domingo, 22 de janeiro de 2012

Estudo: Parto domiciliar com parteira é tão seguro quanto parto hospitalar.


Tradução livre feita por mim (Priscila Rezende) da reportagem que está aqui.

Por Amanda Gardner, HealthDay

Ter seu bebê em casa com uma parteira profissional (certificada) é tão seguro quando um convencional parto hospitalar
Na verdade, partos domiciliares planejados desse tipo podem ter uma menor taxa de complicações, diz estudo publicado dia 15 de Setembro pelo CMAJ (Canadian Medical Association Journal).
Mesmo que o estudo tenha sido realizado no Canadá, onde o trabalho das obstetrizes são mais aceitos do que em outros países, os resultados podem contribuir para a controvérsa discussão que há nos Estados Unidos e em outros lugares.
A Universidade Americana de Obstetrícia e Ginecologia é contra os partos domiciliares, assim como certas organizações existentes na Austrália e na Nova Zelândia. Mais organizações na Grã-Bretanha são favoráveis e as províncias canadenses estão em transição para esse modelo de assistência obstétrica prestado por parteiras, diz estudo de autoria de Patricia Janssen, diretora do programa de mestrado em Saúde Pública da Universidade de British Columbia.
Janssen, uma enfermeira que tem treinamento para atuar como parteira porém sem não tem certificação, diz: "As pessoas que atuam como parteiras independentes não têm sua atuação necessariamente regulamentada (nos Estados Unidos) dependendo do Estado no qual você estiver, então talvez não haja garantia de que elas tenham treinamento em nível adequado ou um diploma ou algo do tipo. E elas talvez não sejam monitoradas e regulamentadas por uma Universidade.
A controvérsia resultou em uma falta de regulamentação clara e requisitos de licenciamento nos Estados Unidos, disse o Dr. Marjorie Greenfield, professor associado de obstetrícia e ginecologia dos Hospitais de Caso University Medical Center, em Cleveland.
De acordo com Greenfield, a Associação Nacional de Parteiras Profissionais Certificadas possui um processo de certificação, mas muitos Estados não reconhecem isso. Se você é uma mulher que quer ter um parto domiciliar, como você determina se essa pessoa tem as qualificações apropriadas?" ela disse.
Os autores do novo estudo comparou três grupos diferentes de nascimentos planejados em British Columbia desde o início de 2000 até o final de 2004: partos domiciliares assistidos por parteiras (parteiras são registradas no Canadá), partos hospitalares assistidos pelo mesmo grupo de parteiras registradas e partos hospitalares assistidos por médicos. No total, o estudo incluiu cerca de 13.000 nascimentos.

A taxa de mortalidade por 1.000 nascimentos foi de:
  • 0,35 no grupo de partos domiciliares;
  • 0,57 nos partos hospitalares assistidos por parteiras;
  • 0,64 entre aqueles assistidos por médicos,

de acordo com o estudo.

Mulheres que pariram em casa foram as menos propensas a precisar de intervenções ou a ter problemas como laceração perineal ou hemorragia. Esses bebês também foram os menos propensos a precisar de oxigênio ou ressuscitação, segundo o estudo.
Os autores reconhecem que "auto-seleção" poderia ter distorcido os resultados do estudo, em que as mulheres que preferem partos em casa tendem a ser mais saudáveis e de outra forma mais aptas a terem um parto domiciliar.
Janssem disse que espera que "este artigo irá ter um grande impacto nos Estados Unidos". Mas há o definitivo estabelecimento do preconceito contra os partos domiciliares. E a questão é emocionalmente carregada.
"Há um problema político e econômico sobre como controlar o local no qual o parto acontece, mas há também uma crença profunda pelos médicos de que não é seguro ter seu bebê em casa", disse Greenfield."Médicos vêem apenas os pacientes de partos domiciliares que têm alguma complicação, mas não vêem os bebês lindos e fabulosos em casa que podem amamentar melhor ou que tem menos infecções hospitalares. Pode haver benefícios médicos", acrescentou.
"A prática das parteiras (obstetrícia) precisa ser regulamentada. Não pode ser sob radar, porque assim seria perigoso", Greenfield disse. "Tem que haver um processo de regulamentação e um processo de licenciamento (para proteger) as mulheres que escolherão o parto domiciliar de qualquer maneira."

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