segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Relato de parto da Melissa

O Grande Dia...

Bem, meu parto começou a ser planejado antes mesmo da gravidez... Na verdade, nunca havia parado pra pensar seriamente sobre o assunto, até que minha irmã Clarissa teve sua primeira filha por parto normal (com direito a episiotomia, ocitocina, posição ginecológica e por aí vai...) na época isso nos pareceu bom, porém ela sentiu que havia algo errado e que poderia ter outra forma de nascer melhor. O seu segundo filho, nosso Kaio, nasceu de um parto natural, sem nenhuma intervenção médica, uma benção! Após muita pesquisa e informação ela me trouxe o conceito de parto humanizado (que na minha cabeça só poderia ser através do parto vaginal). Fui atrás e descobri que a humanização diz respeito à forma de nascer e não quanto à via de nascimento em si. Depois de quase 2 anos de tentativas tive finalmente meu “positivo” nas mãos! Então começou a saga... Minha GO estava de licença maternidade, consegui consulta com a Dra Ana Codesso (uma das poucas disposta a esperar por um trabalho de parto sem intervenções) pra dali 4 meses, enquanto isso, fui acompanhando com outra GO, que após a primeira glicemia em jejum me encaminhou para uma endócrino, que por sua vez me diagnosticou com diabetes gestacional...( Aliás, muito questionável por mim e pela Dra Ana posteriormente) mas fui acompanhando. Pronto! A primeira coisa que escutei foi: “se teu bebê não nascer até 39 semanas terá que fazer cesárea”... Por um momento meu mundo parou... Mas voltou a girar quando na primeira consulta a Dra Ana me disse: “faremos uma cesárea se houver indicação... E diabetes não é uma delas!”. Então agora era me preparar pro grande dia, conheci a Doula Analu (novamente minha irmã me orientou) que me apoiou em todo o processo e foi fundamental pro meu desfecho. A gravidez foi tranquila, fiz uso de insulina, com 29 semanas tive algumas contrações doloridas que cessaram com uns dias de repouso... Alguma coisa me dizia que ela viria um pouquinho antes... Minha data prevista era 20/07/15 (quando questionada eu sempre dizia: pode ser 2 semanas antes ou depois, justamente pra evitar aquele tipo de perguntas: mas vai esperar? E se passar da hora?). Então, com 34 semanas eu tinha uma leve dor em baixo ventre e 1 dedo de dilatação, fiquei feliz, aquele papo de que mulher não dilata não ia rolar comigo! Parei de trabalhar e fui orientada a fazer repouso (o que não segui bem a risca), me sentia bem, fomos viajar e caminhei um pouco além da conta, então com 36 semanas e 2 dias, no dia de São João, em 24/06/2015, as 02:45 h, senti um líquido escorrer e pensei: não to segurando o xixi... ao ir no banheiro vi que não era urina e sim líquido amniótico! Chamei meu marido do banheiro com “amor minha bolsa estourou”, em 1 segundo ele estava na porta do banheiro sorrindo e disse” é hoje que nós vamos conhecer a Lavínia”. Me bateu um misto de medo e alegria, afinal, ainda faltava quase um mês! Era uma madrugada fria, tomei um banho e voltamos pra cama (sim! Voltamos pra cama, só me restava esperar as contrações antes de acordar médica, doula, vovó, dindas). As 05:35 veio a primeira... Durou poucos segundos e não era aquela dor que eu imaginava... As 06:05 veio outra, pensei: mas de 30 em 30 já... Liguei pra médica que me disse: menininha com 36 semanas quando o trabalho de parto engrenar vem, fica tranquila que ela está pronta! Então avisamos a doula e ligamos pra vovó e dindas! Doula Analu chegou aqui em casa por volta das 09:00 (ainda estava de 30 em 30, sem ritmo certo, sem doer muito), após 2 horas de massagens, exercício na bola e orações, minhas contrações foram pra de 15/15 e 10/10 e 7/7 quase como um milagre, liguei pra Dra Ana que disse: pode ir pro hospital que estou indo. Saí de casa com contrações de 4/4, não acreditava que estava indo tão rápido assim, no carro elas passaram pra de 1/1 minuto e achei que ia parir ali mesmo. Analu me deu muita força, segurava minha mão e me tranquilizava dizendo que ia dar tempo... Não lembro de ter escutado a voz do Gui durante todo o caminho, só me lembro do trânsito... E da dor! Quando chegamos no hospital (as 11:50h, enquanto o Guilherme foi estacionar e fazer a papelada eu fui encaminhada ao CO. Eu já não conseguia caminhar, minha roupa estava molhada e eu gritava a cada contração, não conseguia mais controlar a dor... Me entreguei de vez). Nunca vou esquecer a forma como fui recebida por minha médica... Passou a mão no meu rosto, beijou minha testa, e disse: vamos conhecer teu bebê, pode gritar se tiver dor, esse é o teu momento. Lembro de alguém da equipe perguntando se o acompanhante seria a doula ou o marido (sim! Só é permitido um acompanhante – o plano era a doula e perto da hora de nascer o Gui entraria). Após o exame físico a médica falou: dilatação completa, faz força que ela vem! Pedi pra chamarem o Guilherme e fiquei com medo que ele não chegasse a tempo. Então a dor parou, uma das técnicas perguntou se eu tinha recebido analgesia... Eu não queria intervenções a menos que necessário. Nunca me senti tão abençoada na vida... Como meu trabalho de parto evoluiu tão rápido? Por alguns instantes eu achei que não ia conseguir mas o Gui me disse: faz força amor já estou vendo os cabelinhos... Então as 13:10h a Lavínia nasceu... Perfeita, chorando a plenos pulmões. Veio direto pro meu colo, com os olhinhos arregalados e com a mãozinha segurando minha camisola!! Eu chorava e agradecia, ficamos assim até o cordão parar de pulsar, então foi cortado pelo pai! Após uns 30 minutos levaram ela para os “procedimentos”, só pedi que ela não recebesse o banho, e assim foi, minha filha ficou com o vérnix por 24 horas e por isso não fez hipoglicemia nem precisou de suplemento.. Senti o cheiro do meu líquido amniótico por 24 horas ao cheirá-la! Me senti poderosa, uma fêmea com seu filhote, simples assim! 






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