quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A placenta e suas funções

A PLACENTA




A placenta é um orgão fundamental no desenvolvimento do embrião, ela nasce junto com ele, depois que o ovo fecundado se implanta na parede uterina. Mas, só se desenvolve completamente na 16ª semana. Ela fixa-se na parede do útero como uma esponja e tem duas faces:

- Face materna ( corion ): Agarrada à parede uterina.

- Face fetal ( amnio): Voltada para o feto, ligada a ele pelo cordão umbilical.

Na placenta há uma espécie de concentração de vasos sanguíneos que pertencem à mãe e ao feto, porém eles nunca se misturam.

A placenta promove trocas fisiológicas entre a mãe e o feto. Sua principal função é fornecer nutrição  ( glicose, proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais ) e oxigênio ao feto, atuando como pulmão, rim, intestino, hipófise e parcialmente como fígado e adrenal.
Outra função muito importante da placenta é proteger o feto, pois dela saem membranas que formam o saco amniótico ou bolsa das águas, que contem líquido amniótico e envolvem o feto, e produzir hormônios para manter a gravidez como a progesterona e a gonadotrofina coriônica ( HCG ) que se apresenta no sangue e na urina indicando a gravidez.
Na placenta há uma espécie de concentração de vasos sanguíneos que pertencem à mãe e ao feto, porém eles nunca se misturam.
A placenta pode estar mal localizada ( Placenta Prévia ), ou soltar-se antes do tempo (Descolamento Prematuro de Placenta ).

DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA - DPP

É o desprendimento precoce de parte ou de toda a placenta que se encontra em posição normal na cavidade uterina. A separação ocorre na área da decídua basal após 20 semanas de gestação e antes do parto.

ETIOLOGIA

Aproximadamente 1/3 dos bebês nascidos de mulheres com DPP morrem. Mais de 50% dessas mortes resultam do nascimento prematuro ou hipóxia.
A causa do DPP é desconhecida. Porém, as mulheres com hipertensão arterial, doenças cardíacas, diabetes, toxemia gravídica ou doença reumatóide, que sofrem traumas e que fazem uso de cocaína tem uma maior probabilidade de ter um DPP.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


A separação pode ser parcial ou total. O sangramento pode ser externo ( pela vagina ) ou ficar retido ( hemorragia retroplacentária ) ou ocorrer as duas situações simultaneamente.

Os sintomas dependem do grau de descolamento da placenta e da quantidade de perda sanguínea. Em geral temos:
- Sangramento vaginal ( 70% a 80% ), algia abdominal contínua e à palpação.
- Sensibilidade uterina e contração.

Obs.: A gestante pode não apresentar esses sintomas e estar com DPP silencioso.

O sangramento pode resultar em hipovolemia materna ( choque, oligúria, anúria ).
O sangramento miometrial extensivo danifica a musculatura uterina. O sangue acumula-se entre a placenta deslocada e a parede uterina, provocando o útero de couvelaire. O útero apresenta-se avermelhado, arroxeado, equimosado e sem contratilidade.

DIAGNÓSTICO

Geralmente é confirmado através da ultra-sonografia. Se houver história de traumatismo pode ser necessário laparotomia.


CLASSIFICAÇÃO

O DPP é dividido em 3 graus. Essa divisão é feita segundo a gravidade.

Grau I ou leve: Apresenta sangramento vaginal, com sensibilidade uterina e leve tetania. Mas não há sofrimento fetal. Aproximadamente 10% a 20% da área superficial está descolada.
Grau II ou moderado: Apresenta sangramento vaginal, sensibilidade uterina e tetania. Há sofrimento fetal e a gestante entra em choque. Aproximadamente 20% a %0% da área de superfície da placenta esta descolada.
Grau III ou grave: A tetania uterina é intensa. A gestante está em choque e o feto está morto. Acima de 50% da área de superfície da placenta está descolada.

TRATAMENTO

§ Repouso ao leito, exceto quando o sangramento é potencialmente letal, quando o feto apresenta sofrimento ou quando a gestação está próxima do termo;

§ Monitorização da freqüência cardíaca fetal;
§ Transfusão sanguínea e reposição do volume de líquido;
§ Antibióticos ( pela susceptibilidade a infecções causada pela perda sanguínea );
§ Uso de corticosteróide para acelerar a maturidade pulmonar fetal;
§ Reposição de sangue e do volume de líquido;
§ Parto cesáreo (quando o sangramento persiste ou piora );
§ Apoio emocional.


AÇÕES DE ENFERMAGEM

§ Exame físico;

§ Verificação constante de sinais vitais;
§ Cateterismo vesical de demora;
§ Pulsão venosa em veias calibrosas;
§ Mensuração do fundo uterino;
§ Observação constante.

PLACENTA PRÉVIA - PP

Placenta Prévia é a implantação da placenta na parte inferior do útero, podendo localizar-se acima do colo do útero ou próximo dele.
É uma complicação do segundo trimestre de gravidez, mas que pode ocorrer desde o começo da gravidez. Nesse caso a mulher apresenta sangramento periódico que pode estar associado à posição do corpo e ao esforço que faz.

INCIDÊNCIA

A PP ocorre em 1 de cada 200 partos. Fatores como multiparidade, idade materna ou cicatrizes uterinas aumentam a incidência de PP. Qualquer movimentação no orifício interno do útero pode provocar descolamento da placenta e sangramento, porque ela possui um tecido extremamente vascularizado.

TIPOS DE PLACENTA PRÉVIA


Central ( também chamada de Total ou completa ): Quando recobre toda a área do orifício interno.
Parcial: Quando recobre parte do orifício.
Marginal: Quando a margem placentária atinge a borda do orifício interno, sem ultrapassá-lo. É causa comum de sangramento nos últimos meses de gestação.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS


Sangramento vaginal indolor devido à separação das partes da placenta que estão próximas do orifício interno do útero ou cobrindo-o.

DIAGNÓSTICO
Através da ultra-sonografia o médico irá diferenciar a PP de um DPP.

TRATAMENTO
Repouso absoluto ( sangramento leve e parto não iminente);
Transfusão sanguínea, ( quando o sangramento é intenso );
Cesariana ( para evitar anóxia fetal );
Antibióticos ( se necessário );
Antiespasmódicos, para evitar a contração uterina;
Deambulação, quando o sangramento cessar.

COMPLICAÇÕES

Sangramento intenso;
Descolamento precoce quando em trabalho de parto causando anóxia fetal ( se não for realizada a cesariana ).

AÇÕES DE ENFERMAGEM


§ Exame físico;
§ Verificação de sinais vitais;
§ Pulsão venosa;
§ Observar sinais de choque;
§ Apoio emocional;
§ Observação constante.

Referência Bibliográficas:


1. Lowdermilk, Deitra Leonarde; Perry Shannon E.; Bobok, Irene M. O Cuidado em Enfermagem Materna. 5ª Ed., Porto Alegre – Art-Med Editora, 2002.


2. GATTORNO, Escola de Formação Técnica Profissional Rosa. Manual Curricular para Formação do Técnico em Enfermagem, Módulo II, 2ª Ed., 261-268, 2005.

Fonte: http://www.sintomasdagravidez.com/conteudo/placenta-e-suas-fun-es

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