quinta-feira, 29 de março de 2012

BEBÊS: INTRODUÇÃO de NOVOS ALIMENTOS são INADEQUADOS

Por: Cláudia Collucci e Marcio Pinho da Reportagem local - Folha de SP 15/09/2007
 


Mães alimentam errado bebês,diz pesquisa

Segundo o estudo, 54,6% de 35.173 crianças entre seis meses e um ano tinham alimentação complementar inadequada 77% das mães disseram trocar leite materno por outros tipos de leite;

OMS sugere que o leite materno seja dado até os 2 anos ou mais.
 
Cláudia Collucci e Marcio Pinho da Reportagem local

Mais da metade das crianças do Estado de São Paulo com idade inferior a um ano estão sendo alimentadas de forma incorreta, o que aumenta o risco de anemia e obesidade na primeira infância, revela um levantamento da Secretaria Estadual da Saúde.

A pesquisa avaliou 35.173 crianças entre seis meses e um ano entre os anos de 2003 e 2005, durante as campanhas de vacinação. Desse total, 19.205 (54,6%) apresentaram alimentação complementar inadequada após os seis meses de vida.
Segundo o estudo, 77% das mães entrevistadas disseram ter substituído o leite materno por outros tipos de leite. Tanto o Ministério da Saúde como a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendam que o leite materno seja dado até os dois anos de idade, junto com outros alimentos.
Porém, muitos pediatras costumam "dispensar" a amamentação a partir dos seis meses, conforme a Folha apurou. A justificativa é que a orientação da amamentação até os dois anos tem como alvo a população menos favorecida, mais sujeita à desnutrição, e não precisa ser seguida à risca por mães que possam oferecer aos filhos uma alimentação saudável.
Outro dado surpreendeu os pesquisadores: 63% das crianças estão sendo alimentadas com mingaus de leite, cereais ou farinhas, considerados muito calóricos, o que aumenta as chances de obesidade infantil. Muitas vezes, os mingaus substituem as papinhas salgadas com legumes, carnes e feijão, que são mais nutritivas.
"As pessoas pensam que criança gordinha é sinônimo de criança saudável. A mídia estimula isso. No entanto, o bebê gordinho pode caminhar para a obesidade", alerta a pediatra Graciete Viera, presidente do departamento de amamentação da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
Segundo Sônia Regina Saldiva, coordenadora da área de alimentação e nutrição da Secretaria Estadual da Saúde, a partir dos seis meses, em vez de complementar a alimentação da criança com cereais, arroz, feijão, legumes, verduras e carnes, muitas mães continuam dando ao bebê outros tipos de leite, com a adição da farinha.
"Nesta fase, a criança precisa continuar com o leite materno, e também receber alimentos que dão energia, ferro, através do feijão e da carne. Mas as mães ficam perdidas, achando que a criança não tem maturidade para comidas mais pastosas. Então, ela prioriza uma alimentação baseada em leite ou líquida demais."
Saldiva explica que, na faixa etária pesquisada, a prevalência de anemia nas crianças é, em média, de 50%. O dado foi encontrado em outras pesquisas feitas no Estado.
Para ela, o problema é mais de falta de informação do que recursos financeiros, já que a papinha salgada pode ser feita com os mesmos alimentos consumidos em casa.
Segundo o pediatra Cid Pinheiro, coordenador do serviço de pediatria do hospital São Luiz e professor da Santa Casa, as mães são orientadas a amamentar o filho no peito "o maior tempo possível".
"Além do vínculo emocional, explicamos que o leite materno tem substâncias que conferem imunidade ao organismo do bebê." Ele diz, porém, que muitas mães argumentam que conciliar amamentação com trabalho fora é impraticável.
É o caso de Ellen Belasco de Souza, 29. Após os quatro meses de licença-maternidade, ela precisou voltar ao trabalho no salão de beleza e deixar a filha Vitória aos cuidados da mãe.

O fato de só poder amamentar o bebê de manhã e à noite, contribuiu para que seu leite "secasse" já no quinto mês de aleitamento. "Quando fui mãe a primeira vez, há nove anos, não trabalhava e amamentei minha filha por oito meses."

Retirado daqui

terça-feira, 27 de março de 2012

Ações da equipe de saúde durante o parto prejudicam a criação do vínculo mãe-bebê


Para especialista, um parto correto pode trazer repercussões positivas para o resto da vida do recém-nascido.

 

 

 A pessoa mais importante para um bebê é, sem dúvida, sua mãe. É essa interação mãe-bebê que irá propiciar uma melhor adaptação da criança ao novo mundo que ela está sendo inserida. Na tarde de ontem, 24, o professor de pediatria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Ledo Chaves explicou que esse vínculo começa no parto. O médico coordenou uma mesa-redonda sobre o tema durante o 49º Congresso do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cujo tema deste ano é “Saúde da Criança”. O evento começou na segunda, 22,  e vai até sexta-feira, 26.

Ricardo defende que após o nascimento, sempre que for possível, o bebê deve ser encaminhado para sua mãe. “Embora o vínculo mãe-bebê possa começar mesmo antes da gravidez, na cabeça da mulher, o momento do parto é o mais importante para seu estabelecimento, com repercussões para o resto da vida da criança”, disse durante apresentação.

Porém, o médico mostrou que esse momento vem sendo prejudicado. Começando, segundo ele, pelo grande número de cesarianas realizadas hoje em dia, que distanciam a mulher do parto, tornado-a uma espectadora, quando deveria ser um agente ativo no processo.

“Existe uma série de repercussões emocionais positivas importantíssimas quando o parto natural é feito. Os recém-nascidos são sensíveis aos estados psíquicos da sua mãe e as expressões faciais dela. Estudos mostram que a primeira identificação do recém-nascido é com o rosto da mãe. Se o rosto estiver deprimido, por exemplo, isso afeta o bebê”, argumentou.

O professor explicou que é preciso evitar, ao máximo, separações desnecessárias entre a mãe e o recém-nascido, reduzindo os procedimentos realizados no pós-parto imediato aos apenas estritamente necessários.

E também falou sobre algumas atitudes que podem ser tomadas a fim de suavizar o impacto da diferença entre o mundo intra e extrauterino, como, por exemplo, ambiente pouco iluminado, através do emprego de uma luz difusa na sala de parto; silêncio; ambiente menos frio e tranquilo; ter panos quentes para a recepção; contato corporal imediato entre a mãe e o recém-nascido; e a espera de alguns minutos para se cortar o cordão umbilical.

Ricardo ressaltou que, deixar o lugar aquecido é, às vezes, motivo de grandes discussões entra a equipe. “Realmente a sala de parto é um local muito quente e a equipe sente muito calor. Mas é importante que ela abra mão do ar condicionado para que o bebê não sinta frio ao nascer. São apenas alguns minutos de calor em prol de um vínculo que durará a vida toda”, disse.

Ele resumiu dizendo que é preciso que os profissionais repensem seus conhecimentos sobre o nascimento. “Por falta de conhecimento, os recém-nascidos saem do parto e vão direto para o berçário. Em casos de recém-nascidos saudáveis, seu lugar é junto com a mãe”, afirmou. E complementou: “Mesmo se a criança apresentar algum problema ao nascer, é mais fácil ela morrer se ele estiver na UTI largada, do que se estiver no colo da sua mãe”.
 FONTE: Agência Brasil

segunda-feira, 26 de março de 2012

MÃOS NA BOCA!

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Chupeta melhor que dedo , mais fácil de tirar?? Vamos saber um pouco mais, queridos leitores!


Por: DR. Marcus Renato



Chupar dedo é agradável e necessário. A boca é o centro das maiores e melhores experiências nos primeiros meses de vida. Isto não vicia ! Não devemos reprimi-lo, retirar sua mão, ou os objetos da boca. Devemos apenas nos certificar que o que ele tem acesso é um objeto adequado, macio, limpo... que não causará acidente ou dano). Não devemos impedi-lo de chupar os dedos, esta fase vai naturalmente desaparecendo. Se o impedimos, sua fase oral pode ser mais prolongada – a repressão chama a atenção, provoca uma reação que pode fazer a fixação deste hábito.
Dar chupeta não resolve. Ortodontistas constataram que 60% dos adultos que usam aparelho nos dentes chuparam chupetas e 20%, o dedo. Esse hábito deforma a arcada dentária e entorta os dentes quando permanecem após os 2 anos de vida.
Sabemos que bebês que são amamentados adequadamente (em livre demanda – sem horários, exclusivamente) tem sua satisfação oral garantida, não aceitam chupetas e não ficam chupando o dedo acima da idade de sua fase oral. Da forma inversa, os bebês que são alimentados por mamadeira sentem maior necessidade de sugar, porque esta forma de ingerir líquidos não satisfazem sua "ânsia" oral. Recomendamos não utilizar mamadeiras e chupetas - estes artefatos levam a uma disfunção motora-oral ("confusão de bicos") entre outros problemas ortodônticos e fonoaudiológicos...
É preciso respeitar o bebê como pessoa que têm necessidades particulares, direitos. Forçá-lo a agir de outra forma, o "desorganiza", o coloca em conflito consigo mesmo e com os seus cuidadores. Cada bebê é um bebê – descubra como é o seu filho.

FONTE
 

sexta-feira, 23 de março de 2012

Benefícios de ter uma Doula!


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Você sabia que, por definição, uma doula é uma mulher que oferece suporte contínuo durante o trabalho de parto e o parto? E que, de modo geral, o tipo de suporte que a doula oferece não pode ser substituído nem pelo cuidado da família e amigos, nem mesmo pelo cuidado dos profissionais de saúde que acompanham o parto (sejam eles enfermeiras, parteiras, obstetrizes ou médicos)? Muitas pessoas confundem esses papéis, mas existem inclusive estudos científicos que mostram que eles não são a mesma coisa e que os benefícios de ter uma doula no seu parto são maiores do que aqueles obtidos quando o suporte é da sua rede social ou é um profissional de obstetrícia.

Suporte contínuo significa que uma pessoa oferece apoio durante todo o trabalho de parto e parto para aquela mulher especificamente, no esquema um-a-um (uma pessoa de suporte para uma mulher). Esse tipo de suporte foi analisado em 21 estudos que avaliaram mais de 15.000 mulheres em vários lugares do mundo, para identificar se essa é uma estratégia que melhora os resultados do parto. Estes estudos observaram que ter suporte contínuo resultou nos seguintes benefícios:

  • Um aumento de 8% no número de mulheres com parto vaginal espontâneo
  • Uma redução de 10% na necessidade de analgesia ou anestesia de qualquer tipo durante o parto e de 7% no uso de analgesia ou anestesia regional (raquidiana ou peridural)
  • Uma redução de 31% no número de mulheres que relataram ter sentimentos negativos sobre a experiência de parto
  • Uma redução de 10% no número de mulheres com partos instrumentais (fórceps ou extrator a vácuo)
  • Uma redução de 21% no risco de cesárea
  • Uma redução de 30% no número de bebês com Apgar baixo
Outros indicadores foram avaliados, mas não foi identificado nenhum benefício adicional do suporte contínuo para eles. Alguns desses estudos avaliaram ainda se o tipo de pessoa que oferece o apoio um-a-um tem algum impacto sobre esses resultados. Ou seja, se o benefício é diferente quando esse suporte é prestado por alguém da rede social da mulher, por uma doula ou por um profissional da equipe. E é aí que a atuação da doula se diferenciou dos demais tipos de cuidador. Vejamos como!
  • Uso de ocitocina
    • Equipe técnica do hospital: aumento de 6%
    • Doula: redução de 31%
    • Pessoa da rede social: não houve benefício para esse indicador
  • Parto vaginal espontâneo
    • Equipe técnica do hospital: não houve benefício para esse indicador
    • Doula: aumento de 12%
    • Pessoa da rede social: não houve benefício para esse indicador
  • Cesárea
    • Equipe técnica do hospital: não houve benefício para esse indicador
    • Doula: redução de 28%
    • Pessoa da rede social: não houve benefício para esse indicador
  • Sentimentos ou pensamentos negativos em relação ao parto
    • Equipe técnica do hospital: não houve benefício para esse indicador
    • Doula: redução de 34%
    • Pessoa da rede social: redução de 43%
Referência: Hodnett ED, Gates S, Hofmeyr GJ, Sakala C, Weston J. Continuous support for women during childbirth. Cochrane Database of Systematic Reviews 2011, Issue 2. Art. No.: CD003766. DOI: 10.1002/14651858.CD003766.pub3.

Fonte: Núcleo Carioca de Doulas - https://www.facebook.com/NucleoCariocaDeDoulas


Retirado daqui

Parto Humanizado no Mais Você!

Vale a pena ver de novo!!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Chupeitando o seio materno - por Simone de Carvalho


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É curioso ouvir que os bebês "chupeitam" o seio materno. Essa afirmação que é antiga, um dito popular, que aparece em muitos diálogos como a justificativa em se explicar a tal fase oral do bebê. Verdade é que existem bebês que nascem com o reflexo da sucção extremamente apurados, onde seria capaz segurá-los apenas pelo dedo e eles certamente ficariam pendurados! O músculo da boca, no momento do nascimento, é o mais desenvolvido do que todos os outros do corpo do bebê. Podemos dizer que o bebê é apenas "boca" no sentido literal da palavra.

Comprovado que a força da sucção está relacionada simplesmente ao processo de sobrevivência do bebê nos primeiros meses de sua vida, muitas mães ainda confundem a importância desse comportamento em suas vidinhas. Mas claro que não é apenas nutrição física. O bebê também possui o mecanismo do choro, extremamente potente, capaz de despertar a mãe mais sonolenta do mundo. Mas, além de perceber o mundo com a boca, é comprovado também que os bebês sentem este mundo pela boca, o sentir emocional.

O toque é importante, a voz, o sentimento de acolhimento de um colo quentinho e amoroso são fundamentais para o exercício deste suprimento emocional. Mas a boca, ainda continua sendo o ponto mais importante e sensitivo de um bebê. Se a mãe compreende bem o processo da exterogestação no primeiro trimestre de vida do seu bebê, irá abandonar de vez o conceito do "chupeta+peito= chupeitar".

O mecanismo de sucção da chupeta, na verdade, não deveria ser associado ao seio materno, simplesmente porque são duas coisas completamente distintas. O seio materno nutre fisicamente, afetivamente; estabele o fortalecimento do vínculo, sacia a vontade emocional e afetiva do bebê de se sentir pertencido e amado por sua mãe. O seio materno é consolo imediato, é certeza de não abandono... O seio materno é a grande solução para o bebê que nasce e que ainda é um feto, totalmente imaturo e dependente. Sem o seio, o bebê simplesmente morreria.

A chupeta é o pacificador mecânico, do ouvido dos adultos, é um consolo vazio, sem troca, é a simples desculpa de que: a mamãe já volta, mas ás vezes nunca volta, e adormecendo, o bebê finalmente desiste de esperar. Quando impedimos o processo de evolução sadio da fase de sucção, condicionamos nossos bebês a serem dependentes e eternamente insatisfeitos. Uma vez que o bebê supre suas necessidades emocionais através da sucção afetiva, ajudamos a passarem por esta fase com êxito e evoluindo, a abandonam de vez no momento certo.

O melhor seria se pudéssemos auxiliar esta fase da sucção entendendo que não é definitivamente o fato de chupeitar o seio materno, mas o processo de maturação emocional, de formação sadia e plena e uma fase fundamental na construção de uma vida futura equilibrada e feliz.

Vamos então, permitir que a multifunção do seio materno seja exercida. Quando finalmente internalizamos o conceito, ficamos em paz e consequentemente transmitimos essa mesma paz e segurança para os nossos bebês.

Por Simone de Carvalho

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ana quer construir o seu Espaço alternativo - Vakinha.com.br - vaquinhas online

Pedindo a colaboração de todos os leitores do blog, e os de passagem... Se não puderem contribuir, peço que compartilhem com os amigos!! Este espaço é um sonho para mim, visualizo ele sempre, bem acolhedor para auxiliar gestantes e mães, pais, famílias. Não custa compartilhar, ou contribuir com o valor mínimo de 5,00 reais. A doação é segura,não vão ter problemas, ok?! Fico grata à todos pela ajuda! Entrem no link abaixo:
 Ana quer construir o seu Espaço alternativo - Vakinha.com.br - vaquinhas online

terça-feira, 20 de março de 2012

Voz materna acalma coração de bebês prematuros


Após o nascimento dos filhos gêmeos e prematuros, um cientista americano, sem querer, descobriu a possibilidade de evitar problemas cardiorrespiratórios dos bebês da forma mais simples: gravando a voz da mãe para os bebês ouvirem. É não é que deu certo?

Bruna Menegueço

 Shutterstock

Se você clicou nesta reportagem esperando ler mais uma pesquisa, prepare-se para descobrir também uma linda história. Há quase cinco anos, o neurocientista americano Amir Lahav se tornou pai de gêmeos prematuros nascidos com 25 semanas. Os bebês pesavam pouco mais de 500 gramas cada um. 

O nascimento dos filhos mudou não só a vida de Lahav, mas também os rumos de sua pesquisa. O cientista, que estava acostumado a trabalhar com adultos, deixou seu instinto paterno falar mais alto e procurou o chefe da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Brigham, em Boston, nos Estados Unidos, onde os bebês estavam internados. Perguntou a ele se poderia colocar uma gravação com a voz de sua esposa perto das crianças. A expectativa de Lahav era que o tom suave da voz da mãe melhorasse o desenvolvimento dos bebês, e o chefe concordou com a proposta. 

Em seu computador, Lahav gravou a voz de sua esposa. Na mensagem, ela pedia para seus filhos lutarem para sobreviver e serem fortes. O pai também incluiu algumasmúsicas tocadas no piano em um ritmo bem suave, imaginando que isso poderia ajudá-los a relaxar. Ele ainda modificou o som para que se assemelhasse o máximo possível aos ruídos que os bebês ouviam dentro do útero. “Nós ouvimos as ondas sonoras através do ar, os bebês estão mergulhados no líquido amniótico e ouvem o som de forma fluida, como se estivessem vivendo dentro de um caixa de som cheia de vibrações”, contou Lahav em entrevista à revista Time. 

Os gêmeos pareciam gostar das gravações e os médicos e enfermeiros da UTI ficaram intrigados. Além disso, a iniciativa se mostrou terapêutica para Lahav e sua esposa. “Não foi um ensaio clínico controlado, foi apenas um pai louco tentando fazer alguma coisa pelos seus filhos. Porque, especialmente no caso de bebês prematuros, você se sente muito impotente”, confessou Lahav à publicação. 

Após os gêmeos deixarem o hospital, o cientista foi até lá para agradecer ao chefe da UTI que o deixou fazer o experimento. O que era para ser apenas um bate-papo informal se tornou uma conversa séria sobre prematuridade e medicina neonatal. Atualmente, o objetivo dos médicos vai muito além de cuidar para que esses bebês sobrevivam. Eles buscam ajudar essas crianças a crescerem saudáveis, já que estudos têm mostrado que prematuros têm um risco maior de baixo QI e podem desenvolver doenças crônicas na vida adulta. Será que mantê-los próximos aos sons reconfortantes da voz da mãe ajudaria a diminuir a incidência desses efeitos adversos? Essa era a pergunta que Lahav gostaria de responder. 

Como parte de um acordo, o hospital construiu o primeiro estúdio de gravação profissional dentro de uma UTI do mundo. Em seguida, os cientistas começaram um estudo com 14 bebês nascidos entre 26 e 32 semanas para descobrir se eles poderiam ser beneficiados com o som da voz materna. Eles ouviam em quatro períodos do dia a gravação da voz da mãe falando, lendo ou cantando. E, para surpresa de Lahav, sim, aqueles que ouviram a voz da mãe se mostraram menos propensos a terem paradas respiratórias ou problemas cardíacos. 

Outro ponto da pesquisa foi analisar por que muitos bebês prematuros nascidos sem nenhuma lesão cerebral diagnosticada têm risco de dificuldade de aprendizagem ou problemas cognitivos e sociais durante a vida. Para Lahav, a exposição desses recém-nascidos a sons de máquinas e ruídos estranhos de uma UTI tão precocemente poderia levar a problemas comportamentais no futuro. E novamente, a voz da mãe fez diferença, em especial para bebês com mais de 33 semanas, que já processam melhor os sons. A explicação seria que ela é capaz de reduzir a liberação dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, da criança. 

É nesse ponto que o psicobiólogo Ricardo Monezi, pesquisador do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp concorda com o cientista. “A voz da mãe é a primeira música que a criança ouve, é quase um mantra e, como tal, tem plena capacidade de acalmar. Dentro do útero, o som é percebido pelo corpo todo através das vibrações, assim como uma pedra que atinge a água e gera movimentos contínuos. O mesmo acontece com o bebê prematuro na UTI ao ouvir a voz da mãe. Os benefícios atingem o corpo todo”, diz. 

O próximo desafio do cientista é iniciar um estudo rigoroso com mais de 100 bebês nascidos antes de 32 semanas. Eles serão divididos e apenas metade vai receber as gravações com a voz materna. Mais vale um alerta. Por mais tentador que isso possa parecer, Lahav desaconselha que esse procedimento com o gravador seja feito em casa, por causa do ajuste do volume do som. Agora, você mesma conversar com o seu filho sempre será um bem enorme para ele – na barriga ou nos seus braços. Aproveite esse momento!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Blog Doulas em Missão...

Este é o blog criado pela Sabrina- Doula, com o objetivo de reunir todas as Doulas do Brasil. 
Acessem o blog e confiram: http://doulasmissao.blogspot.com/

Lista de Doulas de todo país, mais facilidade para as Gestantes em achar a sua Doula ..."

terça-feira, 13 de março de 2012

Noticia: Consumo diário de carne vermelha aumenta risco de morte, diz estudo


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Comer uma porção diária de carne vermelha processada pode aumentar o risco de morte prematura em até 20%, segundo estudo realizado com mais de 120 mil nos Estados Unidos e divulgado na última segunda-feira (12).
O estudo, feito por especialistas da Universidade de Harvard (Massachussetts, nordeste), dá evidências de que comer carne vermelha aumenta o risco de doenças cardíacas e câncer. No entanto, também sugere que substitui-la por peixe e carne de frango pode reduzir o risco de morte prematura.
"Este estudo oferece evidência clara de que o consumo regular de carne vermelha, especialmente carne processada, contribui substancialmente para uma morte prematura", disse Frank Hu, autor principal do estudo, publicado na revista Arquivos de Medicina Interna.
Os cientistas trabalharam com base em dados de um estudo feito com 37.698 homens, acompanhados por 22 anos e de 83.644 mulheres, estudadas por 28 anos.
Os participantes foram consultados sobre seus hábitos alimentares a cada quatro anos.
Aqueles que comiam uma porção diária, da espessura de um baralho de cartas, de carne vermelha sem processar, demonstraram um risco 13% maior de morrer do que aqueles que não comiam carne vermelha com tanta frequência.
Se a carne vermelha é processada, como salsichas ou toucinho, o risco aumentava para 20%.
No entanto, substituir a carne vermelha por nozes provou reduzir o risco de mortalidade total em 19%, enquanto o consumo de grãos inteiros ou de carne de ave diminuiu o risco em 14% e o peixe, em 7%.
Os autores afirmaram que de 7% a 9% de todas as mortes no estudo "poderiam ser evitadas se todos os participantes consumissem menos de 0,5 porção diária de carne vermelha total".
A carne vermelha processada demonstrou conter ingredientes como gorduras saturadas, sódio, nitritos e outras substâncias, vinculadas a muitas doenças crônicas, inclusive doenças cardíacas e câncer.
"Mais de 75% dos 2,6 trilhões de dólares em custos anuais de cuidados com a saúde dos Estados Unidos são de doenças crônicas", afirmou Dean Ornish, médico e especialista em dietas da Universidade da Califórnia em San Francisco, em comentário que acompanhou a pesquisa.
"É provável que comer menos carne vermelha reduza a morbidade com estas doenças, reduzindo assim os custos com atenção médica", emendou.

sábado, 10 de março de 2012

Pais declaram guerra aos aditivos


As principais características do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na infância são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Além destas características básicas do transtorno, em mais de 50% dos casos, as crianças apresentam transtornos do aprendizado, do humor e de ansiedade.
Em pesquisa recente feita pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, e publicada na revista científica Lancet, concluiu que corantes à base de benzoato e conservantes encontrados em alimentos infantis e refrigerantes podem estar relacionados à hiperatividade e distúrbios de concentração em crianças.
Os especialistas, sempre na defesa dos interesses comerciais, frisaram que são necessários estudos mais profundos para confirmar a prevalência da hiperatividade relacionada aos corantes e conservantes alimentares. Das crianças analisadas, 36 tinham hiperatividade e alergias, 75 eram apenas hiperativas, 79 tinham apenas alergias e 87 não apresentaram nenhum sintoma. De acordo com os pais das crianças hiperativas, o distúrbio diminuiu depois que eles deixaram de consumir alimentos com tais substâncias. A hiperatividade subiu quando corantes e conservantes voltaram à alimentação das crianças. Os pesquisadores concluíram que apesar de muitos outros fatores estarem envolvidos nessa questão, a ingestão de aditivos deveria ser evitada pelas crianças.
No outono de 2002, foi publicado o primeiro estudo patrocinado pelo governo da Grã-Bretanha para encontrar a relação existente entre corantes e conservantes artificiais e problemas de comportamento. Durante duas semanas, 277 crianças com três anos de idade beberam suco de fruta acrescido de 20 ml de corantes artificiais (E102, E110, E122, E124) e um conservante artificial (E211). Em seguida as crianças tomaram suco de frutas sem corantes e conservantes durante mais duas semanas. Os pais controlaram as crianças durante todo o mês e preencheram um questionário detalhado sobre o comportamento dos filhos. As respostas mostraram que:
  • - Os corantes e o conservante artificiais aumentaram muito a hiperatividade;
  • - A remoção das substâncias provocou uma melhora significativa do comportamento;
  • - Todas as crianças se beneficiaram da remoção, não apenas aquelas que já apresentavam hiperatividade.
Os pesquisadores do Centro Britânico de Asma e Alergia, na ilha de Wight, salientam os benefícios sociais e a redução de custos que poderiam ser conseguidos pela remoção de corantes e aditivos alimentares que, em alguns países, já estão proibidos.
Corantes e condimentos artificiais não têm outro objetivo além de tornar alimentos — sem gosto e com aspecto pouco apetitoso — mais saborosos e atraentes, principalmente para crianças. Esses alimentos geralmente não têm valor nutritivo, contêm muita gordura, sal ou açúcar e são basicamente as sobremesas, doces, salgadinhos, milk-shakes, cereais matinais e diversas guloseimas. Food Magazin, 1.11.02 / Greenhealthwatch, 2002 nº 23
No colégio Aidan, em Harrogate, Yorkshire (Grã-Bretanha), incentivaram as crianças a voltar a comer alimentos nutritivos. Demitiram a empresa que fornecia alimentação industrializada, eliminaram as máquinas automáticas para a venda de alimentos e contrataram um cozinheiro profissional. Agora todos os alimentos são frescos, crus ou cozidos no próprio dia. Nas refeições oferecem saladas, sopas caseiras e frutas frescas. Existe uma cantina aberta o dia inteiro, oferecendo café e lanches caseiros, que atraem inclusive alunos de outras escolas. Finalmente, existe um clube servindo o café da manhã com cereais preparados na hora, croassant caseiro, café e suco de laranja espremido na hora. Tudo ao preço normal de lanches escolares — é possível! Outras escolas estão seguindo o exemplo. Food Magazin, 1.1.03 / Greenhealthwatch, 2002 nº 23 
O membros do grupo Parents Jury (www.parentsjury.org.uk) foram questionados se haviam notado ou suspeitado dos efeitos dos aditivos alimentares em seus filhos. Eis algumas respostas:
“Como mãe que passou por isso recentemente, eu gostaria de prender os fabricantes de alimentos durante uma hora em um aposento cheio de crianças afetadas por corantes. Eu quase tive um colapso nervoso por causa de corantes alimentícios que afetaram meus filhos.”
“Meu filho reagiu a um corante alimentício — antocianina — presente em quase todas as marcas de sucos de frutas vermelhas. Ele teve uma erupção de pele na forma de pintas em quase todo o corpo, braços e pernas. Além disso, é praticamente impossível comprar paracetamol infantil que não esteja repleto de adoçantes e corantes artificiais.”
“A primeira vez que meu filho reagiu à Tartrazina ele começou a tremer e a bater a cabeça contra a parede — ele não conseguia parar de se mexer, mas tinha plena consciência do que estava acontecendo e ficou muito assustado por causa disso. Foi terrível, tanto para ele quanto para quem estava observando.”
“Minha filha de quatro anos, que já é muito ativa, se torna hiperativa e agressiva após chupar algumas balas ou tomar um suco colorido. O efeito, imediato e fácil de notar, pode levar até 24 horas para passar. Ela se comporta quase como maníaca."
O Dr. Vernon Coleman, conhecido autor de inúmeros livros sobre a preservação e recuperação da saúde escreve: "Hoje recebi a carta de uma leitora cujo filho foi diagnosticado como sofrendo de hiperatividade e a quem o médico havia receitado Ritalina (ver link na webgrafia). Infeliz com o diagnóstico e ainda mais infeliz com a receita, a leitora decidiu experimentar algo simples. Removeu todos os aditivos químicos da alimentação do filho. Em menos de quinze dias, o comportamento dele havia mudado, o problema havia desaparecido, todos os professores (que entusiasticamente apóiam a Ritalina) haviam notado a mudança e telefonaram para a mãe para lhe dar os parabéns. Quando a mãe lhes contou a verdade, simplesmente não acreditaram." Doctor Vernon Coleman'sHealth Letters
A Foods Standard Agency (FSA), agência do governo britânica de controle de alimentos, solicitou a realização de um estudo sobre os corantes alimentares artificiais e a hiperatividade. A pesquisa foi concluída em setembro de 2007.
O estudo foi realizado com 300 crianças, separadas em três grupos. Cada grupo recebeu um tipo de bebida: um placebo, sem nenhum aditivo; uma com aditivos dentro da média diária de consumo e outra com grande quantidade de corantes e outros aditivos. Antes do consumo das bebidas, o nível de hiperatividade das crianças foi medido, a fim de que fosse comparado com a mesma medida após o consumo. Como resultado, as crianças que beberam o líquido com alto teor de aditivos e corantes começaram a agirimpulsivamente e demonstraram diminuição da concentração. Os corantes utilizados para a realização da pesquisa foram E102 (amarelo tartrazina), E104 (amarelo quinolina), E110 (amarelo crepúsculo), E122 (azorrubina), E124 (ponceau 4R) e E129 (vermelho 40).
E mais: Uma pesquisa recente na Grã-Bretanha mostrou que crianças hiperativas apresentam alta concentração de chumbo no sangue. Pesquisadores da Secretaria de Saúde de South e West Devon tomaram amostras de sangue de 69 crianças com problemas de comportamento e compararam à concentração de chumbo nas amostras de sangue de 136 crianças sem problemas. As crianças com problemas apresentaram concentrações de chumbo bastante superiores aos controles. Os pesquisadores recomendaram a triagem rotineira das crianças hiperativas, para possibilitar reduzir a concentração de chumbo no sangue, quando isso se mostrar necessário — uma medida simples e barata.
Mas, de onde vem este chumbo? Podem ser várias causas como residir próximo a indústrias que usam matérias primas à base de chumbo, de alimentos provenientes de culturas que usaram herbicidas e agrotóxicos proibidos, contato com tintas tipo zarcão (antioxidantes), etc.
Concluindo
É a mais pura verdade que má nutrição e mau comportamento infanto-juvenil podem estar intimamente ligados.
Quem come e se vicia em produtos industrializados vai pelo caminho contrário da vida: não ganha energia, não se alimenta direito, consome suas reservas orgânicas e ainda acumula dentro de si perigosas substâncias químicas.
Uma digestão pesada perturba as células, os sistemas vitais e a mente. O acúmulo de toxinas, se for por muito tempo e diário, vai nublando a clareza necessária para enxergarmos direito o caminho, as decisões diante dos desafios inerentes à vida.
E, existem crianças/pessoas que são mais vulneráveis, quando manifestam reações muito mais destrutivas às drogas que o restante da população. São diferenças fisiológicas, algumas vezes de origem genética.
Nestes indivíduos duas colheres de sopa (30 ml) de cerveja causam deterioração dramática em sua personalidade e muitos apresentam graves reações ao açúcar, trigo, leite e laticínios. Aditivos sintéticos? Nem pensar.
E, além dos problemas comportamentais, foi constatado também uma incidência muito elevada de pele: eczema, acne e psoríase. As manifestações se iniciam na infância e, caso não sejam observadas ou tratadas, a gravidade destas manifestações físicas e psicológicas tende a aumentar com a idade.
O que você pode fazer
Quanto mais industrializado o produto, mais aditivos químicos ele terá. Quanto mais distante o local de sua produção, como os alimentos importados; mais conservantes terá pelas regras de segurança internacionais. Por isso, o ideal é que você prepare os alimentos frescos em casa. Como nem sempre é possível, seguem algumas dicas para diminuir o consumo de aditivos químicos:
•    Leia o rótulo e escolha os produtos com menos aditivos. Esta informação está na lista de ingredientes, que é apresentada em ordem decrescente de concentração no produto.
•    Prefira alimentos simples, menos industrializados e procure prepará-los em vez de utilizar produtos produzidos industrialmente.
•    Evite o consumo de embutidos: salsicha, lingüiça, mortadela; mesmo os ditos vegetarianos à base de soja etc.
•    Não coma alimentos fortemente aromatizados e reaprenda a apreciar o sabor e textura dos alimentos ao natural.
•    Evite produtos com cores muito vivas, que revelam a presença de corantes.
•    Evite açúcares e edulcorantes (adoçantes).
 

Portanto pais, prestem muita atenção na alimentação de seus filhos!!!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Teste da Violência Obstétrica - Dia Internacional da Mulher - Blogagem Coletiva



Hoje é um dia especial, um marco para a vida da Mulher. Mas mesmo tendo conquistado muitas coisas, existem outras, que passam desapercebido, ou que são vistas como sem importância, neste Mundo Moderno demais! Por que demais? Ora, deixamos de nos guiar por nossa intuição, pelos instintos, e tudo que é mecânico é melhor...será mesmo melhor? Uma mulher hoje em dia não sabe que esta apta a parir de forma natural, porque nossa sociedade vê como risco este evento normal e fisiológico. O parir tem sido visto com medo por muitas de nós, mesmo algumas tendo consciência de que é o melhor caminho, mas o medo da dor é maior. E elas estão certas de terem medo, EU tenho medo de parir de forma "tradicional" em um hospital. Uma cascata de intervenções feitas de maneira abusiva e desnecessária...dor, invasão, humilhação, desrespeito...sendo tratada como uma bomba relógio, um pedaço de carne, e ainda tendo que aturar sorrisos maldosos, e comentários nojentos.... Eu fui desrespeitada no meu parto normal, fizeram intervenções, sem o meu consentimento...penso que só não foi pior, porque em alguns momentos tive a "lucides", de bater o pé em alguns momentos.... Temos que acabar com esta violência, com esse desrespeito!! Peço a todas que façam o teste da violência obstétrica. Devemos Lutar para Conquistar o nosso direito de parir em paz!


"Se você é mulher: parabéns por esse dia! Não se esqueça nunca de quem é e da força que tem. Queira ser sempre bem tratada, bem amada, respeitada, ouvida e considerada. Olhe-se no espelho e veja que ali tem uma história que não é de anos. É de séculos. De força e de luta na defesa do reconhecimento de que somos seres humanos merecedores de respeito". Ligia Moreiras Sena


terça-feira, 6 de março de 2012

Reportagem: Mais de 70% dos bebês acordam os pais no meio da noite até os 2 anos


google imagens

Tatiana Pronin

Do UOL, em São Paulo

Se você é uma daquelas mães sortudas cujo bebê começou a dormir de uma estirada só já aos 3 meses e nunca reclama quando é levado ao berço, nem perca seu tempo com esta reportagem. Já se colocar seu filho para dormir é quase sempre um tormento, saiba que você não está sozinha.
Embora os médicos digam que aos 6 meses toda criança está fisiologicamente apta a dormir a noite inteira, a realidade é um pouco diferente. Os resultados preliminares de uma pesquisa com quase 1.000 mães no Canadá indicam que 73% das crianças de 6 meses a 2 anos acordam os pais no meio da noite pelo menos uma vez por semana. E quase metade, ou 43%, faz isso na maior parte das noites.
Coordenado pela professora de psicologia Lynn Loutzenhiser, da Universidade de Regina, o levantamento ainda mostra que 20% das mães levantam no mínimo três vezes durante a madrugada para acudir o bebê. Uma rotina que faz muita gente desistir do segundo filho.
Como explica o pediatra e especialista em sono Gustavo Moreira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), despertar várias vezes é absolutamente normal do ponto de vista fisiológico. Quando isso acontece, a maioria das pessoas (inclusive muitos bebês) muda de posição, dá uma olhada ao redor e volta a dormir. “Mas algumas crianças não conseguem fazer isso sozinhas”, explica. Elas precisam de colo, de companhia ou de algo para sugar para voltar aos braços de Morfeu.
Necessidades típicas de sono na infância
Fonte: "Bom Sono", de Richard Ferber
Idade
Total de horas de sono
Número de sonecas
Recém-nascido
16h – 18h
variado
1 mês
14h – 18h
variado
3 meses
12h – 14h
3 – 4
6 meses
11h30 – 13h30
2 – 3
9 meses
11h45 – 13h15
2
12 meses
11h – 12h30
1 – 2
18 meses
11h – 12h15
1
2 anos
11h – 12h
1
3 anos
10h15 – 11h45
0 - 1
4 anos
10h30 a 11h15
0 - 1
5 anos
10h15 a 11h15
0

Claro que qualquer criança vai acordar de madrugada se estiver resfriada, com dor no ouvido ou desconforto pelo dente que está chegando. É preciso considerar, ainda, doenças com diagnóstico mais difícil, como refluxo e alergias.
As causas para os despertares podem ser variadas, mas, em boa parte das vezes, tudo se resume ao que especialistas chamam de imaturidade neurológica ou psíquica. “O cachorro dá os primeiros passos assim que nasce, mas com os bebês isso só ocorre depois de um ano; da mesma forma, o sono não acontece naturalmente, só pelo cansaço”, comenta a psiquiatra e psicanalista Nayra Ganhito, autora do livro “Distúrbios do Sono” (Casa do Psicólogo).
O pediatra explica que o bebê quase sempre compensa a falta de sono noturno nos cochilos que tira durante o dia. Além disso, há crianças que dormem menos, assim como acontece entre adultos.
Ainda que o médico garanta que o bebê está sadio e crescendo adequadamente, é compreensível que os pais busquem soluções para dormir melhor. Os efeitos da privação (ainda que parcial) do sono são bem conhecidos pela ciência: irritabilidade, mau humor, cansaço, dores e falta de memória, entre outros. Depois de acordar a noite inteira, fica difícil trabalhar e mesmo cuidar do filho.
“Minha personalidade mudou muito desde que comecei a dormir picado. Ando muito menos tolerante ultimamente e não pode acender fósforo perto de mim”, relata Ligia Sena, em um dos divertidos posts do seu blog Cientista Que Virou Mãe. Doutora em neurofarmacologia, ela concilia um novo doutorado com os cuidados da filha, Clara, de 1 ano e meio, que ainda acorda algumas vezes durante a noite.

Ela admite que a privação de sono é penosa, mas não considera que a filha tem um problema: “As pessoas acham que o bebê tem que ser um reloginho, e isso é reforçado por muitos médicos”, critica. “Mas uma criança é diferente da outra, não só pelo ambiente, mas do ponto de vista biológico também”, defende a cientista.
O papel da mãe
Como descreve Ganhito em um de seus artigos, “a mãe é a guardiã do sono do bebê”. Como a criança ainda não é capaz de internalizar a figura materna, fechar os olhos é renunciar a ela. E a mulher, muitas vezes fascinada pela maternidade (é difícil ficar uma hora sequer longe da criança), ansiosa (será que ele está respirando bem, será que está nutrido?), ou ausente (investindo menos do que o bebê precisa), pode acabar tornando essa “separação” ainda mais penosa.
Como sugere a especialista, uma autoanálise pode ser o primeiro passo para fazer o filho dormir melhor. “É preciso pensar que o problema também está na relação e não só no funcionamento neurobiológico da criança”, acredita.
O pediatra e homeopata José Armando Macedo, do grupo de estudos Espaço-Potencial Winnicott, do Instituto Sedes Sapientiae, também acredita que o estado da mãe possa interferir no sono dos pequenos. “Um bebê que sente fisicamente o corpo tenso da mãe que está insegura e ansiosa só consegue sustentação emocional quando está colado ao corpo dela; ele exige uma sustentação que é física: o colo”, avalia.

Excesso de estímulo
Macedo pondera que também há outras questões envolvidas no sono da criança, como a hiperestimulação. “Alguns bebês são mais excitáveis e alguns estímulos podem ser excessivos para eles, como o calor ou o excesso de informação”, exemplifica.
O médico observa que muitos bebês vivem uma rotina de executivo – passam muitas horas no berçário e são cuidadas por três ou quatro pessoas diferentes. E, se o dia é conturbado, à noite os sonhos reproduzem a agitação.
Pelo mesmo princípio, limitar as sonecas durante o dia pode ser desastroso para o sono noturno do bebê, embora muita gente pense o contrário. O alerta é da neurocientista Andréia Mortensen, professora assistente da Universidade Drexel, na Filadélfia (EUA) e colunista do Guia do Bebê. É uma bola de neve: quanto menos a criança dorme, mais dificuldades de sono ela terá.
Segundo ela, os cochilos devem durar pelo menos uma hora. “A não ser em situações raras, em que a criança tira sonecas longas demais, pode-se tentar encurtá-las. Mas o mais comum é elas dormirem menos do que precisam durante o dia”, afirma.
Associações
Na ânsia de fazer o bebê parar de chorar e voltar a dormir, é natural que a mãe ofereça o peito, a chupeta, ou perambule com o pequeno pela casa. É quando acontece o que os especialistas chamam de associação do sono: algumas crianças não conseguem mais dormir sem a “muleta”.
Muitos especialistas defendem que, para evitar essas associações, é importante que o bebê vá sonolento, mas ainda acordado, para o berço. Até para evitar o choque de dormir no aconchego do colo materno e despertar sozinho, em outro ambiente. “Caso ele adormeça em outro lugar, dê um beijinho de boa noite, para que ele acorde e veja onde está sendo colocado para dormir”, sugere a psicóloga Renata Soifer Kraiser, autora do livro “O Sono do Meu Bebê” (CMS Editora).
Para o pediatra Sylvio Renan, autor de "Seu Bebê - Em perguntas e respostas" (MG Editores) e do Blog do Pediatra, uma vez na cama, o bebê não deve mais sair de lá. “Se a criança solicitar os pais com choro ou gritos, eles devem se dirigir para o quarto, acalmar a criança, cantar e fazer-lhe carícias, mas sem retirá-la do berço.” O objetivo, diz ele, é que o local onde ele dorme seja sua única associação ao sono.

A colunista do Guia do Bebê tem opinião diferente. Para ela, até os 3 ou 4 meses, é natural que a criança adormeça mamando ou no colo da mãe, já que nessa fase é fundamental recriar o ambiente uterino. “Depois que o bebê passa por um grande salto de desenvolvimento por volta do quarto mês, ganha uma bela maturidade e eu recomendo que, então, que se alterne a maneira como ele adormece, ou seja, nem sempre mamando, nem sempre embalando, às vezes com o pai, e assim por diante. Dessa forma, a possibilidade de criar uma associação de sono é menor”, diz.
Rituais
Pelo menos em um aspecto, todos os especialistas e livros consultados pelo UOL Ciência e Saúde são unânimes: a rotina é fundamental para o sono da criança. Banho morno, pijama, peito ou mamadeira e canção de ninar no berço podem ser os elementos do roteiro antes de dormir. O ursinho ou a boneca de estimação – os chamados objetos transicionais – também podem trazer conforto para o bebê.

Dormir em frente à TV? Nem pensar. “É preciso reduzir os estímulos visuais e sonoros de 1h a 1,5h antes de o bebê dormir”, ensina o pediatra Macedo. A estratégia adotada por muita gente para baixar a adrenalina não funciona para a criança, de acordo com ele: “O bebê dorme na TV por esgotamento pelo excesso de estímulo, e não porque relaxa”.
E se nada funcionar?
De acordo com os especialistas, a criança só alcança a tal maturidade neurológica para adormecer totalmente sozinha, sem ajuda, por volta dos 2 ou 3 anos. Até lá, os pais têm duas opções: procurar ajuda externa, nos livros ou consultórios, ou respirar fundo e tentar “pensar grande”. Como conclui Mortensen, que também é mãe: “O tempo passa muito rápido e aquele bebê que só dormia no colo, e acordava bastante à noite, de um dia para outro passa a não querer mais seu colo, e vai se afastando aos poucos conforme sua maturidade, de modo que não é preciso (e nem recomendado) que nos afastemos deles precocemente”.
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