quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Relato da cesárea necessária de Ana Paula pela doula




Conheci a Ana Paula através de um pedido de ajuda à ela, pela minha doulanda Sheila, no facebook. Entrei em contato com ela, e ela foi me contando a história do seu primeiro parto e de como queria apoio de uma doula. Disse que poderia atendê-la sem problemas.
Combinamos o primeiro encontro e nele conversamos muito sobre o que ela passou no parto da sua filha, e do que gostaria que fosse diferente. Depois tivemos mais 2 encontros com muita conversa, massagem, pintura na barriga, risadas e muito carinho. No último encontro combínamos dela me chamar com contrações de 15 em 15 minutos, para eu conseguir chegar a tempo na cidade dela, Imbé.

Na última semana antes do nascimento, Ana tinha contrações todos os dias mas sem intervalos regulares, que a deixavam sem dormir a noite. Conversávamos todos os dias pelo facebook, para tirar algumas dúvidas e mantermos contato. No dia 27/08, com 41 semanas, pelas 16 hs, Ana manda uma mensagem pelo celular dizendo que as contrações estavam vindo a cada 7 minutos, bem doloridas. Peguei minhas coisas, avisei meu marido e sai pelas 16:40 hs, eram 1 hora e 20 minutos de viagem, chovia muuuito.

Cheguei pelas 18 e 15 hs. Fui recebida pelo marido de Ana, Clayton, que estava muito feliz que Pietro estava chegando. Ana arrecem havia saido do chuveiro, disse que a água morna  aliviava muito as dores. Depois disso ela quis se deitar e tentar descansar. Colocamos uma bolsa de água quente no ventre afim de aliviar as contrações, e estava funcionando bem. Ali ficamos grande parte do tempo, Ana agarrada na minha mão e na do Clayton, e a cada contração Ana respirava com calma, profundamente, apertava nossas mãos e assim superava cada uma delas.

Depois de algum tempo assim, Ana quis tentar caminhar ficar em pé, mas as contrações estavam apertando, vindo a cada cada 3 minutos, durando 1 minuto. Ana se agarrava hora em mim, hora no Clayton e hora em nós dois. Depois de tentar encontrar uma posição para ficar sem succeso, ela decidiu se deitar de lado na cama outra vez. Neste momento as contrações apertaram ainda mais, e vinha a cada minuto e meio, durando quase 1 minuto. Ficamos novamente naquele circulo de apoio, mãos dadas, Ana queria fraquejar mas a encorajávamos mais e mais.

Depois de 2 horas com contrações a cada minuto e meio, pela 12 hs, um pouco mais, Ana quis ir ao Hospital de Tramandaí, mas estava com medo de estar muito cedo, de não deixarem a mim e ao marido entrar, afinal havia falado com o responsável do hospital alguns dias antes.
Chegamos lá, Ana entrou e nós ficamos esperando durantes 30 minutos no lado de fora, até que a enfermeira autorizou minha entrada, e disse que eu poderia ficar no pré parto, parto e pós parto, e o pai no parto e pós parto. Coloquei a roupinha do hospital, e fui ajudar a Ana no banho, pois fizeram o enema (lavagem intestinal). Ela estava palida, cansada e disse com tristeza que estava com 5 cm de dilatação. Falei para ela não pensar no passado e viver este parto, se entregar e tentar relaxar ao máximo.

Fomos para o quarto onde estava mais uma parturiente com sorinho colocado. Era nitido que Ana não estava gostando de ficar ali naquele quarto, exposta, sem intimidade. Mas eu pedia que ela se concentrasse. E as contrações continuavam a vir a cada 2-1 minutos, ela não conseguia mais ouvir direito, e como o pessoal fazia perguntas, pra quê??!!! Afff! Não deixavam ela se concentrar, era um entra e sai, luz acesa... No começo ela ficou sentada, depois resolveu se deitar. As horas foram passando e Ana com coragem vencendo cada contração. As técnicas de enfermagem vinham checar os batimentos de Pietro a cada meia hora. Pelas 3:30 hs Ana recebeu sorinho, sem hormônio, para não “desidratar”, foi dado uma gase molhada para poder “saciar” a sede dela e ganhou buscopan como havia pedido...

Ana começou a dizer que as contrações estavam estranhas, doiam de forma diferente.  Tentei fazê-la se levantar, mas ela não conseguia, sentia dores nas pernas, tinha medo de cair, mudamos de lado, comecei a movimentar o quadril dela, “chutando” que o bebe estivesse mal posicionado, ou algo assim. Mas as dores estranhas continuaram. Pelas 4 hs ouviram os batimentos do Pietro que desceram a 92 bpm, até menos, na contração e não regularizaram em seguida. A técnica de enfermagem avisou o médico que pediu para Ana mudar de posição ou se sentar, para ver se melhorava os batimentos. Ela não conseguiu sentar mas mudou a posição. Os batimentos melhoravamm por alguns poucos minutos e baixavam novamente. O médico avaliou a dilatação, que estava completa, mas o bebê estava alto. Ana disse que não sentia vontade de empurrar.

O médico sugeriu que Ana ficasse em pé novamente, ela não conseguia e insistiu que a dor estava estranha, não parecia algo normal. A equipe esperou mais ou menos uma hora para ver se o bebê descia, e se os batimentos do bebê regularizavam. Mas não aconteceu, era cada vez mais frequente os batimentos baixarem e não voltarem rápido ao normal. Nesse momento o médico avisa para a Ana que ia ser cesárea, avisando a equipe que era uma cesárea de emergêcia. E veio explicar que o bebê estava em sofrimento, não estava descendo e parecia ser um bebezão.

O Centro cirúrgico foi arrumado o mais rápido possível, me deixaram ficar com ela, Ana recebeu anestesia e nesse meio tempo chamaram Clayton para ver o nascimento. Às 5:15 do dia 28/08 Pietro nasceu, com deliciosos 4.540 gramas e medindo 52 cm,  demorou um pouquinho para chorar e foi para neonatologista receber alguns cuidados. Depois ouvimos um choro alto que tranquilizou  a mamãe e o papai dele.

Pietro veio conhecer a mamãe, que beijou demais esse filho e ele ficou quietinho ouvindo a mamãe. Ana foi para a sala de recuperação e Pietro veio logo depois para mamar, mas quis ficar quietinho, dormindo no colo da mamãe.



Quero agradecer a Ana e ao Clayton por me convidarem a presenciar o nascimento do lindo Pietro.

Ana Paula, foste mais além do que muitas mulhares podem imaginar, és forte, guerreira e no final tudo acabou bem. Parabéns querida!

Clayton, o que dizer de um marido tão prestativo, parceiro e carinhoso com a esposa. Foste a fonte de força da Ana, e colaborou integralmente para a vinda de teu filho!

E deixo aqui um agradecimento a coordenação do Hospital de Tramandaí que permitiu a entrada da doula, tanto no pré parto, no CC já que foi preciso e no pós parto.

Analu  – mãe e doula

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