sexta-feira, 1 de julho de 2011

Como a maternidade tem o poder de cuidar de você também!

Texto retirado de um livro belíssimo, o qual encontrei num blog maravilhoso, que tem um conteúdo interessante e rico:  http://maternarconsciente.blogspot.com . Recomendo que visitem este blog! Segue o texto:

(do livro Criando filhos – para pais e mães de verdade, Steve e Shaaron Biddulph)

O normal é pensar que as crianças são as únicas a tirar proveito de toda essa trabalheira e que o ato de “dar” é como uma rua de mão única. A maternidade é, na verdade, uma rua de mão dupla de aprendizado e crescimento entre mães e filhos. Não é preciso passar horas a fio com uma criança para começar a sentir como se tivesse sido desmantelada e depois remontada; de fato, é exatamente isto que acontece. Aquelas fortes reações emocionais que, às vezes, você tem, aqueles sentimentos profundos e os momentos de confusão e tormento, tudo indica que você está mudando como pessoa e ajustando também sua história pessoal. Isso acontece de maneira bem espontânea. Enquanto seu filho passa pelos diversos estágios de crescimentos, também você vai reavaliar as necessidades e problemas que têm nesses estágios; é um procedimento natural, automático e acontece tanto para mães como para pais. Eis um exemplo: ao cuidar do bebê e atender às necessidades dele, também estará experimentando, por empatia, como é ser um bebê, como é ficar no colo e ser amado, agasalhado e alimentado, e ser consolado. As pessoas, em geral, sentem profunda satisfação interna quando dão amor a um bebê. Sem que se dêem conta, estão nutrindo a si mesmas ao mesmo tempo que aos filhos; se você não recebeu bastante cuidados quando era um bebê, é possível que sinta uma sensação de completude ao dar a seu filho os cuidados que gostaria de ter recebido.
O processo de revisitar a infância, enquanto acontece o seu desenvolvimento como mãe, pode evidentemente transformar-se em algo difícil e, nas horas em que se sentir triste e mesmo angustiada, é importante cuidar de si própria para ter condições de atender às necessidades do filho. A história a seguir é um exemplo típico do que acabei de falar.
Nos dias de hoje, muitas pessoas que não conheceram o próprio pai ou nunca tiveram intimidade com ele podem ter a felicidade de mudar esta atitude com os filhos; a maternidade pode ajudá-las a sarar as tristeza que lhes foram impostas por muitas gerações.

”Eu adorava meus dois filhos, mas achava difícil dar demonstração de carinho. Quando olhava outras mães abraçando e beijando os filhos bebês e mesmo os mais crescidinhos, sentia-me constrangida e tensa porque não conseguia agir assim com os meus. Um dia, quando voltava para casa depois de uma conversa com uma grande amiga, percebi que não conseguia me lembrar de ter sido abraçada e consolada por minha mãe; fiquei com os olhos cheios de lágrimas. Ao recordar a solidão da própria infância, comecei a sentir que estava ficando mais fácil aproximar-me de meus filhos e de meu marido. Nada aconteceu da noite para o dia e foi preciso coragem para ir quebrando as resistências até experimentar a terrível solidão pela qual havia passado. Aos poucos, fui me aproximando deles; nunca havia sentido tamanha felicidade. Como prêmio extra, as crianças estavam mais felizes, comportavam-se melhor e nosso casamento tomou o maior ímpeto.
 Margaret, 52”
 


A tendência de sentir o que o filho está experimentando, essa empatia pode funcionar como guia do que deverá fazer quando for preciso educar ou, até mesmo, impor disciplina. No meio de cacos de louça espalhados no chão da cozinha, quando encarar seu filho olho no olho, lembre-se da vergonha de ser pequeno e desajeitado e da humilhação de ser acusado por ser criança. Por conta dessa lembrança, talvez você seja mais bondosa e menos tendente a reagir além do razoável.
É possível que, quando criança, seus pais tenham perdido o controle e lhe dado surras violentas: e você se lembra exatamente do medo que sentiu. Consciente disso, tome a decisão inabalável de controlar-se quando estiver zangada; como conseqüência, as crianças vão se sentir seguras ao seu lado. Que resultado prazeiroso! E tudo porque conseguiu colocar-se na posição delas e lembrar-se do que aconteceu com você quando era criança.

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