Em sua caminhada para o parto normal, as mulheres sabem que podem contar
com a analgesia no momento em que a dor das contrações do útero no parto se
tornarem insuportaveis. Quando o cansaço ocasionado por horas e mais horas de
trabalho de parto as impede de ter uma experiência de parto tranquila ou mesmo
passa torna a cesariana uma opção, a analgesia se torna uma grande aliada,
evitando uma intervenção cirúrgica.
Eu costumo dizer que analgesia de parto boa mesmo é a presença da doula,
que vai sempre te encorajar e te avisar quando o momento da expulsão do bebê
estiver finalmente se aproximando, para que a parturiente não se submeta à
analgesia nos minutos finais. Além disso, eu acredito que a presença de um
acompanhante conhecido na hora do parto ajude a mulher a se sentir mais
confortável e, consequentemente, a sentir menos dor. A presença do amor nesse
momento é uma ótima analgesia: abraçar e beijar o marido, além de tornar as
contrações eficazes por conta da liberação de altas doses de ocitocina natural,
afasta a adrenalina, o hormônio do estresse. Fatores como o ambiente
hospitalar, ar condicionado, luzes ofuscantes, exames de toque excessivos fazem
com que a mulher entre no ciclo de tensão-medo-dor, portanto, precisamos de
alguém do nosso lado para nos trazer de volta ao clima de harmonia, ajuda a nos
concentarmos e relaxarmos.
E se, mesmo com tudo isso, eu precisar de analgesia?
Saiba que ela não é livre de riscos para você e para o seu bebê!
Encontrei essa lista de vantagens e desvantagens em um site americano, vou
traduzir para vocês:
Quais são as vantagens da anestesia epidural?
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Permite descansar se o trabalho de parto é prolongado
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Aliviar o desconforto do parto pode ajudar algumas mulheres a terem uma
experiência de parto mais positiva
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Quando a epidural é administrada de forma correta, ela permite que você
permaneça alerta e continue participando ativamente do nascimento do seu filho
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Se você precisar de uma cesariana, a epidural te permite ficar acordada
e também te proporciona um alívio efetivo da dor durante a recuperação
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Quando todos os outros métodos de alívio da dor não estão ajudando mais,
a epidural pode ser o que você precisa para continuar trabalhando o seu parto
apesar da exaustão, irritabilidade e fadiga. A epidural te permite descansar,
relaxar, se concentrar e te dá forças para seguir em frente como um
participante ativo da sua experiência de parto
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O uso da anestesia epidural durante o parto está sendo continuamente
aperfeiçoado e muito do seu sucesso depende do cuidado com que é administrado.
Quais são as desvantagens da anestesia peridural?
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A analgesia epidural pode fazer com que sua pressão arteria caia de
repente. Por esta razão, a sua pressão arterial será verificada rotineiramente
para se certificar de que há fluxo de sangue adequado para o seu bebê. Se isso
acontecer, talvez você tenha que ser tratada com fluídos intravenosos,
medicamentos e oxigênio
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Você pode ter uma dor de cabeça severa causada por vazamento de fluído
espinhal. Menos de 1% das mulheres sofrem esse efeito colateral do uso da
epidural. Se os sintomas persistirem, o tratamento é feito com uma injeção de
sangue no espaço peridural, que alivia a dor de cabeça.
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Depois que analgesia é aplicada, você terá que se deitar alternadamente
de um lado e do outro e ter monitoramente contínuo para verificar os
baticamentos cardíacos do seu bebê. ficar deitada em uma posição pode
desacelerar o trabalho de parto ou até mesmo pará-lo.
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Você pode ter os seguintes efeitos colaterais: tremores, zumbidos nos
ouvidos, dores na lombar, dor onde a agulha é inserida, nauseas ou dificuldade
pra urinar
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Com a epidural, você pode não sentir os puxos involuntários, e aí terá
que fazer força sendo dirigida pelo médico para conseguir expulsar o bebê, caso
você tenha essa dificuldade, o médico provavelmente terá que administrar
ocitocina sintética, usar o fórceps ou vácuo extrator e até mesmo ter que
realizar uma cesariana
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Durante algumas horas após o parto, você poderá sentir a parte inferior
do corpo dormente e não poderá andar sem ajuda
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Em casos raros, poderá ter danos permanentes no nervo onde o catéter foi
introduzido
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A maioria dos estudos sugere que os bebês terão dificuldades com
amamentação e outros estudos sugerem que o bebê pode sofrer de depressão
respiratório, ficar mal posicionado e ter sua frequencia cardíaca variando e
tudo isso, como dito anteriormente, culmina na necessidade do uso de fórceps,
vácuo extrator, cesariana e episiotomia.
Muitas mulheres que não têm o acompanhamento de uma doula acabam pedindo
analgesia no momento em que acreditam não aguentar mais e, coincidentemente,
esse é o momento em que o bebê está quase nascendo, é uma situação muito comum
a parturiente ter a analgesia aplicada e parir alguns minutos depois e acabar
perdendo a oportunidade de passar pela experiência de sentir o bebê passando
pelo canal de parto, o bebê coroando e sentir o famoso círculo de fogo. Eu
costumo perguntar para as mães que eu conheço ou acompanho o que doeu mais: a
passagem do bebê ou as contrações do trabalho de parto e elas sempre respondem
que a dor que elas sentiram na passagem do bebê foi muito menor do que as dores
das contrações que aconteceram antes.
Eu acredito que, quando a gente opta pelo parto normal, estamos tomando
para nós o parto, nós é que determinaremos o ritmo, trabalhando junto com o
bebê e com o nosso corpo e, quando optamos pela analgesia, o ritmo muda e pode
ter que ser ditado apenas pelo médico, se ele for um profissional treinado para
acompanhar os partos de forma humanizada, isso poderá não ser desrespeitoso,
mas sabemos que esses profissionais compõe a minoria.