domingo, 6 de março de 2011

Repost: Relato da minha 1ª experiência como Doula

  Deixo fotos do meu trabalho, esta 1ª experiência que me marcou tanto, pela intensidade e pela magia, que ocorre no nascimento de um Ser novo, lindo e único. O relato é basicamente igual, alguns horários dos acontecimentos foram alterados, pois só agora ficaram claros na minha cabeça. E colocarei as fotos para vermos as ordens dos acontecimentos. Ariana, querida, naquele dia não nasceu somente, uma mãe e um filho, naquele dia nasceu uma Doula! Obrigada pela oportunidade.
Um dia antes da chegada do Daniel
 Conheci mamãe Ariana quando ela estava com 36 semanas de gestação (dia 03/09/2010). Ela já tinha dois dedos  de dilatação e uma colicazinha chata, pensei que teria trabalho logo em seguida, mas tudo parou. Já combinamos tudo neste 1° encontro, parto com mínimo de intervenção possível e muito menos no bebê. Deixei leitura para ela se informar, exercícios e posições de alívio. No 2° encontro (10/09/2010) Ari estava coma mesma dilatação, tirei dúvidas que surgiram, mostrei mais alguns exercícios e artigos científicos. Dia 15/09, Ari me liga, perguntando se as dores nas costas eram normais, disse que sim, que poderia ser indício de TP, que ela repousasse, se parasse ainda não era. Me disse que o tampão havia começado a sair. Me ligou depois dizendo que haviam parado as dores com o repouso e, que iria trabalhar.
   Dia 18/09 chego para outra visita, e neste dia conheci o papai do Daniel. Ari estava no quarto com muita dor nas costas e no pé da barriga que vinha de 20 até em 8 minutos. Sabia que a noite teria trabalho a fazer. Fiquei um pouco mais na casa, fazendo um carinho na barriga, enquanto Ari estava recostada em mim, de  pernas para cima. Disse que estava bem e que as dores estavam amenas. Decidi ir para casa e me aprontar, quando ela me chamasse era só sair. Ela queria que eu ficasse.
   Dia 19/09 às 01:30 hs Ari me liga dizendo que as dores aumentaram e, que as contrações estavam vindo de 5-5 minutos , que estava caminhando e que não sabia mais o que fazer. Disse para ela tomar um banho quente e ficar na bola, que me ligasse se não parasse as dores. Decidi ligar logo depois avisando que iria para lá, senti que Ari estava muito ansiosa. Cheguei pelas 2:30 e as malas já estavam todas prontas. Ficamos um pouco na bola, como já haviamos feito das outras vezes, assim ela se sentia segura. Mas assim que o pai ficou pronto

 Ariana quis ir para o hospital. No carro, pedi que ficasse de joelhos no banco de trás e fui massageando sua lombar, pedindo para que respirasse. Chegamos rápido no hospital Divina Providência, de Porto Alegre.  Ela foi internada às 3:30 da manhã, foi atendida pelo plantonista, já que sua médica não atendia, parece que estava com 6 dedos, mas depois descobrimos que não. O pai entrou depois de um tempo e eu, quase não consegui entrar. Liguei para o Claudiomiro para insistirem na minha presença lá dentro, e eu estava aflita querendo confortar a mãe.
   Me chamaram e fui direto massagear a lombar, pedi que não ficasse deitada, porque assim doeria mais dificultando a dilatação e , estendendo o trabalho de parto, deixando ela cansada e desanimada. Depois de vários minutos na sala de triagem, Ari, passando mal e vomitando, resolveram chamaram para nos alojar. Fomos para a suite de parto, onde ficaríamos todo o processo. A enfermeira nos ofereceu a bola. Depois de um tempo apareceu outro médico, que ficaria com ela todo o tempo. Foi examinada e estava com 4 dedos, não 6 como havia dito o outro médico. Ari se agachava, caminhava no quarto, ficava um pouco na bola, me pedia massagem. 

Mas já estava, cansada e não conseguia mais se sustentar. O pai e eu, ainda tentamos que continuasse a se movimentar, mas ela não conseguia mais e, estava abalada pela sua GO tê-la abandonada. Estava no limite. Se sentou e pediu um carinho meu e do marido. Conseguiu adormecer por alguns instantes. Pelas 5:30hs , mais ou menos, o médico veio examiná-la novamente, e disse que estava com 6-7 dedos de dilatação. Em uma hora conseguimos dilatar quase 3 dedos, comemorei internamente e repeti novamente para ela que estávamos indo muito bem.
Fazendo um carinho na mãe

Fazendo um carinho na barriga
   A menina da enfermagem aproveitou e pediu que Ari continuasse deitada, para ela ouvir os batimentos do bebê. Tudo ótimo com o pequeno. Ari decidiu que queria permacer recostada na cama, o marido dela e eu insistimos para que caminhasse, mas ficava tonta e passava mal. Pelas 7 hs o médico a examinou novamente, 6 - 7 dedos, as contrações bem mais espassadas e de pouca duração. Ele sugeriu hormônio para as contações ficarem mais vigorosas, Ari me olhou e eu disse:" Tu que sabe querida", então ela aceitou, junto com remédio para dor, pois estava desanimada. Avisei que as contrações viriam seguidamente e seriam dolorosas, que teria que ser corajosa. Repetia sem parar para ela: " Respira fundo, te entrega, deixa o Daniel vir". 


Se preparando para fazer força...
 As contrações vinham uma atrás da outra, mas o semblante dela não transparecia dor, em momento algum. Só me pedia que massageasse as costas e a o pé da barriga. Pelas 8:30 o médico veio examiná-la, 9 para 10 dedos, havia um rebordo, e o médico tirou do caminho. Ariana estava pronta para empurrar. Ficou do mesmo jeito que estava, semi-sentada, fazendo a melhor força que conseguia. Estava exausta, já se passaram 30 minutos de puxos e ela queria o filho nos braços. Daniel já estava quase saindo, mas subia novamente. O médico fez a episio com o consentimento dela. Pegou o forceps e tirou ele de lá. Daniel nasceu às 9:01 da manhã do dia 19/09/ 2010. Foi direto para o colo da mãe, como ela havia pedido. 

O primeiro contato!
Lindo da Doula!


No berço aquecido esperando a mamãe...

mamando!
   Ficou alguns minutos com seus pais e foi levado para ser pesado e se aquecer.O pai foi atrás e Ari pediu que eu ficasse com ela. O médico queria tracionar a placenta mas Ari disse que não.  Ela começou a passar mal e foi diagnosticada com acretismo placentário (quando a placenta se enraiza na parede do útero e não sai naturalmente), foi levada para o centro cirúrgico onde retiraram a placenta, sem problemas. E como perdeu sangue recebeu uma bolsa. Pelas 10:30 foi para a sala de recuperação e o Daniel foi amamentado pela 1ª vez. Daniel nasceu de 38 semanas, pesando 3320g e medindo 51 cm, apgar 8-9. Um anjinho, o meu primeiro (rsrsrsrs).

   Depois de um tempinho me retirei, exausta mas feliz de poder proporcionar segurança para a mais nova família. Ariana foi uma guerreira, foi nota mil! Obrigada a vocês dois, Ariana e Claudiomiro, por terem me deixado participar deste momento mágico. Eu estarei eternamente marcada pela minha primeira experiência como Doula. Espero ter muitas ainda, pois vale muito a pena!

4 comentários:

  1. Que lindoooooooooooooooooo amiga, adoreiiiii e li tudinhooo, além de acompanhar as fotos!
    Parabéns a Mamãe e toda a família, e parabéns a DOULA pela dedicação!!!!
    Beijos!

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  2. Obrigada Cris! Momentos assim são eternos e emocionantes...e nós doulas somos abençoadas por termos esse dom, do amor incondicional!

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  3. Que lindo,são momentos assim que nós deixa renovada,parabéns,muito belo,uma historia de vida que sempre nós deixa emocionada!!!!beijos que Deus lhe abençoe sempre..

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