Conheci a Ana Paula através de um pedido de ajuda à ela,
pela minha doulanda Sheila, no facebook. Entrei em contato com ela, e ela foi
me contando a história do seu primeiro parto e de como queria apoio de uma
doula. Disse que poderia atendê-la sem problemas.
Combinamos o primeiro encontro e nele conversamos muito
sobre o que ela passou no parto da sua filha, e do que gostaria que fosse
diferente. Depois tivemos mais 2 encontros com muita conversa, massagem,
pintura na barriga, risadas e muito carinho. No último encontro combínamos dela
me chamar com contrações de 15 em 15 minutos, para eu conseguir chegar a tempo
na cidade dela, Imbé.
Na última semana antes do nascimento, Ana tinha contrações
todos os dias mas sem intervalos regulares, que a deixavam sem dormir a noite.
Conversávamos todos os dias pelo facebook, para tirar algumas dúvidas e
mantermos contato. No dia 27/08, com 41 semanas, pelas 16 hs, Ana manda uma
mensagem pelo celular dizendo que as contrações estavam vindo a cada 7 minutos,
bem doloridas. Peguei minhas coisas, avisei meu marido e sai pelas 16:40 hs,
eram 1 hora e 20 minutos de viagem, chovia muuuito.
Cheguei pelas 18 e 15 hs. Fui recebida pelo marido de Ana,
Clayton, que estava muito feliz que Pietro estava chegando. Ana arrecem havia
saido do chuveiro, disse que a água morna
aliviava muito as dores. Depois disso ela quis se deitar e tentar
descansar. Colocamos uma bolsa de água quente no ventre afim de aliviar as
contrações, e estava funcionando bem. Ali ficamos grande parte do tempo, Ana
agarrada na minha mão e na do Clayton, e a cada contração Ana respirava com
calma, profundamente, apertava nossas mãos e assim superava cada uma delas.
Depois de algum tempo assim, Ana quis tentar caminhar ficar
em pé, mas as contrações estavam apertando, vindo a cada cada 3 minutos,
durando 1 minuto. Ana se agarrava hora em mim, hora no Clayton e hora em nós
dois. Depois de tentar encontrar uma posição para ficar sem succeso, ela
decidiu se deitar de lado na cama outra vez. Neste momento as contrações
apertaram ainda mais, e vinha a cada minuto e meio, durando quase 1 minuto.
Ficamos novamente naquele circulo de apoio, mãos dadas, Ana queria fraquejar
mas a encorajávamos mais e mais.
Depois de 2 horas com contrações a cada minuto e meio, pela
12 hs, um pouco mais, Ana quis ir ao Hospital de Tramandaí, mas estava com medo
de estar muito cedo, de não deixarem a mim e ao marido entrar, afinal havia
falado com o responsável do hospital alguns dias antes.
Chegamos lá, Ana entrou e nós ficamos esperando durantes 30
minutos no lado de fora, até que a enfermeira autorizou minha entrada, e disse
que eu poderia ficar no pré parto, parto e pós parto, e o pai no parto e pós
parto. Coloquei a roupinha do hospital, e fui ajudar a Ana no banho, pois
fizeram o enema (lavagem intestinal). Ela estava palida, cansada e disse com
tristeza que estava com 5 cm de dilatação. Falei para ela não pensar no passado
e viver este parto, se entregar e tentar relaxar ao máximo.
Fomos para o quarto onde estava mais uma parturiente com
sorinho colocado. Era nitido que Ana não estava gostando de ficar ali naquele
quarto, exposta, sem intimidade. Mas eu pedia que ela se concentrasse. E as
contrações continuavam a vir a cada 2-1 minutos, ela não conseguia mais ouvir
direito, e como o pessoal fazia perguntas, pra quê??!!! Afff! Não deixavam ela
se concentrar, era um entra e sai, luz acesa... No começo ela ficou sentada,
depois resolveu se deitar. As horas foram passando e Ana com coragem vencendo
cada contração. As técnicas de enfermagem vinham checar os batimentos de Pietro
a cada meia hora. Pelas 3:30 hs Ana recebeu sorinho, sem hormônio, para não “desidratar”,
foi dado uma gase molhada para poder “saciar” a sede dela e ganhou buscopan
como havia pedido...
Ana começou a dizer que as contrações estavam estranhas,
doiam de forma diferente. Tentei fazê-la
se levantar, mas ela não conseguia, sentia dores nas pernas, tinha medo de
cair, mudamos de lado, comecei a movimentar o quadril dela, “chutando” que o
bebe estivesse mal posicionado, ou algo assim. Mas as dores estranhas
continuaram. Pelas 4 hs ouviram os batimentos do Pietro que desceram a 92 bpm,
até menos, na contração e não regularizaram em seguida. A técnica de enfermagem
avisou o médico que pediu para Ana mudar de posição ou se sentar, para ver se
melhorava os batimentos. Ela não conseguiu sentar mas mudou a posição. Os
batimentos melhoravamm por alguns poucos minutos e baixavam novamente. O médico
avaliou a dilatação, que estava completa, mas o bebê estava alto. Ana disse que
não sentia vontade de empurrar.
O médico sugeriu que Ana ficasse em pé novamente, ela não
conseguia e insistiu que a dor estava estranha, não parecia algo normal. A
equipe esperou mais ou menos uma hora para ver se o bebê descia, e se os
batimentos do bebê regularizavam. Mas não aconteceu, era cada vez mais
frequente os batimentos baixarem e não voltarem rápido ao normal. Nesse momento
o médico avisa para a Ana que ia ser cesárea, avisando a equipe que era uma
cesárea de emergêcia. E veio explicar que o bebê estava em sofrimento, não
estava descendo e parecia ser um bebezão.
O Centro cirúrgico foi arrumado o mais rápido possível, me
deixaram ficar com ela, Ana recebeu anestesia e nesse meio tempo chamaram
Clayton para ver o nascimento. Às 5:15 do dia 28/08 Pietro nasceu, com
deliciosos 4.540 gramas e medindo 52 cm,
demorou um pouquinho para chorar e foi para neonatologista receber alguns
cuidados. Depois ouvimos um choro alto que tranquilizou a mamãe e o papai dele.
Pietro veio conhecer a mamãe, que beijou demais esse filho e
ele ficou quietinho ouvindo a mamãe. Ana foi para a sala de recuperação e
Pietro veio logo depois para mamar, mas quis ficar quietinho, dormindo no colo
da mamãe.
Quero agradecer a Ana e ao Clayton por me convidarem a presenciar
o nascimento do lindo Pietro.
Ana Paula, foste mais além do que muitas mulhares podem
imaginar, és forte, guerreira e no final tudo acabou bem. Parabéns querida!
Clayton, o que dizer de um marido tão prestativo, parceiro e
carinhoso com a esposa. Foste a fonte de força da Ana, e colaborou
integralmente para a vinda de teu filho!
E deixo aqui um
agradecimento a coordenação do Hospital de Tramandaí que permitiu a entrada da
doula, tanto no pré parto, no CC já que foi preciso e no pós parto.
Analu – mãe e doula
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