a durar uma hora e, às vezes, vêm acompanhadas de cólicas. Nesse caso, sugerimos à gestante que descanse, deite-se ou tome um banho quente. Caso elas permaneçam após uma hora de repouso, começamos a interpretar como um sinal de que o trabalho de parto está começando.
Surgem diversos incômodos e cada gestante tem uma maneira diferente de interpretá-los. Algumas relatam peso no pé da barriga, pontadas, falta de posição agradável para dormir e, é claro, ansiedade.
Todos esses sintomas são naturais, é preciso ficar atenta apenas aos movimentos do bebê, se são frequentes, porque isso indica boa vitalidade, sangramentos abundantes, contrações doloridas e perda de líquido, como quando a bolsa rompe integral ou parcialmente.
Infelizmente, não existe uma receita como as de bolo para indicar quando um trabalho de parto está efetivamente começando, existem apenas alguns sinais comuns como a perda do tampão mucoso (uma melequinha com uns raios de sangue rosinha), as contrações que não cessam, a ruptura da bolsa.
É interessante que a mulher use o tempo que resta de gravidez para fazer um exercício de reclusão, de introspecção, voltar-se a si mesma, entrar em contato com o próprio corpo e com o bebê. Algo semelhante ao que os demais mamíferos fazem e que, para o ser humano, ajuda a se livrar das ligações e mensagens desagradáveis do tipo "já nasceu?".
Outra coisa legal é relaxar, passear, depois que as coisinhas do bebês estiverem arrumadas, ter um tempo para caminhar, ir ao shopping, sair para tomar um sorvete, coisa que talvez demorem para acontecer novamente depois que o bebê nascer. Se manter ativa é importante, muitos relatos de parto começam com "Sai para comprar umas coisas e caminhei" ou "fiz faxina na casa toda", tudo isso estimula o trabalho de parto. Mas o trabalho de parto acontece entre as duas orelhas, por isso, é bom desencanar. É como tentar engravidar: quando a gente desencana a gravidez aparece!
E o trabalho de parto não avisa com antecedência, já aconteceu de doulandas minhas irem ao obstetra no dia do trabalho de parto, fazerem exame de toque e estarem com o colo completamente fechado. Assim como já aconteceu de gestantes passarem uma semana com 4cm de dilatação.
Se você tiver uma doula, pode incomodá-la bastante com falsos trabalhos de parto, angústias, desabafos. Estamos aqui pra isso também!

Retirado de: http://prisrezendedoula.blogspot.com

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Como reconhecer um profissional de saúde que não apoia a amamentação


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Todos os profissionais de saúde dizem apoiar a amamentação. Mas muitos apenas apoiam enquanto corre bem, e outros nem isso. Mal surge algum problema com a amamentação — ou em qualquer outro aspecto da vida da nova mãe —, muitos aconselham o desmame ou a utilização de suplementos. Apresentamos a seguir uma lista parcial de pistas que podem ajudá-la a descobrir se um profissional de saúde apoia a amamentação, pelo menos o suficiente para, no caso de ocorrer algum problema, se esforçar por ajudá-la a continuar a amamentar.
Um profissional de saúde que não apoia a amamentação:
1. Oferece-lhe amostras ou publicidade de leite artificial. Estas amostras e publicidade induzem à utilização do produto e a sua distribuição chama-se marketing. Não existem provas de que uma determinada marca de leite seja melhor ou pior que outra para um bebé normal. A literatura, os CD’s ou vídeos que acompanham as amostras são modos de subtilmente (e não tão subtilmente) minar a amamentação e louvar o leite artificial. Se não acredita, pergunte a si mesma porque é que as marcas de leite artificial andam a utilizar tácticas agressivas para que o seu médico ou hospital lhe ofereça a literatura e as amostras deles e não as de outras marcas? Não deveria também perguntar a si mesma porque é que o profissional de saúde não publicita a amamentação?
2. Diz-lhe que a amamentação e o mamadeira são essencialmente a mesma coisa. A maior parte dos bebés alimentados com mamadeira crescem saudáveis e seguros e nem todos os bebés amamentados crescem saudáveis e seguros. Mas isto não significa que a amamentação e mamadeira sejam essencialmente o mesmo. O leite artificial é uma versão rudimentar daquilo que se conhecia sobre o leite materno vários anos atrás, e esse conhecimento por sua vez é uma aproximação também rudimentar a qualquer coisa que não cessa de nos surpreender e de que só agora começamos a ter alguma ideia. Por exemplo, sabemos há muito que o ADH e o ARA são importantes para o desenvolvimento do cérebro do bebé, mas foram precisos anos para se conseguir adicioná-los ao leite artificial, sem que isso signifique que tenham o mesmo papel, pois a absorção a partir do leite artificial é diferente da absorção a partir do leite materno. As várias diferenças têm importantes consequências para a saúde. Muitos elementos do leite materno não se encontram no leite artificial, embora saibamos há muitos anos da sua importância para o bebé — por exemplo, anticorpos e células que protegem o bebé contra infecções, factores de crescimento que ajudam o sistema imunitário, o cérebro e outros órgãos a desenvolver-se. Amamentar não é o mesmo que alimentar com mamadeira, estabelece uma relação completamente diferente entre a mãe e o bebé. Pode-se ter tido a infelicidade de não conseguir amamentar (embora na maioria dos casos os problemas possam ser evitados), mas dar a entender que isso não tem importância é condescendência e um erro crasso. 
3. Diz-lhe que o leite da marca x é melhor. Normalmente isto significa que está a ser influenciado pelo representante dessa marca. Pode significar que os seus próprios filhos toleraram melhor essa marca do que outras. Significa que tem ideias preconcebidas e infundadas.
4. Diz-lhe que não é necessário amamentar o bebé logo após o nascimento, pois a mãe está ou estará cansada e, de qualquer modo, muitas vezes o bebé não está interessado. Não é necessário, mas frequentemente é muito útil (consulte os folhetos #1 Breastfeeding—Starting Out Right [Amamentação-Começar Bem]e #1b The Importance of Skin to Skin Contact [A Importância do Contacto da Pele com Pele]). Os bebés podem mamar enquanto a mãe estiver deitada ou a dormir, embora a maioria das mães não queira dormir num momento como este. Os bebés nem sempre mostram interesse em alimentar-se de imediato, mas isso não é razão para os impedir de ter essa oportunidade. Muitos bebés começam a mamar nas duas primeiras horas após o parto e essa é a altura mais favorável para um bom começo, mas não o poderão fazer se forem separados da mãe. Se tiver a impressão de que a pesagem do bebé, as gotas oculares e a injecção de vitamina K têm prioridade sobre o estabelecimento da amamentação, pode duvidar do empenhamento de alguém em relação à amamentação.
5. Diz-lhe que a confusão entre bico de silicone e mamilo é coisa que não existe e que deve começar cedo a dar a mamadeira ao bebé para garantir que ele aceita bem a o bico. Porque deverá começar a dar mamadeira cedo se afinal não existe confusão entre o bico e mamilo? Argumentar que não há provas da existência dessa confusão é colocar o carro à frente dos bois. Será preciso provar, isso sim, que são inofensivos os bicos, que nenhum mamífero utilizou antes do homem, e que mesmo este só começou a utilizar mais correntemente no final do século XIX. Mas não está provado que o bico seja inofensivo para a amamentação. O profissional de saúde que parte do princípio de que o bico é inofensiva está a olhar para o mundo como se a alimentação com mamadeira, e não a amamentação, fosse o método fisiologicamente normal de alimentar bebés. Convém acrescentar que o facto de nem todos os bebés que utilizam tetinas – ou até talvez nem sequer muitos – terem problemas com a amamentação não significa que a utilização precoce de bicos não provoque problemas a alguns bebés. Muitas vezes é uma combinação de fatores, um dos quais pode ser a utilização de uma tetina, que dá mau resultado.
6. Diz-lhe que tem de parar de amamentar porque você ou o bebé está doente, ou porque você vai tomar medicamentos ou vai realizar um exame médico. Existem situações ocasionais, raras, em que a amamentação não pode continuar, mas muitas vezes os profissionais de saúde assumem simplesmente que a mãe não pode continuar a amamentar e estão muitíssimas vezes errados. O profissional de saúde que apoia a amamentação fará todos os esforços para descobrir como evitar a interrupção da amamentação (a informação nas páginas brancas do Compendium of Pharmaceutical Specialties azul e o PDR não são boas referências – segundo estes, todas as drogas são contra-indicadas, pois a indústria farmacêutica está mais interessada em livrar-se de responsabilidades do que em proteger os interesses das mães e dos bebés). Quando uma mãe precisa de tomar um medicamento, o profissional de saúde tentará usar medicamentos que não impeçam a mãe de amamentar. (Na realidade, muito poucos medicamentos requerem que a mãe pare de amamentar). É extremamente invulgar haver apenas um medicamento que possa ser usado para um determinado problema. Se a primeira escolha do profissional de saúde for um medicamento que exija que a amamentação seja interrompida, tem o direito de pôr em questão se ele ou ela realmente pensou na importância da amamentação.
7. Fica surpreendido por saber que o seu bebé de seis meses ainda mama. Muitos profissionais de saúde acreditam que os bebés devem continuar com leite artificial durante pelo menos nove meses e até mesmo doze meses (e, agora que as empresas de leite artificial vendem leite para crianças até aos dezoito meses e mesmo até aos três anos, em breve alguns profissionais de saúde estarão a aconselhar as mães a usar leite artificial durante três anos), mas ao mesmo tempo parecem acreditar que o leite materno e a amamentação não são necessários, podendo mesmo ser prejudiciais se continuados por mais de seis meses. Porque será a imitação melhor que o original? Não deverá perguntar a si mesma o que implica esta linha de pensamento? Em muitas partes do mundo, a amamentação até aos dois ou três anos de idade é comum e normal, embora, graças ao bom marketing do leite artificial, isso seja cada vez menos comum.
8. Diz-lhe que o leite materno não possui valor nutritivo após o bebé ter seis meses ou mais. Mesmo que isto fosse verdade, a amamentação continuava a ter valor. A amamentação é uma interação única entre duas pessoas apaixonadas, mesmo sem o leite. Mas aquilo não é verdade. O leite materno continua a ser leite, com gordura, proteínas, calorias, vitaminas e tudo o resto, e os anticorpos e outros elementos que protegem o bebé das infecções continuam presentes, alguns em maiores quantidades do que quando o bebé era mais novo. Quem lhe disser aquilo, não sabe nada sobre amamentação.
9. Diz-lhe que nunca deve permitir que o bebé adormeça enquanto mama. Porque não? Não há problema se um bebé também conseguir adormecer sem mamar, mas uma das vantagens da amamentação é oferecer-lhe um modo prático de o adormecer quando ele está cansado. É exactamente o que têm feito as mães de todo o mundo desde o início da era dos mamíferos. Um dos maiores prazeres da maternidade é adormecer uma criança nos braços, sentindo o calor que liberta à medida que o sono a vence. Um dos prazeres da amamentação, quer para a mãe quer provavelmente para o bebé, é ele adormecer ao peito.
10. Diz-lhe que não deve ficar no hospital para amamentar o bebé doente pois é importante que fique a descansar em casa. É importante que descanse e o hospital que apoie a amamentação fará com que possa descansar enquanto estiver no hospital para amamentar o bebé. Os bebés doentes não precisam menos de ser amamentados que um bebé saudável, precisam mais.
11. Não tenta ajudá-la caso esteja a ter problemas com a amamentação. Muitos problemas podem ser evitados ou tratados e a maior parte das vezes a resposta aos problemas da amamentação é não utilizar o leite artificial. Infelizmente, muitos profissionais de saúde, particularmente os médicos e ainda mais os pediatras, não sabem como ajudar. Mas existe ajuda. Insista em obtê-la. “Não precisa de amamentar para ser uma boa mãe” é verdade, mas não é resposta a um problema de amamentação.
Dúvidas? (416) 813-5757 (opção 3)
ou drjacknewman@sympatico.ca
ou o livro Dr. Jack Newman’s Guide to Breastfeeding (chamado The Ultimate Breastfeeding Book of Answers nos E.U.A.)
Folheto #18. Como reconhecer um profissional de saúde que não apoia a amamentação .
Revisto em Janeiro de 2005
Escrito por Jack Newman, Médico, F.R.C.P.C. © 2005
Este documento pode ser copiado e distribuído sem autorização, com a condição de não ser usado em nenhum contexto em que o código O.M.S. sobre marketing de substitutos de leite materno seja violado.

Fisiologia: Parto na água

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Popularizado pelo médico francês Michel Odent na década de 60, o parto na água foi, inicialmente, descrito como uma forma alternativa de controlo da dor durante o trabalho de parto. A imersão em água à temperatura do corpo ajuda a reduzir o nível de adrenalina da mulher e estimula a libertação de ocitocina, a hormona-chave do parto. Esta resposta fisiológica leva a uma diminuição da intensidade da dor, ao mesmo tempo que facilita a dilatação. Bem-estar, paz interior e maior controlo da situação são os benefícios descritos pela maior parte das mulheres que experimentam esta forma de dar à luz.

Vários estudos revelam que a utilização da água no nascimento permite reduzir o número de cesarianas, induções de parto, pedidos de epidural e o uso de fórceps ou ventosas. Um trabalho publicado em Janeiro de 2004 no conceituado British Medical Journal (BMJ), que comparou partos dentro e fora de água, concluía isto mesmo e acrescentava que a imersão em água facilita a dilatação inclusivamente nos primeiros partos.

Embora nunca tenha sido esse o objectivo da introdução das piscinas de parto nos hospitais, ocasionalmente, os bebés podem nascer debaixo de água. Para a comunidade médica, este é o ponto mais polémico do parto em meio aquático.

Alguns investigadores não se cansam de referir os potenciais riscos para os bebés. Mesmo depois da publicação de um importante estudo em 1999 no BMJ, que analisou todos os partos na água ocorridos no Reino Unido entre 1994 e 1996. De acordo com os investigadores, em gravidezes sem problemas, os riscos de nascer debaixo de água são semelhantes aos riscos de nascer fora dela. Há, no entanto, vários trabalhos publicados na literatura médica que alertam para possíveis perigos: aspiração da água, danos neurológicos, ruptura do cordão umbilical e pneumonia.

Um desses estudos, divulgado recentemente também no BMJ, motivou um artigo no The Times particularmente crítico do parto aquático. O texto referia-se ao caso de um bebé que teve de ser internado numa unidade de cuidados intensivos, após ter nascido debaixo de água, com problemas respiratórios. Thomas Stuttaford, o autor do artigo, médico, critica severamente os apologistas do parto na água, afirmando que esta forma de nascer coloca sérios riscos à saúde do bebé e que o «sonho naturista» da mãe não deve ser concretizado à custa do futuro do bebé. Stuttaford entende que o nascimento na água é «uma moda», defendida apenas por quem procura um «parto "natural"». Termina, afirmando que as baleias são os únicos mamíferos concebidos para darem à luz dentro de água.

INVESTIGAÇÃO, PRECISA-SE
A experiência das parteiras do St. George's Hospital e do Royal Free Hospital, em Londres, vai noutro sentido. A PAIS&Filhos visitou estes dois hospitais públicos britânicos, onde o parto na agua é uma possibilidade desde que o governo decretou em 1992 que esta deveria ser uma opção em todas as unidades de saúde onde fosse praticável. Katie Pickett e Amanda Mansfield já ajudaram muitos bebés a nascer debaixo de água e não têm dúvidas de que os riscos para o recém-nascido são semelhantes aos do parto fora de água. Num comentário ao estudo do BMJ divulgado no The Times, Elizabeth Cluett, da escola de parteiras da Universidade de Southampton, partilha da mesma opinião e critica o alarmismo causado pelo trabalho centrado num único caso. Cluett apela a uma maior investigação sobre a matéria.

As parteiras referem, contudo, que, apesar de a imersão em água durante o trabalho de parto ser uma opção muito popular no Reino Unido, o número de mulheres que acaba por ter os filhos na piscina de parto é reduzido. «Muitas mulheres sentem necessidade de sair da água para a expulsão do bebé. Precisam de terra firme para poderem fazer força. É uma decisão delas e não nossa», explica Katie Pickett. Atitude que reflecte a forma como estas parteiras encaram o nascimento: a mulher decide.

A REALIDADE INGLESA
Mais de metade das maternidades públicas britânicas têm piscinas de parto. O número de mulheres que as utilizam para trabalho de parto varia entre 15 e 60 por cento, sendo que apenas 0,6 por cento dos nascimentos do Reino Unido acabam por acontecer debaixo de água. Cada hospital tem a sua contabilidade. No Royal Free, explica Amanda Mansfield, 27 por cento das parturientes usam a piscina de parto e 15 por cento dão à luz dentro de água. Mas o parto aquático é apenas uma das concretizações de uma outra forma de assistir o nascimento, assente na ideia base que um parto de baixo risco deve envolver o menor número possível de pessoas e cuidados médicos. A ideia de desmedicalizar o acto de nascer parte do pressuposto de que este é um acontecimento para o qual o corpo da mulher está preparado. Katie Pickett resume: «Quanto mais intervenção houver durante um parto, maiores são as probabilidades de que algo corra mal.»


A parteira, que apenas assiste nascimentos em casa, outra das opções do sistema de saúde público inglês, que premeia os hospitais que estimulem um aumento dos partos normais e em casa, defende algumas regras de ouro: não apressar o parto, não pressionar a mulher, não interferir. «A minha função é simplesmente estar lá. Por exemplo, não faz sentido mandar uma mulher fazer força. O corpo dela está preparado para lhe dar essa indicação.» Outro dos mandamentos da parteira é o de não interferir na posição que a mulher escolhe para dar à luz. Na maior parte dos casos, acrescenta Katie Pickett, estar deitada, a posição adoptada nas maternidades comuns, não é a que as mulheres, instintivamente, preferem. É por estas razões que Katie Pickett diz que assistir um nascimento é «uma arte».

PORTUGAL NÃO SABE NADAR
Há muitos anos que os benefícios da utilização da água durante o parto são bem conhecidos da moderna obstetrícia, mas em Portugal não existe esta opção. Falta conhecimento, sensibilidade e, sobretudo, condições logísticas para os hospitais poderem oferecer esta técnica. «Não temos espaço», diz Ester Casal, obstetra responsável pelo bloco de partos do Hospital Garcia de Orta, um dos maiores do país: «Já pensámos no parto aquático, mas não temos logística.» Opinião, que nem todos os técnicos subscrevem. Vítor Varela, presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras (APEO), recusa aquela atitude pessimista. «Não há condições nos hospitais?! Criam-se. Tem de haver inovação e adaptabilidade na obstetrícia.»

O enfermeiro tece críticas ao modelo de prestação de cuidados português e defende mudanças ao nível da abordagem da gravidez e parto: «Em Portugal, não se olha para o parto como um acto fisiológico, olha-se sim do ponto de vista médico.» Com eventuais riscos à partida e constante necessidade de intervenção. «É um modelo que está esgotado, todas as associações internacionais ligadas à obstetrícia defendem a desmedicalização do parto», sublinha Vítor Varela.

A utilização da água, em recipientes adequados, é uma forma de favorecer o parto normal e fisiológico, diz o enfermeiro. Deve, por isso, ser incentivada. Mas para lá chegar, «é preciso mudar a mentalidade dos profissionais que trabalham com as mulheres». Segundo Vítor Varela, há enfermeiros obstetras dispostos a avançar com o parto na água em Portugal, «até porque essa é uma área que faz parte do nosso campo de trabalho.»

PARA SABER MAIS
Pode simplesmente colocar a expressão «parto na água» (ou «water birth», se quiser alargar o campo de procura) num motor de busca (Google, de preferência) ou navegar nos sites que aqui lhe indicamos. O importante é procurar fontes fidedignas de informação.

www.rcm.org.uk
www.rgoc.org.uk
www.activebirthcentre.com
www.sheilakitzinger.com
www.waterbirth.org
www.birthchoiceuk.com
www.midirs.org
www.amigasdoparto.com.br 
www.michelodent.com



FONTE
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