quarta-feira, 3 de agosto de 2011

SMAM 2011: Contribuição de Priscila Cavalcanti

Este é um relato fornecido pela querida Doula- amiga Priscila Cavalcanti. Um lindo relato sobre amamentação, sobre dificuldades e vitorias! Leiam é muito lindo! Obrigada flor, pela contribuição.

A informação faz a diferença
Quando meu segundo filho, Fernando, nasceu, eu me achava a mãe mais experiente do mundo. Tinha um filho de dois anos, o Henrique, que tinha mamado no peito até nove meses de idade e com quem a amamentação tinha corrido muito bem.
Na gravidez do Henrique, eu tinha feito o cursinho de gestantes do hospital, onde ensinavam que “pega boa” é “boquinha de peixe” e sem fazer estalinho. Não que esteja errado, mas eu achava que isso era tudo e que amamentar o Fernando ia ser “bico” – sem trocadilhos.
Não podia estar mais enganada. O Nando berrava já na maternidade. Mamava muito e berrava mais ainda. Em casa, meus mamilos começaram a ficar cheios de fissuras e as dores eram absurdas. Dor do parto é moleza, perto da dor de fissuras mamilares (pelo menos, para mim). Aí começaram os palpites.
“Para quê isso?”. “Desmama esse moleque, para que sofrer tanto?”. “Amamentei o fulaninho só um mês e ele nunca ficava doente!”. Tudo isso no meio da minha dor: podia ser um diabinho me tentando... Podia, mas não foi. Porque eu estava muito firme na minha decisão de amamentar o Fernando, nas minhas convicções de que o leite materno era o melhor alimento para meu filho. A dor era ruim, mas era algo que eu conseguia isolar, não prestar atenção nela e sim no bebê, que mamava com gosto.
Acontece que, desde que meu primeiro filho nasceu, eu fazia parte de algumas comunidades virtuais de mães recentes e gestantes. Descobri o GAMA, a Ana Cris, as doulas, a Ingrid Lotfi (doula no Rio de Janeiro) e muitas outras organizações e pessoas que incentivavam o parto natural e a amamentação. Essas “descobertas” foram muito importantes, mas a Ingrid Lotfi foi fundamental. As coisas que a Ingrid escreveu lá atrás, em 2003, fizeram a diferença em 2005, na minha insistência em manter o Fernando no peito.
Comecei a tomar algumas medidas para tentar curar meus mamilos. Tomava sol nos seios, passava pomada de lanolina, fiz compressa de casca de papaia, passei chá de casca de romã e usei uma pomada cicatrizante. Foi funcionando aos poucos. Daí, ganhei um intermediário de silicone e quase que meu filho larga o peito: aquela coisa deslocava-se para dentro da garganta dele e causava ânsia. Fora que o leite diminuiu.
Tomei chá da mamãe, tintura de algodoeiro, descansei de montão e o leite foi voltando, o peito sarando e o Fernando sempre mamando.
Não foi uma história longa, porque, aos sete meses do Fernando, ele largou o peito. Insisti por uma semana, mas ele ficou irredutível, fazia cara de nojo e tudo mais.
De qualquer modo, esse é meu relato de apoio na amamentação: o incentivo que a querida Ingrid Lotfi me deu, dois anos antes de meu segundo filho nascer, foram a força de que eu precisava para resistir a tanta pressão para desistir. O apoio é importantíssimo e pode assumir várias formas. Para mim, veio na forma de uma mulher do Rio de Janeiro, que conheci em uma lista, arrumando a maior briga na defesa do parto natural, e que acabou virando minha amiga. Uma amiga que nunca vi de verdade, só em fotos e conversando por emails. O amor escolhe as mais diversas formas de se manifestar. Apoio à mulher que amamenta é amor, sim. Obrigada Ingrid!

5 comentários:

  1. Adorei o relato, realmente a informação e o apoio são tudo nessas horas, mas sem a vontade que vem de dentro da gente não há vitória.
    Parabéns a Priscila pelo belo exemplo de força de vontade !!!
    E parabéns Ana pela iniciativa de postar esses relatos lindos que servem de exmplo!
    Abraços!

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  2. Lindo relato... Parabéns Priscila pela sua força!
    Eu não consegui amamentar meu filho Dérick que hoje tem 1 ano e 3 meses... e acho que vou me culpar pro resto da vida...
    Eu não conseguia fazer ele pegar o bico, não tinha ninguém pra me ajudar e quando ele chorava sempre vinha alguém com uma mamadeira de chá ou de leite insistindo pra que eu desse.
    Vendo ele chorar tanto, chegando a ter um chorinho rouco, eu fui fraca e cedi...
    Hoje eu vivo a ânsia de ter outro filho, é uma voz gritando dentro de mim, pra que tenha uma chace de tentar de novo... e dessa vez eu EU NÃO VOU FALHAR... se Deus permitir eu vou ter o prazer de amamentar meu próximo filho.

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  3. Obrigada amiga!! Aguardo o teu relato, e tenho certeza que ajudará muitas mães!!! Bjooo

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  4. Gê, com certeza você teve mais fatores contra do que prós na hora da amamentação! Não se culpe! Tenho certeza que conseguira amamentar o próximo, e que levará a sua experiência para ajudar outras mães. Um abraço grande!

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  5. Ana Luiza... obrigada... com certeza conseguirei, e no próximo já terei uma amada Doula pra me ajudar... hehehe... Beijão

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