domingo, 31 de julho de 2011

Amamentar bebês após 1 ano!

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Outro texto maravilhoso do Dr. González. Eu não tenho a capacidade de sequer pensar, cogitar a ideia, de tirar minha filha antes de 1 ano do peito, quem dirá mais de 1 ano (ela esta com 1 ano e 6 meses)!! Penso que o leite materno é o porto seguro da mãe e do bebê, dá segurança nutricional e afetiva, e quem pode amamentar por mais de 1 ano (todas podemos é só adaptar a rotina), deve seguir em frente e ir até 2 anos, mais se quiser! Nutricional por que? O bebe já deveria estar comendo! Meninas, na minha experiência e o que acompanho com relato e outras mães, não é bem assim. O seu filho ou filha, ainda passa por experiências intensas, e muitas vezes, no início assustadoras. Ele pode não querer comer nesta fase, consequentemente só querendo peito. O que vai alimentá-lo então? O seu leite!!
Vamos citar uma gripe, uma dor de dente ou então ele se machucou, pela dor ele pode vir a recusar comida, e o seu leite vai suprir por este curto período a necessidade alimentar dele. Claro que não estou falando que a criança não comerá nada nestes episódios, mas vai sim, diminuir bastante o ingere. Por isso não podemos nos cobrar se de repente ela não comeu bem no almoço e quis mamar, mas depois comeu um pouco mais na janta. Se a criança estiver engordando o pouco que seja neste período, brincando,ativa, não é o momento de pensarmos bobagem. Afetiva? Sim, quem não quer o colinho da mamãe quando se machuca de alguma maneira? Eu adorava receber mimos da minha quando ficava gripada, chás, ser tapada com o cobertor, receber um cafuné. É bom colo de mãe. Mas agora sou eu que faço isso com meus filhotes. As vezes fujo e agarro minha mãe, dou um abraço ou peço colo. Bom gente, leiam o texto que foi disponibilizado no facebook, e vejam como encorajar as mulheres que querem amamentar além de 1 ano de idade. Apoiem elas!!

 Por Carlos González*

As mães que continuam amamentando após um ano enfrentam muitos problemas, sobretudo devido às críticas de quem crê que isso “não é normal” e as ameaçam com todo tipo de doenças e catástrofes.
 Na realidade, não se conhece qual é a idade “natural” do desmame no ser humano. Cada cultura tem a esse respeito seus próprios costumes, apesar de que nenhuma desmama tão cedo quanto a cultura ocidental do século XX. A antropóloga norte-americana Katherine Dettwyler (1) abordou a questão a partir da zoologia comparada, generalizando uma hipotética idade para o desmame no ser humano a partir dos dados referentes a outros primatas, a partir de vários parâmetros que se correlacionam de forma mais ou menos exata com a amamentação:

a) Segundo o peso do nascimento.
 Costuma-se dizer que os mamíferos se desmamam quando triplicam o peso do nascimento. Isso só é válido para os animais pequenos; os animais de tamanho parecido com o nosso se desmamam após quadruplicar o peso do nascimento, o que seria aproximadamente aos dois anos e meio.

b) Segundo o peso do adulto.
 Muitos mamíferos se desmamam ao alcançar aproximadamente a terça parte do peso do adulto. Como em nossa espécie o homem adulto é maior, isso representaria um desmame mais tardio: os meninos com sete anos (ao alcançar os 23 kg), e as meninas um pouco antes dos seis anos (com 19 kg).

c) Segundo o peso da mãe.
 Os pesquisadores Harvey e Clutton-Brock constataram que, em um grande número de primatas, a idade do desmame em dias é igual ao peso de uma fêmea adulta em gramas multiplicado por 2,71. Aplicando essa fórmula a uma mãe de 55 quilos, corresponderia a desmamar aos três anos e quatro meses.

d) Segundo a duração da gestação.
 A relação entre a duração da amamentação e a duração da gestação é muito variável entre os primatas, mas parece ter relação com o tamanho dos indivíduos. Nos macacos pequenos, essa relação costuma ser inferior a dois; mas entre nossos parentes mais próximos (em parentesco e tamanho), a relação é de 6,4 para o chimpanzé e de 6,18 para o gorila. Se assumirmos que para o ser humano essa relação deverá ser também superior a 6, o resultado é um mínimo de quatro anos e meio de amamentação.

e) Segundo a dentição.
 O desmame pode acontecer em muitos primatas quando ocorre a erupção do primeiro molar permanente, o que corresponderia aos 6 anos do ser humano.

Em conclusão, Dettwyler supõe que a idade normal do desmame no ser humano é entre os dois anos e meio e os sete anos.

No congresso espanhol de grupos de mães, ocorrido no ano de 2001 em Zaragoza, realizamos uma pesquisa para averiguar qual era a duração da amamentação entre as mães participantes, e que vantagens e desvantagens encontravam as mães que amamentam bebês após um ano.
Trata-se de uma amostra altamente selecionada (mães com suficiente interesse e meios econômicos para participar do evento), e que de modo algum representa a sociedade espanhola. Mas nos permite afirmar que a amamentação depois de um ano existe, ainda que seja em um grupo pequeno.
 Responderam ao questionário 95 mães que juntas têm 174 filhos. Trabalham fora de casa 74, e 78 haviam amamentado mais de um ano. Somente 15 mães haviam praticado amamentação tandem (ou seja, amamentado dois filhos de idades diferentes ao mesmo tempo). Portanto, não é preciso ser dona de casa para amamentar por mais de 1 ano.

O resultado foi o seguinte:

Formação - total - Amamentaram por mais de 1 ano

Graduação - 31 - 30
Cursos seqüenciais/tecnólogo - 32 - 22
Curso técnico - 17 - 14
Ensino médio - 13 - 10
Ensino fundamental - 2 - 1

Isso contrasta com a situação tradicional de algumas décadas, em que apenas as mães pobres de zonas rurais amamentavam após 1 ano de idade. É precisamente entre as mães mais cultas e informadas que se recupera a prática da amamentação.
 No momento da entrevista, 109 bebês haviam sido desmamados, com uma idade média de 19,1 meses, enquanto que 65 seguiam mamando, com una idade média de 20,9 meses. Ou seja, que já superaram a média e continuam mamando, o que fará com que a média global aumente muito quando ocorrer o desmame dessas 65 crianças.
 A comparação entre os filhos de uma mesma mãe mostra também um incremento progressivo na duração da amamentação. Entre 20 mães com três filhos ou mais, a duração média da amamentação do primeiro filho foi de 12,8 meses. Do segundo filho, um (50 meses) ainda mamava, e os demais haviam sido desmamados com uma idade média de 19,3 meses. Do terceiro filho, 13 seguiam mamando (idade média de 25,9 meses) e 7 estavam desmamados (com média de idade de 29,3 meses). Podemos dizer que a amamentação prolongada foi tão satisfatória para essas mães, que repetiram e aumentaram a dose com os demais filhos. Com certeza, também há mães que não tiveram uma experiência satisfatória na amamentação, e é provável que estas mães não participem de congressos de amamentação.

Responderam da seguinte forma à pergunta de se as pessoas relacionadas apoiaram ou criticaram a amamentação (pergunta feita a todas as mães, incluindo as que desmamaram antes de 1 ano de idade):

quem - apóiam - criticam

Marido ou companheiro - 77 - 6
Amigas ou vizinhas - 47 - 53
Mãe ou sogra - 44 - 39
parteira - 27 - 6
Outros parentes - 22 - 43
pediatra - 15 - 36
enfermeiras - 6 - 19
Médico ou GO - 5 - 9
Outros - 29 - 14

Considerando que cada mãe pode ter vários amigos ou vários pediatras, alguns grupos apareciam ao mesmo tempo aprovando e criticando. Observamos que o papel dos profissionais de saúde é em geral negativo, salvo no caso das parteiras. E, em todo caso, parecem influenciar menos, tanto para o bem como para o mal, que parentes e amigas. Como se nos mantivéssemos à margem.

Destaque muito positivo para o papel do marido, que quase nunca critica e que é a pessoa que mais aprova. Duvidamos que isto reflita um grande interesse pela amamentação entre os maridos espanhóis em geral, e achamos que , na verdade,aconteceu uma seleção natural: o apoio incondicional do marido é quase imprescindível para que uma mãe consiga amamentar, desfrutar da sua experiência, envolver-se num grupo de apoio e participar de um congresso sobre amamentação.

Por último, perguntamos o que foi mais agradável e o que foi mais desagradável ao amamentar bebês maiores de 1 ano:

O que é mais agradável ao amamentar bebês maiores de 1 ano:
 Contato físico, olhar, vínculo - 36
Relação especial, amor, algo teu - 34
Felicidade materna, realização pessoal - 20
Comodidade e liberdade - 14
O melhor alimento - 12
Bebê feliz - 10
Consolo ou calma para o bebê - 8
É algo natural - 3
Mais saudável para o bebê - 6
Carinho - 1

O que é mais desagradável ao amamentar bebês maiores de 1 ano:

Críticas de outras pessoas - 33
Nada - 14
Mamadas noturnas - 10
Pedir muito quando a mãe não deseja - 4
Difícil de conciliar com irmãos maiores - 4
Mordidas - 4
Desmame - 4
Falta de informação profissional e de apoio social - 4
Dependência - 4
Sensação de que não vai deixar de mamar - 2
Não poder sair de noite - 2
Dificuldade para conciliar com inquietudes maternas - 2
Desinformação (medo absurdo) - 1
Problemas mamários (mastites, rachaduras) - 1
Angústia - 1

Conforme era esperado, essas mães encontram muito mais satisfações que problemas (de outro modo, não o teriam feito). Entre as vantagens se dá muito mais importância aos aspectos afetivos e psicológicos que à nutrição e à saúde física; enquanto que entre os inconvenientes destacam-se as críticas recebidas de outras pessoas, e um grande número de mães espontaneamente afirmam que não houve nada desagradável em sua experiência.

  Portanto, a amamentação após uma ano de idade do bebê é uma realidade entre algumas mulheres espanholas, sobretudo de classe média-alta, e parece que a prática está crescendo. É preciso que nós profissionais de saúde adotemos um papel mais efetivo de apoio às mães que amamentam, e que contribuamos na educação da população para que estas mães recebam o respeito que merecem.

(1) Stuart-Macadam P, Dettwyler K. Breastfeeding. Biocultural perspectives. Aldine de Gruyter, New York, 1995

Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas
Via: Amamentação com Desmame Natural - Portugal

Original em espanhol:
http://www.dardemamar.com/Lactancia_prolongada_por_Carlos_Gonzalez.pdf

*médico pediatra, pai de 3 filhos amamentados até depois dos 2 anos, fundador e presidente da Asociación Pro Lactancia Materna. Livros da sua autoria: "Manual Práctico do Aleitamento Materno" e "Bésame Mucho" (já publicados em Portugal), "Mi niño no me come" e "Un regalo para toda la vida". 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ter filho não é pra todo mundo

Realmente, não são todos que podem ser pais. Não querer abir mão de grande parte de sua rotina para criar um filho, é um fator que impede a maternidade/ paternidade. Se realmente a pessoa fica tensa só de pensar nesta etapa, com a responsabilidade, ou então esta sendo pressionado(a) por familiares para constituir uma família, até porque já "está na hora" de fazê-lo... Pare e pense muuuuuitooo bem! As palavras responsabilidade, atenção, carinho e amor, vão ter que estar presentes no seu dia a dia, com seu filhote...sim, é obrigatório dar atenção, carinho, amor para seu filho TODOS os dias. Leiam este texto do maravilhoso pediatra José Martins Filho e pensem bastante! 


NO PARQUE DA VIDA! (google imagem)

Vamos ser francos: quem realmente tem capacidade para se dedicar a uma criança como deveria. Faça a análise antes de ter uma

por José Martins Filho
Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até a idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais, sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não é dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranquilidade. Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.

Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer os deveres de casa, educar, colocar limites.

Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping center.

Sou obrigado a fazer todas essas coisas? Claro que não. Mas ser pai e ser mãe também não é uma obrigação, sobretudo nos dias de hoje em que a vida oferece infinitas possibilidades. Trata-se de uma escolha. E, como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para a existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a amoralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.

Com a vida moderna, as crianças passaram a ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembre-se de que o futuro da humanidade vai depender dessas crianças que, provavelmente, chegarão aos 100 anos de idade. Fico triste quando, no consultório, a mãe não pode estar presente, ou o pai. E nem mesmo a avó: apenas a babá.

Deveríamos fazer uma análise tranquila antes da maternidade ou da paternidade. Queremos mesmo mudar nossa vida? Vamos ter condições de participar intensamente da vida desse novo ser? Se lograrmos essa consciência, tenho certeza de que o mundo irá melhorar. 
José Martins Filho é médico pediatra, autor do livro A Criança Terceirizada, professor e pesquisador do Centro de Investigação em Pediatria



responsabilidade e cuidado (google imagem)
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI236755-17774,00.html

quarta-feira, 27 de julho de 2011

SMAM 2001

SMAM 2011

   

Escolha o ícone da SMAM 2011 que mais te agrada e coloque no seu site, blog, orkut, facebook… Baixe aqui!


A WABA (World Alliance for Breastfeeding Action) lançou um calendário comemorativo da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2011, contendo informações valiosas sobre como desenvolver esse tema tão complexo e atual, sugerido para este ano. Abaixo, vocês encontram o texto traduzido para o português.
Por que 3D?
Quando falamos em apoio à amamentação, a tendência é pensar em 2 dimensões: tempo (da gravidez ao desmame) e lugar (a casa, comunidade, sistema de saúde, etc.). Mas nenhum desses tem muito impacto sem a TERCEIRA dimensão – comunicação!
A comunicação é parte essencial na proteção, promoção e apoio à amamentação.
O que podemos fazer para ter uma experiência 3D – Mexa-se e celebre!
1) Conecte-se com outros ativistas da amamentação por email ou blog, Facebook ou Twitter, e comece a planejar!
2) Entre em contato com comunicadores locais: professores, jornalistas, publicitários, estudantes, líderes comunitários – para ajudá-los a construir e compartilhar mensagens vitais e aumentar a conscientização.
3) Entre em contato com unidades de saúde locais e ajude-os a implementar estratégias de alcance para mulheres grávidas e lactantes ou cursos de treinamento para consultores em aleitamento e aconselhamento em amamentação.
4) Escreva para seu empregador e órgãos governamentais locais ou nacionais e peça patrocínio para um evento da SMAM e, caso necessário, alerte-os sobre a necessidade de prevenir conflitos de interesses evitando apoio ou qualquer forma de colaboração de indústrias ou representantes de produtos abrangidos pelo âmbito da legislação. (No caso brasileiro, da NBCAL).
5) Seja o anfitrião de um evento onde as pessoas podem compartilhar suas histórias com criatividade – uma exposição de arte em conjunto, um monólogo, uma competição de vídeos online, festival de filmes, feira alternativa de artesanato, fórum de discussão virtual, o céu é o limite!
6) Incentive o ensino da amamentação em escolas e universidades e a integração com organizações que já trabalhem com causas sociais para realçar a amamentação através de pontos de vista variados.
7) Fale com as pessoas à sua volta!
Que resultados queremos alcançar este ano?
- Estimular comunidades e unidades de saúde a usar novas tecnologias para atingir o maior  número de pessoas com informações sobre amamentação e alertá-los sobre os conflitos de interesse que surgem, quando entidades que obtêm lucro a partir da venda ou distribuição de produtos abrangidos pelo Código Internacional de Publicidade de substitutos do leite materno (no Brasil, NBCAL) promovem a amamentação.
- Aumentar o alcance do ativismo em prol da amamentação, envolvendo grupos que geralmente demonstram menor interesse (p. ex.: jovens, homens, ativistas de planejamento familiar).
- Desenvolver e melhorar a orientação de técnicas de comunicação em amamentação e treinamento de saúde e buscar particpação ativa dos jovens.
- Através das redes, criar e ampliar canais de comunicação entre diferentes setores, para que a informação e feedback em amamentação possam ser acessados e intensificados.
- Encorajar especialistas em amamentação e comunicadores experientes a tornarem-se mentores de novos ativistas e recém chegados à nova era da comunicação, independente da faixa etária.
- Explorar, apoiar, reconhecer e implementar comunicações inovadoras com criatividade aproxima e proporciona um espaço para que as pessoas desenvolvam suas idéias.
Você está falando comigo?
Conexão, sinergia, colaboração, parceria: COMUNICAÇÃO. Estas palavras capturam a energia e o poder do desenvolvimento humano. Há vinte anos, no centro Innocenti, um grupo de profissionais de saúde e líderes globais uniram forças para uma causa que vale a pena – o apoio, promoção e proteção da amamentação por todo o mundo. A semana mundial da amamentação foi criada para comemorar a Declaração de Innocenti e, desde então, tornou-se um evento anual celebrado por milhares de pessoas em todo o mundo.
Atualmente, a internet nos traz a possibilidade de encontrar facilmente informação sobre qualquer coisa. Usamos as redes sociais para encontrar rapidamente amigos e familiares que moram longe. Em relação à amamentação, existe muita informação disponível através destes canais. Não há dúvida de que a amamentação fornece uma bagagem de saúde nutricional e preventiva para bebês e crianças, e é uma das práticas mais sustentáveis na Terra. A amamentação também é importante para as mulheres – ajudando-as a perder peso após o parto, protegendo-as contra o câncer de mama e outras doenças, e adiando o retorno da menstruação e ovulação. No entanto, em muitos lugares do mundo ainda travamos uma batalha com os baixos índices de amamentação exclusiva e continuada. Por que existe uma lacuna entre o que sabemos e o que está efetivamente acontecendo, e o que podemos fazer a respeito? Assim como os componentes do leite materno, que formam um complexo vital de nutrientes e células vivas, a interação renovada e animada entre as pessoas é vital para cultivar e apoiar as mães que amamentam! Estas interações fazem com que a mãe saiba que não está sozinha! Enquanto governos locais e nacionais respondem ao crescimento das disparidades no sistema de saúde e recessão econômica em suas comunidades, a amamentação se estabelece consistentemente como uma iniciativa sustentável, democrática e uma resposta de baixo custo a estas pressões. Campanhas tais como a SMAM, Healthy People 2020 nos EUA, One Million Campaign e outras políticas de saúde em muitos países, esclarecem às mães que é possível amamentar.
Com tantas formas de comunicação acessíveis pela ponta dos dedos, agora é o momento perfeito para compartilhar e empoderar. O desafio é encontrar mensagens criativas com as quais possamos nos identificar, envolvendo também espectadores não-tradicionais. Um público importante é a geração jovem. Jovens tem uma variedade de idéias, energia e entusiasmo e desempenham um importante papel na formação do futuro de suas comunidades. Uma mãe precisa sentir-se apoiada, mas este apoio precisa vir de fontes e setores múltiplos, com mensagens corretas e consistentes de todos os seus contatos.
O tema da SMAM 2011 nos lembra que amamentar é uma experiência 3D – uma oportunidade de ter um maior alcance, um investimento em um futuro saudável e, finalmente, uma lente ímpar através da qual vemos o mundo. Lembremos – para obter sucesso nesta campanha precisamos comunicar. Nós somos o mundo, e nós queremos saber porque amamentar é importante. Este ano estamos pedindo a cada um de vocês que amplie seus horizontes, através de todo e qualquer meio de comunicação ao qual tenha acesso, e compartilhe as mensagens necessárias para empoderar toda mulher e toda comunidade, para que tenham sucesso no ideal de amamentação.
Tradução livre de Bianca Balassiano Najm – posso amamentar.
Calendário original em inglês:  wbw2011-calendário

Amor de mãe cria confiança nos filhos


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Ser mimado com carinhos pela mãe torna a criança capaz de agüentar situações estressantes e difíceis na vida adulta. Pelo menos é o que afirma uma nova pesquisa, que recomenda beijos, abraços e brincadeiras para todas as crianças.
O estudo, feito pela médica Joanna Maselko, em Rhode Island, nos Estados Unidos, analisou mais de 500 pessoas (que foram acompanhadas na infância e, depois, na idade adulta). Os resultados mostram que um laço forte entre mães e filhos pode ser de suma importância.
No estudo, psicólogos analisaram a interação entre mães e seus bebês de oito meses durante um exame de rotina do bebê. Eles julgaram as respostas das mães aos sinais e às necessidades das crianças.
Depois de 30 anos, as "crianças" foram analisadas novamente e responderam um questionário sobre seu bem estar e confiança. Os resultados mostraram que aqueles que tinham uma boa conexão com suas mães quando bebês lidavam com situações estressantes de forma muito melhor.
No entanto os pesquisadores acrescentam que apesar de ajudar na confiança e na ansiedade, os carinhos maternos não influem em outros fatores, como desempenho na escola ou na personalidade dos filhos.
E para tudo há um limite. Se a mãe for "coruja" demais, especialmente quando a criança fica um pouco mais velha, pode causar situações embaraçosas e acabar afastando o filho de si.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O bebê que não engorda

Quando o bebê não engorda, é porque, em primeiro lugar, precisa de mais peito. Mais tempo, maior frequência. É ridículo dar leite de vaca à criança quando é possível lhe dar leite de mãe!
Tentemos nos imaginar no corpinho do bebê. A forme surge de repente e invade todas as sensações em uma onda de desespero e angústia. A única coisa que o acalma é o peito da mãe, que apazigua a fome, a dor e a escuridão. Também angustiante é a sensação de quietude, pois o ventre materno era dominado por movimentos e sons. A quietude provoca desamparo. Os bebês ficam mais tranquilos nos braços de suas mães. Na maioria das culturas não ocidentais, as mães carregam seus filhos em tipóias, bolsas ou "cangurus" amarrados e pendurados nas costas, portando os bebês sem deixar de ter os braços livres. Carregar o bebê é parte da lactação.
Estamos acostumados a insistir nas questões físicas: quantidade de leite, tempo de cada amamentação, peso do bebê etc., em vez de sentir o corpo do outro e se deixar levar pelas sensações de prazer. Porque se trata de prazer! As mães que amamentam com prazer são aquelas que estão sempre carregando seus bebês e as que, além disso, estão em permanente comunicação consigo e seus filhos.
[...]
Para amamentar, uma mãe necessita de introspecção, de estar em contato com seu eu e de apoio emocional. Precisa sair do mundo material e entrar no mundo sutil, no mundo das sensações e da intuição. Amamentar é conhecimento mútuo e entrega. O bebê se alimenta de leite, mas acima de tudo, se alimenta do contato corporal com sua mãe. 

Quando um bebê não engorda o suficiente, a primeira recomendação é carregá-lo no colo de dia e de noitem porque assim o bebê terá estímulo constante e, sem que se dê conta, a mãe o estará alimentando mais vezes, com mais frequência. Diante desta proposta, as mães costumam reclamar: "Mas então não vai me sobrar tempo para fazer nada!". Trata-se exatamente disso, se há uma decisão genuína de amamentar o bebê.


Fonte: http://maternarconsciente.blogspot.com/2011/07/o-bebe-que-nao-engorda.html

Medicalização do parto e doula

Texto ótimo da Elis de Souza Freitas, explicando claramente o porquê de ser tão importante a gestante estar acompanhada da doula durante o trabalho de parto. Como a doula presta este suporte, na nossa realidade hospitalar, muitas vezes cruel! Leiam e comentem!



Historicamente, o parto passou por muitas modificações ao longo dos tempos, em decorrência da medicalização e dos avanços tecnológicos, e consequentemente com a evolução da medicina. A evolução que trouxe a queda da morbi-mortalidade materna e infantil trouxe também a transformação da parturiente a paciente sujeita a um pacote completo de intervenções médicas.
O parto, que antes era realizado no ambiente domiciliar por mulheres, parteiras ou comadres, passou então a ser comandado por homens em instituições hospitalares e visto como algo terrivelmente perigoso, um evento patológico e que necessita de equipe técnica e instrumentação cirúrgica para assistência. O homem foi, então, dominando o parto com o avançar da medicina, trazendo alívio das dores e salvando vidas em perigo.
A parturiente que tinha total domínio de seu corpo e suas vontades no seu próprio ambiente, passou então a ficar a mercê de comandos médicos, imobilizada, sem direito a movimentação, alimentação, sem direito a sentir a própria dor, a escolher seus acompanhantes, a ficar na posição que se sentir melhor, e muitas vezes sem direito de não ser mutilada.
O bebê que antes ia direto para o seio materno ainda com o cordão pulsando, passou então a ser tratado como um ser em perigo, cortado do seu elo umbilical às pressas, aspirado, sacudido e levado para longe da mãe para avaliação, coleta de dados, injeções e largado em um berço frio em meio a muitos outros.
Enquanto em alguns países, o médico só atua em casos graves, atualmente, o cenário brasileiro beira os 80% de partos cirúrgicos em instituições hospitalares particulares. A nossa média nacional de partos normais é de 60%, sendo a maioria deste percentil de partos repletos de práticas desnecessárias usadas indiscriminadamente. Em alguns países, inclusive, o parto só é hospitalar quando há necessidade, em casos em que a gravidez é considerada de risco, e para os casos de gravidez dentro da normalidade incentiva-se o parto domiciliar, por apresentar menor custo e menor risco de contrair infecções.
Para contribuir com este cenário atual brasileiro, a mídia faz uma propagação maciça de imagens de partos sofridos, onde muitas vezes o desfecho é a morte da mãe ou do bebê, de onde se extrai ainda mais a imagem de que parto é sempre sinônimo de sofrimento e perigo constante, de tragédias.
Com o avançar da medicina, das técnicas cirúrgicas, dos medicamentos, e diante de todo o exposto anteriormente, poucas mulheres se encorajam a enfrentar o trabalho de parto, e com isto perdem seu mais importante rito de passagem. Perdem uma maternidade mais consciente desde o início em que se deixam levar por resultados dados por aparelhos, quando poderiam deixar aflorar a intuição feminina e se conectar com o próprio corpo. Muitas não percebem que o parto é delas, que a elas lhes foi dado este poder e que elas deveriam ser as protagonistas do evento mais importante das suas vidas, ao invés de delegar este acontecimento aos médicos.
Hoje em dia, muitas mulheres optam pela cesárea por medo da dor do parto, por medo das humilhações com as intervenções, medo de ser mutilada, por achar muito demorado e por serem enganadas por seus médicos. As poucas instituições que praticam o parto normal regularmente - geralmente trata-se de instituições públicas -, o praticam de maneira desumana, com episiotomias, analgesias, induções e muitas vezes com muitos maus-tratos, fazendo com que esta opção fique apenas para as que não dispõem de cobertura de um plano de saúde.

Muitas das que desejam um parto normal, acabam sendo ludibriadas por seus médicos com falsas justificativas, e induzidas a fazerem o parto cirúrgico sob alegações infundadas. Muitas dessas alegações são: cordão umbilical enrolado no pescoço, grau de maturidade da placenta, pouco ou muito líquido amniótico, posição fetal, gestação prolongada, bebês muito grandes (macrossomia), prematuridade, diabetes gestacional, entre outras. Acabam confiando em quem deveria realmente atender seus pedidos e não se informam sobre as reais indicações para uma cesária, que quando bem indicada tem efeitos benéficos, que salvam vidas.

Apenas uma pequena parcela de mulheres realmente luta e se empodera para ter seu tão sonhado parto normal humanizado, buscando informações sobre os tipos de parto, sobre as possibilidades, sobre seus limites reais, confrontando seus médicos e indo em busca de outros que as atendam e respeitem de verdade os seus desejos. E é aí que descobrem o que é uma doula e para quê ela serve. Aprendem o real sentido da palavra doula, que é a mulher que serve, oferecendo apoio afetivo, físico, emocional e informativo para as gestantes.
O que poucos percebem é que a doula, além do atendimento particular, poderia ser muito útil em hospitais públicos, onde ainda se pratica e incentiva bastante o parto normal. Seus serviços seriam úteis tanto para as parturientes em trabalho de parto, que teriam suas dores amenizadas sem o uso de métodos farmacológicos, como para a instituição, que teria uma visível diminuição de gastos economizando material médico-hospitalar.
Ela entra em cena para atender as necessidades da mulher que pari, deixando-a mais a vontade em meio ao ambiente hospitalar e a pessoas desconhecidas, que geralmente criam um certo medo e ansiedade na hora do parto. A doula, então, pode trazer-lhes mais conforto com massagens, com palavras de incentivo, colocando o pai para participar ativamente junto à mãe, satisfazendo as vontades da mulher, fazendo-a sentir-se acolhida, colocando uma música, deixando o ambiente aquecido, com poucas luzes, fazendo uso da água quente seja com banhos de imersão ou chuveirada, informando a parturiente sobre as melhores posições e ensinando técnicas de respiração e relaxamento, utilizando bola suíça, cromoterapia, auriculoterapia, moxabustão, todas as técnicas naturais possíveis para passar segurança e tranquilidade para a mulher trazer seu filho ao mundo de forma saudável, ativa e consciente, evitando assim o uso de analgésicos, de cortes desnecessários, do uso de fórceps, de medicamentos para indução, diminuindo as taxas de cesárias, a duração do trabalho de parto e das internações após o parto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GOMES, Solange S. Vivências maternas sobre a participação da doula no parto. São Leopoldo, Unisinos, 2005.
VARGENS, Octavio; SEIBERT, Sabrina; et al. Medicalização x Humanização: O cuidado ao parto na história. UERJ, 2005.
http://birthdoulasofpittsburgh.com/


Elis de Souza Freitas é farmacêutica e mãe, tem 29 anos, vive em Imbituba (SC), e realizou esse trabalho como monografia de conclusão do Curso Online de Formação de Doulas Parto. Julho 2011. Contato: ELIS.FREITAS@GMAIL.COM

Empurrar o bebê durante o parto pode ser prejudicial, diz estudo

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Mais uma pesquisa para nos informarmos, meninas!!


30 de dezembro, 2005 - 12h44 GMT (10h44 Brasília)
Empurrar o bebê durante o parto pode ser prejudicial, diz estudo



 Pedir que uma mulher 'empurre' o bebê na hora do parto faria uma diferença irrisória no tempo que leva para a criança nascer e poderia até causar problemas de saúde, sugere uma pesquisa.

Os pesquisadores da Universidade do Texas indicam que fazer isso poderia causar problemas para a bexiga das gestantes.

Os pesquisadores observaram 320 mulheres saudáveis que davam a luz pela primeira vez, haviam tido gestações sem problemas e não precisaram de anestesia epidural durante o parto.

Eles estudaram a duração do chamado segundo estágio, quando o colo do útero está totalmente dilatado e o bebê começa a se mover.

Cansaço

Metade das mulheres receberam instruções de empurrar por 10 segundos durante uma contração e a outra metade foi instruída a fazer o que lhes "parecesse natural".

Esse estágio para o primeiro grupo levou cerca de 46 minutos, e para o segundo, 59 minutos.

Das 320 mulheres, 128 voltaram para testes após três meses.

As que receberam instrução para empurrar os bebês, apresentaram uma menor capacidade de bexiga, embora os pesquisadores lembrem que é comum que o órgão volte ao normal com o tempo.

"Geralmente é melhor para a paciente fazer o que é melhor para ela", diz Steve Bloom, ginecologista que conduziu a pesquisa.

A equipe diz, entretanto, não desejar alarmar desnecessariamente as mulheres.

A obstetra Maggie Blott, da Enfermaria Real de Newcastle, disse que existe uma tendência a deixar que as mulheres se sintam livres para agir com naturalidade na hora do parto.

"Empurrar muito antes da hora pode exaurir a mãe e o bebê, aumentando o risco de que ela precise de assistência durante o parto e de outros problemas", diz ela.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2005/12/051230_partoestudorc.shtml



Retirado de: http://pesquisassobreparto.blogspot.com/2011/07/empurrar-o-bebe-durante-o-parto-pode.html

Verdadeiro Protesto

Texto bárbaro da Kalu Brum, do Blog das mamíferas (acompanhem). Posto aqui  em comemoração antecipada a Semana Mundial de Aleitamento Materno. O texto é de junho, quando ocorreu o Mamaço Nacional, mas penso que cabe lermos agora também!
Segue o texto: 


Na década de 60, cansadas dos domínios masculimos, fomos para as ruas e queimamos nossos sutiãs em sinal de protesto, como símbolo da liberdade e igualdade sexual. Com a pílula passamos a ter o poder sobre nossos corpos.
Naquele momento nosso desejo era ter igualdade perante aos homens. Não por acaso a liberdade e igualdade sexual nos incapacitou de alguns dons femininos. Nesta época uma grande multinacional receitava leite em pó e as mães orgulhosas davam mamadeira, libertas para o mercado de trabalho. Um prato cheio para a nossa organização financeira.
Na década de 70, a masculinização no cenário de parto introduziu a tecnologia e toda a gama de drogas que os homens precisam para parir por nós.  Nossos seios e vaginas ficaram exclusivos para servir tão somente aos desejos masculinos.
Nas capas de revistas masculinas, mamilos e vaginas se tornaram objeto de adoração. A utilização destes órgãos para amamentar ou parir se tornou condenável culturalmente.
Mas aos poucos viemos avançando e fazendo com que Gaia abraçasse Tecnê. Hoje vivemos um novo feminismo. Um feminismo de saias e mulheres poderosas, com poder de mobilização, que querem ser diferentes dos homens e valorizadas por isso. Valorizadas não pelos homens, mas por si mesmas. Algumas de nós voltamos para casa para cuidar do bem mais precioso para o planeta: as futuras gerações.
 E não queremos isso só para nós. Aos poucos vamos conscientizando que parir com dignidade e respeito é um direito feminino de vivência plena da tecnologia aprimorada pela natureza que possibilitou que estivéssemos aqui hoje. E os seios não são apenas atributos a serem admirados pelos homens: eles servem a uma função biológica que nos faz ser chamadas de mamíferas.
E com pleno domínio de nosso poder feminino, formamos uma rede poderosa de apoio que é capaz de fazer barulho, abalar as estruturas e fazer pensar, pensar com neurônios, com ocitocina e prolactina. Pensar com a mentalidade ecológica, inteligente e aguçada.
Organizadas em rede conseguimos fazer um mamaço em São Paulo, um lindo mamaço virtual e também um grande mamaço nacional.
E o leite esguichado na cara dos machistas desvelou o tacanha pensamento adolescente e doente de alguns homens que representam o pensar de parte da sociedade. Seja no artigo da folha, seja nas imbecilidades do CQC, conseguimos reverter e chamar atenção para nossa causa: simbolicamente, como disse a maravilhosa doula Ingrid Loft, queimaremos os paninhos em praça pública.
Os imbecis podem falar suas asneiras, com inteligência e movidas pelo ideal de possibilitar a construção de uma sociedade mais sadia mental e fisicamente,  falaremos da importância da amamentação, para quem sabe o índice de 23 dias de amamentação de 1999, que subiu para 54 em 2008, segundo os dados do Ministério da Saúde, passe a ser de próximo de 6 meses. Quem sabe com nossos barulho, nossos manifestos inteligentes,  possamos promover debate e deixar a mulher livre para amamentar onde quiser e que seus companheiros não tenham a mentalidade regredida de Rafinha Bastos que acha que a mulher “feia”amamenta para mostrar as “muxibas”. Que nossos seios tragam as marcas de servidão ao que é verdadeiramente sua função e não cicatrizes de cirurgias com silicones para agradar aos homens de mente (quiçá outras coisas) pequenas.
Nossa grande vingança é ignorar e brilhar, cada uma em sua cidade, para promover questionamentos legítimos sobre a amamentação no mamaço, que encho a boca para falar com orgulho.
Viramos notícia, fizemos a notícia e toda piada de mau gosto serviu para que os holofotes virassem para nós. Sim temos o direito de parir, de amamentar e gostamos de ser mulher, independente da opinião masculina.
Essa é nossa vingança contra a imbecilidade machista. E viva o mamaço!

Claudia Leitte fala sobre o prazer da amamentação

Madrinha da Campanha de Aleitamento Materno, a cantora fala, em entrevista exclusiva, sobre a alegria que sente ao amamentar Davi.“O momento que estou amamentando o Davi é a melhor hora do meu dia. Tem vezes que choro porque penso que ele irá crescer e que aquilo não vai mais se repetir”


Chantal Brissac



A cantora Claudia Leitte, que integrou em 2009 a Semana Mundial de Amamentação à convite do Ministro da Saúde. Em entrevista exclusiva, por e-mail, ela conta tudo sobre amamentação. 

CRESCER - Você já pensava em amamentar, antes mesmo de ser mãe do Davi?
CL - 
Pensava, mas não sabia nada a respeito. Achava que era fácil, que era só posicionar o bebê e pronto. Mas não é. Quando engravidei, ouvi muitas historias sobre a amamentação e preferi ler e me informar com profissionais. Nos últimos dias de gravidez, toda manhã, antes das 10h, eu tomava sol por quinze minutos nas mamas, religiosamente. Estava doida pra dar de mamar a Davi. Eu sabia o que ia fazer e sonhava com aquele momento. 

CRESCER - Como define o momento que está aconchegada com seu lindo menino, amamentando-o? 
CL - 
É sem duvida a melhor hora do meu dia. Tem vezes que choro porque penso que ele irá crescer e aquilo não vai mais se repetir. 

CRESCER - O que sentiu quando foi convidada para ser madrinha da Campanha de Aleitamento Materno? Você aparecerá nas fotos amamentando-o? 
CL - 
Fiquei lisonjeada, mas, francamente, eu já fazia essa campanha para todas as mães que topavam comigo, portanto, foi fácil abraçar a causa. Além disso, gravar o comercial e tirar as fotos foi muito prazeroso. Eu só precisava ser a mãe de Davi no set. Eu dei de mamar de verdade, inclusive marcamos o horário da campanha de acordo com a rotina do meu príncipe. Na hora das fotos, ele se sentiu tão à vontade que mamou e dormiu.
 Divulgação
CRESCER - Pretende dar o leite materno até os 2 anos, como recomenda a campanha? 
CL - 
Pretendo. Já comecei a conciliar as mamadas com leite industrializado, mas continuo ordenhando e armazenando pra não deixar de produzir. Meus seios diminuíram bastante de tamanho depois que diminuí as mamadas e isso me deixou com medo de não conseguir amamentar por mais tempo, mas a pediatra de Davi, doutora Katiaci, disse que é normal e que bastam os estímulos das glândulas mamárias. Mesmo quando não dá tempo de fazer assepsia pra guardar o leitinho, eu extraio em algum lugar, a fim de prosseguir com o aleitamento. 
CRESCER - Logo depois do parto, teve algum receio (comum em muitas mães) de não conseguir amamentar ou de não ter leite suficiente para o seu bebê? 
CL - 
Acho que eu fiquei receosa quanto às tais fissuras. Muitas amigas me disseram que feriram os mamilos e não conseguiram amamentar, mas, mesmo assim, eu encarei com vontade. Meus seios estavam enormes e eu tinha que fazer ordenha e chacoalhá-los debaixo da ducha, alternando entre a água quente e a fria. Fiz tudo direitinho. Além disso, meu bebê nasceu com um apetite voraz. Ele engordou mais de 1 kg e 700 g no primeiro mês de vida. Não dava tempo de dormir, muito menos de refletir sobre a situação, ou sentir medo. Ele chorava de 2 em 2 horas e eu lhe dava o peito. Era difícil encarar tudo aquilo porque era uma novidade, mas eu fui descobrindo um prazer enorme através da minha persistência e da minha vontade. 

CRESCER - Quando voltou a trabalhar, ficou preocupada com o fato de que ele poderia não se acostumar à mamadeira (com leite materno) e aí largar o peito? 
CL - 
Tenho fotos do primeiro dia em que dei a mamadeira a Davi, só pra fazer um teste. Eu já tinha me preparado para dar-lhe o copinho, conversei com a enfermeira sobre não deixá-lo tomar mamadeira porque tinha medo de ser “rejeitada” (risos). Ele pegou a mamadeira com uma facilidade danada e eu caí no choro. Meu marido registrou esse momento e é emocionante rever essas fotografias. Para minha surpresa, Davi é apaixonado por meu peito. Às vezes chego do show, faço a “desinfecção” – é assim que eu e Marcio chamamos o banho do pós-show – e, mesmo que ele já tenha mamado, eu o coloco na posição “barriga com barriga”, que é a de amamentação: ele agarra meu peito e continua dormindo.
Semana é comemorada em 120 países 

Idealizada pela World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno – WABA) e apoiada pela Unicef, a Semana Mundial de Amamentação é comemorada desde 1992 em 120 países com o propósito de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. No Brasil, a SMAM foi coordenada pela WABA até 1998. A partir de 1999 vem sendo coordenada pelo Ministério da Saúde e, desde 2006, conta com a parceria da Sociedade Brasileira de Pediatria. Este ano, o slogan da campanha, que será divulgada em todo o Brasil, é: “Amamentação em todos os momentos. Mais saúde, carinho e proteção”. Além de divulgar as vantagens e a importância da amamentação, a campanha deste ano visa estimular o aleitamento materno nas situações de emergência e calamidades, como enchentes, secas e outras catástrofes naturais.



Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI83268-10585,00.html
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