terça-feira, 19 de julho de 2011

Hipergalactia não é o antônimo de Hipogalactia – Esclarecendo conceitos

Adorei o texto esclarecendo esta questão. Muito bem escrito pela maravilhosa consultora em amamentação Grasielly Mariano, no facebook! Espero chegar lá como ela um dia, adoro trabalhar com a amentação, além dos partos, é claro!! Disponibilizo o texto para esclarecer a diferença entre um e outro, e acho que será muito útil, para as mães que estão amamentando. Segue o texto:

Por Grasielly Mariano
Consultora em Amamentação por 3 instituições internacionais (EUA e Canadá), membro do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Aleitamento Materno (NEPAL) da EEUSP

Queridas leitoras,
Tenho visto algumas mulheres se auto diagnosticarem com hipergalactia quando na verdade o problema é outro. Não raramente recebo ligações de mamães preocupadas, alegando hipergalactia, dizendo que produz tanto leite que o bebê se engasga ao iniciar a mamada.  Ainda, há nutrizes, e até profissionais de saúde, que se referem à hipergalactia quando na verdade o que está acontecendo é um intenso ingurgitamento mamário.

Quanta confusão! Vou esclarecer:
Hipergalactia não é antônimo de hipogalactia (baixa produção de leite). Não quer dizer produção de leite em excesso e SIM a persistência da produção láctea após o desmame, onde a mãe continua a perceber a produção de leite mesmo sem estimular as mamas. É uma situação rara, mantida por disfunções hormonais ou por conta de amamentação prolongada e há pouquíssimos estudos científicos acerca deste assunto.
A confusão acontece, mais comumente, quando há um reflexo anormal de ejeção do leite (mediada pelo hormônio ocitocina), que em nada se relaciona com hipergalactia. O bebê engasga pelo intenso e rápido reflexo de ocitocina (que ejeta o leite com muita facilidade, às vezes sem que o bebê faça muitos esforços) e não pela produção excessiva de leite humano, mesmo porque a produção láctea acontece pela relação oferta-demanda, ou seja, a produção acontecerá na medida certa para o bebê.
Então me perguntam: “ mas e quando a mãe produz leite para o seu bebê e ainda consegue doar?”  E eu respondo: Ainda assim a mãe produz seguindo o padrão oferta-demanda. Se depois da mamada do bebê ela continuar estimulando e ordenhando o leite para doar, o cérebro entende que na próxima será preciso produzir mais leite. É o que acontece, por exemplo, com uma mamãe de gêmeos, trigêmeos ou quádruplos – a nutriz produz o necessário para amamentar seus bebês... A produção se adapta à quantidade de estímulo.
O ingurgitamento mamário também é uma situação que leva os profissionais e nutrizes a se confundirem. Quando as mamas ficam ingurgitadas, fisiológica ou patológicamente, não  significa que há produção de leite em excesso, mas uma dificuldade de ejeção do leite já disponível. Também acontece por conta do reflexo anormal de ocitocina, de modo que o leite fica aprisionado e não sai facilmente com as primeiras sucções do bebê. Há uma congestão vascular que comprime os vasos vizinhos, impedindo a passagem do leite.

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