domingo, 19 de agosto de 2012

Como lidar com os comentários contra a Amamentação Prolongada


Adorei este texto! Estou passando pela fase dos olhares tortos, pessoas desviando do caminho porque me veem amamentando minha filha de 2 anos e 7 meses. Realmente fico muito triste com isso e me sinto mal pelas pessoas verem algo errado em um ato tão normal...AMAMENTAR. Ah sei, ela não é mais um bebê, e meu leite virou aguá, certo? Errado! Os psicólogos que me corrijam se eu estiver errada, mas psicologicamente, ela é um bebe até os 3 anos!! Meu leite virou água?? Óh uma informação 'basiquinha' para quem acha isso!


O texto a seguir é de Simone de Carvalho da Aleitamento Materno Solidário
Meu anjinho mamando!

"É muito comum em nossa sociedade ocidental capitalista o conceito social de que uma mãe amamentar seu bebê exclusivamente e por um longo período é sinônimo de consentimento passivo da mãe, motivo de repúdio e preconceito.

É como se essa mãe fizesse parte de uma comunidade alternativa, á margem da realidade social. Muitas vezes é interpretada como ativista radical, naturalista e compactuante de uma visão já passada, antiga e careta. Pois a modernidade não combina com a amamentação.
O problema é que as pessoas estão ocupadas demais e focadas em reunir seus esforços, tempo e talento apenas em adquirir bens materiais, e nada além disso. Não é só a maternidade que vive os seus dias de extinção, mas também os comportamentos sociais de reflexão e crítica e principalmente o tempo preciso de filosofar e discutir sobre os comportamentos sociais e interpretar por de fato eles acontecem e o porque de suas consequências.

Eu cada vez mais chego á conclusão de que as pessoas sabem menos, discutem menos, refletem menos. Parece uma grande manifestação de aceitação passiva do senso comum. Ele é mais fácil: eu o aceito e não o questiono. Não perco meu tempo refletindo e questionando uma coisa banal e natural como o aleitamento materno.
O que fazemos aqui enquanto grupo virtual que reflete, discute e promove a amamentação pode ser visto por muitos como: mais uma manifestação libertária, própria dos anos 70, onde a máquina internet se consolidou para democratizar impositivamente os pensamentos e ideias de um determinado grupo que se opunha ao Estado, como o de mães que lutam pela importância da amamentação como o nosso.

Seremos então uma minoria neste mar social de padrões pré-estabelecidos e cada vez mais cegos e alienados da real importância do tempo crucial de gestar, nutrir, vincular e formar uma estrutural emocional fundamental para a formação de uma sociedade equilibrada, feliz e saudável?

O discurso de muitas mães da geração passada se baseiam em argumentos rasos de que: eu não fiz nada disso e estão todos fortes e saudáveis por ai. Todos sobreviveram. Todos foram amamentados com fórmulas artificiais e isso contribui para as mães ingressarem no mercado de trabalho, pois, sem uma substituição materna (leia-se chupetas e mamdeiras) a mulher não se "libertaria" da maternidade. Este pensamento sempre foi machista acima de tudo, e incorporamos o machismo á nossa feminilidade de forma natural e passiva.
A humanidade então passou a determinar que a sua espécie teria de se adequar aos novos comportamentos da Revolução Industrial, pois isso era realmente um sinônimo de modernidade. E este conceito, cravado e fundado até hoje em nosso meio, rejeitou e rejeita a importância do tempo de dedicação, cuidado e vínculo com um bebê.

Como mães conscientes que somos, lactivadoras e lutadoras incondicional da amamentação exclusiva, cabe á nós uma importante missão: a de empoderar a sociedade. Isso não é pretensão, pois somos um pequeno grupo diante desse "mar social", mas acredito que a força e o ideal de um grupo plenamente comprometido poderá de fato mudar o mundo.

"Seja a mudança que você quer ver no mundo" DALAI LAMA

Quais são as minhas motivações:

1) Sendo uma mãe empoderada, cada vez mais tenho acesso á informações fundamentais e pesquisas sobre os inúmeros benefícios do Leite Materno;
2) Eu passo a ser uma multiplicadora dessas informações e passo a ser ouvida e reconhecida pelas pessoas ao meu redor;
3) Pois aquilo que falo, que tenho conhecimento e que comprovo é de fato algo a ser considerado e seguido;
4) Cada vez mais meus filhos comprovam a minha ação: são crianças mais saudáveis, mais inteligentes e  mais equilibradas;
5) A maternidade consciente é então sinônimo de um profundo preparo e esforço para que eu promova o equilíbrio, a saúde e a felicidade da minha família;
6) Só eu mãe sou capaz de produzir o leite materno, que é insbustituível em seus nutrientes e benefícios;
7) Sou capaz de transformar e empoderar as mães ao meu redor, pois, os meus conhecimentos e experiências de fato são respostas satisfatórias e solucionávies para as mães que enfrentam problemas com a amamentação;
8) Eu passo a comprovar que todo o entorno cultural e os saberes familiares que as mães se encontram acabam por não satisfazer e responder efetivamente os problemas enfrentados na amamentação;
9) Eu passo então a ser uma referência, um ponto de apoio e uma figura fundamental para que mães e bebês ao meu redor possam desfrutar de uma maternidade plena;
10) Por fim, eu passo a ser uma figura fundamental na promoção da importância tão urgente de se exercitar uma maternidade consciente no nosso tempo.

Por Simone de Carvalho

2 comentários:

  1. Tinha que ser a Simone! "Seremos então uma minoria neste mar social de padrões pré-estabelecidos e cada vez mais cegos e alienados da real importância do tempo crucial de gestar, nutrir, vincular e formar uma estrutural emocional fundamental para a formação de uma sociedade equilibrada, feliz e saudável?"
    É a tecla que eu sempre bato, formar uma boa estrutura emocional para que eu entregue a sociedade um cidadão de bem, consciente de seu dever. Mas é difícil para certas mentes (insanas) ligar os pontinhos da amamentação, maternidade consciente, com a formação de um cidadão. E nós seguimos com a nossa lativação sem fim :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade Tassi, e às vezes me vejo dentro um mundo paralelo sabe? Estou lá, mas não pertenço a ele, sou diferente, me veem diferente. Mas vou seguir amamentando "insanamente", para um dia esta sociedade insana Ser sã. :D

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

MundoBrasileiro