terça-feira, 28 de setembro de 2010

Papel do pai na gestação, parto e nascimento

  Decidi postar trechos deste trabalho devido ao meu irmão Diego. Fiz pedidos insistentes para que ele seguisse meu blog, e ele sempre desconversava, até que uma hora me disse: "Mas eu não tô grávido! Bem quem eu gostaria...". Ai, ai, esse meu irmão... Vou postar textos aqui, até para os papais, para se emponderarem e ajudarem suas mulheres em todas as etapas.
 Encontrei este trabalho universitário que discute a participação do pai na gestação, parto e nascimento. Este trabalho possui trechos de outros autores,  que demonstra a enorme importância que o pai tem durante todo o processo e, fala também sobre os sentimentos que eles têm neste momento.

  TRABALHO 

  Durante a gestação, parto e nascimento, muitas mudanças acontecem no corpo e na psique da mulher, fazendo com que este período exija cuidados especiais. São nove meses de preparo que vão culminar com o nascimento de um novo integrante da família. Torna-se importante o acompanhamento de profissionais da saúde e de seus familiares. Este é um direito que a toda mulher tem, para um parto seguro, mas que nem sempre é respeitado no Brasil.(...)
   A Portaria que regulamenta a Lei 11.108, de Abril de 2005, assinada pelo Ministro Saraiva Felipe durante a II Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, no Rio de Janeiro, em Dezembro de 2005, cita: “A presença do acompanhante é um direito de todas as mulheres da sociedade. A Lei parece pequena, mas é grandiosa: além de ser uma vitória da sociedade, irá proporcionar melhores condições na assistência obstétrica” (BRASIL, 2005)(...)
   Observamos que está aumentando o número de homens que desejam participar ativamente
do processo da paternidade, constituindo-se num elemento-chave indispensável da equação pré-natal. Assim, não se considera apenas a mulher grávida, mas o casal grávido (SIMÕES, 1998). No nosso meio, poucos conhecem sobre o estado emocional, psicológico do pai, como também sobre seus sentimentos em relação ao ciclo gravidez-parto de sua mulher e nascimento do seu filho (ABREU e SOUZA, 1999).
   A presença do acompanhante pode ajudar na redução da necessidade de medicações para alívio da dor, na redução do tempo de trabalho de parto, do número de cesáreas e dos casos de depressão pós-parto (DOMINGUES, 2000)(...)
   A participação do pai é vista como um fato inato, mas precisa ser aprendido, estimulado e preparado para o papel que é seu, mas que culturalmente foi desvalorizado. Já no útero o bebê sente o contato que o pai estabelece pelo toque na barriga da mãe, pelo som de suas palavras. Aí começa o vínculo: Pai, mãe e bebê!
   Atualmente têm surgido estudos a respeito da importância do pai durante a gestação até o nascimento, porque a pressão cultural pela participação ativa dos parceiros na hora do nascimento levou os profissionais, e mesmo os hospitais, a se prepararem para que a chegada do bebê ocorra preferencialmente com a presença do pai. (...)
    Ter um acompanhante tranqüiliza a mulher e melhora as condições de parto, contribuindo para alívio da dor e a menor duração do trabalho de parto. A Lei, portanto, é uma forma de despertar os profissionais de saúde e exigir dos Hospitais maternidades, a criação de meios que possibilitem esta prática(...)
    (...) As gestantes não compreendem, muitas vezes, e até se ressentem quando seus parceiros não se manifestam com a intensidade esperada, inclusive quando a gravidez foi planejada e desejada por eles. Desejar um filho pode ser diferente de se projetar como pai, enquanto o desejo de ter um filho é ainda um plano de fantasia, imaginar-se pai, receber a notícia que isto é real, remete-o à frente de responsabilidades que deverão ser assumidas, o que pode causar-lhe inseguranças e despreparo. Outros homens podem sentir-se incompreendidos e desamparados em suas angústias, uma vez que todos se voltam para a gestante, e saem em busca de amigos, afastando-se do ambiente doméstico e sofrendo sozinhos.
    (...)A psicologia pré-natal, com seus estudos avançados, tem demonstrado claramente a importância para o feto do contato precoce com a figura paterna.
     “Como a criança já guarda lembranças na vida pré-natal e é capaz de retê-las, a ligação profunda e intensa pai-feto é essencial para a continuação do vínculo pós-nascimento. Este pai, então, deixa de ser mero provedor para compartilhar dos cuidados básicos com o bebê, bem como de sua educação e desenvolvimento físico-emocional“ (RICO, 2006).
     “A participação do pai no período gestacional, seria a evolução da paternidade do novo século. Ao longo dos anos, o papel do pai foi sendo modificado, ele passou a sentir-se mais presente e motivado em participar do processo” (SZEJER e STEWART, 1997). “O desejo de participar desde o início da gestação, na criação dos filhos, de forma mais ativa e concreta, pode minimizar as somatizações e regressões apontadas muitas vezes, pelo pai que não vivenciou um vínculo saudável com o feto, e assim enfrentar com menos dificuldades o processo de nascimento” (SZEJER, 1999).
     O trabalho conclui que: 
    (...) Devemos ter conhecimento para fazer valer nossos direitos mesmo que nos pareçam pequenos, ter consciência de que só assim poderemos humanizar os atendimentos principalmente os prestados pelo SUS que cabe a maioria da população. E assim, devolver à mãe a confiança em sua capacidade de dar à luz e olhar a futura mãe em toda sua dignidade de mulher.
    Autores: Regina Harumi Kitahara, Simone Rossi,  Maria Celestina Bonzanini Grazziotin.


Aqui tem outro link com trabalho envolvendo mesmo assunto: http://www.scielo.br/pdf/paideia/v15n30/12.pdf

Um comentário:

  1. Esperava que tivesse um pouco mais de relatos sobre o papel ativo do pai no dia-a-dia durante o processo de gestação.

    A mãe faz yoga, muda a alimentação, muda a rotina, dorme mais...processos que vão desde o preparo físico ao psicológico.

    São dicas e mais dicas sobre o que e como fazer, mas enquanto pai, também temos dúvidas recorrentes, e talvez, pela falta de procura da nossa própria parte, acabamos ficando sem essa "ajuda" tão importante nesta etapa.
    A falta de material na internet acaba frustrando uma leitura positiva.

    Gostei do texto e das citações.

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