quinta-feira, 28 de julho de 2011

Ter filho não é pra todo mundo

Realmente, não são todos que podem ser pais. Não querer abir mão de grande parte de sua rotina para criar um filho, é um fator que impede a maternidade/ paternidade. Se realmente a pessoa fica tensa só de pensar nesta etapa, com a responsabilidade, ou então esta sendo pressionado(a) por familiares para constituir uma família, até porque já "está na hora" de fazê-lo... Pare e pense muuuuuitooo bem! As palavras responsabilidade, atenção, carinho e amor, vão ter que estar presentes no seu dia a dia, com seu filhote...sim, é obrigatório dar atenção, carinho, amor para seu filho TODOS os dias. Leiam este texto do maravilhoso pediatra José Martins Filho e pensem bastante! 


NO PARQUE DA VIDA! (google imagem)

Vamos ser francos: quem realmente tem capacidade para se dedicar a uma criança como deveria. Faça a análise antes de ter uma

por José Martins Filho
Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Não sei. Cuidar bem de uma criança, além de ser de sumária importância, dá um trabalho danado. Crianças choram à noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até a idade adulta. E, principalmente: crianças precisam da presença dos pais, sobretudo as menores, que requerem a mãe na maior parte de seu tempo. Não é dando dois beijinhos pela manhã antes de ir para a creche, ou colocando a criança para dormir à noite, que será possível transmitir segurança, afeto e tranquilidade. Escuto muito a seguinte frase: “Doutor, o que interessa é a qualidade do tempo junto e não a quantidade”. Duvido. Diga ao seu chefe que você vai trabalhar apenas meia hora por dia, mas com muita qualidade. Certamente ele não vai gostar. Seu filho também não.

Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e presença constante. Lembre-se que é preciso dedicar um tempo razoável: brincar junto, fazer os deveres de casa, educar, colocar limites.

Como fazer tudo isso e ainda continuar no mercado de trabalho? Usando seu horário de almoço para comer junto com seu filho. Fazendo visitas na creche durante o dia. Passeando no final de semana, em atividades em que a criança seja prioridade, como praia, parques, jogos em conjunto. Por favor, isso não inclui shopping center.

Sou obrigado a fazer todas essas coisas? Claro que não. Mas ser pai e ser mãe também não é uma obrigação, sobretudo nos dias de hoje em que a vida oferece infinitas possibilidades. Trata-se de uma escolha. E, como toda escolha, pressupõe que você abra mão de outras tantas. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa? Também não. O que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. A infância determina a vida de todos nós. Ela é fundamental para a existência humana. Na esfera psíquica, os primeiros dois anos significam a base da construção de uma personalidade saudável. A violência, a agressividade, a falta de ética, a amoralidade dos tempos modernos não são apenas fruto de dificuldades econômicas e sociais, mas da falta de amor, educação, limites.

Com a vida moderna, as crianças passaram a ocupar um papel secundário ou terciário na vida familiar. Lembre-se de que o futuro da humanidade vai depender dessas crianças que, provavelmente, chegarão aos 100 anos de idade. Fico triste quando, no consultório, a mãe não pode estar presente, ou o pai. E nem mesmo a avó: apenas a babá.

Deveríamos fazer uma análise tranquila antes da maternidade ou da paternidade. Queremos mesmo mudar nossa vida? Vamos ter condições de participar intensamente da vida desse novo ser? Se lograrmos essa consciência, tenho certeza de que o mundo irá melhorar. 
José Martins Filho é médico pediatra, autor do livro A Criança Terceirizada, professor e pesquisador do Centro de Investigação em Pediatria



responsabilidade e cuidado (google imagem)
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI236755-17774,00.html

4 comentários:

  1. Disse tudo esse maravilhoso pediatra! Realmente, os dois primeiros anos são fundamentais pro desenvolvimento do caráter da criança. E não é por que a mãe trabalha que se deve usar como desculpa a falta de tempo. Um horário mais flexível, pequenas visitas na creche... Tudo isso é importante. Fico imaginando a alegria da criança recebendo uma visita surpresa na creche do pai ou da mãe. Isso faz toda a diferença. Adorei o post! Bjão!

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  2. Obrigada Tassi!! Concordo, acho que os pais devem parar com desculpas e dar mais atenção aos filhos. Bjão!

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  3. Com certeza,ter filho não é pra qualquer um!
    Mas eu amo essa doce e árdua missão.
    Pena que nem todos os casais/pessoas,tem essa coragem de encarar,e os q encaram não cumpre como se deve tal função!
    Excelente texto :)

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  4. Obrigada flor! Assino embaixo, nem todos cumprem o papel como devem! Bjooo

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