quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Não existe leite materno fraco, afirma professora de nutrição

Entrevista com minha professora de faculdade, Márcia Regina Vitolo!! Ela desenvolveu uma pesquisa utilizando os 10 passos e fala dos resultados. Adoro ela!!

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Márcia Regina Vitolo, da UFCSPA, ganhou destaque nacional com pesquisa sobre amamentação

Por Guilherme Mazui  |  guilherme.mazui@zerohora.com.br

Um trabalho realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Nutrição da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) teve reconhecimento nacional com o Prêmio Saúde na categoria Saúde da Criança, concedido pela revista homônima, da Editora Abril.

A equipe da professora Márcia Regina Vitolo avaliou o impacto da implementação de um manual do Ministério da Saúde com 10 passos para uma alimentação saudável, voltado a crianças menores de dois anos.

O grupo levou as informações a pediatras e a outros profissionais, em 32 unidades de saúde da Capital, nas quais o número de crianças que se alimenta só de leite materno até quatro meses de vida aumentou em 15%.

O caderno Meu Filho, de Zero Hora, conversou com Márcia sobre o assunto. Confira a entrevista:

Meu Filho — Quais são as principais dicas do manual?
Márcia Regina Vitolo — Amamentar a criança só com leite materno até o sexto mês de vida — enfatiza-se muito que não é necessário dar chá e água, mesmo durante o verão. Ao iniciar a comidinha, ela deve ser composta por carne, além dos cereais e verduras, que não devem ser liquidificados, mas só amassados para que o bebê aprenda a mastigar. Não oferecer açúcar, biscoitos doces, gelatina, refrigerante, salgadinho, chocolate, café ou qualquer outro alimento rico em gordura ou açúcar para a criança com até dois anos.

MF — São dicas fáceis de se aplicar em casa?
Márcia — Muito fáceis, pois o bebê não tem autonomia para buscar seus próprios alimentos. É responsabilidade dos pais ou cuidadores oferecer alimentos saudáveis, especialmente nos primeiros anos de vida da criança, quando as preferências alimentares são estabelecidas.

MF — Em que os pais costumam errar na alimentação dos bebês?
Márcia — Um erro que se observa com frequência é a mãe achar que seu leite é fraco ou não sustenta o bebê. Assim, acaba utilizando outros leites. Não existe leite fraco, e a mãe pode melhorar a técnica de amamentação deixando a criança esvaziar o peito em cada mamada, já que o leite com mais energia e gordura sai no final da mamada. Isso faz com que a criança sinta-se mais satisfeita e possa se alimentar em intervalos maiores.

MF — O estudo também trata sobre o açúcar na alimentação das crianças?
Márcia — O que mais nos preocupa atualmente é a enorme frequência de famílias que oferecem para os bebês alimentos com açúcar, muita gordura ou muito sal. Esses alimentos não devem ser oferecidos pelo menos até os dois anos. A oferta de sucos, mesmo os naturais, nos intervalos das refeições é desnecessária e muitas vezes prejudicial, fazendo com o que o bebê perca a fome nas refeições.

MF — Que benefícios foram constatados na pesquisa?
Márcia — Nas unidades em que os profissionais da saúde passaram pelo programa de atualização, observamos em média um aumento de 15% nas crianças amamentadas exclusivamente com leite materno até os quatro meses. Ainda houve uma redução de 33% no risco de bebês de seis a nove meses receberem refrigerante, chocolate e salgadinho.


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